Adivinhe quem não está de volta

Um tanto tardiamente me dei conta que abandonei esse blog sem nem dar explicação. Pois bem, cá estou pra dar um beijo em cada leitora e leitor – eram pouquíssimos! – desse blog mal revisado e mal diagramado, mas feito, por quase 4 anos, com todo o carinho, e ódio, do mundo.

Como vocês devem ter concluído o podcast virou um monstro que esmagou esse finado blog, ou eu parava com o blog ou eu perderia a sanidade, a escolha foi simples. No final de 2021 ja tava difícil editar o blog e seus muitos tópicos, e em janeiro de 22 eu liguei o foda-se. E nem falei nada por aqui, um vacilo do caralho.

Bem, muitíssimo obrigado pela companhia por aqui, e espero que você esteja acompanhando essa distopia lá no podcast, dá pra ouvir pela Central 3, pelo Spotify ou no tocador de podcast que você preferir. E se você é daqueles que odeia podcast – eu também era – ouve, porra, o Cristiano é brabo! E se não gostar tem o twitter, continuo falando mal dos malditos milicos lá no perfil do Medo e Delírio.

É isso, não foi nem um pouco bom enquanto durou – como é que a porra desse governo militar vai ser bom?! – mas muito, muito obrigado pela companhia. E como diz Igor Kannario, “é tudo nosso e nada deles!”

Sem mais,
Pedro Daltro

Dia 1.106 e 1.107 | Às cegas | dias 11 e 12

Logo menos sai o podcast, com texto de Pedro Daltro e edição de Cristiano Botafogo. Os episódios você ouve lá na Central3. o EPISÓDIO BASEADO NESSE POST É ESSE AQUI Ó:

Ah, e agora o Medo e Delírio em Brasília tem um esquema de assinatura mensal, mas tenha sua calma. O Medo e Delírio continuará gratuito, se não quiser ou puder pagar tá de boa, você continuará ouvindo o podcast e lendo o blog como você sempre fez.

Agora, se você gosta da gente e quer botar o dinheiro pra voar é nóis : ) Tem planos de 5, 10, 20, 50 reais e 100, esse último aí caso você seja o Bill Gates. Taí o link com o QR Code: [PicPay] E também criamos um Apoia-se, rola de pagar até com boleto, ATENÇÃO, PAULO GUEDES! [Apoia-se]

E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )

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1. No escuro

E o Brasil vai sendo tocado na base do improviso…

“Diante da resistência do presidente Jair Bolsonaro, o governo fez o que pôde para atrasar a vacinação de crianças. Entre o aval da Anvisa e o anúncio da previsão de chegada do primeiro lote de doses para brasileiros com idade entre 5 e 11 anos, passaram-se vinte dias. Não se sabe, porém, quantas crianças foram vítimas da pandemia durante esse período, nem a real dimensão da explosão de casos de Covid-19 depois das festas de fim de ano. O sistema de informações do governo federal sobre a pandemia completou, no domingo (9), um mês fora do ar.” [Piauí]

Um mês, e justamente quando Omnicron dá as caras.

O Painel Coronavírus do Ministério da Saúde, disponível na internet, informa que a última atualização de dados foi feita às 17h50 do dia 9 de dezembro. No dia seguinte, a pasta anunciou que um ataque hacker havia afetado os sistemas de coleta, processamento e divulgação dos números sobre a pandemia. O problema não foi resolvido até hoje.”

Ao que parece o sistema foi reestabelecido ontem, mas rersta saber em quais condições. Mais de um mês depois!

Com o repositório mais importante de dados abertos sobre pandemia no Brasil – o Opendatasus – fora do ar, pesquisadores ficam impedidos de estimar a dinâmica de transmissão do vírus e projetar tendências.”

Bem, como o governo nunca fez isso mesmo eles tocaram a vida tranquilamente, tatenado a realidade como de hábito.

“Consequentemente, gestores municipais e estaduais têm tido dificuldades ao planejar a abertura ou o fechamento de leitos em hospitais. Também não podem executar com segurança as medidas de isolamento. Em suma: fazem um voo cego enquanto o país bate recorde de novos casos diários de Covid-19.”

Vôo cego e kamikaze.

O apagão já preocupa até técnicos da Organização Mundial da Saúde (OMS), conforme noticiou o Uol. Sem dados do Brasil, a entidade teme que não seja possível dimensionar o tamanho da nova onda global de casos.”

E é aí que reside a minha esperança numa condenação em Haia, além da absoluta falta de esperança na justiça brasileira, claro: os crimes do Bolsonaro na pandemia vão MUITO além das nossas fronteiras. Assim como a coleção de crimes ambientais também não ficam restritas às nossas fronteiras, já que a Amazônia é chave pro clima global.

Criou-se um efeito dominó. Sem sua base, o Ministério da Saúde interrompeu no começo de dezembro a rotina de enviar à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) o pacote semanal mais completo de dados do país, que serve de base para as análises da rede de vigilância epidemiológica. O mais recente boletim da Fiocruz foi divulgado em 13 de dezembro. O texto já apontava problemas no acesso aos dados, o que estaria gerando uma “significativa subnotificação” por trás da aparente estabilidade das taxas de transmissão naquele momento. Na última sexta-feira (7), a Fiocruz publicou uma edição extraordinária do Boletim do Observatório Covid-19 em que classificou como “gravíssima” a falta de informações sobre a contaminação no Brasil e afirmou que o país vem orientando políticas públicas com “pouca ou nenhuma” evidência de dados.”

E o que faz Queiroga de lá pra cá?! Lambendo as bolas do chefe e fazendo d tudo pra dificultar a vacinação infantil. Era pra esse governo militar entrar no modo guerra pra recuperar o sistema mas suas prioridades são outras. E macabras.

“O enfrentamento de uma pandemia sem os dados básicos e fundamentais pode ser comparado a dirigir um carro em um nevoeiro, com pouca visibilidade e sem saber o que se pode encontrar adiante”, explicou o boletim, didaticamente.” 

Esse é o governo que achou tudo bem não ter Censo, dados pra quê, né? Eles são ousados!

“Um mês de sistema parado não existe em lugar nenhum do mundo, ainda mais com orçamento de meio bilhão de reais por ano”, assegura o médico sanitarista e pesquisador Giliate Cardoso Coelho Neto, que esteve à frente do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) em 2016. À piauí, o ex-diretor listou alguns problemas estruturais que já existiam no sistema, como falhas na chamada arquitetura de barramento, que serve de anteparo entre a entrada de dados no sistema e o repositório de informações, e falta de “redundância” – isto é, a duplicação de estruturas do sistema, que muitas vezes é adotada como forma de reforçar a segurança das informações. Para Giliate, o Ministério da Saúde já teve tempo suficiente para consertar eventuais problemas causados por ataques hackers. Na avaliação do ex-diretor, a pasta está lidando com a situação com deliberada lentidão. Não trataram o caso em nenhum momento com a urgência necessária. “Para mim, o que estão fazendo é uma operação padrão.””

Sim, deliberado. Em qualquer outro governo essa hipótese soaria absurda, mas nesse governo militar aí dá pra cravar. Se não deu pra derrubar o passaporte da vacina por bem vai por mal, né?

“O início do apagão de dados coincidiu com a resistência do governo a vacinar crianças, a exigir passaporte de vacinação de pessoas vindas de outros países, assim como a seguir as demais recomendações da Anvisa para evitar a disseminação da variante Ômicron. O passaporte de vacinação acabou imposto por maioria de votos do Supremo Tribunal Federal, em meados de dezembro. A compra das primeiras doses da Pfizer destinadas às crianças foi anunciada pelo governo depois que o ministro Marcelo Queiroga aventou, sem sucesso, a ideia de exigir prescrição médica dos pais que quisessem vacinar seus filhos.”

Assim como o governo só foi comprar vacina quando tomou olé do Doria!

“Dada a postura do governo, o apagão de dados começou a parecer conveniente. “É possível que o governo tenha tirado o sistema do ar para manter a integridade das informações, mas nada justifica manter fora do ar por tanto tempo depois de um ataque hacker”, avalia a diretora executiva da ONG Open Knowledge, Fernanda Campagnucci, que monitora a transparência dos dados públicos desde o início da pandemia. “Parece barbeiragem, mas não dá para saber se foi incompetência ou se foi deliberado”, ela diz. Atransparência dos dados sobre a pandemia conta uma história de sobressaltos desde 2020. Em 5 de junho daquele ano, o Ministério da Saúde tirou do ar o Painel Coronavírus. A pasta era comandada interinamente pelo general Eduardo Pazuello, e o país somava, até então, 35 mil mortos pela Covid-19. A intenção do governo, com essa mudança, era divulgar apenas os casos e mortes registrados nas 24 horas anteriores, ignorando os números acumulados e as informações regionalizadas. O plano vingou por pouco tempo. A divulgação dos dados foi restabelecida dias depois por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes, que concedeu liminar em uma ação movida por partidos da oposição”

E o governo é incapaz de explicar o tamanho do estrago:

“O apagão tem sido acompanhado de explicações desencontradas sobre o que realmente aconteceu na base de dados e, pior, se houve ou não perda de informações. “Está tudo nebuloso, ainda não sabemos o que realmente aconteceu”, lamentou o pesquisador da Fiocruz Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, que suspendeu no começo de dezembro a divulgação de análises. Na noite da última sexta-feira (7), Gomes ainda não tinha notícia sobre quando a extração de dados seria restabelecida. Também não se sabe se os dados, uma vez disponibilizados, vão corresponder integralmente à realidade – sobretudo aqueles que dizem respeito às notificações de casos leves de Covid-19.”

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2. No escuro, parte 2

É espantoso como um governo militar lida com TUDO na base do improviso, da gambiarra, até eu que sempre odiei – “ÓDIO E NOJO, BRADAMOS EM NOME DE SUA HONRA” – os militares a sério me espanto. A matéria versa sobre a crise hídrica e a absoluta falta de planejamento desse governo MILITAR e é importante lembrar que o Ministro de Minas e Energia é um ALMIRANTE! E não é da reserva não, é ALMIRANTE DA ATIVA!

“Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) constatou que não existe no governo e no Ministério de Minas e Energia (MME) “um plano estratégico de contingência para situações de crise hidroenergética”. Com a pior seca da história no ano passado e o risco de novo apagão do setor elétrico no país, o ministro Benjamin Zymler instaurou, em 4 junho de 2021, processo de fiscalização para “verificar a eficiência, tempestividade e suficiência das ações planejadas e efetivamente adotadas para fazer frente à situação de crise hidroenergética”. O relatório preliminar da SeinfraElétrica, obtido por O Antagonista, concluiu que:

  • “Não há um plano estratégico de contingência para situações críticas, resultando em medidas tomadas de maneira açodada e com pouca previsibilidade”;
  • “Constataram-se falhas no planejamento das ações, que tiveram foco no aumento da oferta de energia, sem a devida atenção para medidas de redução da demanda”;
  • “Não houve estimativa prévia dos impactos tarifários ao consumidor das medidas para enfrentamento da crise”;
  • “A MP 1.078/2021, autorizando operação de crédito financeiro ao setor elétrico brasileiro, que poderá aliviar reajustes tarifários em 2022, postergando-os para os anos seguintes, foi baseada em estudos prévios deficientes”;
  • “Por fim, identificou-se que não houve investigação das causas estruturais e conjunturais que concorreram para a crise hidroenergética”.

Isso é, os MALDITOS MILICOS não fizeram NADA!

“Os auditores também concluíram que “a falta de um plano estratégico de contingências prejudicou o planejamento e a previsibilidade das ações”. Eles ainda avaliaram que a ausência de estimativa prévia dos custos, e consequentes impactos tarifários, das medidas adotadas indica “deficiência na otimização das ações”. Além disso, a SeinfraElétrica afirmou que é necessário um “estudo circunstanciado para identificar e avaliar as principais causas da crise no setor de energia”. Os auditores sugeriram ao ministro Zymler que determine ao MME que:

  • crie um plano estratégico de contingência para o enfrentamento de crises hidroenergéticas;
  • elabore estudo para identificar e propor soluções para as causas que levaram ao risco do desequilíbrio entre demanda e oferta de energia;
  •  e estabeleça metodologia a ser aplicada no cálculo da Bandeira Tarifária Extraordinária, apresente avaliação da vantagem de nova operação de crédito diante da utilização de Revisões Tarifárias Extraordinárias (RTEs) e realize estudo sobre a vantajosidade de inclusão dos diferimentos tarifários.

O processo ainda será avaliado pelo ministro relator, que pode concordar ou não com as avaliações dos auditores. Após concluir o relatório, Zymler submeterá a auditoria ao plenário do TCU.” [Antagonista]

No podcast eu abordarei o documento do TCU com mais detalhes, por aqui fique com esse fio:

As chuvas varreram o país, mataram muita gente e salvaram esse governo, eis a dura verdade:

As chuvas mais intensas neste período úmido estão longe de resolver todos os problemas do setor elétrico, mas devem trazer algum alívio para as contas de energia. A expectativa é que o nível de água dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste chegue ao final de abril em torno de 50%, o que levaria o governo a diminuir o despacho das termelétricas mais caras. Com isso, o consumidor poderá começar a pagar parte da dívida que carrega junto às distribuidoras, estimada em R$ 14 bilhões até novembro.” [O Globo]

Dívida…

“O presidente Jair Bolsonaro tem adiado a assinatura do decreto que estabelece as regras para esse empréstimo que os consumidores vão tomar para pagar as distribuidoras. No setor, comenta-se que o TCU está incomodado com a medida em ano eleitoral, porque seria uma forma de manipulação da inflação. Como mostrou ontem a Agência Infra, uma auditoria interna do Tribunal apontou uma série de falhas na condução da crise hídrica pelo governo e questionou a MP que autorizou o empréstimo sem apresentar contas e impactos tarifários. O presidente da Abradee, associação que representa as distribuidoras, Marcos Madureira, diz que as empresas estão apreensivas, mas esperam que o decreto seja de fato editado nos próximos dias. — A gente espera que esses recursos já possam entrar no caixa em fevereiro. Houve uma alta forte de custos e as distribuidoras são apenas intermediárias entre as geradoras e os consumidores. É uma situação crítica — afirmou. O setor defende o empréstimo e diz que isso também está sendo feito em países da Europa. Mas o fato é que Bolsonaro irá repetir o governo Dilma e obrigará o consumidor a pagar não só a alta da energia, mas os juros do financiamento.”

Isso é, Bolsonaro deveria ter resolvido ano passado, mas ele e seu governo estavam de férias, né, sem coisas importantes pra resolver.

E vamos às chuvas:

“Passado pouco mais de um mês com fortes chuvas castigando as regiões Norte, Nordeste e Sudeste, seis estados do país já somam 108,9 mil pessoas desabrigadas e desalojadas. O número de brasileiros que perderam suas moradias na Bahia, em Minas Gerais, Tocantins, Espírito Santo, Maranhão e Piauí equivale à população da cidade de Itaperuna, no Rio de Janeiro. De acordo com informações desses estados, 45 pessoas morreram. Minas Gerais sofre com as enchentes nos últimos dias, 145 municípios já estão em situação de emergência e 19 pessoas morreram desde o início do período chuvoso no estado. A Defesa Civil de Minas ainda não contabiliza no boletim os dez mortos do desabamento do cânion em Capitólio, no último sábado, o que aumentaria para 29 mortos no estado. Há também desabrigados e desalojados nos estados do Maranhão, Tocantins e Espírito Santo. O governo do Piauí decretou situação de emergência em todo estado por conta das inundações em vários municípios. Na capital Teresina, 468 famílias estão desabrigadas, ou seja, cerca de 1.800 pessoas afetadas, segundo informações da Secretaria Municipal de Defesa Civil (Semdef).” [O Globo]

Passemos à habitual indiferença presidencial:

“Com as chuvas que assolam Minas Gerais, Jair Bolsonaro repete o comportamento de indiferença que teve em relação aos desabrigados pelas enchentes e tempestades na Bahia na virada do ano. Até agora, Bolsonaro não deu uma palavra sobre o assunto. Muito menos teve a iniciativa de sobrevoar as regiões atingidas. Em Minas Gerais, 145 cidades decretaram estado de emergência por causa da chuva. Milhares de mineiros foram obrigados a deixar suas casas por causa de enchentes ou de perigo de rompimento de barreiras. Bolsonaro, no entanto, talvez, ainda possa ser convencido a deixar de ignorar as chuvas.” [O Globo]

Repare no precedente:

Em janeiro de 2020, Bolsonaro sobrevoou por uma hora Belo Horizonte e cinco cidades atingidas da região metropolitana da capital que também haviam sido atingidas por fortes temporais — mas o fez depois de uma semana de a tragédia ter se instalado.” 

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3. Mix de Bolsonaro

Vai aí uma compilação com algumas declarações presidenciais:

O Brasil está indo bem, apesar dos problemas. Agora, se cada um quiser resolver o seu lado, nós podemos simplesmente explodir o Brasil e não resolver absolutamente nada” [O Globo]

Passemos às declarações da bomba fecal ambulante:

“”Fizemos coisas fantásticas ao longo desses dias que dificilmente outro governo estaria fazendo. O presidente não tem férias. É maldoso quem fala que estou de férias. Eu dou minhas fugidas de jet ski. Dou lá uns cavalos de pau no Beto Carrero” [Folha]

No dia seguinte Bolsonaro disse “Tive 9 dias de férias, que viraram meia dúzia”. E esse é o presidente que VIVE de férias.

E é fascinante como o presidente é absolutamente incapaz de seguir ecomendações médicas:

“As orientações médicas são de dieta restrita, exercícios leves e mastigar os alimentos. Ainda assim, a avaliação é a de que as obstruções intestinais podem seguir ocorrendo. “Vai ser difícil seguir isso, eu não consigo me controlar”, disse Bolsonaro sobre dieta. “Foi domingo. Eu não almoço, eu engulo”, completou. “O camarão não foi mastigado. A gente pede para todos os clientes fazerem o que a gente faz. Mastigar 15 vezes cada garfada”, disse Macedo.”

E ele adora dizer que “todo mundo vai embora um dia”, pe pura necropolítica

“É difícil ficar parado. Queria estar hoje à noite lá no jogo do Marrone e Gustavo Lima. Estou tentando ir pra lá, eu não vou jogar logicamente. Mas estou tentando ir pra lá, vou ver como é que fica. A vida continua. Todo mundo vai embora um dia. A gente lamenta isso aí. Agradeço ao dr. Macedo a força que está dando para mim”

Bolsonaro não seguie orientações médicas e a culpa é do Adelio, tá ok?!

“Ao citar pontos da investigação a respeito de Adélio Bispo de Oliveira, o autor da facada, Bolsonaro afirmou que o caso “está muito parecido com o Celso Daniel”, em referência ao ex-prefeito de Santo André filiado ao PT e assassinado em 2002.”

MUITO parecido… Celso Daniel foi morto pois ameaçou revelar um esquema de corrupção! No caso, Bolsonaro é chefe de quadrilha!

“”Minha preocupação não é com as minhas viagens, mas sim com segurança. Sabemos até onde o outro lado pode chegar. A política brasileira, depois que a esquerda se fez mais presente… Como eles são agressivos, como eles têm tentado eliminar seus adversários não interessa como””

as

Sim, ele várias vezes fala em exterminar a petezada, dar um fim na esquerda e mete essa.;..

O Fachin derrubou uma lei de Santa Catarina proibindo pronems neutros e…

“Se eu não me engano, Santa Catarina… Sim, Santa Catarina. Tem uma lei lá que foi sancionada pelo governador proibindo a linguagem neutra. O que o ministro Fachin fez? Acho que foi o Fachin. Deu uma liminar contra essa lei que estava lá em Santa Catarina proibindo a linguagem neutra — afirmou Bolsonaro na entrevista. O presidente, então, atacou o ministro do STF: — Que país é esse? Que ministro é esse do Supremo Tribunal Federal? O que ele tem na cabeça? O que ele… É “eu quero”? Virou “eu quero”, “eu não quero”?” [O Globo]

Disse o democrata.

““Em 2023 tem duas vagas abertas. Eu tenho na minha cabeça quem seriam esses nomes”, afirmou o presidente, em entrevista à Rádio Jovem Pan, ao destacar que os dois ministros do STF indicados por ele – Kassio Nunes Marques, em 2020, e André Mendonça, em 2021 – têm “liberdade” nas decisões. “Não conduzo nem peço votos para eles”.” [Estadão]

E olha como ele mente:

“Ao lembrar que Mendonça é pastor evangélico, Bolsonaro observou que por “coincidência” as pautas voltadas para a diversidade vão cair nas mãos dele. “E eu entendo que ele vai dar o tratamento à luz da Constituição. Como ele bem disse, o que é família está definido na Constituição”, disse Bolsonaro. “O que é união entre duas pessoas, como está definido na Constituição.” A Carta Magna, porém, não tem essa explicação. O chefe do Executivo repetiu que tem críticas a alguns ministros do STF e elogios a outros.”

E olha como ele ataca o Lula:

“Ninguém pede cabeça de ministro como acontecia no passado. Sabe como Lula está conseguindo apoio por aí? Negociando. […] Em troca de ministérios, bancos, estatais”

Não é exatamente isso que o governo Boslonaro faz?!

E o papo sobre eleição é esquisitíssimo!

“Não tenho preocupação com o TSE. As Forças Armadas foram convidadas pelo ministro Barroso a participar das eleições. Aceitamos. Vamos participar de todo o processo. E a Defesa agora fez alguns questionamentos ao ministro [Luís Roberto] Barroso, do TSE, sobre fragilidades da urna eletrônica. Estamos aguardando a resposta. Pode ser que ele nos convença. Mas se nós não estivermos errados, pode ter certeza que algo tem que ser mudado no TSE. […] O Brasil merece eleições limpas e transparentes”

E algo que me desconcerta é como os bolsonaristas loiuvam a honestidade do capitão cuja famiglia tem o curioso hábito de comprar imóveis em dinheiro vivo! E essa história mostra bem o quão pilantra a famiglia e seus aliados são:

“O ministro da Cidadania, João Roma (Republicanos-BA), confirmou que Renato Bolsonaro, irmão do presidente Jair Bolsonaro, atuou para liberar recursos da pasta para Miracatu, município localizado a 137 quilômetros da capital de São Paulo. Renato Bolsonaro é chefe de gabinete da prefeitura local, beneficiada com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União no final de 2021, conforme revelou O GLOBO. Desse valor, R$ 9,5 milhões saíram da pasta comandada por João Roma. Ao GLOBO, o ministro da Cidadania contou que Renato Bolsonaro tem um jeito “suave” e, por isso, teve vontade de ajudar. — Ele é irmão do presidente, circulou (nas outras pastas) e, talvez até pelo jeito dele, suave, todo mundo tem vontade de ajudar o cara. Dá vontade de ajudar. Mas (ele) não é aquela pessoa que fica vendendo prestígio. Não é dessas criaturas que a gente vê em Brasília a vida toda — destacou o ministro.” [O Globo]

Aquela honestidade que desconcerta… “dá vontade de ajudar”, porra, não tem nada a ver com o sobrenome, tá ok?!

“O encontro entre Roma e Renato Bolsonaro, que selou o envio dos recursos para Miracatu, aconteceu no fim do ano passado no Palácio do Planalto: — Eu estive com ele em novembro, e ele comentou comigo que tinha uma ação lá no município. Encontrei com ele duas vezes, já. Em uma delas, lá no Planalto. Ele comentou: ‘Ministro, tem uma obra de uma quadra lá no município’. Tinha algum imbróglio burocrático, que obstruía — explicou João Roma, prosseguindo: — Você sabe que recebi o apelido de ‘João Solução Roma’. Ele (Renato) comentou comigo: ‘Ô, ministro, tem um negócio para resolver no município’. Parece que ele estava há um ano e meio batendo cabeça com essa quadra. Aí, eu anotei e resolvi. Na semana seguinte, já tinha resolvido o assunto e eu tinha dotação orçamentária. Resolvi rápido — completou.”

Imagine o que não deve aprontar um ministro cujo apelido é SOLUÇÃO! E é o próprio SOLUÇÃO quem revela o apelido, o Brasil é fascinante…

Após o empenho, ressalta João Roma, Renato Bolsonaro o procurou para agradecer. — Ele me ligou e disse: ‘Ô, ministro, muito obrigado, pensei que isso não ia resolver mais. Não sei o que…tal’. Desse jeito. Questionado se não vê conflitos de interesse em “ajudar” o irmão do presidente, já que a prefeitos do país não tem sequer acesso a ministros de estado, João Roma se defendeu: — Sinceramente, não vejo não. Ele é irmão do presidente, mas ele tem legitimidade, trabalha lá no município. A função dele é essa mesmo. Se ele tivesse um escritório de lobby, aí havia um grande conflito de interesse. O ruim são as coisas nebulosas, as coisas escondidas. O cara não é uma eminência parda. O ministro afirmou, ainda, que não houve pedido do presidente da República para que os recursos fossem liberados. —O presidente nunca me pediu nada, nem sabia disso.”

O irmão do Bolsonaro é um chefe de gabinete competente, repare!

“Um levantamento feito pelo GLOBO identificou que Miracatu foi beneficiada com o empenhado (reservado para gasto) de R$ 35 milhões entre os dias 17 e 30 de dezembro por meio dos ministérios do Desenvolvimento Regional; Agricultura; Cidadania e Turismo. Segundo o Portal da Transparência, do total de recursos, ao menos R$ 10 milhões são provenientes de emendas de relator do chamado orçamento secreto — instrumento pelo qual um parlamentar destina recursos federais a uma determinada localidade sem que seu nome apareça publicamente. Além dos R$ 35 milhões empenhados, no final do ano, a cidade foi agraciada com o efetivo pagamento de emendas parlamentares. Uma delas partiu de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e sobrinho do chefe de gabinete do prefeito. No dia 23 de dezembro, Renato postou um vídeo celebrando a chegada de uma retroescavadeira comprada por meio da destinação feita pelo sobrinho. — Estamos aqui acabando de receber uma PC, uma máquina zero bala, doada de emenda parlamentar do nosso amigo deputado Eduardo Bolsonaro. (…) Parceirão que deu essa oportunidade a Miracatu —disse ele.”

É que o jeito dele é muto suave, né, todo mundo fica com uma vontade louca de ajudar…

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4. Os Trapalhões

Bolsonaro disse que TODOS os servidores teriam reajuste, aí depois passou para o público de sempre: forças de segurança. Deu uma merda homérica, com ameaça de paralisação em várias áreas, e aí….

“O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado que o governo pode não conceder aumento a servidores este ano.” [O Globo]

Incluindo as forças de segurança.

No momento em que parte das categorias se mobiliza por reajustes e que auditores da Receita Federal fazem operação padrão, o presidente disse que apela para a sensibilidade dos profissionais e que não há espaço no Orçamento. — Primeiramente, não está garantido o reajuste para ninguém. Tem uma reserva de R$ 2 bilhões que poderia ser usada para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, além do pessoal do sistema prisional. Mas outras categorias viram isso e disseram ‘eu também quero’. E veio essa onda toda — afirmou ontem, ao participar de uma festa de aniversário do advogado-geral da União, Bruno Bianco.” 

Entendeu? A culpa é dele, ele foi anunciar aumento só pros policiais e todas as outras categorias chiaram. Esse é um problema criado pelo presidente e sua língua grande.

“Bolsonaro destacou que os servidores estão sem reajustes há três anos e que foram afetados pela Reforma da Previdência: — Eu só apelo para a sensibilidade. (…) Não tem espaço no Orçamento neste momento. Você vê a dificuldade de negociar os precatórios (em referência à PEC dos Precatórios) para poder dar o Auxíio. Agora, estamos prontos para conversar. Pode ser (que não tenha reajuste para nenhum servidor). Tudo é possível.”

Ele sabia disso quando fez as promessas.

“Policiais federais e rodoviários demonstraram preocupação nesta segunda-feira, 10, com um possível recuo do presidente Jair Bolsonaro (PL), que afirmou no fim de semana ser possível que nenhuma categoria tenha reajuste este ano. Membros dos órgãos já falam em “traição” e “golpe” do presidente, caso ele descumpra o compromisso firmado no fim de 2021.” [Estadão]

Bolsonaro aparelhou a PF, derrubou o chefe da PRF pois este ousou homenagear um policial morto por covid – o policial tinha comorbidades, tá ok?! – mas GOLPE e TRAIÇÃO é não aumentar salário enquanto os demais servidores nem sonham com aumento. Malditos fardados armados!

“Com a adesão em massa dos servidores públicos federais ao movimento de operação-padrão e entrega de cargos comissionados no governo, Bolsonaro pediu no fim de semana “sensibilidade” ao funcionalismo e argumentou que não há espaço no Orçamento para dar aumento para todos. Mais cedo, o Estadão mostrou que o ministro da Economia, Paulo Guedes, recomendou que Bolsonaro vete o reajuste aos policiais. O Orçamento tem uma reserva de R$ 1,7 bilhão para atender reajustes em 2022. Para conseguir uma fatia desses recursos para melhores salários, várias categorias aderiram a operações-padrão, o que causou transtornos em portos e na fronteira do Brasil com países vizinhos, como a Venezuela. Policiais federais, policiais rodoviários federais e líderes de associações que representam a categoria afirmaram reservadamente ao Estadão/Broadcast que um possível recuo de Bolsonaro pode fazer milhares de policiais irem às ruas criticar uma “falta de compromisso” do presidente para com o órgão. O presidente da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) e um dos líderes da União de Policiais do Brasil, Dovercino Neto, afirmou que Bolsonaro “trairá” novamente a categoria caso recue e não conceda reajuste aos policiais. Segundo ele, desde o primeiro ano do governo o presidente fala em reestruturação da Polícia Rodoviária Federal, mas não cumpre as promessas. “As falas do fim de semana são muito preocupantes. Caso o presidente recue, vai ser mais uma traição, um golpe na nossa carreira”, disse ao Estadão/Broadcast. “O futuro da PRF, caso não seja reestruturada, é incerto.” Neste momento, as corporações não falam em uma possível greve, tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal (STF) já proibiu paralisação e operação-padrão por parte de servidores envolvidos com segurança pública. Assim, o efeito imediato, caso o recuo de Bolsonaro se confirme, seria mobilizações públicas, críticas ao governo federal e “diminuição no empenho” dos policiais.”

E se professor faz greve é tudo vagabundo, né…

“Nos bastidores, membros dos órgãos ainda tratam com cautela as falas do presidente do fim de semana, e aguardam uma sinalização do Executivo até o dia 21, prazo para a sanção da peça orçamentária. Caso não haja sinalização de reajuste até esta data, as categorias vão começar a pressionar para que Bolsonaro conceda reajuste até o fim de março. “O presidente fez um compromisso com os policiais da esfera federal, que precisa ser honrado”, afirmou a delegada federal Tania Prado, presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol) e diretora da Associação Nacional dos Delegados da PF (ADPF), em São Paulo. “Acreditamos que o presidente vai manter o compromisso assumido publicamente de valorizar a PF, seus integrantes e demais polícias ligadas ao Ministério da Justiça. A PF não é custo para o estado, é investimento que beneficia toda a sociedade”, disse Luciano Leiro, presidente da ADPF. No fim de semana, o presidente do Fórum Nacional Permanente de Carreiras Típicas de Estado (Fonacate), Rudinei Marques, avaliou que o Planalto corre o risco de enfrentar o descontentamento também das categorias ligadas à segurança. Para Marques, do Fonacate, o estilo de comunicação do presidente é dúbio e confuso. “Vamos ver como isso vai se resolver. Uma vez que ele já assumiu um compromisso com os policiais, isso seria visto como ‘mais uma’ traição, pois já foram feitos compromissos na tramitação da reforma da Previdência que não foram honrados. Ademais, ele seria o único presidente da República em 20 anos a não conceder reposição geral ao funcionalismo”, disse o sindicalista. Ele lembrou que o Distrito Federal, que concentra a maior parte dos servidores públicos federais, registrou uma votação expressiva em Bolsonaro nas eleições de 2018. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente recebeu 70% dos votos válidos da capital do País no segundo turno. “Não fica claro se ele quer atender somente os policiais, ter pretexto para estender o reajuste a todos, conceder apenas para algumas categorias além dos policiais ou não dar reajuste a ninguém”, completou o presidente do Fonacate no fim de semana. O Fórum aprovou no fim de dezembro um calendário de mobilização de servidores públicos por reajuste salarial, incluindo paralisações em janeiro – a primeira no dia 18 -, e assembleias em fevereiro para deliberar sobre uma greve geral.”

E olha a solução do Guedes:

“Segundo apurou o Estadão, Guedes trabalhava para atrelar a reestruturação salarial das carreiras à aprovação da reforma administrativa (uma reestruturação do RH do Estado), como aconteceu com a dos militares das Forças Armadas na reforma da Previdência em 2019. O realinhamento seria cabível dentro de uma reforma maior que garantisse economia de gastos ao longo dos próximos anos. Mas o próprio governo acabou dinamitando a reforma administrativa, na avaliação de integrantes da equipe econômica, com chance agora praticamente zero de ser aprovada em ano eleitoral.

Sim, aquelas que eles contribuíram commódicos 10 bilhões enquanto os civis tomaram no cu. Os responsáveis pelo maior rombo previdenciário per/capita contribuíram com 10 bilhõezinhos!

E isso foda os planos do ministro da Jstiça, todo candidato m 22.

“O secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, vinha conversando há alguns meses com o ministro da Justiça, Anderson Torres, que é delegado da PF, sobre essa reestruturação. Paes de Andrade é responsável pela área de pessoal do Ministério da Economia. Mas o próprio governo aconselhou não seguir com a reforma administrativa e o ministro Anderson apresentou a proposta de reajuste das carreiras policiais durante a tramitação final do Orçamento de 2022, o que abriu caminho para deflagrar uma briga política com as outras categorias. “Foi um erro”, disse ao Estadão um integrante da equipe econômica.”

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5. Novelinha verde-oliva

“A recomendação do Comando do Exército para que militares se vacinem para o retorno ao trabalho presencial e a proibição sobre a disseminação de fake news irritaram o presidente Jair Bolsonaro. Diante da reação, o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, em uma reunião na tarde desta sexta-feira com representantes das três Forças expôs a contrariedade com a repercussão da diretriz assinada pelo comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, que se choca com posicionamentos do presidente. Bolsonaro não se vacinou e é contrário à exigência do comprovante de imunização. Na reunião, segundo apurou O GLOBO, foi discutida a divulgação de uma nota do Exército pontuando que a imunização não é uma obrigação nem condição para retornar ao trabalho. A expectativa no governo era que o comunicado fosse publicado ainda na sexta-feira. Uma versão do texto chegou a ser preparada, mas não houve um consenso sobre o teor do comunicado entre Ministério da Defesa e o Exército. Sem um acordo, a divulgação da nota foi suspensa nesta sexta, embora o tema ainda esteja em debate. Militares contrários à divulgação de um esclarecimento argumentam que uma nota poderia aumentar um desgaste e desencadear uma nova crise. Além disso, observam que o comandante do Exército tem autonomia de sua gestão para publicar a diretriz, embora todas as regras sigam orientações do Ministério da Saúde, da Economia e do próprio Ministério da Defesa.” [O Globo]

E Braga Netto tá sempre na cena do crime:

Apesar da irritação do Planalto, a diretriz do Exército segue uma portaria de 29 de novembro do próprio Ministério da Defesa.  Assinada pelo general Braga Netto para entrar em vigor no dia 3 de janeiro,  a portaria, no parágrafo 3, destaca que os servidores e militares da administração central do Ministério da Defesa, com exceção de pessoas com comorbidades e outros casos específicos,  “retornarão às atividades presenciais quinze dias após terem se imunizado contra a COVID-19″. Na Defesa, a avaliação é que o documento assinado pelo general Paulo Sérgio teve uma “má redação” e, por isso, seria necessário um esclarecimento. A pasta, segundo apurou O GLOBO, não teve acesso à diretriz do Exército antes de ser publicada.  “

Sim, o Baga Netto tá dizendo que a portaria foi mal redigida!

“Na verdade, (a recomendação de vacinação) não foi do Exército, foi da Defesa (o ministério). Dava dúvida na questão de exigir ou não a vacina — disse Bolsonaro. — Não há exigência nenhuma. Eu sou democrata. Já tive notícias… Duas estatais que queriam já aplicar sanções em servidores que não fossem vacinados. Aí é simples.” [O Globo]

Bolsonaro também falou:

“Não tem mudança. Pode esclarecer. Hoje tomei café com o comandante do Exército. Se ele quiser esclarecer, tudo bem, se ele não quiser, tá resolvido, não tenho que dar satisfação para ninguém de um ato como isso daí. É uma questão de interpretação.”

História esquisita, né?

“Generais que integram o Alto Comando do Exército rejeitam uma crise da vacina por causa das diretrizes básicas para a pandemia da Covid, tentam blindar o comandante-geral, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, de desgaste e, com isso, buscam isolar Jair Bolsonaro (PL). Membros da cúpula da Força consideram que o incômodo do presidente com as regras de vacinação na volta ao trabalho presencial não provocou nem mesmo uma minicrise entre os militares e o governo.” [Folha]

Agora ligue os pontos:

“Esses oficiais, ouvidos pela Folha sob a condição de anonimato, afirmam que o documento produzido por Oliveira foi uma peça burocrática, sem motivo para um novo capítulo de estremecimento das relações entre Bolsonaro e o comando da Força. A cúpula do Exército atuou para blindar o comandante no episódio, após o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, entrar no circuito.”

Se não provocou nem uma “minicrise” por que a blindagem?!

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“​O comando da Força cogitou elaborar uma nota pública com esclarecimento sobre o documento elaborado por Oliveira. Ele estabelece diretrizes favoráveis a vacinação, uso de máscaras, distanciamento social e compartilhamento de informações corretas na atual fase da pandemia. Bolsonaro é um negacionista em relação aos quatro itens. Braga Netto foi o interlocutor das insatisfações do presidente, embora pessoas ligadas ao ministro afirmem que não houve exigência para a elaboração de uma nota pública. A ideia acabou sendo abortada, pelo menos até agora, diante da constatação de que um esclarecimento não se fazia necessário. Uma nota alimentaria uma crise que, na visão de generais do Alto Comando, não existia nem deveria existir. Esses militares repisaram ao longo da sexta-feira (7) que as diretrizes do comandante do Exército eram administrativas e seguiam linha já adotada por seu antecessor no cargo, general Edson Leal Pujol, no ano anterior. As orientações são semelhantes no caso de uso de máscaras, distanciamento social sempre que possível e vedação do compartilhamento de fake news sobre a pandemia. A inovação ocorre em relação à vacinação, pela razão óbvia de que a campanha de imunização deslanchou ao longo de 2021. Neste caso, ainda segundo a informação repisada na sexta, o comandante do Exército usou como base uma diretriz do próprio ministro da Defesa. Assim, se Bolsonaro fosse levar adiante a queixa contra o ato do Exército, deveria estendê-la a seu ministro da Defesa, conforme integrantes da Força. Braga Netto foi colocado no cargo para atender aos interesses diretos do presidente.”

Releia a última frase com calma. Nessa hora a blindagem ao Azevedo foi pro caralho, ne?!

“No dia seguinte, o próprio Bolsonaro tornou público um encontro dele com o comandante do Exército. E disse não ter existido qualquer exigência de retificação ou explicação. “Não, exigência nenhuma. Não tem mudança. Pode esclarecer. Hoje [sábado, 8] tomei café com o comandante do Exército. Se ele quiser esclarecer, tudo bem, se ele não quiser, tá resolvido, não tenho que dar satisfação para ninguém de um ato como isso daí. É uma questão de interpretação”, afirmou o presidente, em entrevista a jornalistas. No exercício do cargo de comandante do Exército, Oliveira já atendeu a um interesse direto de Bolsonaro e Braga Netto. Ele aceitou a pressão dos dois e arquivou processo disciplinar aberto para apurar a manifestação política por parte do general da ativa Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde.”

Alguém lembra de alguma blindagem?!

“Entre militares, há uma percepção de que o episódio relacionado às diretrizes para a pandemia indica uma tentativa de distanciamento do bolsonarismo, em um momento de enfraquecimento político do presidente.”

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Nem fodendo!

“Oliveira chegou ao cargo de comandante após a maior crise militar desde a década de 1970. Para ampliar a ingerência e a influência nas Forças Armadas, Bolsonaro demitiu, em março de 2021, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e os três comandantes das Forças. Para o cargo de ministro, o presidente escolheu Braga Netto, um general da reserva alinhado ao bolsonarismo e que vem colocando em prática o plano de Bolsonaro de buscar ter mais ingerência nas Forças. Os comandantes da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Junior, e da Marinha, almirante Almir Garnier, já deram demonstrações públicas de alinhamento ao bolsonarismo. Nem a Aeronáutica nem a Marinha responderam à Folha se os respectivos comandantes editaram diretrizes semelhantes às do Exército para a atual fase da pandemia.”

Sim, os bolsonaristas tão caladinhos… Sempre lembrando que dos comandantes das forças o mais bolsonarista é da Aero9náutica.

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6. 2022

A novela do vice:

“Eu, pra conseguir disputar a eleição, tenho que ter um partido. É a mesma coisa do cara falar: “Ah, o Centrão”. Poxa, vocês votaram num cara que foi do Centrão. Eu fui do PP por muito tempo. Fui do PTB, fui do então PFL. Agora, não quer dizer que todo mundo que está lá sejam pessoas que merecem sere rejeitadas pela sociedade. Tira o pessoal do centro, porque centrão é um nome pejoriativo, e procura o outro lado, é o quê? O PSOL? O PCdoB? O PT? A Rede? [O Globo]

Pejorativo… o filho dele questionava quem ficaria do lado do centrão ou do bolsoanro na hora que o bicho pegasse e agora ele mete essa…

“Durante o período de festas de fim de ano, o presidente abordou mais de uma vez o processo de escolha do vice, e, no dia 6, deu sinais de que as articulações devem ser aceleradas para o anúncio de sua candidatura. Mas foi cauteloso: “Se você anuncia um vice muito cedo, de tal partido, os outros ficam chateados contigo”. O mais provável é que Bolsonaro sugira a uma das siglas do Centrão a filiação de alguém de sua confiança, segundo um líder do governo. Seria um nome novo no partido, em vez de pinçar um dos quadros já filiados à legenda. A aliança já está esboçada, com PL, PP, Republicanos e PTB. A aposta de integrantes do governo é que o PP, o maior dos quatro, fique com a posição de vice, pelo peso do partido em termos de estrutura nacional, tempo de exposição em rádio e TV e verbas dos fundos eleitoral e partidário. “Ninguém sabe (quem será), a não ser o próprio presidente, pois será uma escolha dele”, diz o pastor Marco Feliciano (PL-SP), um dos deputados mais próximos de Bolsonaro. O Republicanos “corre por fora”, segundo um senador governista com acesso às negociações. Em público, a direção do partido, no entanto, procura se desvencilhar do interesse pela vaga, mas nomes de peso já reconheceram que há queixas pelo espaço menor dado até agora à sigla, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. Para dar certo, esse plano deve estar amarrado até o início de abril, a tempo de o escolhido (ou de a escolhida) se filiar com a antecedência exigida pela legislação – seis meses antes do primeiro turno. Se optar por um ministro, ele deverá deixar o cargo no mesmo prazo. Há pelo menos quatro da cozinha de Bolsonaro cotados. Os ministros da Defesa, Walter Braga Netto; das Comunicações, Fabio Faria; da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves; e o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. Só Faria tem mandato de deputado federal e escolheu se filiar ao PP. A tarefa política é considerada por assessores do clã Bolsonaro tão delicada quanto a escolha do partido, marcada por idas e vindas. No mês passado, Bolsonaro falou em ter um vice capaz de agregar votos e disse que o ideal seria “um nordestino ou mineiro”. Também afirmou que estava conversando com possíveis nomes, reservadamente, e trabalhando a opção de “um general de quatro estrelas”. Bolsonaro também emitiu sinais trocados a respeito do atual vice, Hamilton Mourão (PRTB), antes dado como peça descartada. Mourão já se organizava para disputar o Senado, mas o presidente diz agora que ele pode ser o vice novamente. Questionado, Mourão disse que vai aguardar a escolha final do presidente. “Aguardo a decisão dele”, afirmou. Integrantes do núcleo político bolsonarista avaliam que ele deveria optar por alguém que amplie seu espectro de inserção social. Em vez de um militar, um nome vindo de outro segmento da sociedade. O lugar comum é escolher uma mulher, evangélica e nordestina. De fato, ter um general não foi a primeira opção nem em 2018. Bolsonaro chegou a convidar na ocasião o ex-senador e cantor gospel Magno Malta (PL-ES), mas ele declinou. O nome mais especulado nos bastidores da caserna hoje é o ministro Braga Netto, interventor de Bolsonaro, que transmite vontades do presidente à cúpula das Forças Armadas e pressões a outros Poderes, como na ocasião em que ameaçou a realização das eleições, revelado pelo Estadão. O ministro não tem traquejo político, neam boa recepção entre dirigentes partidários. Seria, na visão de militares, alguém leal ao presidente e que poderia blindar um impeachment. Mesmo entre os fardados, Braga Netto não é citado como a primeira opção, seja no oficialato da ativa ou no generalato da reserva. A tese é a de que ele não agrega votos fora da caserna.” [Estadão]

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7. Anvisa

Entrou no podcast de segunda mas não entrou no blog, vai só pra constar e sem muita edição:

“Em relação ao recente questionamento do Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, quanto à vacinação de crianças de 05 a 11 anos, no qual pergunta “Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí?”, o Diretor Presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres, responde: Senhor Presidente, como Oficial General da Marinha do Brasil, servi ao meu país por 32 anos. Pautei minha vida pessoal em austeridade e honra. Honra à minha família que, com dificuldades de todo o tipo, permitiram que eu tivesse acesso à melhor educação possível, para o único filho de uma auxiliar de enfermagem e um ferroviário. Como médico, Senhor Presidente, procurei manter a razão à frente do sentimento. Mas sofri a cada perda, lamentei cada fracasso, e fiz questão de ser eu mesmo, o portador das piores notícias, quando a morte tomou de mim um paciente. Como cristão, Senhor Presidente, busquei cumprir os mandamentos, mesmo tendo eu abraçado a carreira das armas. Nunca levantei falso testemunho. Vou morrer sem conhecer riqueza Senhor Presidente. Mas vou morrer digno. Nunca me apropriei do que não fosse meu e nem pretendo fazer isso, à frente da Anvisa. Prezo muito os valores morais que meus pais praticaram e que pelo exemplo deles eu pude somar ao meu caráter. Se o senhor dispõe de informações que levantem o menor indício de corrupção sobre este brasileiro, não perca tempo nem prevarique, Senhor Presidente. Determine imediata investigação policial sobre a minha pessoa aliás, sobre qualquer um que trabalhe hoje na Anvisa, que com orgulho eu tenho o privilégio de integrar. Agora, se o Senhor não possui tais informações ou indícios, exerça a grandeza que o seu cargo demanda e, pelo Deus que o senhor tanto cita, se retrate. Estamos combatendo o mesmo inimigo e ainda há muita guerra pela frente. Rever uma fala ou um ato errado não diminuirá o senhor em nada. Muito pelo contrário.

Antonio Barra Torres Diretor Presidente – Anvisa
Contra-Almirante RM1 Médico
Marinha do Brasil” [G1]

A opinião sobre a carta tá lá no podcast, é o primeiro episódio de 2022. E Bolsonaro se impressionou com a agressividade alheia.

“Eu me surpreendi com a carta dele. Carta agressiva, não tinha motivo pra aquilo. Eu falei: ‘o que está por trás do que a Anvisa vem fazendo?’. Ninguém acusou ninguém de corrupto, tá? E, por enquanto, eu não tenho o que fazer pra tocante a isso aí .” [Extra]

Colocou o rabinho entre as pernas!

“A Anvisa, ninguém sofre interferência, é um órgão independente, mas acredito que o trabalho poderia ser diferente, né? Agora ele (Barra Torres) pode rebater agora em cima dessa crítica. Quem decide é ele, eu sei que é ele que decide. Eu nomeei pra lá e depois da nomeação ele ganhou aí luz própria, né?… Não tinha conhecimento da vida pregressa do Barra Torres a não ser como militar e nada pesava contra ele. Não tinha convivência com ele. Se tivesse tido convivência, talvez não o indicasse. Não quero dizer com isso nenhuma crítica desabonadora em relação ao Barra Torres, muito pelo contrárioEu não acusei a Annvisa de corrupção, eu perguntei o que está por trás dessa gana, dessa sanha vacinatória. Até porque eu e o governo federal compramos até o momento em torno de quatrocentos milhões de doses de vacina. Mesmo proporcionalmente é um dos países que mais vacinou no mundo, tudo trabalho do governo federal. E eu sempre lutei pela liberdade da pessoa, quem quiser vacina toma, quem não quiser não toma”

E olha que delícia…

“A postura de Antônio Barra Torres em relação a Jair Bolsonaro levou o entorno do presidente a buscar a paternidade da indicação do contra-almirante para a presidência da Anvisa. O caça às bruxas chegou ao chefe de gabinete de Bolsonaro, Célio Faria Júnior, apontado por seus próprios colegas como responsável por estreitar a relação entre o presidente e o contra-almirante.” [O Globo]

Bolsonaro não pode demitir mas…

“Um contra-almirante o chamou para a briga, o desafiou a comprovar o que ele insinua. E Bolsonaro, sempre disposto a uma briga, se escondeu no silêncio. Barra Torres é indemissível. Seu mandato na Anvisa vai até 31 de dezembro de 2024 — dois anos a mais, portanto, que o de Bolsonaro. Bolsonaro pode, no entanto, atrapalhar a vida de Barra Torres se quiser. Pode, por exemplo, contingenciar verbas do orçamento da agência. E, assim, estrangular, o bom funcionamento da Anvisa.” [O Globo]

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8. O fantástico mundo de Moro

Moro escreveu um artigo intitulado SÃO AS INSTITUIÇÕES, ESTÚPIDOS. A caixa alta e o espanto são meus, ele realmente meteu essa, e é fascinante como alguém acha que a solução do Brasil é simples.

“Desde que voltei em definitivo ao Brasil, em novembro de 2021, iniciei uma jornada para elaborar um projeto para o país. Para tanto, convidei especialistas para a construção de um programa. O grupo está sendo coordenado pelo economista Affonso Celso Pastore. Semanalmente, temos nos reunido e conversado sobre diversos temas que passam pela macroeconomia, mas vão muito além.” [Link]

Pelas entrevistas do Moro as conversas são miseráveis, ele é incapaz de esbaçar uma proposta!

Combate à pobreza, educação na primeira infância, políticas de emprego, reforma tributária, saúde na era pós-pandemia, infraestrutura, desenvolvimento sustentável, entre outros. Nessas ocasiões, o grupo recebe convidados ilustres para expor sua visão sobre esses temas, garantindo profundidade e pluralidade.”

Aguarde que vem aí um show de PROFUNDIDADE…

Pastore conhece todo mundo, o que facilita. Claro que um programa de governo não pode ser construído com base apenas na opinião de especialistas. O programa será divulgado ao público e submetido à crítica de todos. É preciso ouvir todas as pessoas para aprimorá-lo. Ninguém melhor do que um trabalhador desempregado para falar sobre o que precisa ser alterado nos programas de reinserção profissional. Ninguém melhor do que um chefe de família para falar sobre a qualidade da educação pública disponibilizada aos seus filhos. Um ponto é pacífico na discussão do programa: ele precisa comprometer-se com a retomada do crescimento econômico. Sem esse compromisso, não há futuro.”

E como virá o crescimento?! Com recessão, claro, o Campos Netto, presidente, do BC, meteu essa no final do ano passado, eu juro!

Sem ele, não há a volta do emprego nem condições de diminuir as desigualdades. A volta do crescimento econômico não pode ser efêmera. Precisa ser duradoura e sustentável. Nada mais negativo do que a alternância de curtos períodos de prosperidade com outros longos de recessão ou de estagnação e que têm sido a tônica do Brasil há muito tempo.”

O que vem MUITO antes do PT, né, Moro?!

Precisamos de um período longo de crescimento contínuo, o que demandará estimular os investimentos e elevar a produtividade, com responsabilidade fiscal e social. Convenço-me, a cada dia mais, da correlação ótima entre o nível de desenvolvimento e a qualidade das instituições. Sem um quadro institucional robusto, o crescimento econômico não ocorrerá ou, quando muito, será esporádico. Para garantir prosperidade, são imprescindíveis a estabilidade e a previsibilidade próprias de países com instituições sólidas.”

Tá preparado para o SHOW DE PROFUNDIDADE?! É pesado…

A diferença entre o Reino Unido e a Somália não reside no tamanho do produto interno bruto ou nas decisões pontuais, certas ou equivocadas, dos seus governantes de momento, mas, sim, na qualidade das instituições de um e outro país.” 

Sim, ele comparou o Reino Unido com a Somália. E o que diferencia um do outro são… as instituições. A história de cada país é irrelevante, e daí que um era colônia e outro um grande colonizador, sugando riquezas de suas colônias, o que permitiu o surgimento de suas instituições?! Isso é detalhe, nota de rodapé…

“Seguindo nossa tradição política ocidental, precisamos fortalecer as instituições próprias das democracias liberais.”

Disse o ex-ministro da justiça do governo Bolsonaro!

Governo de leis, separação de poderes, distinção entre o que é próprio da esfera pública e o que é privado, democracia representativa, combate aos privilégios, incluindo ao patrimonialismo e à corrupção, adoção de políticas inclusivas e de erradicação da pobreza, proteção do livre mercado e incentivo à competição, entre outras.

Na entrevista com o Waack – que infelizmente virou episódio por aqui, é o episódio “dias 1.066 e 1.067 – Moro foi perguntado se esse fim dos privilégios valeria também para os privilégios do ex-judiciário e ao Moro restou dar uma de Rolando Lero, fugindo da pergunta como o diabo da cruz.

A falta de enfoque no fortalecimento das instituições tem sido o principal erro do Brasil nas últimas décadas.”

Sim, “falta de enfoque”, disse o míope.

Sim, decisões econômicas equivocadas comprometeram o crescimento do Brasil, como as que geraram a grande recessão de 2014-2016 ou a estagnação econômica atual. Mas a principal causa do fracasso econômico brasileiro – e esta é mais antiga – consiste na fragilidade de nossas instituições e na sua subordinação ao arbítrio. Esse é um dos motivos pelos quais é certo que um novo e eventual governo Bolsonaro ou um novo e eventual governo Lula estariam fadados ao fracasso na gestão da economia.”

Sim, o problema é a economia!

Ambos estão irremediavelmente comprometidos com o enfraquecimento das instituições, por uma mistura de irracionalismo, patrimonialismo e corrupção, em níveis variados em um e outro caso. Nenhum deles pode oferecer o que o Brasil realmente precisa, a melhoria da qualidade das nossas instituições.”

E quem fará isso é o ex-juiz que teve suas condenações anuladas porque ele DIRIGIU E ORIENTOU A ACUSAÇÃO! E é bom lembrar que Moro, Deltan e cia. só se foderam pra valer por causa da Vaza-jato, não fosse isso boa parte das loucuras ainda estaria de pé.

A economia não depende apenas da infraestrutura física, mas também da infraestrutura intangível, como o compromisso com o império da lei. Sem reformarmos e fortalecermos nossas instituições, seguiremos sem crescimento duradouro ou sustentável. Parafraseando um conhecido slogan eleitoral, eu poderia dizer “são as instituições, estúpido”: nenhuma proposta de governo que ignore essa verdade pode oferecer algo real à população brasileira.”

Reparou que ele escreveu, escreveu e não propôs NADA?!

E ele falando sobre o STF é sempre engraçado:

“​”Infelizmente, alguns tribunais, inclusive o STF, parte dele, têm anulado condenações, não dizendo, porque eles não conseguem, que as pessoas são inocentes, mas dizendo que não podiam ter sido julgados em Curitiba e que o juiz tinha animosidade em relação ao acusado. Fiz meu trabalho aplicando a lei. A anulação da condenação do ex-presidente Lula foi um baita erro Judiciário” [Folha]

Uai, cê não respeita as instituições?!

“Apesar das críticas às decisões, Moro disse que respeita o STF como instituição e teceu elogios ao presidente da corte, ministro Luiz Fux, de quem é próximo. “Tenho grande respeito pelo STF como instituição. O presidente do Supremo é uma grande personalidade e tem um sério compromisso no combate à corrupção.”

O que só corrobora as mensagens da Vaza-Jato e o famoso “in Fux we Trust”

E Moro precisa se descolar do Boslonaro, algo impossível, e aí a gente testemunha pérolas como essa:

“Na quinta, em reunião com empresários, Sergio Moro disse que foi traído por Bolsonaro. A fala se deu durante um encontro em Campina Grande, segunda maior cidade paraibana. “Ele traiu a promessa que ele faz para mim. Ele disse que ninguém iria ser protegido se eu entrasse no governo. Se ele tivesse me falado em 2018 que todo mundo poderia ser investigado menos ele a família dele, eu não teria entrado.”

Moro realmente achou que Bolsonaro diria isso, é duma ingenuidade brutal!

Eu não sou pessoa de vender meus princípios e valores por cargo. Saí desse governo e tenho muito orgulho disso”

Imagine, o sujeito fica mais de um ano num governo com retórica marcadamente fascista e diz que saiu todo orgulhoso e pimpão!

Tenho orgulho de ter aceito o convite para compor o governo porque fui para um projeto. Entendi que meu ciclo como juiz da Lava Jato tinha se encerrado e que eu poderia contribuir muito indo para Brasília. Não só para avançar no combate à corrupção como à criminalidade em outras áreas”, afirmou. “E tenho muito orgulho de ter deixado o governo porque chegou o momento em que me foi colocado que ou eu ficava no governo como ministro e seria cúmplice de coisa errada ou sairia de cabeça erguida. Não entrei no governo pelo cargo, entrei pelo projeto.””

E olha quem coordena sua campanha no Nordeste…

“Na Paraíba, o principal articulador de Sergio Moro é o deputado federal Julian Lemos (PSL), ex-apoiador do presidente Jair Bolsonaro.”

Esse Julian teve três casos de agressões contra 3 mulheres diferentes arquivadas da mesma maneira, deve ser uma terrível coincidência, né, Moro?!

E Moro meteu essa aqui ó:

“Eu entrei no governo até para evitar essas maluquices. Quando entrei, ouvi pessoas dizendo: ‘quem bom que você entrou, vai dar equilíbrio’. Não entrei no governo pelo poder. Se tivesse entrado pelo poder, estaria lá até hoje. Fui por um projeto de combate à corrupção. E isso Bolsonaro não seguiu.”

INACREDITÁVEL! Aqui vou falar pouco mas no podcast de hoje esse tópico tá lá, mais desenvolvido.

“Não existe ninguém acima da lei. Se a gente não der um passo civilizatório, a gente não anda como país. Por que o Brasil não se desenvolve? Por que tem essa percepção de que tem gente acima da lei? Esse desmonte progressivo da Lava Jato é um retrocesso. Como é difícil que pessoas poderosas respondam por seus crimes! Pessoas que foram presidentes. Deputados ricos ou donos de empreiteira. E esse desmonte da Lava Jato é isso. Isso é frustrante para a população brasileira, que é honesta.”

Ora, Lula foi preso, uma série de políticos foram condenados e presos, o problema é que o juiz jogava do lado da acusação, e numa DEMOCRACIA LIBERAL isso é um absurdo!

E o Pastore também não fala nada com nada, escreveu um artigo com dezenas de linhas e um grande NADA!

“O objetivo do programa de governo é a retomada do crescimento econômico.” [Folha]

Bela compreensão do que é um programa de governo…

Pastore também vem com o mesmo papinho de instituições:

“Esse também foi um dos erros do governo do PT. A aposta no capitalismo de compadrio e em um modelo de cooptação de apoio político jamais levaria a um crescimento econômico sustentável. Escolhas políticas erradas aliadas à nova matriz econômica levaram à recessão de 2014 a 2016, da qual ainda não nos recuperamos. É preciso fortalecer as instituições democráticas, que terão que ser respeitadas e aprimoradas, como o fim da reeleição para cargos executivos, eliminação de privilégios e a reforma do Judiciário.”

O PT que respeitou as listas tríplices?! Que chegou a ser elogiado por figuras insuspeitas como Moro, Deltan e Carlos Fernando por possibilitar a independência dos órgão de controle e possibilitar o surgimento da LJ?! Ora, se os poderosos foram condenados foi porque o governo do PT deu autonomia aos órgãos de controle, as instituições puderam funcionar livremente!

Olha ele em 28 de dezembro do ano passado:

“Como é que a gente pode defender um governo desse? Com pessoas [com fome] da fila de ossos, um governo que foi negligente com as vacinas, um governo que ofende as pessoas, um governo que desmantelou o combate a corrupção. Tudo isso por medo do quê? Do PT? Não. Tem gente que combateu o PT na história de uma maneira muito mais efetiva, muito mais eficaz. A Lava Jato”[Folha]

E como os procuradores conseguiram punir os poderosos?! Mais Moro, dessa vez em abril de 2020:

“É certo que o governo na época tinha inúmeros defeitos, aqueles crimes gigantescos de corrupção que aconteceram naquela época, mas foi fundamental a manutenção da Polícia Federal para que fosse feito o bom trabalho, seja de bom grado ou por pressão da sociedade, mas isso (a autonomia) foi mantido” [Correio Braziliense]

Ora, se a solução é fortalecer as instituições quem fez isso na história recente foi o PT, ao respeitar listas tríplices e dar liberdade aos órgãos de controle!

Mas voltemos ao Pastore, que reseevou cinco linhas pra falar de infra-estrutura!

“Outro exemplo está no campo da infraestrutura, que é complexo e requer uma análise isolada e profunda, mas que deverá ser realizado em grande parte pelo setor privado, na forma de concessões. Aqui serão fundamentais aperfeiçoamentos regulatórios, objetivando elevar a segurança jurídica e incrementar a competição.”

Um grande NADA!

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9. Olha o editorialista do Estadão de novo…

O título do editorial é: “O PT não sabe o que é cidadania”. Curioso fui ler o sub-título pra entender a parte da cidadania e me deparei com “Sem propor caminhos para o desenvolvimento econômico e social, partido ataca um dos principais avanços obtidos nos últimos anos: a reforma trabalhista aprovada em 2017”. Sim, eles relacionaram CIDADANIA à reforma trabalhista: Essa reforma aqui o:

“O ex-presidente Michel Temer afirmou que ministros do seu governo superestimaram os números de geração de emprego na propaganda que embasou a reforma trabalhista, aprovada no governo dele, em 2017. A fala se deu em uma live promovida pelo programa Violações e Retrocessos, coordenado pelos acadêmicos de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR), nesta segunda-feira (13) – dia em que a sanção do projeto completou três anos. Um dos entrevistadores, o advogado Ramon Bentivenha, questionou Temer sobre o tema. Ele lembrou que o então ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, havia estimado a geração de 6 milhões de empregos a partir da aprovação da reforma. Já Ronaldo Nogueira, que ocupava o Ministério do Trabalho, citou que ao menos 2 milhões de vagas seriam criadas em dois anos. “Quero concordar com a sua afirmação […] de que o nosso ministro Meirelles e Ronaldo Nogueira exageraram nas suas previsões. Eles estavam pautados pela ideia, que na verdade é muito comum aqui no Brasil, que é o seguinte: quando você produz uma lei no Brasil, no dia seguinte, o céu é azul, você não tem desemprego, você não tem insegurança”, disse Temer. O ex-presidente afirmou também que a reforma não tirou direitos dos trabalhadores, apenas “modernizou” as relações com empregadores. Destacou ainda que houve uma “paralisação” no desemprego com a aprovação das mudanças e crescimento do trabalho informal. “Não havia como não modernizar as relações trabalhistas. O que fizemos foi flexibilizar o contrato de trabalho, porque na minha cabeça estava o seguinte: é melhor você arrumar trabalho flexível do que não ter o emprego. […] Se você me perguntar, você faria o mesmo? Eu faria o mesmo”, afirmou Temer. O ex-presidente ainda acrescentou que possui convicção de que seu governo fez o melhor para o momento. “Muitas vezes você pode ter equívocos, o próprio projeto de lei, a lei editada, tem um ou outro equívoco, que você vai melhorando ao longo do tempo, isso tem que ser feito. […] O que era preciso, sim, uma certa coragem, para reforma o país”, concluiu.” [Folha]

]Sim, até o Temer fala em PROPAGANDA ENGANOSA e o editorialista do Estadão vem dizer que a reforma que vendeu terreno na lua é a prpria CIDADANIA em pessoa?! Mas calma, continuemos no mea culpa do Temer, que não agradou o Meirelles:

“Procurado, o atual secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, afirmou em nota à Folha que qualquer conclusão agora é “precipitada e prematura”, já que as estimativas de aumento de emprego foram baseadas na experiência internacional de países que fizeram a reforma “em uma economia crescendo no seu potencial – o que não é o caso hoje”. Meirelles destacou que uma reforma apenas não seria capaz de solucionar todos os problemas do país, mas reafirmou que, em condições normais, as mudanças podem produzir bons efeitos. “As condições macroeconômicas vigentes desde a aprovação da reforma não permitiram ainda que o Brasil obtenha os ganhos que a nova legislação trabalhista é capaz de produzir”, disse.”

Agora sim voltemos ao editorial:

“O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem mostrado que o PT não deseja lidar com seu passado. Não aprendeu com os escândalos de corrupção dos governos petistas – o mensalão e o petrolão seriam mera invenção da oposição –, tampouco com os erros da política econômica lulopetista. Nesse diapasão, a gestão de Dilma Rousseff é ignorada pelo discurso do partido. É como se não tivesse existido, tal como não teriam existido o mensalão e o petrolão. Tudo seria intriga da oposição. Mas a tática do PT não se resume a tentar esquecer o passado, como se agora as propostas para o futuro fossem diferentes. Lula tem deixado claro que segue com as mesmas ideias equivocadas para o País. Sem nenhum rubor, explicita que parou no tempo, incapaz de reconhecer não apenas os erros lulopetistas, mas a própria realidade.” [Estadão]

O editorialista votou no sujeito que louva torturadr e vem dizer que os outros pararam no tempo!

“Recentemente, Lula e a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defenderam a revisão da reforma trabalhista aprovada pelo Congresso durante o governo de Michel Temer. A atitude lulopetista chega a ser perversa com a população.”

Sim, PERVERSA!

” Além de não propor caminhos para o desenvolvimento econômico e social do País, o PT ataca um dos principais avanços obtidos nos últimos anos. Trata-se de explícita defesa do retrocesso.”

RETROCESSO

“A reforma trabalhista do governo de Michel Temer é um marco jurídico sofisticado, de raro equilíbrio social e econômico.”

boulos

E aqui passo ao Boulos:

“Os números, meus caros, não costumam mentir. A promessa de gerar 2 milhões de empregos até 2019 virou pó. O discurso de redução da informalidade foi desmentido de forma dramática: de 37,3 milhões de trabalhadores em 2017 para 39,3 em 2019. A falsa oposição entre empregos e direitos, vendida a pessoas em desespero, levou a mais desemprego e menos direitos. Se isso é a “modernização”, chegou a hora de repensar os rumos que estamos seguindo.” [Folha]

Voltemos ao miserável editorial:

“Regular acertadamente as relações de trabalho é um dos grandes desafios do mundo contemporâneo, tanto pelas inovações tecnológicas que transformam continuamente o mercado de trabalho como pelas mudanças da própria população, com o aumento da expectativa de vida, o novo enquadramento das funções sociais do homem e da mulher na família e no ambiente de trabalho, etc. Além disso, o tema trabalhista tinha no País contornos especialmente dramáticos, por força de um desequilíbrio interpretativo que se foi instaurando na aplicação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Pois bem, a Lei 13.467/2017 foi capaz de atualizar a legislação trabalhista, desfazendo rigidezes e promovendo novos equilíbrios, sem eliminar direitos dos trabalhadores. A reforma trabalhista aprovada pelo Congresso em 2017 não guarda nenhuma simetria com as ideias simplistas (e equivocadas) do governo Bolsonaro, que vê nos direitos trabalhistas apenas entraves a serem removidos o mais depressa possível. Capitaneada por Paulo Guedes, a proposta do governo federal revela uma brutalidade darwinista e uma profunda limitação de visão, com um diagnóstico binário sobre as relações de trabalho. Fruto de longo trabalho de estudo e negociação no Congresso, a Lei 13.467/2017 tem outra sistemática e outra proposta. Sem extinguir direitos, proporcionou mais liberdade e flexibilidade nas relações de trabalho, além de ter removido algumas excrescências do sistema jurídico nacional, como era o caso da contribuição sindical obrigatória.”

Sim, EXCREÇÃO. E olha esse raciocínio aqui:

“A resistência de Lula à reforma trabalhista de 2017 não é, portanto, um aspecto acidental, uma incompreensão pontual, por assim dizer. Ela expõe, uma vez mais, a grande fissura que sempre existiu entre o discurso do PT em defesa dos direitos dos trabalhadores e a realidade da legenda, que desde suas origens priorizou os interesses dos sindicatos e das lideranças sindicais. Não há como tapar o sol com a peneira. Quem está verdadeiramente do lado dos trabalhadores não pode ser contrário ao fim da obrigatoriedade da contribuição sindical. Assim como todo o Direito, a legislação trabalhista deve proporcionar, por meio de uma regulação adequada das relações sociais, autonomia e liberdade. Não é barbárie ou anarquia, como também não é cabresto ou sujeição. Essa dimensão de cidadania não faz parte da história do PT e, pelo visto, nem do seu futuro. Lula continua o mesmo de sempre.”

Vamos à fala do petista

A indicação do PT de que pode imitar a Espanha e desfazer a reforma trabalhista no Brasil não é a única revisão de medida econômica que o partido discute adotar caso volte ao poder. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e importantes integrantes da legenda também avaliam atuar para reverter outras propostas aprovadas nos governos de Michel Temer e Jair Bolsonaro, como o programa de privatizações de estatais – que pouco avançou – e o teto de gastos, principal âncora fiscal da economia..” [Estadão]

E tão errados?! Não tão!

“Uma ala do partido defende incluir na lista do “revogaço petista” a autonomia do Banco Central, aprovado no ano passado pelo Congresso, mas essa discussão ainda está num estágio menos amadurecido.”

Quando Bolsonaro fazia revogaço o pessoal adorava, eu lembro…

“Líder nas pesquisas de intenção de votos, Lula já tem dado sinais claros de que pretende mudar a orientação liberal que foi dada pelos governos Temer e Bolsonaro. O primeiro movimento claro foi feito em relação a uma revisão da reforma trabalhista, aproveitando o que vem sendo feito nesse sentido pelo governo da Espanha. “É importante que os brasileiros acompanhem de perto o que está acontecendo na reforma trabalhista da Espanha, onde o presidente Pedro Sanchez está trabalhando para recuperar direitos dos trabalhadores”, escreveu Lula nas suas redes sociais, colocando na rua o debate em torno da revisão de medidas liberais. O presidente da Espanha, Pedro Sánchez, agradeceu Lula pela sua postagem nesta quinta-feira, 6. “Obrigado, Lula, por reconhecer este novo modelo de legislação trabalhista que vai garantir os direitos de todos”, declarou Sánchez no Twitter.”

Esse é o retrocesso, editorialista do Estadão?! O Mathias Alencastro escreveu sobre a reforma espanhola:

As declarações de Lula exaltando a nova reforma trabalhista da Espanha pautaram o debate político na semana passada. Pouco ou nada foi feito, no entanto, para entender a experiência histórica a que ele está se referindo. O modelo de governança da Espanha democrática, baseado na competição entre as regiões, com forte autonomia financeira, e o Estado central, que administra os fundos europeus destinados ao país, desmoronou depois do colapso financeiro de 2008. Eleito em 2011, no auge da crise da dívida na Europa, o governo conservador de Mariano Rajoy usou os números dramáticos do desemprego entre os jovens, que chegou a 46% naquele ano, para justificar uma das reformas trabalhistas mais rigorosas do continente. Foram os assalariados transformados em precários na era Rajoy que ajudaram a fortalecer o esquerdista Podemos a partir de 2014. Depois de várias tentativas frustradas de chegar ao poder sozinho, o Podemos aceitou, em 2019, formar uma coalizão com os socialistas. Dos cinco ministros que o partido indicou para o governo de Pedro Sánchez, a que mais se destacou foi a ministra do Trabalho Yolanda Díaz. Filha de militantes antifranquistas, a advogada trabalhista se transformou numa decidida organizadora de reformas. Ganhou protagonismo nacional a partir de 2020, quando se tornou responsável pelos mecanismos de proteção das empresas e dos trabalhadores durante a crise sanitária. Entre outros sucessos, negociou, no começo do ano passado, a lei Rider, que aboliu a servidão digital ao estabelecer o vínculo empregatício entre trabalhadores e aplicativos de entrega. A nova lei trabalhista, que tem como ponto forte a redução de empregos temporários, será um marco em sua carreira.” [Folha]

Se alguém aha que entregador de iffood não deve ter direito algum eu não sei é mais de nada…

“Díaz mostrou que a diferença entre revogar, rever e contrarreformar não é apenas semântica. Ela insistiu na necessidade de criar uma lei a partir do zero para enfrentar os desafios do mercado de trabalho pós-pandemia. Seu estilo ambicioso incomodou os correligionários do Podemos, do qual ela se desfiliou, e dos socialistas, mais interessados em se acomodarem com uma simples revisão da lei existente. Hoje, empresários e sindicatos na Europa reconhecem que o método Díaz é muito mais efetivo do que o de Emmanuel Macron, que desencadeou os coletes amarelos, a maior revolta popular da França desde 1968, na sua primeira tentativa de reformar o país. Política mais popular da Espanha desde 2020, Díaz está articulando uma nova coalizão da esquerda e é vista como sucessora de Sánchez no governo. Não faltam paralelos entre a experiência brasileira e espanhola. Ambas as reformas trabalhistas foram realizadas em períodos de baixa intensidade democrática, sob a tutela do FMI na Espanha e, no caso brasileiro, por iniciativa de um governo nascido de um impeachment escabroso. A situação dramática dos milhões de trabalhadores por aplicativo, explorados por algoritmos e abandonados pelo Estado, obriga os governos progressistas a repensarem o mercado de trabalho. Mas mais do que o resultado final da obra de Díaz, é o método posto em prática por ela que deve servir de inspiração. Sua trajetória mostra que a esquerda moderna e unida domina como nenhum outro campo ideológico a arte da reforma econômica.”

Voltemos à matéria:

“A discussão é polêmica e provocou reações contrárias. O deputado licenciado Rodrigo Maia (sem partido-RJ), que presidiu a Câmara durante a votação da reforma trabalhista, avaliou que o ponto que gera esse interesse de rever a medida está na discussão sobre a volta de financiamento dos sindicatos, que historicamente formam a base de apoio do PT. “Ao mesmo tempo que defendem revogar a reforma trabalhista daqui, defendem o modelo econômico da China, que não dá direito nenhum aos trabalhadores”, afirmou Maia.”

Caralho, quem defende o modelo econômico chinês?! Quem propõe o fim dos direitos é a direita, porra!

“Na discussão sobre a autonomia do Banco Central, a bancada do PT na Câmara defende a revisão da medida. Mas setores importantes do partido avaliam que a discussão pode ser sensível demais. Para o deputado Carlos Zarattini (SP), a aprovação da autonomia do BC foi um erro porque pode deixar o presidente “de mãos amarradas”. “Sou a favor da revisão. A gente não pode ter o presidente da República de mãos atadas. O Lula nunca interferiu na política do Banco Central nos oito anos que ficou lá, mas o Henrique Meirelles também nunca fez uma política antagônica à política de crescimento econômico. Só que pela forma que o atual presidente do BC atua, vai ser difícil. Porque ele não leva em conta a conjuntura do País e vai ficar no cargo mais dois anos”, disse o parlamentar. Conselheiros econômicos do ex-presidente, como o ex-prefeito Fernando Haddad, também já deram declarações no mesmo sentido.”

O próprio Bolsonaro ou algum general (minha memória me falha) já apontou isso aí.

“Na revisão do teto de gastos, a discussão também está bastante avançada. Até porque o atual governo já avançou nessa regra no ano passado ao mudar a forma de cálculo, abrindo margem para poder gastar mais neste ano.“O governo deve coordenar um ambicioso plano de investimentos públicos e privados, gerando muitos empregos! Tchau teto dos gastos, totalmente desmoralizado por Bolsonaro. A política fiscal tem de servir aos interesses do país e do povo”, afirmou a presidente do partido, deputada Gleisi Hoffmann (PR), em postagem no Twitter.”

Porra, o Braisl num buraco, economicamente fodido, como alguém acha que vai resolver com teto de gastos?!

Passemos ao Alckmin:

“Em café da manhã nesta segunda-feira (10) com o presidente nacional do Solidariedade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva (SP), “Paulinho da Força”, Alckmin pediu informações sobre a revogação de pontos da reforma trabalhista na Espanha e quis saber a opinião das centrais sindicais sobre o tema. Segundo Paulinho, Alckmin disse que há apreensão no mercado sobre a possibilidade de revisão da reforma trabalhista conduzida pelo ex-presidente Michel Temer (MDB). O ex-governador também pediu que o deputado lhe encaminhasse material sobre o assunto, como suas sugestões de emendas. Na conversa, Paulinho oficializou o convite para que Alckmin se filie ao Solidariedade, onde, segundo o presidente do partido, o ex-tucano teria total liberdade e poderia compor a chapa com Lula. A percepção de interlocutores de Alckmin é a de que ele abandonou de vez a ideia de concorrer ao Governo de São Paulo e tem mirado no plano nacional, falando de questões federais, como desemprego e isolamento em relação a outros países. Ainda de acordo com Paulinho, o entendimento de Alckmin é o de que a chamada terceira via não tem chances na eleição —que deve ser decidida entre Lula e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Com Alckmin vice, a vitória petista poderia vir no primeiro turno na avaliação dos aliados do ex-governador.” [Folha]

E faz tempo que não levo Paulinho da Força a sério:

“Em resposta, o ex-presidente da Força Sindical afirmou que as centrais não defendem a revogação da reforma, mas a regulamentação da possibilidade de fixação, em assembleia, do valor de contribuição sindical por categoria. Para Paulinho, deveria haver liberdade de negociação entre os sindicatos e representações patronais —o valor da contribuição seria estabelecido em assembleias. “Revogar a reforma não nos agrada, achamos que não é necessário”, afirmou”

Que miserável…

“Era de um otimismo absurdo achar que a reforma criaria uma explosão de novos empregos. O Brasil tinha vindo de uma crise grande em 2015 e 2016, e o governo sabia que o mercado de trabalho não estava bombando”, diz o economista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) João Sabóia. Ele lembra que 2018 e 2019 foram anos de crescimento pequeno do PIB (Produto Interno Bruto) —ambos na casa de 1%—, o que trouxe dificuldade para o mercado de trabalho. “A economia tem tido desempenho nada brilhante, o que se reflete em uma recuperação lenta do mercado de trabalho.” [Folha]

E olha o naipe dos defensores:

“Defensor das mudanças na CLT, o economista Bruno Ottoni, da IDados, avalia que é injusto atribuir os problemas atuais do mercado trabalho à reforma.”

É mole?!

“Ele lembra que o texto foi bombardeado por instituições e órgãos, que criaram um ambiente de insegurança. O empregador, muitas vezes, ficou receoso de agir conforme a nova legislação, diz Ottoni. “Quando o tempo foi passando e as novas modalidades de trabalho iam se consolidar, veio a pandemia. A gente sabe que ela foi horrível para o mercado de trabalho, mas quanto ele teria sofrido sem a reforma? Também é difícil avaliar se a promessa de redução da informalidade se cumpriu até onde a influência da reforma poderia ir.””

Voltemos ao teto de gastos:

“O ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, indicado pela presidência da Fundação Perseu Abramo (do PT) para falar sobre o assunto representando o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (embora ressalte não falar por Lula), diz à Folha que a regra atual traz prejuízos ao país e que é preciso uma meta de gastos mais flexível e transparente. Barbosa, que também é colunista da Folha, propõe um limite de gasto a ser definido pelo governo eleito em cada início de mandato e que seja atrelado ao PIB (Produto Interno Bruto) –em vez da regra existente hoje, que congela as despesas a longo prazo independentemente das condições da economia..” [Folha]

O que não faz o menor sentido, convenhamos!

“Além disso, defende haver limites separados de gastos correntes (o que inclui salários de servidores e gastos para o funcionamento da máquina pública) e de investimentos (como obras públicas de infraestrutura, por exemplo).”

Vamos às aspas do Barbosa:

“Esse é um espantalho que se cria, é um terrorismo fiscal. A discussão não é tirar o teto para não colocar nada no lugar. O que se está debatendo é qual a nova regra fiscal —que deve ser uma meta de gasto, não essa regra oportunista e irresponsável feita pelo [então presidente, Michel] Temer e mantida pelo [presidente Jair] Bolsonaro. Porque você precisa ter uma âncora para as expectativas. Não se substitui uma âncora por nada. O que se discute no PT e em outros lugares é qual a nova regra fiscal. Quando ele mandar o Orçamento [ao Congresso], vai dizer que o tamanho do Estado é X, isso demanda uma arrecadação Y, vai gerar uma trajetória de dívida que vai ser ascendente, descendente ou estável… Você tem que dar uma ancoragem.  PT já apresentou em 2020 [no Congresso] uma regra para 2023. Ali se propôs que o governo teria uma meta de gasto anunciada no início de cada mandato, com meta tanto para a despesa global como também para metas individualizadas –tendo meta de investimento público, de gasto com pessoal, de despesas per capita de saúde, de despesa por aluno em educação, e também com sustentabilidade ambiental. Defendo que tenha uma meta de gastos com tratamento diferenciado para despesa corrente e para investimento, que também teria um limite.”

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10. Refis

Nem vou entrar no mérito da questão mas é impresisonante como Bolsonaro sempre culpa o risco de ficar inelegível por suas decisões:

“O medo de esbarrar nas vedações da lei eleitoral levou o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (7) a recuar e vetar integralmente o projeto de lei que abriria uma renegociação de dívidas (Refis) com empresas do Simples Nacional e MEIs (microempreendedores individuais). A jurisprudência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é controversa sobre o tema, e a equipe jurídica aconselhou o presidente a não arriscar ficar inelegível no ano em que buscará novo mandato. O veto, porém, causou irritação no Congresso Nacional, que já articula a sua derrubada. Oficialmente, a justificativa do governo para barrar a lei foi a ausência de previsão da renúncia fiscal no Orçamento de 2022, bem como de medidas de compensação —como aumento de tributos. Trata-se de uma exigência da LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal). O Ministério da Economia de fato apontou esses obstáculos técnicos, mas Bolsonaro chegou a sinalizar em sua live que buscaria uma solução para o impasse fiscal. Os técnicos da área econômica apontaram as saídas para compensar a renúncia, que seria de R$ 200 milhões com a adoção de um veto parcial, para excluir apenas empresas que tiveram ganho de faturamento mesmo com a crise. Na última hora, porém, o presidente foi advertido do risco de violar a lei eleitoral, segundo relataram à Folha interlocutores do Palácio do Planalto e do Ministério da Economia. O parágrafo 10º do artigo 73 da lei diz que, no ano das eleições, é proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, exceto em casos de calamidade, emergência ou de programas que já estejam em execução. O entendimento da área jurídica do governo foi o de que a implementação de um novo Refis em ano eleitoral poderia se enquadrar no dispositivo, abrindo margem a questionamentos legais. Na visão de fontes do governo, caso a tese prevaleça, isso poderia inviabilizar até mesmo o Refis de grandes empresas, que ainda será apreciado pelo Congresso Nacional neste ano.” [Folha]

E dessa vez a justficativa parece ser plausível, mas o governo trabalhou por isso e só descobriu ess pequenino detalhe agora, depois de Bolsoanro prometer publicamente.

“Nas reuniões sobre o tema que ocorreram na noite de quinta-feira (6), foi citado um voto do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello. Em 2011, um julgamento relatado pelo ministro no TSE apontou que a concessão de benefício por meio de Refis em ano de eleições violava a lei. “Respondo à consulta consignando não só a impossibilidade e implemento de benefício tributário previsto em lei no ano das eleições como também de encaminhamento de lei com essa finalidade em tal período”, disse o relatório da época. Em 2015, outro julgamento da corte eleitoral apontou que a violação ou não da lei eleitoral depende do caso concreto. Já em 2018, uma decisão do TSE afastou a incidência do artigo que proíbe concessão de benefícios em um julgamento sobre Refis no estado da Paraíba. Segundo um técnico ouvido pela reportagem, como há uma incerteza e insegurança jurídica ainda em relação ao tema, não seria apropriado cravar isso na justificativa do veto. No entanto, a discussão eleitoral foi o que motivou a mudança de última hora na decisão de Bolsonaro. A avaliação nos bastidores é que o melhor seria adotar uma postura conservadora, para evitar dor de cabeça futura. Apesar disso, o tema não é consenso sequer entre os técnicos do governo. Há quem avalie que o Refis não se enquadra no caso da lei eleitoral porque não se trata de uma distribuição gratuita —as empresas fazem um pagamento inicial para ingressar no programa. O veto causou insatisfação no Congresso Nacional, onde lideranças já articulam a sua derrubada. Parlamentares apontam que o governo teve participação na elaboração do projeto e também ao longo da tramitação. A proposta é de autoria do senador Jorginho Mello (PL-SC), que é vice-líder do governo no Congresso. O relator do projeto no Senado foi o então líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) —que deixou o posto em dezembro. Lideranças do governo afirmam que o presidente se viu obrigado a vetar a proposta, mas que há espaço para negociar uma solução que beneficie essas empresas. “O presidente ficou impedido de sancionar, mas não de negociar. Pode ser feito um esforço para liberar essa questão em outras condições”, afirma o líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO). “A mesma energia que vai ser destinada para derrubar o veto pode ser usada para se buscar um acordo”, diz.”

E se o governo tivesse aprovado ano passado não haveria problema algum, o que mostra que a lei é esquistíssima, já que o benefício seria em ano eleitoral:

“A iniciativa para a derrubada começou ainda nesta sexta-feira (7), instantes após o veto. Uma liderança partidária governista aponta que houve uma “lambança” por parte do governo, que teria deixado de sancionar o projeto de lei até 31 de dezembro, o que evitaria o temor de crime eleitoral. Mesmo trabalhando pela derrubada do veto, os parlamentares apontam que ele pode ser tardio, uma vez que aconteceria apenas após o fim do recesso parlamentar, em fevereiro. Eles apontam que o prazo para empresas optarem pelo regime do Simples Nacional termina em 31 de janeiro, e muitas não poderão fazer a opção por terem débitos tributários. “O governo inicia o ano com uma ducha de água gelada nas pequenas e médias empresas, condenando milhares ao fechamento agora no dia 30 de janeiro”, afirma o deputado federal Marco Bertaiolli (PSD-SP), que foi relator do projeto na Câmara dos Deputados e é coordenador-geral da Frente Parlamentar do Empreendedorismo. “Trata-se de um projeto aprovado em sintonia com o governo, com a equipe econômica. É inadmissível romper um acordo feito em dezembro e propor esse veto integral”, completou.”

Como são burros… E aí os beócios teriam que estender a data do Simples!

“Interlocutores no Ministério da Economia afirmam que uma possível solução para amenizar os efeitos do veto é prorrogar o prazo para ​as empresas optarem pelo Simples Nacional, dando tempo para que elas façam a inscrição do pedido de parcelamento de dívidas, evitando sua exclusão do regime tributário simplificado. Um prazo maior —auxiliares falam em 30 de maio— daria tempo para que Congresso e governo tentassem encontrar uma saída para o imbróglio criado. Caso o Congresso derrube o veto, fontes da área econômica afirmam que será necessário compensar o impacto do projeto. A renúncia total é estimada em R$ 600 milhões, considerando o restabelecimento do texto integral. Ainda não há consenso sobre como ficaria a questão eleitoral.”

E a gambiarra da vez foi essa aqui ó:

“A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) anunciou nesta terça-feira, 11, dois programas para regularizar dívidas de empresas do Simples Nacional. As medidas são uma resposta do governo federal, que vetou o Refis (parcelamento de débitos tributários) às pequenas empresas, aprovado pelo Congresso Nacional, e foram publicadas em edição extra do Diário Oficial da União (DOU). De acordo com a PGFN, são dois os novos programas anunciados hoje: Programa de Regularização do Simples Nacional e Transação do Contencioso de Pequeno Valor do Simples Nacional…. Na avaliação da advogada Thais Veiga Shingai, sócia da área tributária de Mannrich e Vasconcelos Advogados, as medidas anunciadas pelo governo mitigam preocupações de pequenas empresas, mas são menos abrangentes quando comparadas ao Refis. “Não resolvem o problema por completo, pois de fato englobam somente os débitos inscritos em dívida ativa”, disse a advogada. Isso porque para aderir ao Simples Nacional, as empresas também precisam ter sua situação fiscal em conformidade com a Receita Federal, nas dívidas ainda não inscritas. “O Refis vetado era mais abrangente, permitindo a regularização de todos os débitos existentes junto à União e relacionados ao Simples Naciona”, explicou.” [Estadão]

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11. Economia

“Um dos maiores fundos de investimento do mundo não bota mais um centavo no Brasil no governo Bolsonaro. Em uma conversa com empresários brasileiros, o head da América Latina da BlackRock, Dominik Rohe, afirmou que o fundo só voltará a investir no país com a mudança de governo, possivelmente no ano que vem. Ele pautou sua fala no negacionismo do presidente Jair Bolsonaro, no cenário de juros e inflação altos e no que classificou como um excesso de promessas, sem qualquer retorno, por parte do ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, Guedes promete demais e entrega de menos. Rohe não crê no andamento de qualquer projeto do ministro neste ano.” [Veja]

Por que será?!

“A inflação fechou o ano de 2021 em 10,06%, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo IBGE. É a maior alta em seis anos, quando chegou a 10,67% em 2015, no governo Dilma. O mês de dezembro, porém, foi marcado por uma desaceleração no indicador, sobretudo dos preços dos combustíveis, que pressionaram o IPCA ao longo do ano. Na variação mensal, a inflação subiu 0,73%, ante 0,95% em novembro.. Apesar do arrefecimento no fim do ano, a inflação oficial do país encerrou 2021 bem acima da meta estabelecida pelo Banco Central (3,75%) que contava com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p) para cima ou para baixo, ou seja de 2,25% a 5,25%. O resultado veio acima do esperado. A expectiva dos especialistas ouvidos pela Reuters era que a inflação encerrasse o ano em 9,97%.. Os principais vilões da inflação este ano foram energia elétrica, combustíveis e alimentos. O grupo Transportes subiu 21,03% no ano, seguido da Habitação (13,05%) e Alimentação e bebidas (7,94%). Juntos, os três grupos responderam por cerca de 79% do IPCA de 2021.” [O Globo]

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Bia Kicis confessa ter divulgado dados pessoais de médicos que defendem a imunização infantil
“Antes da audiência, os médicos entregaram ao ministério as chamadas “declarações de conflito de interesses”, uma praxe no meio acadêmico, em publicações científicas, consultorias, audiências públicas. Os profissionais indicam para quais empresas já prestaram serviços e, via de regra, as declarações são tornadas públicas. O problema é que foram vazadas fotos dessas declarações na íntegra, com os dados pessoais dos médicos – CPF, e-mail, celular -,o que é irregular. A deputada bolsonarista Bia Kicis, do PSL, que participou da audiência com mais três indicados por ela para argumentar contra a vacinação infantil, admitiu que compartilhou as declarações em um grupo de WhatsApp. A deputada, que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, disse ao jornal que compartilhou em um grupo de ‘zap’ de médicos. Quando avisaram no Ministério da Saúde que alguém havia postado, ela pediu imediatamente que quem o fez removesse. Mas o ministério informou que os documentos iriam para o site. Por isso, entendeu que eram públicos. Um dos médicos prejudicados disse que o vazamento foi ainda durante a audiência pública e que, logo depois, os três começaram a receber, em seus perfis nas redes sociais, agressões, ataques intimidatórios e ameaças de grupos radicais antivacina.”

Bia Kicis confessa ter divulgado dados pessoais de médicos que defendem a imunização infantil
“Antes da audiência, os médicos entregaram ao ministério as chamadas “declarações de conflito de interesses”, uma praxe no meio acadêmico, em publicações científicas, consultorias, audiências públicas. Os profissionais indicam para quais empresas já prestaram serviços e, via de regra, as declarações são tornadas públicas. O problema é que foram vazadas fotos dessas declarações na íntegra, com os dados pessoais dos médicos – CPF, e-mail, celular -,o que é irregular. A deputada bolsonarista Bia Kicis, do PSL, que participou da audiência com mais três indicados por ela para argumentar contra a vacinação infantil, admitiu que compartilhou as declarações em um grupo de WhatsApp. A deputada, que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, disse ao jornal que compartilhou em um grupo de ‘zap’ de médicos. Quando avisaram no Ministério da Saúde que alguém havia postado, ela pediu imediatamente que quem o fez removesse. Mas o ministério informou que os documentos iriam para o site. Por isso, entendeu que eram públicos. Um dos médicos prejudicados disse que o vazamento foi ainda durante a audiência pública e que, logo depois, os três começaram a receber, em seus perfis nas redes sociais, agressões, ataques intimidatórios e ameaças de grupos radicais antivacina.”

Líderes do centrão defendem chapa de Tarcísio com Janaina Paschoal em SP
“Líderes do centrão próximos de Jair Bolsonaro (PL) defendem a presença da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) na chapa que será encabeçada pelo ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) em São Paulo. Esta possibilidade não é rechaçada pelo próprio auxiliar de Jair Bolsonaro —pelo contrário. Nos últimos dias, o titular da Infraestrutura disse a pessoas próximas que a vê como potencial candidata ao Senado. O ministro chegou a dizer à própria Janaina no ano passado que seria até uma possibilidade tê-la como candidata a vice ou a senadora na chapa. Dirigentes de partidos do centrão que fazem parte do entorno do presidente também defendem Janaina na composição com Tarcísio no palanque bolsonarista em São Paulo. A avaliação é que, por ser mulher e ter tido apoio expressivo no estado em 2018, agregaria mais ao ministro eleitoralmente. Os 2 milhões de votos que conquistou garantiram-lhe a condição de deputada estadual mais bem votada em São Paulo, e a convicção de que, para um mandato de deputada federal, também poderia ser eleita. A deputada está hoje filiada ao PSL, que anunciou fusão com o DEM para formar o União Brasil. A parlamentar aguarda homologação do novo partido para deixar a legenda, que deve apoiar Sergio Moro na eleição presidencial. Hoje as conversas de Janaina estão mais adiantas com o PRTB de Hamilton Mourão. A deputada quer liberdade para montar chapa. Na segunda-feira (10), terá conversa com dirigentes para discutir uma eventual filiação. A aproximação de Janaina com Tarcísio começou no final do segundo semestre do ano passado. A autora do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) procurou o ministro em setembro se apresentando e dizendo que, caso ele pretenda disputar o governo do estado, precisaria de um paulista como vice e que ela poderia ajudar a pensar em alguém. Desde então, começaram a conversar. No final de novembro, tiveram o primeiro encontro na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). A interlocutores, Janaina saiu dizendo que estaria encantada, e que seu voto era dele. À Folha a deputada estadual confirmou: “A palavra que eu uso para você é esta: encantada. Fiquei encantada, entendeu? Vou trabalhar para este homem ser o nosso governador”. ​Janaina também confirmou que a hipótese de vice foi ventilada, mas disse achar que pode “fazer mais” como senadora. “Quero pôr meu nome à disposição do estado. Entendo que tenho formação jurídica para estar no Senado, uma Casa que requer mais densidade. Tenho pré-requisitos para ser uma excelente senadora, o que não significa que eu vá ganhar”, disse a deputada, que foi professora licenciada de direito da USP (Universidade de São Paulo).”

Governo deve perder presidência da CCJ da Câmara, posto crucial para a agenda de Bolsonaro
“O governo entra em 2022 sob o forte risco de perder uma cadeira estratégica no Congresso: a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, a mais importante da Casa e a partir da qual o bolsonarismo tem travado batalhas ideológicas polêmicas. O comando do colegiado sairá das mãos de Bia Kicis (PSL-DF), uma das fiéis apoiadoras do presidente Jair Bolsonaro, e deverá ficar com um parlamentar da nova bancada do União Brasil, resultado da fusão de DEM com PSL. O presidente da nova legenda, deputado Luciano Bivar (PE), espera que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) dê a chancela à união até fevereiro, quando as atividades parlamentares serão retomadas. O processo está sob a relatoria do ministro Edson Fachin e já conta com parecer favorável do Ministério Público. O mandado de Bia Kicis à frente da comissão tem duração de um ano. Uma vez oficializado, o União Brasil teria a maior a maior bancada da Câmara e, por isso, seria o primeiro a escolher a comissão que deseja presidir em 2022. Como a CCJ é a mais importante, a nova bancada deve lutar para ocupá-la. Além de analisar a constitucionalidade de cada projeto, o colegiado tem a prerrogativa de aprovar propostas importantes em “caráter terminativo”, quando não há necessidade de votação em plenário. Em 2021, por exemplo, aliados do governo aprovaram 114 propostas dessa forma, algumas delas importantes, como a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. A perda do posto pode custar caro aos deputados governistas neste ano. Podem passar pela comissão bandeiras ideológicas da bancada conservadora que estão em tramitação na Câmara. Entre elas há o projeto que institui mandatos de dez anos para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a que diz respeito ao chamado excludente de ilicitude, na prática, uma mudança na lei para dificultar a punição de policiais que matarem em serviço. No ano passado, o governo comemorou vitórias importantes no colegiado. Aprovou propostas como a que antecipa de 75 para 70 anos o limite para aposentadoria de ministros do STF e o que abre brecha para a legalização do ensino domiciliar no país. Por diferentes razões, contudo, as duas propostas não avançaram depois de passarem pela comissão.”

Líderes do centrão defendem chapa de Tarcísio com Janaina Paschoal em SP
“Líderes do centrão próximos de Jair Bolsonaro (PL) defendem a presença da deputada estadual Janaina Paschoal (PSL-SP) na chapa que será encabeçada pelo ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) em São Paulo. Esta possibilidade não é rechaçada pelo próprio auxiliar de Jair Bolsonaro —pelo contrário. Nos últimos dias, o titular da Infraestrutura disse a pessoas próximas que a vê como potencial candidata ao Senado. O ministro chegou a dizer à própria Janaina no ano passado que seria até uma possibilidade tê-la como candidata a vice ou a senadora na chapa. Dirigentes de partidos do centrão que fazem parte do entorno do presidente também defendem Janaina na composição com Tarcísio no palanque bolsonarista em São Paulo. A avaliação é que, por ser mulher e ter tido apoio expressivo no estado em 2018, agregaria mais ao ministro eleitoralmente. Os 2 milhões de votos que conquistou garantiram-lhe a condição de deputada estadual mais bem votada em São Paulo, e a convicção de que, para um mandato de deputada federal, também poderia ser eleita. A deputada está hoje filiada ao PSL, que anunciou fusão com o DEM para formar o União Brasil. A parlamentar aguarda homologação do novo partido para deixar a legenda, que deve apoiar Sergio Moro na eleição presidencial. Hoje as conversas de Janaina estão mais adiantas com o PRTB de Hamilton Mourão. A deputada quer liberdade para montar chapa. Na segunda-feira (10), terá conversa com dirigentes para discutir uma eventual filiação. A aproximação de Janaina com Tarcísio começou no final do segundo semestre do ano passado. A autora do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) procurou o ministro em setembro se apresentando e dizendo que, caso ele pretenda disputar o governo do estado, precisaria de um paulista como vice e que ela poderia ajudar a pensar em alguém. Desde então, começaram a conversar. No final de novembro, tiveram o primeiro encontro na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). A interlocutores, Janaina saiu dizendo que estaria encantada, e que seu voto era dele. À Folha a deputada estadual confirmou: “A palavra que eu uso para você é esta: encantada. Fiquei encantada, entendeu? Vou trabalhar para este homem ser o nosso governador”. ​Janaina também confirmou que a hipótese de vice foi ventilada, mas disse achar que pode “fazer mais” como senadora. “Quero pôr meu nome à disposição do estado. Entendo que tenho formação jurídica para estar no Senado, uma Casa que requer mais densidade. Tenho pré-requisitos para ser uma excelente senadora, o que não significa que eu vá ganhar”, disse a deputada, que foi professora licenciada de direito da USP (Universidade de São Paulo).”

Presidente do partido de Bolsonaro, Valdemar Costa Neto traça um plano para aumentar poder no Banco do Nordeste
“Ainda no ano passado, Valdemar chegou a indicar o engenheiro Ricardo Pinto Pinheiro para assumir a presidência. Mas o escolhido não foi aceito. Agora, a tentativa do mandachuva do PL é emplacar o economista José Gomes da Costa, que atualmente comanda a diretoria Financeira e de Crédito. No plano traçado por Valdemar, Gomes da Costa deverá alterar o estatuto do banco estatal para flexibilizar as exigências de nomeação de um presidente para permitir que Pinheiro seja nomeado. Após essa manobra, o economista voltaria, então, para a Diretoria Financeira, ampliando assim a influência do PL no banco, que tem uma presença relevante na região Nordeste e deve se tornar estratégico no programa de microcrédito do governo. O estatuto do Banco do Nordeste determina que os membros dos órgãos de administração do banco precisam ser “dotados de notórios conhecimentos, idoneidade moral, reputação ilibada, experiência e capacidade técnica compatível com o cargo”. Bolsonaro tem resistido ao nome de Gomes da Costa pelo fato de ele ter sido filiado ao PT no passado. Valdemar argumentou com o presidente que o cargo pertenceria ao PL, que a filiação ocorreu apenas no papel e que o economista não atuou de fato no partido de esquerda. De acordo com o registro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a filiação foi cancelada em 2009 e excluída dez anos depois, em 2019. Funcionário de carreira do banco, Gomes da Costa está na Diretoria Financeira desde dezembro, também por indicação de Valdemar. Antes, ele comandava a superintendência da Bahia, estado de influência do PT.”

Twitter obriga Malafaia a apagar postagens antivacina e deixa pastor 12h sem publicar
“Após exigência do Twitter, o pastor Silas Malafaia excluiu pelo menos 11 postagens em que associava a vacinação contra Covid-19 para crianças a “infanticídio”, ideia contrária a diversos estudos que mostram que a imunização infantil é segura. O religioso é alvo de protestos na hashtag #DerrubaMalafaia, em que tuiteiros pedem o banimento da conta dele. O episódio acontece em meio à crise entre a rede e usuários sobre diretrizes para lidar com fake news na pandemia. A rede social disse à Folha, em nota, que solicitou ao líder religioso a remoção do conteúdo após constatar que os tuítes de Malafaia eram “gravemente nocivos” e violaram a política de informações enganosas sobre a Covid-19. O perfil do evangelista teve suas atividades restritas por 12 horas. Pelas regras, ele ainda pode recorrer à análise da plataforma. O líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo disse ao #Hashtag que está “dando gargalhada” diante dos pedidos de remoção do seu perfil. “É um movimento de ‘esquerdopatas’, gente que me odeia. Tenho que rir, deram uma divulgação desgraçada para o vídeo”, diz Malafaia, referindo-se ao material em que associa a imunização à morte de crianças–o que contraria falas de especialistas do Brasil e do mundo. Em entrevista à Folha, Malafaia criticou a política do Twitter para lidar com sinalização de conteúdo falso. “‘Nêgo’ faz pressão e o Twitter tira primeiro a postagem do ar para depois te perguntar se você quer se defender. Já viu isso? Te acusam, te botam na cadeia e dizem: ‘agora você vai se defender’. É o que o Twitter faz. Tem que ser ao contrário. Isso é uma vergonha.””

Dias 1.089 a 1.105 | Um governo de kamikazes | 15/12/21 a 09/01/22

Taí o primeiro episódio de 2022 do podcast, baseado nesse post do blog:

Texto de Pedro Daltro e edição de Cristiano Botafogo. Os episódios você ouve lá na Central3.

Ah, e agora o Medo e Delírio em Brasília tem um esquema de assinatura mensal, mas tenha sua calma. O Medo e Delírio continuará gratuito, se não quiser ou puder pagar tá de boa, você continuará ouvindo o podcast e lendo o blog como você sempre fez.

Agora, se você gosta da gente e quer botar o dinheiro pra voar é nóis : ) Tem planos de 5, 10, 20, 50 reais e 100, esse último aí caso você seja o Bill Gates. Taí o link com o QR Code: [PicPay] E também criamos um Apoia-se, rola de pagar até com boleto, ATENÇÃO, PAULO GUEDES! [Apoia-se]

E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )

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1. A mais absoluta falta de empatia

E lá vamos nós para o quarto ano desse governo militar. Os civis, como de hábito, falhamos miseravelmente. Lá em 2019 eu tinha dúvidas se Bolsonaro completaria seus 4 anos e…

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E já avisamos, urge o enterro do impeachment, tem que tirar esse artigo da constituição, se não coube para Bolsonaro não caberá para mais ninguém, é impossível ser mais criminoso que Jair.

E vamos combinar uma coisa: haverá um lapso temporal ali de meados de dezembro até a primeira semana de janeiro, muita coisa vai de fora. Assim como ficou muita coisa fora no começo de dezembro, volta e meia dizemos que fomos atropelados pelo noticiário mas em Dezembro foi foda mesmo. Vai aí um mix de insanidade com o que aconteceu de mais importante de lá pra cá.

Estamos adentrando ano eleitoral e esse governo fardado age tal qual um kamikaze, mas ao contrário dos japoneses sem qualquer senso de honra pois este é um conceito desconhecido pelos malditos milicos. Quem louva torturador não sabe o que é honra. E nunca saberá. Pois bem, os kamikazes cheio de estrelas no peito resolveram virar o ano numa cruzada contra a vacinação infantil – e a adulta também, claro – ao mesmo tempo em que o presidente passava férias enquanto um estado submergia de forma dramática. Digamos que esse governo não se comove com pessoas morrendo afogadas. Seja na água ou seja no seco.

Enquanto a Bahia afundava o presidente passava férias, se divertia passeando por aí de jet ski , dançando funk em lancha ao som da música do MC Reaça – nem Mafaia, Feliciano e quetais conseguiram defender o presidente nessa – e dando cavalo de pau num hot wheel gigante em parque de diversão. Enquanto isso rios subiam 9 metros e submergiam o estado da Bahia, e Bolsonaro se divertindo

“Bolsonaro participou da apresentação chamada Hot Wheels – Epic Show, famosa pelas derrapagens. Vestido com o uniforme da Hot Wheels, o presidente também dirigiu um dos veículos, fez manobras de drift e acenou para o público. Nesse momento, ele estava sem capacete. Segundo assessoria do evento, os pilotos são obrigados a usar equipamentos de proteção, entre eles o capacete, devido às manobras serem perigosas e haver risco de acidentes. Bolsonaro ainda conversou com visitantes e almoçou no local. Após almoço no restaurante Hot Wheels, o presidente seguiu, sem máscara, para um passeio de trem, às 13h30, acompanhado de seguranças. Na saída, foi recebido por apoiadores, aglomerados e sem máscara. Durante o passeio de trem, na ferrovia Dino Magic, Bolsonaro assistiu a uma apresentação de cowboy e a um espetáculo com dinossauros..” [Folha]

É como se esse governo tivesse feito um concurso de idéias para esfregar na cara do brasileiro a absoluta falta de empatia do governo, e aí a gente viu esse deboche macabro. Até ajuda humanitária da Argentina Bolsonaro recusou, e ainda reclamou que era pouca ajuda!

Só isso já seria uma forma macabra de virar o ano, mas eles resolveram, ao mesmo tempo, empreender uma insana cruzada contra a vacinação infnantil no Brasil; Esse brasil aqui ó, vamos a uma notícia de 22 de dezembro do ano passado:

“Enquanto o governo federal debate a vacinação de crianças dos 5 aos 11 anos contra a Covid-19, essa faixa etária segue em risco. No Brasil, 301 crianças morreram em decorrência da doença desde a chegada do coronavírus até o dia 6 de dezembro, o que, em 21 meses de pandemia, significa 14,3 mortes por mês, ou uma a cada dois dias.” [O Globo]

Uma morte a cada dois dias e nada abala Bolsonaro. Vamos a junho de 2021:

“Lorena viu a filha Maria, de 1 ano e 5 meses, morrer em seus braços. Com diagnóstico tardio, Lucas, de um ano, filho de Jéssika, enfrentou diversas complicações relacionadas à covid e morreu. José Rivera viu o filho Bernardo, de três anos, sucumbir à covid-19 uma semana depois de testar positivo. Eles não são exceções. Até meados de maio, 948 crianças de zero a nove anos morreram de covid no Brasil, segundo dados do Sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe) compilados pelo Estadão. Sem políticas de proteção à infância, sem controle da pandemia e com escolas fechadas, o Brasil fica em segundo lugar no triste ranking de crianças vítimas da covid, atrás apenas do Peru.” [Estadão]

Por é que Bolsonaro deve ouvir uma porra dessa e se sair com uma piada homofóbica e aquela risada escrota

“A cada um milhão de crianças de zero a nove anos existentes no País, 32 perderam a vida para a covid. No Peru, país com o maior número de mortes dentre os 11 analisados, foram 41 por milhão. As vizinhas Argentina e Colômbia tiveram 12 e 13 mortes por milhão, respectivamente.”

A argentina é uma aula MAGNA do que não se fazer economiamente com um país, eles tão numa crise econômica em looping há décadas, a pobreza aumenta e ainda assim o número de mortes de crianças pelas bandas de cá é o TRIPLO da taxa argentina! E isso não comove esse governo miliar, alguém viu algum general desse governo defendendo vacinação infantil?!

“Nos países europeus, o cenário foi completamente diferente. O Reino Unido e a França registraram apenas quatro mortes de crianças de zero a nove anos, o que dá uma taxa de 0,5 morte por milhão em cada um dos países. No continente, o maior número foi registrado na Espanha. Lá, a cada um milhão de crianças, três morreram por covid — um décimo do índice brasileiro.”

E nós temos 2,7% da população mundial e 12,4% dos óbitos. E detalhe: não há sistema de saúde público no Peru – até tem mas nem se compara ao SUS.

“Os bebês de até dois anos foram as principais vítimas, correspondendo a 32,7% das mortes analisadas.”

Lembrando que essa matéria é de junho de 2021, mas vamos repetis: 32.7% das crianças mortas eram bebês até 2 anos! E eis a desigualdade nossa de cada dia:

“De acordo com os dados do Sivep-Gripe, 57% das crianças mortas pela covid no Brasil eram negras (grupo que inclui pretos e pardos). As crianças brancas correspondem a 21,5% das vítimas, as amarelas (de origem asiática) 0,9% e 16% não tiveram a raça indicada. A morte entre indígenas também foi bastante expressiva. Apesar de representarem apenas 0,5% da população brasileira, 4,4% das crianças que perderam a vida para a covid no Brasil eram indígenas. Em números brutos, foram 42 mortes, a maioria no Mato Grosso (12) e no Amazonas (11). Fátima Marinho fala que, devido à desigualdade social, o índice de mortalidade entre as crianças negras já era maior antes da pandemia. A covid veio para ampliar essa desigualdade. “Muitas das crianças negras residem em moradias superlotadas, com adultos que precisam sair para trabalhar, que têm empregos mais expostos ao vírus, que pegam transporte público. Dessa forma, a carga viral que chega para a criança é muito grande”, diz. Os indígenas, por sua vez, são naturalmente mais suscetíveis ao vírus. “É uma forma clássica de exterminar indígenas no Brasil. Foi assim com o sarampo, a gripe, a influenza…”. Por serem mais suscetíveis, a epidemiologista acredita que eles deveriam estar muito mais protegidos. “Por que ainda não vacinamos todos os indígenas acima de 12 anos?”, questiona. Países como os Estados Unidos já autorizaram a vacinação de adolescentes acima de 12 anos com o imunizante da Pfizer, disponível no Brasil. A epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), aponta o fim do Mais Médicos como um dos motivos para o alto índice de morte, principalmente entre as populações negra e indígena. Um dos objetivos do programa era garantir atendimento básico de saúde a comunidades mais afastadas, com estrutura precária. “Não houve uma substituição dos profissionais. Os locais de mais difícil acesso, com população carente, enfrentaram dificuldades no atendimento médico”.”

Que diabos quer o governo sabotando vacinação infantil?! Lá em Portugal, abre aspas, “”Todas as crianças internadas são não vacinadas.”, a notícia é da CNN de Portugal, do dia 7 de janeiro desse ano:

“Os médicos do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, receberam nos últimos dias cinco casos de crianças que desenvolveram o chamado Síndrome Inflamatóra Multissistémica, uma inflamação de todo o corpo provocada pelo SARS-CoV-2, conhecida como MIS-C. “Só tem MIS-C quem tem covid.”, afirma Maria João Brito, diretora do serviço de infeciologia; Desde o início da pandemia passaram pelo serviço 70 casos de MISC-C. Este síndrome multi-inflamatória, “é uma complicação”, como outros relacionadas com a covid-19 e nesse sentido, defende a médica, a vacina pode diminuir a sua incidência como diminui outras complicações. “A doença grave na idade pediátrica é rara, mas existe” por isso é importante vacinar, afirma, explicando: “A vacina não protege contra a covid, protege contra a doença grave e as complicações associadas à covid, como as pneumonias, a MISC-C ou a infeção do sistema nervoso central.” Neste momento, o número de internamentos de crianças aumentou em relação ao que havia antes desta variante. “É preocupante porque temos crianças com doença grave”, nota esta médica, sublinhando que ao contrário do que sucedia antes, agora são poucos os adolescentes hospitalizados e todos são não vacinados.” [CNN]

TODAS as crianças internadas não se vacinaram… E sim, por ser casos de internações de crianças vacinadas, mas essa é a exceção da regra, a chance duma criança não vacinada ser internada é MUITO MAIOR que a chance duma riança não vacinada. É estatística, e a cognição humana não funciona muito bem com estatísticas. Passemos aos EUA:

“Taxas cumulativas de hospitalização ao longo de novembro são cerca de oito vezes mais altas para adultos não vacinados e aproximadamente 10 vezes mais altas para crianças não vacinadas entre 12 e 17 anos, segundo os dados do CDC. Crianças são o grupo etário menos vacinado nos Estados Unidos, com cerca de 53% entre 12 e 17 anos totalmente vacinados” [CNN]

Eles agem como se o Brasil fosse um aquário, isolado do mundo. Tudo que dá certo lá fora eles acham que daria errado e sabotam de forma implacável. E imolam a si próprios e ao próprio governo! É por essas e outras que a gente se recusa a acreditar que o que estamos testemunhando é um elaborado e refinado plano do generalato brasileiro. Ou eles são kamikazes ou nada disso faz sentido>

Vão aí algumas aspas do Bolsonaro, no podcast tá tudo costuradinho bonito, aqui vai em off mesmo:

“Não entendo essa gana por vacinaNossa filha não tem quase nada a ganhar com a vacina… Um juiz decidir sobre [vacinação da] minha filha? Tá de brincadeira comigo” [Estadão]

É uma mórvida e grande coleção:

“Não vêm morrendo crianças que justifiquem uma vacina”, declarou o presidente em entrevista às emissoras CNN Brasil e SBT, após chegar a São Francisco do Sul, Santa Catarina, onde passará a festa de réveillon. “Minha filha não vai se vacinar, vou deixar bem claro” [Estadão]

Como se alguém tivesse dúvidas…

“A questão da vacina para crianças é uma coisa muito incipiente ainda. O mundo ainda tem muita dúvida”

Ele diz o mesmo sobre a vacinação adulta…

“ A Anvisa, lamentavelmente, aprovou a vacina para crianças entre 5 e 11 anos de idade. A minha opinião, quero dar para você aqui: a minha filha de 11 anos não será vacinada. E você tem que ler o que foi feito ontem no Ministério da Saúde, o encaminhamento disso daí, para você decidir se vai vacinar o seu filho de 5 a 11 anos ou não… O que que está por trás disso? Qual o interesse da Anvisa por trás disso aí? Qual o interesse das pessoas taradas por vacina? É pela sua vida? É pela sua saúde? Se fosse, estariam preocupados com outras doenças no Brasil, que não estão.” [O Globo]

E Bolsoanro jura de nada saber, lembrando que o GSI é do mais senil dos generais, tá abastecendo o presidente de informações bem demais!

“Eu pergunto: você tem conhecimento de uma criança de 5 a 11 anos que tenha morrido de Covid? Eu não tenho. Na minha frente tem umas 10 pessoas aqui, se alguém tem levante o braço. Ninguém levantou o braço na minha frente. Então, converse, vê se é o caso de você vacinar o teu filho ou não. É um direito teu vaciná-lo, está autorizada a vacinação e ela é voluntária.”

Dá pra piorar, acredite:

“Então eu peço, como se trata de crianças, não se deixe levar pela propaganda. Converse com os teus vizinhos. Quanto garoto contraiu Covid e não aconteceu absolutamente nada com ele? Quando morre um garoto que contraiu Covid, geralmente, que isso é quase, eu desconheço, mas existe com toda a certeza um moleque que morreu em função do Covid, mas é uma pessoa que tinha algum problema de saúde grave, ou era muito obeso, ou tinha alguma outra comorbidade qualquer.”

Queiroga consegue ser tão vil quanto seu chefe:

“Os óbitos de crianças estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, isso favorece que o ministério possa tomar uma decisão baseada na evidência científica de qualidade, na questão da segurança, na questão da eficácia. Afinal de contas, nós queremos levar para os pais e para as mães uma palavra de conforto e de esperança e hoje nós estamos na época do Natal, é uma época propícia para isso ” [O Globo]

E sabe as estatíscas lá de cima?

“A faixa etária de 5 a 11 anos é onde se identifica menos óbitos em decorrência da Covid-19. Cada vida é importante. Nós lamentamos por todas as vidas. Agora, o Ministério da Saúde tem que tomar as suas decisões com base nas evidências científicas”

Queiroga tem 3 filhos e uma esposa, será que algum dos 4 se espanta com o ministro?! Direto eu me pego pensando nisso…

“O lugar para se discutir esses temas é aqui no Ministério da Saúde. A consulta pública visa ouvir a sociedade, isso não é uma eleição, isso não é para opinião de grupo de “zap”. Nós queremos ouvir a sociedade, inclusive ouvir os especialistas. Nós não podemos ouvir os especialistas nos canais de televisão. O ministério não se guia pelas opiniões que são exaradas nos canais de televisão, embora respeitemos a imprensa. O lugar de se debater isso com especialistas é em uma audiência pública no Ministério da Saúde. “

Na véspera da consulta Queiroga se reuniu com anti-vaxxs e as perguntas eram claramente calculdas pra sustentar a insanidade do governo, um grande constrangimento.

Ah, e a Bia Kicis ainda vazou os dados dos cientistas e médicos lúcidos presentes na consulta!

“Chefe da Saúde, Marcelo Queiroga passou as últimas semanas dando demonstrações públicas a Jair Bolsonaro de sua fidelidade no cargo. Além de travar a vacinação de crianças já liberada pela Anvisa, o auxiliar se apropriou de uma frase do presidente. “Melhor perder a vida do que a liberdade”, disse durante uma coletiva no Planalto. Nada disso, porém, serviu para convencer Bolsonaro a embarcar nos sonhos eleitorais do ministro da Saúde. Recentemente, Queiroga sondou Bolsonaro sobre as expectativas do chefe em relação ao seu futuro eleitoral pós-Saúde: “Isso é assunto seu”, disse o presidente. [Veja]

Que delícia!

“Fazer um encontro desse tipo para discutir se uma vacina aprovada pela Anvisa contra a covid-19 deve ser ou não aplicada em crianças de 5 a 11 anos é mais ou menos como montar um seminário para debater se os efeitos da lei da gravidade são reais ou não. Ou seja, é uma imbecilidade. Apesar disso, com toda a paciência, cientistas de alta qualidade aceitaram dividir seu tempo com profissionais negacionistas escolhidos a dedo pelo ministro Queiroga, pela deputada Bia Kicis (PSL-DF) e seu grupo bolsonarista. A Anvisa avisou que não iria se fazer representar, já que tudo o que tinha a informar está nas notas técnicas que aprovaram a vacina. O que se viu na audiência pública foram Roberto Zeballos (imunologista), Roberta Lacerda (infectologista) e Augusto Nasser (neurocirurgião), conhecidos defensores do delirante tratamento precoce, cumprirem o papel que cabe aos negacionistas: jogar dúvidas sobre a segurança da vacina e sobre a gravidade da pandemia. As falas dos cientistas sérios, como os representantes da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e Associação Médica Brasileira (AMB), entre outros, não deixaram dúvidas (se é que alguém sensato as tinha): é preciso vacinar as crianças o quanto antes. Dados de especialistas e entidades de renome internacional, além dos melhores profissionais brasileiros, indicam isso. Uma das principais participações foi a do infectologista Marco Aurélio Sáfadi, integrante da SBP, que chamou atenção para a alta taxa de letalidade entre as crianças infectadas pelo coronavírus, 7%. A taxa de mortalidade, destacou, é maior que a registrada em doenças como meningite, influenza ou distúrbios diarreicos. Em contrapartida, o acompanhamento de 8 milhões de meninos e meninas vacinadas nos Estados Unidos mostrou que a ocorrência de miocardite entre os imunizados é de 11 casos em 8 milhões, todos de evolução clínica favorável. Uma quantidade de casos de miocardite muito menor que os causados pela própria covid-19.” [UOL]

Do Celso Rocha de Barros:

“Nos últimos dias de 2021, um grupo de pesquisadores brasileiros, ligados à Fundação Oswaldo Cruz e ao Observatório Covid-19 Brasil, disponibilizou um artigo em pré-print —ainda não avaliado, portanto, pelos pareceristas da publicação científica— que dá uma nova contribuição à estimativa de quantos brasileiros Jair Bolsonaro matou durante a pandemia de Covid-19. O cruzamento entre dados de vacinação e óbitos por Covid-19 em 2021, ano em que a vacinação começou, não dá margem a qualquer dúvida. Observe o que acontece quando a vacinação vai progredindo. Conforme a vacinação cresce, o número de óbitos cai, e cai rápido. Com esses dados, os pesquisadores utilizaram técnicas estatísticas para verificar, com base no padrão observado em 2021, duas coisas. A primeira, a boa notícia, é que a vacinação salvou, no mínimo, 75 mil idosos brasileiros em 2021. Setenta e cinco mil pessoas são um Maracanã cheio. Imaginem o estádio cheio de pais e mães, avôs e avós. Há um botão que abre os portões e os deixa ir para casa festejar o Natal de 2021 com suas famílias, lhes dá mais tempo com seus filhos e netos, dá a seus filhos e netos mais tempo com eles. A vacina apertou esse botão. Todos saíram e passaram o Natal de 2021 com suas famílias. A segunda conclusão do estudo é a seguinte: se a vacinação tivesse seguido exatamente o mesmo ritmo, mas começado um mês antes, 25 mil idosos que morreram em 2021 não teriam morrido. Se tivessem começado dois meses antes, 48 mil idosos que morreram em 2021 não teriam morrido. Mas Jair Bolsonaro apertou o botão de não comprar vacina. Todos no estádio morreram se debatendo por oxigênio. Seus filhos e netos choraram de saudade no Natal de 2021, como vão chorar nos próximos. Enquanto isso, Bolsonaro dançava funk em uma lancha. O novo estudo parte do princípio de que as vacinas teriam sido aplicadas no ritmo e no volume em que foram, de fato, aplicadas no Brasil em 2021. Mas a CPI provou que, se Bolsonaro não tivesse recusado as ofertas de Pfizer, Butantã e metade da oferta do Covax Facility, teria havido muito mais vacina, muito mais cedo. Como já disse aqui na coluna, o epidemiologista Pedro Hallal fez a conta de quantas pessoas teriam sido salvas até o final de maio se as ofertas da Pfizer e do Butantã tivessem sido aceitas. O resultado foi 95 mil. Uma arena do Palmeiras e arena do Corinthians somados. Imaginem esses estádios lotados de pais e mães, avôs e avós. Eles queriam voltar para casa para festejar o Natal de 2021 com suas famílias. Ainda não temos estimativas de quantos estádios cheios de mães e pais, avós e avôs, filhos e filhas, irmãos e irmãs, teriam sido salvos depois do final de maio, ou se Bolsonaro tivesse aceitado a outra metade da oferta do consórcio Covax Facility, ou se não tivesse sabotado o trabalho dos governadores, ou se não tivesse combatido o uso de máscaras, ou se tivesse implementado a testagem em massa com rastreamento de contato. Se alguém no governo tem como contestar esses números, o debate está aberto.” [Folha]

Encerro com essa indignação presidencial:

“Qual país não morreu gente? Qual país não morreu gente? Qual país não morreu gente? Responda! Olha, não vim me aborrecer aqui, por favor.” [Antagonista]

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2. Bomba fecal ambulante

Sim, ele mesmo, o excrementíssimo senhor presidente da república. E vbocês já asabem do que aconteceu, aqui vai só uma coisa ou outra, como o Queiroga sendo servil e cretino

“Bolsonaro, graças a Deus, está bem. Tenho informações que ele teve dores abdominais por conta daquele atentado contra ele, em 2018, e ainda hoje ele tem consequências, mas graças a Deus, ele está bem.” [UOL]

E nessas horas Adelio sempre volta à tona – Bolsonaro não segue as recomendações médicas, come tudo que não pode e a culpa é da facada, tá ok?!

“Bolsonaristas usaram as redes sociais para cobrar apuração pelo STF de supostos ataques e ameaças contra Bolsonaro após internação para tratar de obstrução intestinal. Marco Feliciano (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) cobraram ação do STF. Ao Painel Feliciano citou como ameaça um post em que o ator Zé de Abreu diz desejar que Bolsonaro exploda. “Alguma investigação, diligência ou atitude parecida será tomada com os donos das contas das mídias sociais que ameaçam e desrespeitam o presidente?”, questionou Feliciano no Twitter.” [Folha]

O Zé de Abreu é indefensável, mas não pode nem mais um “que se exploda”, é?!

“Ao compartilhar a postagem do ator, o filho 02 de Bolsonaro marcou a página do STF na plataforma. Outro que comentou os ataques foi o ex-secretário de Comunicação da Presidência Fabio Wajngarten. Ele afirmou que “qualquer incentivo/ameaça à vida” do presidente “deveria ser considerada promoção da instabilidade institucional e da ordem democrática”.”

Bolsonaro ja falou isso aqui da DIlma ,

“Espero que o mandato dela acabe hoje, infartada ou com câncer, ou de qualquer maneira”, dispara e completa: “O Brasil não pode continuar sofrendo com uma ‘incompetenta’, somos grandes demais para isso”

Bolsonaro já falou em fuzilar FHC e colocar Chico Lopes no pau de arara, eu lembro… É esse pessoal que vem falar em ódio:

“Os bolsonaristas classificaram nas redes como “ódio do bem” postagens como a do ator e de outras páginas em que pessoas desejam a morte do presidente ou questionam a internação após passar mal durante as férias em Santa Catarina. “Esse ódio do bem está dando muita raiva. Polarizar sobre política é uma coisa. Desejar a morte é outra completamente diferente”, disse Carla Zambelli (PSL-SP) ao comentar postagem de Carlos Bolsonaro.”

E lá vem um maldito general:

“O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Luiz Eduardo Ramos, pediu nas redes sociais uma corrente de orações por Bolsonaro. “Conclamo os amigos para uma corrente de oração pelo presidente da República Jair Bolsonaro. Ele está internado, em São Paulo, com obstrução intestinal, ainda como sequela da facada. Com a força de Deus e das nossas orações, prontamente ele estará de volta ao trabalho, que este ano será ainda mais duro” O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a internação é consequência da facada. “O presidente pelo que eu tenho informação —ainda não tive boletim oficial— mas como vocês sabem, foi vítima de um atentado gravíssimo em 2018 e em função disso ele tem consequência; tem dores abdominais e achou por bem levar para o hospital lá em São Paulo, mas até onde eu sei o presidente está bem”, afirmou na manhã desta segunda.” [Folha]

E Bolsonaro confessou que ele engoliu um camarão sem mastigar!

A equipe médica suspeita que a obstrução intestinal, com retenção de líquido na cavidade intestinal, seja resultado de má alimentação, não por excesso ou falta de atividades físicas.

Ah, e Bolsonaro esperou por um dia e meio a volta de seu médico, que passava férias nas Bahamas, o que é muito esquisito, só ele podia desarmar a bomba feca ambulante. Não acho que a facada tenha sido fake, mas acho que pode haver algo na barriga do presidente que a gente não sabe, só isso explica a espera pelo médico. Que por sinal é mó fofoqueiro do caralho:

“O clínico do presidente, Ricardo Camarinha, me ligou para falar da situação e, então, me comuniquei com o presidente. O Bolsonaro me falou “estou morrendo, Macedo. A coisa está ruim”.” [O Globo]

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3. 2022

Essa é uma daquelas notícias de meados de dezmebro mas os números são bem simbólicos:

“O índice de brasileiros que nunca acreditam no que diz o presidente Jair Bolsonaro (PL) bateu numericamente o recorde em seu mandato, diz a mais recente pesquisa do Datafolha. São agora 60% dos 3.666 ouvidos com 16 anos ou mais em 191 cidades que não acreditam na falação do presidente. Já 26% confiam às vezes e 13%, sempre no que afirma o mandatário.” [Folha]

O governo do “CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ”, VIADO! Na pesquisa anterior, de setembro, “57% de nunca confiam, 28% de às vezes confiam e 15%, de sempre confiam”. e como de hábito os bolsonaristas colocarão a culpa na comunicação do governo, e não na vasta coleção de mentiras presidenciais!

“Como ocorreu em sua avaliação geral e nas intenções de voto, seu desempenho é pior entre os mais pobres, que ganham até 2 salários mínimos (66% de desconfiança), nordestinos (68%) e, claro, entre os que reprovam o governo (91%). Já sempre confiam mais em Bolsonaro os mais ricos (21% para quem ganha de 5 a 10 mínimos e entre os que recebem mais de 10) e com mais de 60 anos (19%). Os moradores do Norte/Centro-Oeste, região associada a melhores índices do presidente, também acreditam mais nele (16%).”

E dizem que pobre não sabe votar, então tá, né…

“O levantamento revela que 4 em cada 10 apoiadores do presidente há três anos desertaram. Num hipotético cenário de segundo turno novamente com o PT, desta vez representado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 63% dos que votaram em Bolsonaro contra Haddad na última eleição repetiriam a dose agora. Já Lula conquista 26% dos antigos apoiadores de Bolsonaro, enquanto 10% votariam nulo ou branco. Em outras palavras, 1 em cada 4 eleitores que rejeitaram o candidato do PT em 2018 estão dispostos a apoiar o nome do partido agora. No universo dos que votaram em Haddad no segundo turno da eleição passada, 95% dizem que agora vão de Lula. Apenas 2% dos que rejeitaram Bolsonaro dizem ter mudado de ideia e pretendem apoiar o presidente agora.” [Folha]

E esse dado sobre os votos do Moro são importantes:

Num cenário hoje improvável de segundo turno entre Lula e o ex-ministro Sergio Moro (Podemos), a maioria dos apoiadores de Bolsonaro em 2018 favoreceria o antigo titular da Lava Jato, em que pesem as hostilidades entre ele e o presidente. ​Moro receberia 54% dos votos dos bolsonaristas, exatamente o dobro dos destinados ao petista, 27%.”

A real é que a boa é que Moro saia presidente pra sangrar Bolsonaro, mas tudo indica que ele vai sair senador, sua candidatura é um grande shitshow.

“Interlocutores próximos de Moro afirmam que, se ele não chegar a 15% nas enquetes até fevereiro, vai abandonar a intenção de assumir o lugar de Jair Bolsonaro e abraçará a meta de ser senador em 2023. No entorno de Moro, a avaliação é de que o ex-magistrado precisará ter um mandato no próximo ano, seja ele qual for. A ideia teria se cristalizado depois que o ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), mandou a consultoria americana Alvarez & Marsal revelar os serviços prestados e os valores pagos a Moro. Em nota enviada à coluna pela assessoria de imprensa, Moro afirmou: “Sou pré-candidato à Presidência, não ao Senado”. Ele também esclareceu que sempre foi contra o foro privilegiado e que não precisa de mandato. E completou: “Não tenho receio de qualquer investigação, muito menos a de Ministro do TCU sobre fato inexistente”.” [UOL]

E imagine o desespero no Palácio com o que vai abaixo:

“Para se ter uma ideia do desafio que a chamada terceira via enfrenta, o petista é lembrado na intenção de voto espontânea (sem a apresentação do cartão com os candidatos) por mais de um terço dos brasileiros, pouco menos do que Fernando Henrique Cardoso (PSDB) alcançava na pergunta estimulada em dezembro de 1997, ano anterior à sua reeleição em primeiro turno. O atual presidente, por sua vez, é citado espontaneamente por 18% dos entrevistados, taxa próxima à obtida por Aécio Neves (PSDB) na pergunta estimulada de pesquisa feita pelo Datafolha em novembro de 2013, cerca de um ano antes do tucano disputar um segundo turno acirrado com Dilma Rousseff (PT). Todos que concorreram a um novo mandato desde a redemocratização estavam na frente nas pesquisas de intenções de voto realizadas no final do ano anterior ao pleito. Em 1997, FHC liderava com mais de dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado, Lula. Em dezembro de 2005, o petista ficava oito pontos à frente de Geraldo Alckmin na simulação em que o ex-governador de São Paulo era o candidato do PSDB e, em 2013, mesmo depois dos protestos que tomaram as ruas a partir de junho daquele ano, Dilma abria até 28 pontos de vantagem sobre Marina Silva (Rede) e Aécio Neves, em diferentes situações. A única exceção foi a liderança de José Serra (PSDB) sobre Lula (PT) um ano antes da reeleição do petista. Serra acabou disputando a eleição no estado e Alckmin foi o tucano que concorreu à Presidência.” [Folha]

Sobre rejeição:

“Segundo cálculo do Datafolha, apenas 9% rejeitam tanto Lula quanto Bolsonaro. E entre eles, nenhum candidato consegue a maioria dos votos –Sergio Moro (Podemos) recebe 40%, Ciro Gomes (PDT) 26%, Doria (PSDB) 11% e os brancos e nulos batem a marca dos 22%. Moro é rejeitado por 36% do núcleo mais fiel do bolsonarismo, índice superior em seis pontos à taxa verificada no total da amostra.”

E a capacidade de gestão verde-oliva etá sendo reconhecida, isso ninguém pode negar!

“Dois terços dos brasileiros avaliam que o presidente Jair Bolsonaro (PL) cuida mal do país, segundo aponta pesquisa do instituto Datafolha. Essa é a opinião de 65% dos entrevistados, contra 30% que acham que Bolsonaro cuida bem do Brasil. Não souberam responder 5% dos pesquisados. A avaliação positiva neste quesito é feita por 54% dos empresários entrevistados, contra 44% dos que acham que Bolsonaro não trata bem do Brasil.” [Folha]

E ao Bolsonaro só resta se rasgar de inveja:

“Para 51% dos brasileiros, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o melhor presidente que o país já teve, conforme pesquisa do Datafolha divulgada neste domingo. Jair Bolsonaro foi avaliado como o pior da História por 48% dos entrevistados. Na lista dos melhores presidente da história, segundo o Datafolha, aparecem empatados em terceiro lugar o tucano Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Getúlio Vargas (1930-45 e 1951-54), mencionados por 4% dos entrevistados.Juscelino Kubitschek (1956-61) foi lembrado e apontado como o melhor por 1%. O mesmo percentual tiveram também José Sarney (1985-90), Itamar Franco (1992-94), João Baptista Figueiredo (1979-85), Dilma Rousseff (2011-16), Jânio Quadros (1961) e Tancredo Neves (1985).” [O Globo]

E entre os evangélicos também:

“Para 43% dos evangélicos, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi o melhor presidente que o Brasil já teve. Isso é mais do que o dobro do montante (19%) que prefere Jair Bolsonaro (PL), segundo pesquisa Datafolha feita entre 13 e 16 de dezembro.. Quando a pergunta se inverte, qual o pior presidente que já comandou o Brasil, Bolsonaro leva a pior: 35% dos evangélicos lhe dão esse título, e 25%, a Lula. A média geral é de 48% e 18%, respectivamente —também mencionados, Fernando Collor (8%), Dilma (7%), FHC (2%) e José Sarney (2%). Num cenário em que Lula e Bolsonaro duelam no segundo turno, o empate técnico detectado em sondagens anteriores continua: 46% dos adeptos da fé evangélica optam pelo ex-mandatário, e 44% querem ver o atual ser reeleito. O líder do Executivo não é bem avaliado por evangélicos em geral, embora o quinhão religioso lhe seja menos arisco do que a média. Enquanto 53% do total de entrevistados avaliam a gestão bolsonarista como ruim ou péssima, 39% dos fiéis dizem o mesmo —em setembro, quando o instituto de pesquisa fez a pergunta pela última vez, 41% rejeitavam o governo.  No começo do ano, a proporção dos eleitores evangélicos que avaliam mal sua administração era de 30%. Pois subiu para 39%. Na via inversa, os 40% que a aprovavam são hoje 32%. [Folha]

E era pra falar mais por aqui da chapa Lula & Alckmin – por mim o cabeça de chapa e o vice seriam outros nomes, mas dada a realidade acho uma saída inteligente pra dewsnortear o outro lado e afastar a inacrdeitável pecha de radical. Como disse Franciel Cruz, a nomeaçao de Alckmin seria a segunda carta aos brasileiros do Lula. E com um fascista no poder não sou eu quem vou criticar, farei com gosto no primeiro dia de 2023. Mas essa cena aqui no jantar que uniu Lula e Alckmin é inacreditável:

“A amigos que a questionaram a respeito da ausência no evento, Dilma confirmou ter sido excluída, e confessou ter ficado surpresa com a falta de convite. Para esses interlocutores, a ex-presidente afirmou ter entendido que se tornou um problema político para Lula. Procurada pela equipe da coluna, a assessoria de Dilma afirmou apenas que ela estava em Porto Alegre no final de semana e tem evitado viajar por causa da pandemia de Covid-19. Isso porque, no jantar promovido pelo grupo de advogados Prerrogativas, estavam apoiadores do impeachment – como os presidentes do MDB e do PSD, Baleia Rossi e Gilberto Kassab, além do próprio Alckmin e da ex-prefeita Marta Suplicy, que ficou sentada na mesma mesa com Lula. A equipe da coluna questionou o organizador do evento, Marco Aurélio Carvalho, sobre a razão de Dilma não ter sido convidada. O coordenador o grupo Prerrogativas afirmou que “jamais deixaria de convidá-la”, e disse ter pedido ao deputado federal Rui Falcão para fazê-lo. O deputado, porém, disse que nunca recebeu tal missão. Questionado novamente, Carvalho disse que José Eduardo Cardozo, ex-ministro de Dilma, também ficou responsável pelo convite. Procurado, Cardozo não atendeu as nossas ligações. ” [Folha]

Cardozo enfim falou e…

“Ela afirma que não foi convidada para o evento —e seus interlocutores circularam a versão de que Dilma acredita ter virado um problema político para Lula. Já o organizador do jantar, o advogado Marco Aurélio de Carvalho, diz ter certeza absoluta de que seu convite chegou à ex-presidente, por meio do ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. Ele afirma que ela era aguardada por todos. “Temos muito carinho e respeito pela Dilma. Sua presença seria uma alegria para todos nós. Lamento pelo ruído de comunicação”, afirma. O convite físico da ex-presidente, que, como o de qualquer outro convidado, seria entregue a ela na porta, segue com ele _ bem como a pulseira que ela usaria para ter acesso ao espaço reservado a Lula. O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo confirma que conversou com Dilma sobre o jantar, “por telefone”. Mas “muito superficialmente”, segundo escreveu em um grupo de WhatsApp. Cobrado por Marco Aurélio se ela iria ao evento, Cardozo diz que voltou a procurá-la —mas não conseguiu novo contato. E assumiu a responsabilidade pelo desencontro. “Pessoal, tem tido alguma especulação sobre a não ida da Dilma no jantar. Gostaria de esclarecer que, de fato, o Marco me pediu que falasse com ela na época, logo que o jantar foi marcado. Eu por telefone falei com ela na época, mas muito superficialmente, ficando de falar com ela mais tarde. Posteriormente, na semana do jantar, o Marco me cobrou se ela iria, eu tentei falar com ela, inclusive porque era aniversário dela, e não consegui falar. Imaginando que alguma outra pessoa tivesse falado com ela eu acabei não fazendo mais nada. Portanto, se houve alguma culpa nesse episódio, ela é desse humilde subscritor que assume a responsabilidade e se penitencia”, escreveu o ex-ministro da Justiça no grupo de advogados. [Folha]

Ma voltemos à carta aos brasileiros, nessa entrevista com Renato Pereira, marqueteiro carioca:

“Se a aliança se efetivar, do ponto de vista eleitoral, ela pode significar uma vitória no primeiro turno. Certamente significa um fortalecimento da posição do Lula como um candidato mais ao centro já na própria eleição. O Alckmin tem um valor que não é da matemática eleitoral. A pergunta não é quantos votos ele soma ao Lula, mas sim o quanto permite ao Lula dialogar com setores mais amplos do eleitorado brasileiro e ter mais votos. O potencial de voto Lula mais Alckmin é superior do que se ele se aliasse a um empresário, alguém com perfil mais moderado, mas que não tivesse sido de um campo diretamente adversário. Quando você vota em alguém, vota por acreditar que esse alguém representa alguma coisa. [O eleitor] Tem que se sentir de alguma forma conectado em quem você vai votar. A aliança com um adversário tem um sentido de generosidade, de aproximação entre contrários e união. Isso acontece num contexto em que o atual presidente representa disrupção, uma retórica mais truculenta. Para o Alckmin, de fato, representa voltar ao jogo nacional. Mas não é só isso. É voltar num contexto em que a gente tem a democracia ameaçada, um país que não consegue sair do lugar, em que os conflitos políticos não encontram uma resultante minimamente positiva. A união entre eles parece um gesto de generosidade. Cada um perde alguma coisa. O Alckmin deixa de ser o comandante de um estado como São Paulo, o principal do país. O Lula abre mão de ser o protagonista solitário da sua volta por cima. Ele abre mão de uma revanche. No contexto de desunião que o país vive, quanto mais forte for a representação da união, mais capacidade você tem de vencer. Acho que Alckmin soma exatamente aí, mostrando que não é um discurso do Lula. É a prática do Lula. Gestos valem mais que palavra. O Alckmin é a “Carta ao Povo Brasileiro” de 2022.”

E essa parte aqui é interessante:

“No cenário atual, há um estudo do [cientista político] Alberto Almeida em que ele analisa, ao longo de 2021, como Lula consegue evoluir entre os eleitores que avaliam o governo Bolsonaro como ruim e péssimo. Há uma evolução percentual do ex-presidente neste grupo. Isso antes do Alckmin. No extremo oposto, entre quem avalia o governo como bom ou ótimo, o Bolsonaro cresce a sua participação. O que Alberto demonstra é que, a não ser que a tendência se inverta, há pouco espaço para uma terceira via. Com Alckmin, ainda menos. Além disso, as pessoas tendem a falar do cenário político brasileiro como polarizado. Mas o que a gente vê hoje é um cenário centralizado. O que dificulta ainda mais para a terceira via. Todos estão disputando o eleitor de centro. O Lula caminha para o centro, e a aliança com o Alckmin é mais um movimento importante nessa direção. O presidente Bolsonaro também fez isso no fim de 2021. Fortaleceu sua aliança com o centrão e parou de fazer manifestações de rua. O [Sergio] Moro também faz a mesma coisa, tentando se apresentar como um candidato não tão autoritário assim. [João] Doria e Ciro [Gomes] também. Estamos vivendo uma eleição que já é um segundo turno com a precipitação de alianças políticas. Geralmente no primeiro turno se busca constituir suas identidades, as fortalezas, e depois ter uma convergência com as alianças. Isso acontece hoje.”

E o cara acha que o piso do Bolsonaro é em 20%:

“Acho que sim. Ele mantém isso ao saber articular um sentimento de desconforto, humilhação e deslocamento que um contingente importante da sociedade brasileira tem em relação ao que se chama de establishment. Vivemos numa sociedade em que muita gente se sente deslocada, irrelevante ou desconfortável com comportamentos que se tornaram aceitos, a regra do jogo. Bolsonaro sempre foi muito atento a esses sentimentos. A religiosidade entra um pouco nessa história também. Evangélicos têm enfrentado preconceito há algum tempo. Tanto os crentes como os pastores. Eles estão cansados de serem desprezados ou mesmo humilhados enquanto estão fazendo uma história que é quase revolucionária. Estão lutando para melhorar de vida, empreendendo, organizando a sua família e conseguindo viver numa situação que é de periferia, mas altivamente. Você dá a volta por cima e ainda tem gente que diz que você não vale nada. Não perceber que o bolsonarismo sai do ventre da sociedade politicamente correta me impressiona muito.”

Do Gaspari:

“Nos anos 80 do século passado, quando o governo do general João Figueiredo agonizava, o general Golbery do Couto e Silva, que se demitira da chefia do Gabinete Civil, saiu-se com esta: “Você pode ir para todos os guichês de uma rodoviária, pedindo desconto na passagem. Vão negar, mas se uma vendedora aceitar o pedido, fará uma pergunta e você deverá respondê-la: Para onde o senhor quer ir?” Figueiredo não sabia. Bolsonaro acha que sabe.” [O Globo]

Vamos ao maldito mercado:

“Sob condição de anonimato, a Folha ouviu três banqueiros, dois gestores de fundos de investimentos e representantes setoriais da indústria, do agronegócio e do comércio. Com algumas nuances, todos são unânimes ao prever um segundo turno entre Lula e Bolsonaro. Para eles, a viabilidade de um candidato “do meio” está cada vez mais distante. Dois fatores corroboram essa avaliação. No final de setembro, os principais banqueiros do país ainda apostavam numa terceira via com o lançamento do governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB-RS) como presidenciável. No entanto, a confusão das prévias do PSDB no final de novembro afastou ainda mais essa expectativa de sucesso da chamada terceira via. Na disputa, marcada por problemas no aplicativo desenvolvido para a votação, o governador de São Paulo João Doria venceu Leite por 54% a 45% dos votos. O presidente de um dos bancos mais importante de investimento afirmou que causou uma péssima impressão no mercado a mudança de tom dos tucanos, que trocaram acusações em público —o que denotou falta de coesão partidária— e a falta de unidade na construção de um nome forte para fazer frente a Bolsonaro e Lula. Outro episódio que arrefeceu o ânimo desse grupo de banqueiros foi o anúncio precoce de Sérgio Moro para o pleito pelo Podemos. Eles creem que o ex-ministro de Bolsonaro se precipitou em lançar-se como presidenciável e que sua estratégia com esse movimento, na verdade, mira uma vaga no Senado. Para eles, Moro, que começou nas pesquisas de intenção de voto com cerca de 4%, tem um teto, que deverá ficar restrito a 10% e desistirá da Presidência para concorrer como senador. O problema, ainda na avaliação desses executivos, será o senador Álvaro Dias, que também pleiteia a reeleição na única vaga do Paraná que será aberta nas eleições. Se Moro persistir como presidenciável, apostam numa pulverização do eleitorado, algo que fortalece ainda mais a polarização no segundo turno. Apesar do descrédito, o comando das principais instituições financeiras do país ainda aguarda a virada do ano e a movimentação entre partidos, considerando possíveis fusões partidárias e a construção de novas chapas com a possibilidade de surgimento de uma alternativa. Mesmo assim, dão esse cenário como algo remoto. Frisam que, neste momento, o quadro aponta para uma decisão entre Lula e Bolsonaro, com o petista mais forte em termos de apoio, diante de uma avaliação de que ele estaria mais apto para construir um time no Ministério da Economia capaz de consertar os estragos que Bolsonaro realizou ao desacreditar seu ministro da Economia, Paulo Guedes. Para eles, ao longo de três anos, Guedes apresentou boas promessas de cunho liberalista, mas Bolsonaro impediu que essas entregas fossem realizadas com uma agenda política marcada pelo populismo de olho na campanha pela reeleição.” [Folha]

Aham, ada de errado com Guedes…

“Os banqueiros também veem um Lula mais populista na sua volta ao cenário político, mas consideram que os ganhos financeiros futuros para o país e para os negócios serão maiores com o petista do que com Bolsonaro.”

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4. Malditos em 2022

“Temendo incidentes de violência na eleição de outubro ou depois do pleito, o Exército Brasileiro decidiu alterar o seu cronograma de trabalho em 2022.” [Folha]

Alguém aí pensou em remake da bomba do RioCentro?! É questão de tempo, nem fodendo eles vão passar a faixa pro Lula de boa.

“Já houve situações semelhantes na década de 1990, mas decorrentes de falta de dinheiro para manter todas as operações e o trabalho na eleição. Mudança por risco percebido é algo inédito.”

Um risco criado e alimentado pelo governo MILITAR, repleto de generais senis.!

“As conversas do Alto-Comando do Exército sempre giram em torno do tema da polarização, levando em conta o cenário atual das pesquisas eleitorais.”

Spiderman GIFs | Tenor

Inacreitável! Que polarização?! A ameaça de violência vem da extrema-direwita, porra!

“Ou seja, uma disputa em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sai com favoritismo, buscando ganhar no primeiro turno, e na qual o atual titular do Planalto, Jair Bolsonaro (PL), ainda ocupa a segunda posição, apesar da precariedade da curva de seus números. Generais e outros oficiais temem que a animosidade que consideram inevitável entre os dois grupos possa descambar para incidentes pontuais de violência ou contaminar discussões nas disputas estaduais —levando ao eventual pedido de socorro às Forças, que já estarão mobilizadas para o pleito deste ano.”

O que me leva ao Trump, o dia 6 de janeiro não deu certo para os Trumpistas porque faltou a esquerda na rua:

“Of course, Trump didn’t ultimately declare such an emergency. But a series of new revelations has now deepened our understanding of what happened — and, just as important, what didn’t happen — on Jan. 6, and thus shed a lot of light on just how close America came to a full-blown coup attempt. Nearly one year ago, there were a lot of loose threads about the events of Jan. 6 — and the violence that disrupted but didn’t prevent the official certification of Biden’s election victory — that didn’t seem to add up. Why was the Capitol so lightly defended, and why didn’t National Guard troops respond for hours as the building was overrun? Why didn’t the most militant groups, like the Oath Keepers, fight harder once the Capitol had been breached, and what was Trump himself doing as he watched the events unfold? Now we know that learning what was happening behind the scenes at the Pentagon, which has operational control over the National Guard in Washington, D.C., may be the critical link to understanding how Trump’s inner circle thought it could stop the certification of Biden, and why it ultimately could not. A tell came exactly one year ago on Jan. 3, 2021, with a stunning op-ed from all 10 living ex-Pentagon chiefs warning against a role for the military in the election. This came after Trump spent the weeks after Election Day replacing many Pentagon higher-ups with hard-core loyalists. But we now know the Joint Chiefs chair, Gen. Mark Milley, and the permanent military brass worked hard to make sure the National Guard didn’t get involved on Jan. 6 — thus blocking any chance troops would support a coup, yet also raising understandable questions why they didn’t quickly respond to violent pro-Trump insurrectionists. Trump wouldn’t invoke the Insurrection Act against his own people — but his team fully expected bloody clashes with left-wing counterprotesters whom POTUS 45 had been pumping up as a threat for weeks. We now know, from the House investigation, that Trump’s chief of staff Mark Meadows stated in an email on Jan. 5 that the Guard was expected to act to “protect” pro-Trump demonstrators. Likewise, hard-core armed members of the militarized Oath Keepers were making plans to wait in a staging area in an Arlington motel. What were Meadows, the Guard, Trump’s embedded allies in the Pentagon, and the Oath Keepers all waiting for? Presumably what they’d seen throughout 2020, peaking with mayhem in D.C. streets during a kind of trial run on Dec. 12, 2020 — violent clashes between Trumpists and left-wing counterprotesters. But leftists smartly stayed home on Jan. 6, egged on by a social media hashtag #DontTakeTheBait. Lacking the expected trigger for invoking the Insurrection Act and perhaps declaring a “national emergency,” both Trump and the Pentagon-led National Guard both were AWOL for hours.” [Inquirer]

Sim, o general mais graduado americano segurou a Guarda Nacional pois tinha medo que ela ficasse a favor dos trumpists, esse paradoxo aí é doideira!

Voltemos à matéria da Folha:

“Mais reservadamente ainda, esses chefes militares especulam sobre como os apoiadores de Bolsonaro, que veem como mais radicalizados neste momento, irão reagir se o líder perder a eleição ou nem se qualificar a um eventual segundo turno. É o famoso “cenário Capitólio”, embora haja dúvidas acerca do real risco de isso acontecer nos dois meses restantes deste mandato do capitão reformado do Exército, em que pese a incerteza acerca das mais bolsonaristas polícias militares. Há meses, políticos e militares discutem a hipótese, ante a desidratação da aprovação e da intenção de voto de Bolsonaro, que segundo o Datafolha tem os mesmos 22% nos dois quesitos. O ex-ministro da Defesa e da Segurança Pública Raul Jungmann alertou em um artigo na Folha, em junho passado, para o que chamou de “pior cenário”. “Imaginemos o seguinte cenário: o atual presidente não se reelege e, como já vem fazendo, acusa o sistema eletrônico de votação de fraude, exigindo a anulação do pleito. Seguidores radicais seus, dentre eles militantes, policiais, caminhoneiros etc., entram em choque com manifestantes da oposição”, especulou. Nessa visão, o governador do estado em que o fato ocorre entra em pânico e pede uma GLO (Operação de Garantia da Lei e da Ordem) para conter a crise. Bolsonaro se recusa a mandar as Forças Armadas, o chefe estadual procura ajuda do Supremo e um gravíssimo impasse constitucional está colocado. No meio de tudo, estariam os militares. Segundo a reportagem ouviu de altos oficiais, não só do Exército mas também de outras Forças, tal hipótese é vista como bastante improvável.”

Assim como era improvável que os fardados protagonizariam o PIOR GOVERNO DA HISTÓRIA!

“Eles citam o fato de que as manifestações golpistas do presidente no 7 de Setembro passado não descambaram para violência, apesar das ameaças de caminhoneiros presentes em Brasília.”

E não descambaram porque Bolsonaro peidou. E porque a esquerda não foi pra rua em Brasília. E eis o mais inacreditável dos parágrafos:

“Observadores da cena militar apontam, contudo, HABILIDADE POLÍTICA do atual comandante do Exército, general Paulo Sérgio Oliveira. Enquanto seu antecessor, Edson Pujol, fazia questão de estabelecer a risca entre serviço ativo e reserva, além de criticar a politização da Força, PS, como é conhecido, JOGA SOBRE O FIO DA NAVALHA.”

Habilidade política de general já é algo esquistíssimo, mas essa habilidade ser andar no fio da navalha, puta que pariu!

“A crítica a Lula se mantém, principalmente pelas acusações de corrupção em seus governos, embora os fardados mais graduados sempre citem anos do petista como um período de vacas gordas orçamentárias. Mas todo oficial-general da ativa diz que será prestada continência a qualquer pessoa eleita em outubro.”

Era só o que me faltava…

“O Exército é o ator majoritário por ser a Força terrestre por excelência e somar cerca de 60% dos 360 mil militares brasileiros.”

Hum, não sei porque mas acho que a gente tem que reduzir as forças armadas em 60%, hein! Deixa só Marinha e Aeronáutica, que é o que importa de fato pra gente, e o que gera tecnologia pra indústria.

Passemos ao general que supervisionará a eleição.

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“O general Fernando Azevedo e Silva, ex-ministro da defesa de Bolsonaro, ocupará a direção-geral do TSE durante a campanha presidencial de 2022. Isto é: quem vai decidir se a eleição valeu será um sujeito armado que até outro dia era funcionário de um dos candidatos.” [Folha]

Um general!

“Azevedo e Silva já desempenhou papel semelhante na eleição passada: por algum motivo até hoje inexplicado, foi assessor de Toffoli no STF durante a eleição de 2018.”

Se isso dói em mim imagine o Lula lendo isso – e lembrando que a indicação do petista não gosta de falar em ditadura, ele prefere “MOVIMENTO”

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“Naquela oportunidade, o STF decidiu que Lula, que tinha 38% nas pesquisas, não poderia concorrer contra Bolsonaro, que tinha 18%. Bolsonaro venceu e nomeou Azevedo para a Defesa. Se o leitor conhecer caso semelhante ocorrido em país de democracia estável, peço que envie carta para a Redação. Defensores da nomeação argumentam que um general no TSE apaziguará os defensores de Bolsonaro. O presidente da República já deixou claro que, em caso de derrota (e, portanto, prisão automática pelos crimes da pandemia), mentirá que houve fraude e tentará um golpe.”

Sabe um troço que provavelmente desestimulará uma aventura golpista em 2022?! O 6 de janeiro de 2021 em Wasington, e isso deveria virar tópico mas não vai, mas o parça do Giulliani tá prestes a caguetar Trump, ele tem uma carta incriminadora do Trump em mãos, e o inquérito lá sobre a invasão caminha, com muitas provas. E se aproxima o momento em que muitos parlamentares republicanos que apoiaram a invasão não poderão se candidatar, ou pelo menos é isso o que manda a lei. Vejamos no que dará.

“Não há, naturalmente, nenhuma apreensão honesta a ser apaziguada. Os defensores de Bolsonaro não acham, sinceramente, que as urnas eletrônicas são fraudadas. Eles estão, do primeiro ao último, mentindo. Se não houver essa desculpa para tentar um golpe, eles usarão outra. Os bolsonaristas devem ser desarmados, não refutados. E mesmo se fossem sinceros, a nomeação de Azevedo foge à regra. Em 2018, os eleitores de Lula contestavam a decisão judicial que tirou o ex-presidente da eleição. Ninguém nomeou Gleisi Hoffman para a direção do TSE como forma de tranquilizá-los. A diferença, é claro, é que os militantes do PT estavam desarmados. Supondo que a nomeação de Azevedo tranquilizará os golpistas, porque não deveria inquietar a imensa maioria do eleitorado, que, a crer nas pesquisas, pretende votar na oposição? Se Lula ou outro oposicionista vencer por grande vantagem, pode não fazer diferença: ninguém vai conseguir fraudar uma eleição que perdeu por 30 pontos percentuais. Mas e se a eleição for equilibrada? Se Bolsonaro vencer por pouco, se for para o segundo turno por pouco? Não deve haver militares no TSE em uma eleição em que um dos candidatos passou quatro anos tentando cooptar as forças armadas para um golpe de estado, sobretudo se o militar em questão foi ministro da defesa do referido candidato, sobretudo se o foi depois de ter supervisionado a eleição anterior sem ter qualquer direito de fazê-lo, e, sinceramente, eu tenho vergonha de ter que explicar isso.”

Celso é dos nossos!

“Segundo a revista Veja, a nomeação de Azevedo foi ideia dos ministros do STF Alexandre de Moraes e Edson Fachin. Em democracias estáveis, ministros da Suprema Corte não precisam se preocupar em acalmar golpistas. Certamente não precisam fazê-lo com o mesmo general por duas eleições seguidas.”

Na mosca

“De qualquer forma, lanço um apelo àquela turma do comentariado brasileiro que sempre defendeu que Bolsonaro não representava risco à nossa democracia: lancem um manifesto contra a nomeação de Azevedo. Ela dá munição a alarmistas como eu: se a ameaça de Bolsonaro não é real, por que a nomeação do general foi necessária? Ela foi conduzida por ministros do STF sob aplauso generalizado do establishment político e econômico. Será que essa turma toda também foi enganada pelo livro do Levitsky?”

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5. Servidores e policiais

“Enquanto o presidente Jair Bolsonaro (PL) promete reajuste salarial a policiais federais, cerca de 1 milhão de servidores ativos, aposentados e pensionistas estão com a remuneração congelada há cinco anos. A última parcela de aumento para esse grupo foi concedida em 1º de janeiro de 2017. São servidores de órgãos como Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Funai (Fundação Nacional do Índio), Abin (Agência Brasileira de Inteligência), além de carreiras médicas e ligadas à Previdência. O dado foi levantado pelo Ministério da Economia a pedido da Folha. As categorias desse grupo tiveram um aumento médio de 10,8%, parcelado em dois anos (2016 e 2017). Outros 253 mil servidores tiveram o último reajuste aplicado em 1º de janeiro de 2019. Foi a quarta parcela de um aumento total médio de 27,9%. É nesse segundo grupo que estão a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal. Juntas, as duas corporações têm 45,3 mil servidores ativos e inativos, segundo dados do Painel Estatístico de Pessoal do Ministério da Economia. O relator-geral do Orçamento, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), ignorou o pedido do ministro Paulo Guedes (Economia) para reservar R$ 2,5 bilhões à concessão de reajuste para as corporações policiais. A solicitação atendia a uma determinação de Bolsonaro. Mesmo assim, o presidente segue determinado a conceder a benesse a essas categorias, que compõem sua base de apoio. Recentemente, os policiais vinham se queixando de não terem recebido benefícios durante o governo Bolsonaro, ao contrário dos militares. O tratamento diferenciado desperta a indignação das categorias preteridas, que também são as que estão na base da pirâmide dos salários. “É lamentável que queiram fazer essa seletividade. Não somos contra o reajuste, mas não é justo que façam isso para um setor e deixem os demais no limbo”, disse Sérgio Ronaldo da Silva, secretário-geral da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal). Ele destacou que, do início de 2017 até novembro de 2021, a inflação medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) já subiu 27,22%. Enquanto isso, as categorias não tiveram nenhum tipo de reposição. “São as carreiras com menor salário da administração pública. É esse [grupo] que está sendo o mais penalizado”, afirmou Silva. Na PF, a remuneração de um agente vai de R$ 12.522,50 a R$ 18.651,79 por mês. Os delegados, por sua vez, ganham de R$ 23.692,74 a R$ 30.936,91. Na PRF, os vencimentos vão de R$ 9.899,88 a R$ 16.552,34 mensais. A pirâmide salarial do Executivo federal, porém, mostra que 4,72% dos servidores ativos recebem até R$ 3.000 mensais. Outros 23,54% ganham entre R$ 3.000 e R$ 6.000. Entre inativos, a proporção nessas faixas é ainda maior. Ao todo, quatro em cada dez aposentados do Executivo federal recebem até R$ 6.000 ao mês. Os agentes do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) são os únicos agraciados por Bolsonaro que estão no grupo com salários congelados há mais tempo, desde 2017. A remuneração da categoria hoje vai de R$ 5.572,23 a R$ 10.357,30. “Se o relator [do Orçamento] tiver de acatar, que seja para todos. Não de forma seletiva, como estão querendo fazer, segregando o funcionalismo”, disse o secretário da Condsef. A recusa de Leal em incluir a despesa com reajuste de policiais no Orçamento foi fundamentada em uma nota técnica de consultores do Congresso. O texto apontou como obstáculos a inexistência de um projeto de lei em tramitação, como exigido pela LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), e a necessidade de cancelar outras despesas para compensar o gasto extra. A questão do projeto de lei pode ser resolvida mais facilmente, na avaliação de técnicos da área econômica. A compensação é considerada mais difícil porque o Congresso destinou R$ 16,5 bilhões às chamadas emendas de relator e ampliou o fundão eleitoral a R$ 5,1 bilhões.” [Folha]

Passemos à Receita:

“A adesão ao movimento de auditores da Receita Federal de entrega de cargos de chefia após o Congresso prever no Orçamento de 2022 reajuste salarial para policiais federais cresceu nesta quinta-feira (23). A mobilização da categoria chegou ao Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). O órgão é responsável por julgar disputas tributárias entre a União e contribuintes. Segundo o Sindifisco (sindicato da categoria), 44 auditores deixaram os cargos de conselheiros. Com a medida, eles irão voltar para funções na Receita. Ao todo, 635 auditores já abriram mão de cargos comissionados. Também houve 17 exonerações na Copei (Coordenação-Geral de Pesquisa e Investigação da Receita), órgão de combate à sonegação, à lavagem de dinheiro e aos crimes financeiros. O movimento é uma resposta à aprovação do Orçamento por deputados e senadores na terça (21) com um pedido feito pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), de contemplar com aumento de salário os policiais, sua base política, em ano eleitoral. Nesta quinta, o Sindifisco afirmou que a entrega dos cargos de conselheiros do Cart têm potencial para já começar a afetar o julgamento de recursos no órgão. “A entrega de cargos envolve o compromisso de que ninguém irá ocupar o cargo que o outro entregou”, afirmou o sindicato, em nota. A entidade realizou uma assembleia nesta quinta-feira e aprovou indicativo de paralisação das atividades. Os auditores aprovaram cinco indicativos de maneira quase unânime – com o voto favorável de 97% dos 4.287 participantes.. A insatisfação dos servidores da Receita não é isolada. Após a debandada no órgão, funcionários públicos de outras áreas começaram a reclamar da benesse aos policiais. Também nesta quarta, a associação dos funcionários do Ipea divulgou uma nota se queixando da falta de reajuste salarial, mesmo após enviarem ofícios à Economia com pedido de reposição de perda inflacionária. O documento foi publicado após reunião com o presidente do órgão, Carlos Von Doellinger. “Diante dos encaminhamentos da reunião e sem mesa de negociação para a questão salarial, a postura do governo tem mostrado que será necessário um engajamento mais amplo do conjunto de servidores civis federais para reverter esse quadro”, disse a entidade, na nota. A ANMP (Associação Nacional de Médicos Peritos) chamou de humilhação e “uma das maiores atrocidades” do governo federal contra a carreira a ausência de recomposição salarial em 2022, diante do aumento da inflação. Não há ameaça de paralisação, porém, em nota, faltam em “medidas mais gravosas”. Já na terça, a insatisfação com o aumento dos policiais havia alcançado servidores do BC. Fábio Faiad, presidente do Sinal (Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central), disse que a medida traria uma assimetria injusta porque os salários iniciais de policial federal seriam maiores que os valores de final de carreira dos servidores do BC. [Folha]

E vai assim até o meio do ano:

“O presidente da Fonacate, associação que representa funcionários de diversas áreas do setor público, Rudinei Marques, diz que a briga por reajuste vai até o prazo final que o governo federal tem para conceder benefícios desse tipo, até seis meses antes da eleição. O Fonacate (Fórum Nacional Permanente das Carreiras Típicas de Estado) reúne as associações de servidores de diversas carreiras federais, entre elas os próprios policiais, que somam cerca de 200 mil funcionários públicos. “O governo federal pode conceder reajuste até 6 meses antes da eleição, ou seja, temos até o final de março para assegurar alguma coisa”, disse Marques. Antes da aprovação, ele afirmou estranhar o aumento somente para as carreiras de segurança e afirmou que o reajuste iria “agradar 30 mil servidores para desagradar 1 milhão”.” [Folha]

Passo ao Elio Gaspari:

“Só um inimigo de Bolsonaro seria capaz de propor que, às vésperas do fim do ano, ele entrasse em campo para obter um reajuste salarial dos policiais federais, e só deles. Colheu a devolução de mais de 500 cargos de confiança da Receita Federal e uma ameaça de greve. O presidente que prometeu acabar com o ativismo, fabricou-o mobilizando contra o governo funcionários concursados, nada a ver com a cumbuca de nomeações dos políticos amigos. O que o Planalto pode dizer a um servidor cuja categoria tem um pleito funcional e chegou em casa tendo que explicar à família que ficou de fora da generosidade presidencial? O estilo Bolsonaro de gestão já encrencou com o Inep, o Iphan, o Inmetro e a Anvisa. Cada encrenca deixou cicatrizes, até que explodiu a crise da Receita. O doutor Paulo Guedes, parceiro da manobra, talvez possa contar ao capitão o que é o “efeito do túnel”, descrito pelo economista Albert Hirschman (1915-2012). Ele celebrizou-se explicando de maneira simples problemas que seus colegas expõem de forma complicada.. O “efeito do túnel” relaciona-se com a distribuição de renda. Se duas fileiras de carros estão engarrafadas num túnel e ambas se movem lentamente, os motoristas aceitam o contratempo. Se uma fileira começa a andar mais rápido, quem está parado acha que o jogo está trapaceado. Bolsonaro gosta de arriscar, mas mesmo sabendo-se que Hirschman talvez não seja flor do orquidário de Guedes, pouco custaria ao doutor pela universidade de Chicago explicá-lo ao capitão. Os servidores públicos, como todos os trabalhadores, perderam renda. Com o ativismo em favor dos policiais, Bolsonaro mobilizou a insatisfação. [O Globo]

Passo à Míriam Leitão:

“O governo criou a própria crise ao conceder reajuste somente para os policiais federais. Agora a elite do funcionalismo ameaça greve e está entregando cargos em comissão. Os servidores estão sem aumento desde o governo Temer, mas com a pandemia não tiveram redução nominal de salários como os empregados dos setor privado O governo sempre encontrou uma forma de beneficiar os setores que o presidente quer. No caso dos militares, o benefício veio na reforma da previdência. O soldo não é reajustado, mas com a reestruturação da carreira recebem acréscimos. Agora o presidente se mobilizou para que haja o reajuste da Polícia Federal, que não resolve o grande problema da corporação, que é a intervenção em determinados assuntos de forma grosseira. Trocando delegados e fazendo perseguição a quem investiga assuntos que envolvam o presidente e seus familiares. O cala-boca veio através do aumento de salário. Mas provocou a reação de outras áreas, até porque Bolsonaro havia falado antes em reajuste para todo o funcionalismo. Houve entrega de cargos em comissão da Receita Federal, e o movimento se espalhou para o Banco Central. A elite do funcionalismo está em pé de guerra porque o presidente fez uma escolha e detonou um processo de contágio. O presidente está em ano eleitoral e não demonstrou nenhuma aderência à pauta de controle de gastos públicos. Para os preferidos, não há lei. Então, o presidente vai acabar tendo que ceder, dando pelo menos algum tipo de ajuste. As categorias mais fortes e organizadas vão conseguir se importar, as mais fracas não terão vez.” [Folha]

E Guedes se debate coimo pode:

“Paulo Guedes enviou anteontem um texto a Jair Bolsonaro, colegas da Esplanada dos Ministérios e para integrantes de sua equipe econômica alertando para o risco que terá para a economia do Brasil se houver reajustes salariais em todas as categorias de servidores federais. Para Guedes, “quem pede aumento agora não quer pagar pela guerra contra o vírus” e “está dizendo: ‘já tomei minha vacina, agora quero reposição de salário, não vou pagar pela guerra ao vírus'”. E insiste que só após uma reforma administrativa, reajustes e reposições salariais poderiam ser dados: “Sem isso, reajuste geral para o funcionalismo é inflação subindo”. Alerta ainda que “estamos em economia de guerra contra a pandemia”. O contexto do recado do ministro é a porteira que foi aberta a partir dos reajustes, apoiados sobretudo por Bolsonaro, dos policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Está marcada para amanhã uma reunião de 30 categorias do serviço público para decidir se paralisam suas atividades como forma de pressionar pela extensão generalizada do reajuste. No texto enviado, Guedes prega como solução a reestruturação das carreiras federais, “melhor ainda se dentro de uma reforma administrativa”. Afirma que a reforma cortaria “R$ 30 bilhões por ano e, assim, poderia aumentar 10% dos salários do funcionalismo após a reforma”. Guedes comparou um eventual reajuste salarial neste momento à tragédia de Brumadinho: “Temos que ficar firmes. Sem isso, é Brumadinho: pequenos vazamentos sucessivos até explodir barragem e morrerem todos na lama”.” [O Globo]

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6. Se filho da puta voasse…

… não se veria a luz do sol!

“O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi categórico ao afirmar que a meta principal da autoridade monetária é combater a inflação e, por conta disso, o BC pretende continuar elevando os juros o quanto for necessário para ancorar as expectativas do mercado, adotando um ciclo mais contracionista. Apesar de negar prever recessão no país em 2022, o presidente do BC sinalizou que, se necessário, continuará elevando os juros, em detrimento da atividade, e admitiu que não sabe qual será a taxa básica de juros (Selic) no fim do ciclo de alta iniciado em março. “Os exemplos brasileiros mostram que você tem que colocar o país em recessão para recuperar a credibilidade”, afirmou Campos Neto, nesta quinta-feira (16/12), durante entrevista virtual com jornalistas sobre o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Ele admitiu a necessidade de o BC continuar elevando os juros para conter as expectativas. “Tudo está muito relacionado em um país como o Brasil com herança inflacionária recente. E entendemos que, para assegurar a inflação no centro da meta, é muito bom avançar nesse processo de normalização e passar a mensagem de que vamos seguir a meta. O proce” [Correio Braziliense]

Alguém tinha era que emendar um tapa na cara desse cretino, porra, isso sim!

““Nós entendemos que a ancoragem da inflação é o elemento mais importante para estabilizar o crescimento de longo prazo, a parte fiscal. E nós entendemos que vamos de novo estar passando por um processo que, sim, você vai ter uma elevação de juros com um crescimento na margem que não é muito elevado. Mas, nós entendemos que , se isso for feito de forma a ter credibilidade e com transparência, esse é o melhor remédio para maximizar o que entendemos que são as condições ideais de crescimento futuro”, afirmou.”

Como é que vai crescer com recessão?!

“Ao ser questionado sobre os erros na condução da política monetária ao deixar a taxa básica de juros (Selic) em um patamar muito baixo, de 2% ao ano, por um período muito longo, Campos Neto justificou que, “naquela época”, os bancos centrais trabalhavam com um cenário de depressão econômica.  “Nós reajustamos as expectativas à medida que os dados foram surgindo”, afirmou.”

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7. Metas

O 171 do Ricardo Barros, líder do governo, apresentou à Folha um papel com as metas da gestão do governo, o que tá riscado ele considera “realizado”. Nada de reforma tributária, até X tem, e nada de administrativa, os dois principais objetivos do governo em 21. E nem Renda Brasil

“O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), tem sobre a mesa de seu gabinete uma lista de papel com as metas da gestão de Jair Bolsonaro (PL). O documento tem como título “Ministério da Economia”, mas conta 25 itens que envolvem temas da alçada de Paulo Guedes até a chamada pauta de costume do bolsonarismo. Entre os temas considerados cumpridos, estão a independência do Banco Central, o marco legal do gás natural e a privatização da Eletrobras. Na parte do que empacou, as reformas estruturantes do sistema tributário e administrativo, além de privatizações, que se resumiu à Eletrobras e aos Correios —essa última, travada pelo Senado. Do total de 25 itens da lista de Barros, cerca de metade deles deles ainda aparecem sem riscos, ou seja, metas ainda não atingidas. Doze constam como cumpridos. Barros diz considerar o desempenho excelente. Apesar de ainda ter um ano para o fim do mandato de Jair Bolsonaro, 2022 é mais curto por ser ano eleitoral. Ao menos um dos temas, a reforma tributária, aparece com um ‘x’, sendo uma indicação de que já não é contabilizada como objetivo alcançável. Considerada com chances remotas, a reforma administrativa ainda sobrevive nas anotações de Barros. Há dez dias, em conversa com empresários, Guedes foi cobrado e pediu ajuda para tentar aprovar o texto.” [Folha]

Eles queriam aprovar ainda mais liberação de armas e se foderam, assim como regularização fundiária, chupa, Nabhan Garcia! E ri largado com esse “pacto federativo” escrito a mão e que falhou miseravelmente, apesar do esforço do Fux.

E como eu não sei em qual tófica enfiar essa entrevista da Tebet vai aqui mesmo:

E olha essa da Tebet:

“Ninguém podia imaginar uma gestão tão ruim, nem que o presidente Bolsonaro pudesse entrar para a história como o pior presidente da história do Brasil. Ninguém imaginava que ele poderia namorar com o autoritarismo ou ameaçar as instituições democráticas e tentar mudar todo o pensamento de uma geração com o discurso de ódio contra as minorias.” [DN]

E ela prefere não revelar seu voto óbvio:

“Eu não costumo declarar voto, então não vou dizer em quem votei, nem em quem votaria no ano que vem se eu não for para a segunda volta. Acho que o voto é secreto, acredito que é uma escolha pessoal e como pré-candidata eu creio que tenho condições de estar na segunda volta contra um dos dois candidatos que hoje se apresenta nas pesquisas como maioritário.”

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8. Jovem Klan

JR Guzzo escrevia absurdos na Veja e agora escreve pra Jovem Pan, olha o naipe do título: “O que aconteceria se o governo mandasse o STF passear?“. Sim, e se o governo mandasse o STF tomar no cu! No sub-título o sujeito enfileirou as seguintes palavras: “Pode se dizer, com grande margem de segurança, que rigorosamente nada mudaria: todo mundo iria seguir trabalhando, os boletos bancários continuariam vencendo e os ônibus sairiam das rodoviárias”, eu juro!

“Imagine por um instante – só por curiosidade, certo? (Só por curiosidade; é claro que ninguém aqui está sugerindo nada, pelo amor de Deus, e muito menos qualquer tipo de ato antidemocrático.)” [Não vou lincar JP nem fodendo]

É daí pra baixo…

“Então: imagine por um instante o que aconteceria se um dia desses o presidente da República, ou alguém do seu governo, recebesse a milésima ordem do Supremo Tribunal Federal para explicar “em 48 horas”, ou “três dias”, ou coisa que o valha, por que fez isso ou por que deixou de fazer aquilo, e não desse resposta nenhuma. O que aconteceria, em outras palavras, se dissesse ao ministro Barroso, ou ao ministro Alexandre, ou à ministra Rosa, ou qualquer um dos onze: “Olha, ministro tal, vá para o diabo que o carregue”? Como nunca aconteceu até hoje, e como nunca o STF mandou o presidente da República explicar seja lá o que fosse em nenhum governo anterior ao atual, não dá para responder com certeza científica; falta, como se diz, a prova da experiência. Mas pela Lei das Probabilidades, que no fundo vale bem mais que muita lei aprovada por esse Congresso que está aí, pode se dizer com grande margem de segurança que não iria acontecer rigorosamente nada. Claro, claro: a mídia ia ficar enlouquecida, mais do que em qualquer momento do governo de Jair Bolsonaro, e o centro liberal-civilizado-moderno-intelectual-etc. entraria numa crise imediata de histeria.”

Eles adoram a palavra histeria, é impressionante…

“As instituições, iriam gritar todos, as instituições: o que esse homem fez com as nossas sagradas instituições, meu Deus do céu? A Constituição Cidadã está sendo rasgada. A democracia acaba de ser exterminada no Brasil. É golpe. É ditadura militar. Mas seria só uma crise de nervos no mundinho da elite, mais nada. Na prática, e nas coisas que realmente interessam, o governo poderia mandar o STF não encher mais a paciência, pronto – e não mudaria absolutamente coisa nenhuma. Os colégios chiques continuariam a aumentar as mensalidades, e a chamar seus alunos de alunes”

Miserável…

“A população, com certeza, estaria pouco se lixando para a indignação do STF, das gangues políticas, da elite meia-boca a bordo dos seus SUVs, das classes pensantes e dos banqueiros de investimento de esquerda;”

Sim, banqueiros de investimento de esquerda!

“Todo mundo iria continuar trabalhando. Os boletos bancários continuariam vencendo. Os ônibus continuariam saindo das rodoviárias. Os serviços de água encanada, energia elétrica e coleta de lixo, nos lugares em que existem, continuariam funcionando. Ninguém iria desmarcar uma consulta médica, nem faltar a um compromisso, nem fazer qualquer coisa diferente. Nenhum país iria romper relações com o Brasil. Os evangélicos iriam ouvir o pastor nas igrejas. Os portos continuariam a embarcar soja. Os colégios chiques continuariam a aumentar as mensalidades e a chamar seus alunos de alunes. A centésima-primeira variante do vírus iria aparecer num canto qualquer. É possível, até, que a Bolsa de Valores subisse. Enfim: a solidariedade, o respeito e o apreço dos brasileiros pelo STF e pelo resto das nossas “instituições democráticas” permaneceriam exatamente onde estão, ou seja, no zero absoluto. E, de mais a mais, o que os ministros do STF, o “Jornal Nacional” e todos os demais indignados poderiam fazer na prática? Chamar o Exército para prender o presidente da República? Chamar a PM de Brasília? Chamar a tropa da ONU? Os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, esses que estão aí hoje, iriam fazer algum gesto heroico de “resistência”? Rolaria, enfim, o impeachment que não rolou até agora? Lula, o PT e a CUT iriam decretar uma greve geral por tempo indeterminado, até a queda do governo? A verdade é que não existe, na vida como ela é, nenhum meio realmente eficaz para se exigir obediência do Executivo se ele não quiser obedecer.”

É um pedido desesperado pra Bolsonaro trucar!

“Não só do Executivo, por sinal – do Legislativo também não. Ainda outro dia, por exemplo, aconteceu exatamente isso. Foi a primeira vez, mas aconteceu: a ministra Rosa, em mais um desses acessos de mania de grandeza que são a marca do STF de hoje, anulou uma lei aprovada pela Câmara – e a Câmara não tomou conhecimento da anulação. Tratava-se, no caso, de um projeto que afetava diretamente o bolso dos deputados, entregando a eles bilhões em “emendas parlamentares”. Aí não: a decisão foi ignorada, a lei continuou valendo e depois de muito fingimento de parte a parte, para disfarçar o naufrágio da decisão do STF, ficou tudo como estava. Não há nenhum sinal, entretanto, de que possa acontecer alguma coisa parecida com a atual Presidência da República. Poucas vezes na história deste país, ou nunca, se viu um governo tão banana quanto o que está hoje no Palácio do Planalto. Tem muita “laive”, passeata de motocicleta e implicância com a vacina, mas comandar que é bom, como determina a lei e como o eleitorado decidiu, muito pouco, ou nada. Para começar, o Executivo não controla nem a metade do orçamento federal; o resto poderia estar sendo gasto no Paraguai. O presidente não manda na máquina pública; não pode nomear nem o diretor da Polícia Federal. Também não pode demitir. Cada um faz mais ou menos o que bem entende, frequentemente em obediência ao PT e a grupos de esquerda. O governo dá ordens que são pura e simplesmente ignoradas. Decidiu que não poderia haver demissões de empregados que não tivessem tomado vacina; um tribunal qualquer, desses que se reproduzem como coelhos em Brasília, decidiu o contrário e ficou por isso mesmo. As secretarias estaduais de saúde dão ordens opostas às do Ministério da Saúde; o que fica valendo é a decisão das secretarias. O procurador-geral da República, nomeado pelo presidente Bolsonaro, dirige uma equipe que lhe faz oposição aberta e direta. Que raio de governo “autoritário” é esse, que não tem autoridade nenhuma? Um dos maiores aliados do governo, o ex-deputado e dirigente partidário Roberto Jefferson, está na cadeia há mais de quatro meses – é, por sinal, o único preso político do Brasil. Outro, o jornalista Allan dos Santos, teve de se refugiar nos Estados Unidos e está com a prisão solicitada à Interpol. Governadorezinhos e prefeitinhos de fim-do-mundo governam como bem entendem. Qualquer nulidade do Congresso ou da vida política, desde que tenha carteirinha de militante de “esquerda”, vive correndo ao STF para que o governo faça assim, ou não faça assado; é atendido sempre, como nos pedidos permanentes de “explicações”. Que raio de governo “autoritário” é esse, que não tem autoridade nenhuma? É muito interessante, assim, o ponto de vista do ministro Gilmar Mendes sobre essa anarquia cada vez mais grosseira. Segundo Gilmar, diante das realidades que estão aí na frente de todo mundo, o mais sensato para o Brasil seria a adoção do parlamentarismo. É, possivelmente, a única contribuição construtiva jamais dada para o atual debate político por um membro do STF. O que adianta ter presidente da República se a presidência da República não manda nada? Para que esse drama de eleição presidencial a cada quatro anos se o eleito, seja quem for, vai passar o tempo todo em crise? Eis aí um excelente recado: se não governa, pede para sair.”

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9. Malditos

Ao que parece o comandante do Exército estava em Marte mas desembarocu ontem no Brasil:

“O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, condicionou o retorno de militares ao trabalho presencial à vacinação contra a Covid-19, mas deixou em aberto a possibilidade de “casos omissos sobre cobertura vacinal” serem analisados pelo DGP (Departamento Geral do Pessoal) da Força.” [Folha]

O mesmo DGP que não viu nada de errado em GENERAL DA ATIVA participando de ato político ao lado do presidente?! Agora sim, hein!

“A orientação do comandante está num documento finalizado na última segunda-feira (3), com diretrizes para prevenção e combate à pandemia. O comandante listou 52 diretrizes a serem seguidas por órgãos de direção e comandos militares de área. A vacinação contra a Covid-19 é tratada numa única diretriz, a de número 22. A diretriz propõe “avaliar o retorno às atividades presenciais dos militares e dos servidores, desde que respeitado o período de 15 dias após imunização contra a Covid-19 (uma ou duas doses, dependendo do imunizante adotado)”. O comandante, porém, faz uma ressalva: “Os casos omissos sobre cobertura vacinal deverão ser submetidos à apreciação do DGP, para adoção de procedimentos específicos.””

A malandragem tá aqui ó:

“Não há um detalhamento sobre o que pode ser tratado como caso omisso ou sobre procedimentos a serem adotados.”

Que porra de diretriz é essa que não especifica porra nenhuma?!

“A Folha mostrou em reportagem publicada no último dia 24 que Exército, Aeronáutica e Marinha permitem que militares da ativa deixem de se vacinar contra a Covid-19, embora haja obrigatoriedade estabelecida para imunização contra febre amarela, tétano, hepatite B e outras doenças. A desobrigação se estende a missões militares dentro e fora do país e a inspeções de saúde. No Exército, o entendimento é que não há uma lei que obrigue a vacinação contra a Covid-19 e que existe incentivo à imunização por parte de comandantes de tropas. O responsável por materializar a dispensa da obrigação de vacinação contra a Covid-19 foi o general Fernando Azevedo e Silva, quando exercia o cargo de ministro da Defesa do governo Jair Bolsonaro (PL). O gabinete de Azevedo atualizou o calendário de vacinação militar em 4 de novembro de 2020.”

Sim, o mesmo general que agora é diretor-geral do TSE! Mas voltemos ao atual comandante:?

“Uso de máscaras, distanciamento social e higienização das mãos devem ser mantidos, conforme a diretriz do comandante. Bolsonaro é contra máscaras e distanciamento. O comandante do Exército propõe ainda que se evite o uso de elevadores, “privilegiando as escadas”, e que portas e janelas sejam mantidas abertas no local de trabalho, quando possível. A nova diretriz proíbe que militares compartilhem notícias falsas sobre a pandemia de Covid-19 em redes sociais. O documento também diz que militares devem orientar familiares e pessoas de seu convívio sobre a conduta. O documento tem como objetivo “preservar a capacidade operativa da Força Terrestre” e a saúde dos integrantes do Exército.​”

Passo ao Marcelo Godoy:

“Em junho de 2019, o então comandante do Exército, general Edson Pujol, fez publicar uma portaria disciplinando o uso de redes sociais pelas organizações militares e pelos militares da ativa. Até então, uma miríade de oficiais estava se manifestando por meio de perfis em redes sociais com publicações de caráter político-partidário, principalmente, em apoio a Jair Bolsonaro, durante a campanha a eleitoral e, depois, ao seu governo. A medida fez muitos oficiais refluírem, mas foi preciso quase um ano para que a tropa se enquadrasse em vez de se comportar publicamente no Twitter e no Facebook como se estivesse no salão do Clube Militar, durante a década de 1920, quando tenentes afrontavam generais e ficava o dito pelo não dito. No dia 24 de junho de 1922, o tenente Gwaier de Azevedo ofendeu uma dezena de oficiais generais, chamando-os de peculatários, devassos e ignorantes com a conivência do então presidente do Clube, o marechal Hermes da Fonseca, que garantiu a tribuna ao jovem oficial.. O general Tasso Fragoso disse ao tenente: “Vossa Excelência veio aqui para dizer desaforos porque não conhece o regulamento do Clube”. Gwaier respondeu: “Em matéria de regulamentos sou como Vossa Excelência, não entendo coisa alguma”. A audiência gargalhou. Quando o general Andrade Neves disse que um dos caluniados, o general Aché, estava muito acima das “injúrias desse oficial energúmeno”, o tenente respondeu: “Antes ser energúmeno do que um devasso como Vossa Excelência, que já desviou fundos de subscrições públicas em proveito de suas numerosas concubinas”. A ata do clube registra a reação da audiência: “protesto”, “muito bem”. Em 2 de julho, o presidente da República, Epitácio Pessoa, mandou fechar o Clube Militar. No dia 5 de julho, os tenentes se rebelaram no Forte de Copacabana. Toda a agitação militar começara por causa de uma fake news: as cartas falsificadas atribuídas em 1921 ao candidato à Presidência Artur Bernardes, nas quais se atacavam Hermes e os militares que o apoiavam. Bernardes venceria a eleição contra o candidato dos tenentes, Nilo Peçanha. A Primeira República entraria em uma década de agitações que levaria ao seu fim, com a Revolução de 1930. Esse clima de Clube Militar dos anos 1920 renasceu em grupos de WhatsApp e em redes abertas, onde qualquer pessoa podia ter acesso às manifestações de oficiais da ativa criticando autoridades, como os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, ministros do Supremo Tribunal Federal e políticos de oposição a Bolsonaro, como o governador João Doria (PSDB). O ambiente levou o general da ativa Eduardo Pazuello a participar de um comício ao lado do presidente e um sargento de uma brigada do Paraná a participar de uma live de um major-deputado bolsonarista para criticar a política de promoções do Exército. A portaria do Exército sobre redes sociais e o que se passou depois com o governo Bolsonaro fez com que as Polícias Militares dos Estados começassem a trilhar o mesmo caminho da Força. Era preciso regular o uso das redes sociais pelos policiais militares. Em São Paulo, dois antecedentes deram o sinal amarelo: o caso do cabo Lemos e o do coronel Aleksander. O primeiro publicou uma foto em seu perfil de Instagram no dia 7 de junho de 2020, pouco antes de uma das primeiras manifestações populares contra Bolsonaro. Vestia uniforme e tinha um cassetete na mão. A legenda mostrava suas intenções: “Hoje tem manifestação no Largo da Batata, e os ANTIFAS (anti-fascistas) querem marcar presença. Eu quero cacetar a lomba dos baderneiros”. Lemos foi afastado no mesmo dia e punido. Depois foi a vez do coronel. Entre 1º e 20 de agosto de 2021, Aleksander Lacerda, então comandante do policiamento da região de Sorocaba, fez em sua conta aberta no Facebook 397 publicações de caráter político-partidário. Em 152 delas, ele reproduzia campanhas bolsonaristas, como a que defendia o voto impresso. Chamou o governador Doria de “cepa indiana”, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), de “covarde” e anunciava que compareceria à manifestação do dia 7 de setembro, que Bolsonaro ia promover na Avenida Paulista. Foi afastado duas horas depois de o Estadão revelar o caso. O pau que bateu no cabo Lemos também atingiu a cabeça do coronel. O comandante da PM, coronel Fernando Alencar Medeiros, informou, na época, que a corporação estava se preparando para disciplinar o uso de redes sociais por seus integrantes. O resultado foi publicado no dia 27 pela PM e está em vigor desde sua publicação no Diário Oficial do Estado, na quarta-feira, 29. Mais do que garantir a disciplina e preservar os valores da polícia paulista, o documento manda um recado aos incautos que planejavam bagunçar o ano eleitoral de 2022, mobilizando a baderna fardada contra as leis da República. Os PMs terão 20 dias para excluir de suas redes sociais particulares todas as postagens que usem símbolos, imagens, áudios ou qualquer outra coisa que se refira direta ou indiretamente à Polícia Militar. Além de atacar o fenômeno dos policiais influencers e youtubers, que usam a imagem da polícia para auferir dinheiro em contas monetizadas, cursos, dicas para concursos e outras atividades, a portaria também quer disciplinar os que fazem da farda um trampolim para a política. Diz a diretriz que é vedado aos policiais fazer “considerações sobre atos de superiores, de caráter reivindicatório e de cunho político-partidário, ou depreciativos a outros órgãos públicos, autoridades e demais militares do Estado”. Até a foto de perfil na rede social é disciplinada, com a proibição de que ela “se relacione, direta ou indiretamente, com a condição de militar”. A portaria termina com um aviso importante nesse ano eleitoral: “O descumprimento das Condições de Execução elencadas (…), bem como de quaisquer valores e deveres policial-militares previstos em lei, deverá ser apurado à luz do Regulamento Disciplinar da Polícia Militar, Código Penal e Código Penal Militar, conforme o caso”. Não é surpresa que o bolsonarismo mais uma vez, com Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) à frente, tenha se voltado contra o documento. O movimento chefiado pelo presidente tem horror a tudo o que significa ordem e disciplina. Dizem que as ofensas contra Doria são fruto da liberdade de expressão, como se fosse permitido ao cabo achincalhar o capitão. O deputado estadual Conte Lopes disse, em vídeo: “Não se pode falar que os policiais militares amam o Bolsonaro e odeiam o Doria. Essa é a questão de tudo isso nesse ano eleitoral”. Há mecanismos no regulamento disciplinar que preveem a discordância leal dos subordinados e até a crítica em relação aos seus superiores. E entre eles não estão os posts públicos nas redes sociais que contribuem apenas para desprestígio da instituição militar. Parece difícil explicar ao bolsonarismo que comandar não é mesmo que ser síndico de prédio. Ou que as coisas nos quartéis não se resolvem em assembleias. A frase de Conte Lopes ajuda a entender a reação dos bolsonaristas. Eles esperavam contar com a capilaridade das redes sociais dos 130 mil policiais da ativa e da reserva para patrocinar suas campanhas eleitorais em 2022, com o objetivo de se apossarem do governo do Estado, elegendo Tarcísio Gomes de Freitas, pré-candidato do grupo. Sonham ainda manter as dez vagas da bancada da bala eleita na Assembleia Legislativa em 2018, tarefa cada vez mais distante, caso a míngua de votos para a segurança na eleição municipal de 2020 se mantiver em 2022. O jeito é patrocinar polêmicas. O filho 03 do presidente é contra as câmeras que os PMs passaram a carregar para gravar o turno de trabalho. Diz que elas não deixam o policial “trabalhar”. É ofensivo sugerir que o trabalho dos policiais seja a prática de crimes, que os PMs precisem desligar câmeras para apanhar propina ou assassinar suspeitos. Alguém precisa avisar o deputado que a PM de São Paulo não é um valhacouto de bandidos. E que as câmeras darão legitimidade às ações dos policiais honestos e, assim como a nova diretriz do comando afastará os oportunistas da tropa, as câmeras vão tolher os delinquentes. Críticos apartidários da portaria apontam para a extensão dela aos policiais da reserva como um item que pode gerar dúvidas e abusos. O comando deverá esclarecer esse ponto da norma e seu alcance. A tranquilidade e a paz social só podem ser garantidas se aqueles que têm a missão de manter a ordem pública preservarem a higidez de seus homens. O pêndulo estava lançado em direção à baderna. O comando o deslocou para o lado da ordem. E, assim, aos poucos, um novo equilíbrio será atingido. [Estadão]

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10. Orçamento secreto

O Globo foi atrás de quem recebeu orçamento secreto e o governo jurando que não dava pra saber onde o dinheiro foi…

“Os valores rastreados foram empenhados em 2020 e 2021 e chegam a R$ 3,2 bilhões, uma amostra dos R$ 36 bilhões que compuseram as emendas de relator no período. Dentre os políticos mais agraciados está o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que, em 2020, detinha o controle de boa parte da destinação da verba, porque presidia o Senado e mantinha uma relação de proximidade com o Planalto. Foi graças ao parlamentar que o Amapá recebeu a alocação de ao menos R$ 335,9 milhões, um feito inédito. O segundo reduto com maior aporte é a Bahia, com R$ 302,2 milhões — o deputado João Carlos Barcelar (PL-BA) lidera a lista de indicações. O Piauí, estado do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), mandachuva do Centrão, é o terceiro a receber mais recursos dentro da fatia de R$ 3 bilhões cujas indicações foi possível rastrear. O senador licenciado dividiu a maioria da sua cota entre prefeitos do seu partido para angariar apoio político, colocando os seus adversários em situação de desvantagem. A partir dos dados, foi possível constatar outros aliados de Bolsonaro beneficiados com o orçamento secreto. Um deles é o deputado Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos. O parlamentar é apontando como beneficiário de uma emenda de R$ 7,5 milhões destinada a Campinas e empenhada em dezembro de 2020. O valor é informado pelo próprio site da prefeitura. Ao GLOBO, Pereira confirmou a destinação do dinheiro para a pavimentação de uma estrada, que ainda está em fase inicial de licitação, e destacou ser favorável à divulgação das informações detalhadas sobre as verbas.” [O Globo]

E olha ela:

“Fiel escudeira de Bolsonaro no Congresso, a deputada Bia Kicis (DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, foi contemplada pelo orçamento secreto com ao menos R$ 7,8 milhões em duas emendas de relator destinadas a aquisições de máquinas e equipamentos para fortalecer a “capacidade produtiva” e o “desenvolvimento regional” do Distrito Federal, por onde ela pretende disputar o Senado no ano que vem. Em junho, ela fez um post junto com o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, dizendo que entregou “cinco caminhões e câmaras frias a cooperativas de pequenos agricultores do DF adquiridos por emendas parlamentares de minha autoria”. Procurada, ela não respondeu aos contatos.”

E Zambi recbeeu muito menos, que satisfação!

A também deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP) é apontada no levantamento como contemplada com ao menos três emendas no valor de R$ 500 mil cada. Duas delas foram empenhadas para Mirandópolis e Águas de São Pedro, interior de São Paulo. O primeiro município é comandado pelo prefeito Everton Sodário, do PSL, chamado de “Bolsonaro caipira”, enquanto o segundo é o local onde ela passou a infância. Procurada, Zambelli afirmou que “quando necessário, aponta as principais demandas à liderança, ao Executivo e ao relator do Orçamento””

O final d matéria é didático:

“Alguns parlamentares, porém, rechaçam a ideia da falta de transparência. O deputado José Carlos Bacelar (PL-BA), por exemplo, consta da lista dos mais agraciados pelo orçamento secreto, com ao menos R$ 70 milhões. Ele alega que é a sua função levar recursos para municípios do seu estado. Questionado se o mecanismo privilegia a base do governo em detrimento da oposição, ele foi sucinto: — Desde quando Pedro Álvares Cabral chegou ao Brasil é assim.”

E agora a edição vai ser frenética, vai de qualquer jeito:

“Enquanto partidos do Centrão, juntos, lideram o ranking de número de parlamentares contemplados e o volume de recursos liberados pelo orçamento secreto, o PT, dono da segunda maior bancada na Câmara, teve apenas quatro de um total de 53 deputados beneficiados, segundo o levantamento. Integrantes de legendas da oposição à esquerda, como Rede, PSOL, PCdoB e PV, ou à direita, caso do Novo, nem sequer constam da lista dos congressistas que receberam emendas do relator. A análise foi feita em um universo de R$ 3,2 bilhões, uma amostra dos R$ 36 bilhões empenhados por meio do mecanismo em 2020 e 2021.” [O Globo]

E lá vou eu parabenizar o… Novo, puta que pariu!

Eu Estou GIF - Eu Estou No - Discover & Share GIFs

“O Congresso derrubou nesta sexta-feira (17) o veto do presidente Jair Bolsonaro a um dispositivo da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2022 que determina que o governo execute emendas ao Orçamento 2022 de acordo com a ordem de prioridade determinada pelos seus autores, isto é, os parlamentares. Segundo técnicos do Congresso, na prática o governo perde a discricionariedade (liberdade para decidir sobre os recursos) sobre as emendas de relator – de rubrica “RP-9”, que ficaram conhecidas como “orçamento secreto”. Esses recursos, de acordo com os especialistas, ficarão “mais parecidos” com as emendas impositivas, as individuais e de bancada, cuja execução é obrigatória. No caso das emendas de relator, não há obrigatoriedade de execução. O trecho que será promulgado com a derrubada do veto prevê, no entanto, que o governo não poderá repassar os recursos indicados pelo relator-geral a outros beneficiários. Para esses técnicos, o dispositivo dificulta o direcionamento de recursos com critérios claros de política pública – por exemplo, para municípios em situação de maior necessidade. O dispositivo prevê que “a execução das programações das emendas deverá observar as indicações de beneficiários e a ordem de prioridades feitas pelos respectivos autores”.”” [G1]

Enquanto isso…

“O município de Miracatu (SP), localizado no Vale do Ribeira, a 137 quilômetros da capital paulista, foi beneficiado com o empenho de R$ 35 milhões em verbas da União no apagar das luzes de 2021. A cidade, de 20 mil habitantes, tem como prefeito Vinícius Brandão (PL), cujo chefe de gabinete é Renato Bolsonaro, irmão do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Um levantamento feito pelo GLOBO identificou que o montante foi empenhado (reservado para gasto) entre os dias 17 e 30 de dezembro por meio dos ministérios do Desenvolvimento Regional; Agricultura; Cidadania e Turismo.” [O Globo]

Rogéio Marinho, Tereza Cristina, João Roma e o sanfoneiro maldito.

“Segundo o Portal da Transparência, pelo menos R$ 10 milhões são provenientes de emendas de relator do chamado orçamento secreto — instrumento pelo qual um parlamentar destina recursos federais a uma determinada localidade sem que seu nome apareça publicamente. O GLOBO apurou que a atuação de Renato Bolsonaro foi determinante para que ao menos uma parte dos empenhos saísse. No Ministério da Cidadania, por exemplo, os recursos só foram reservados depois que o irmão do presidente tratou do assunto diretamente com o titular da pasta, ministro João Roma. Além dos R$ 35 milhões empenhados, no final do ano, a cidade foi agraciada com o efetivo pagamento de emendas parlamentares. Uma delas partiu de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e sobrinho do chefe de gabinete do prefeito. No dia 23 de dezembro, Renato postou um vídeo celebrando a chegada de uma retroescavadeira comprada por meio da destinação feita pelo sobrinho. — Estamos aqui acabando de receber uma PC, uma máquina zero bala, doada de emenda parlamentar do nosso amigo deputado Eduardo Bolsonaro. (…) Parceirão que deu essa oportunidade a Miracatu —disse ele. Já o prefeito, Vinicius Brandão, prestou os agradecimentos a Bolsonaro e Eduardo e anunciou que a máquina será usada para “auxiliar os agricultores” e “fazer um pocinho para criar tilápia”. Reduto da família Bolsonaro, Miracatu se tornou um ponto estratégico para as pretensões eleitorais do clã. O município é cercado de cidades governadas por prefeitos do PSDB, correligionários do governador de São Paulo, João Doria, pré-candidato à Presidência em 2022 contra Bolsonaro. Cinco dias antes de receber o trator, Renato fez outra publicação, ao lado do ministro da Educação, Milton Ribeiro. Na ocasião, ele anunciou dois “presentões”: a construção de uma escola e de um campus do Instituto Federal de São Paulo no local.”

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11. Boric

Mais uma trapalhada diplomática:

“Um dia após o Chile eleger Gabriel Boric, Jair Bolsonaro (PL) ainda não havia parabenizado o esquerdista até as 18h desta segunda (20). Aliados, por sua vez, lamentaram o resultado nas redes sociais. Entre os principais mandatários da América do Sul, só o presidente brasileiro não se pronunciou.” [Folha]

E não é questão de esquerda ou direita…

“O líder do Paraguai, Mario Abdo Benítez, por exemplo, felicitou Boric e disse que os países trabalharão juntos para seguir fortalecendo as relações entre os países. Em reserva, embaixadores relatam mal-estar com a demora do Brasil em se manifestar. O processo deve partir do presidente, e depois o Itamaraty divulga uma nota.”

E olha o desespero…

“O voto não é obrigatório no país, mas mais da metade da população compareceu às urnas (55,65%). Ainda assim, aliados de Bolsonaro destacaram o nível de abstenção e faziam relações com a disputa em 2022 no Brasil. “Bater no peito dizendo que não votou em político nenhum só fará a história [no Brasil] se repetir”, disse Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), deputado federal e filho do presidente. “Se não percebermos a estratégia da esquerda acabaremos governados por um deles.” Carlos Bolsonaro, outro filho do presidente e vereador do Rio, disse que, “enquanto isso, no Brasil”, cresce o possível voto na “terceira via”, que chamou de “LULO”, dando a entender que pode beneficiar Lula. O tom nas redes bolsonaristas, que levantaram a hashtag #JairOuJáEra, foi de alarmismo. O ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles afirmou que “o Chile caiu”, e a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, publicou um mapa da América do Sul com o símbolo comunista da foice e do martelo. A imagem foi compartilhada por apoiadores do presidente. Como ainda tem gente que não entendeu, me pediram para desenhar! Não é de Bolsonaro que falo, é de esperança, é de democracia! A mais importante eleição do mundo no ano de 2022 acontecerá no Brasil!””

E na Colômbia o favorito também é de esquerda…

“Quatro dias após a divulgação do resultado do segundo turno das eleições presidenciais no Chile, o Ministério das Relações Exteriores brasileiro divulgou uma nota em que cumprimenta Gabriel Boric pela vitória.” [G1]

Vai ver o emissário da mensagem foi a pé…

“”O governo brasileiro cumprimenta o senhor Gabriel Boric Font por sua eleição à Presidência da República do Chile e faz votos de êxito no desempenho de seu mandato”, diz a nota divulgada pelo Itamaraty na quinta (23).”

Mas não parece…

“”Ao reafirmar a solidez dos laços de amizade e cooperação, o Governo brasileiro assinala a disposição de trabalhar com as autoridades chilenas no fortalecimento das iniciativas bilaterais e regionais em prol dos objetivos de desenvolvimento econômico, de defesa da liberdade e da democracia e de respeito ao Estado de Direito”, finaliza a nota.”

Do Gaspari

“Bolsonaro levou 38 dias para cumprimentar Joe Biden pela sua eleição nos Estados Unidos. Donald Trump até hoje não reconhece o resultado. No Chile, José Antonio Kast reconheceu a derrota no domingo, e Bolsonaro mandou cumprimentar “o tal de Boric” na quinta..” [O Globo]

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Vietnã, Bangladesh e Nigéria: os amigos gringos de Carlos Bolsonaro nas redes sociais
“Responsável pela estratégia digital da campanha do pai à reeleição, montou, nas próprias redes sociais, um seleto grupo de aliados virtuais. Trata-se de cinco usuários do Facebook registrados em lugares como em Kon Tum, uma pequena província do Vietnã; Satkhira, um distrito no sudoeste de Bangladesh; e Port Harcout, capital de um estado da Nigéria. Eles são marcados frequentemente nos conteúdos de Carlos, por opção do próprio. Os contatos de Carluxo têm milhares de seguidores (entre 10 mil e 33 mil) e, quando adicionados às publicações do zero dois, o engajamento delas dispara. No início de dezembro, um post dele, com a inclusão dos perfis gringos, alcançou quase dez vezes mais curtidas do que um anterior sem o incremento.”

Forças Armadas exigem vacinas de militares, mas não contra a Covid-19
“As Forças Armadas permitem que militares da ativa deixem de se vacinar contra a Covid-19, embora haja obrigatoriedade estabelecida para imunização contra febre amarela, tétano, hepatite B e outras doenças. A dispensa de exigência na caserna se estende a inspeções de saúde em situações específicas e a missões militares dentro e fora do país. A Folha pediu ao Ministério da Defesa e às três Forças —Exército, Marinha e Aeronáutica— dados de vacinação e de rejeição à vacinação contra Covid-19 entre os militares brasileiros, além de explicações sobre obrigatoriedade de imunização. Não houve resposta por parte de nenhuma das instituições. Generais que comandam tropas no Exército afirmaram, sob a condição de anonimato, que não há obrigatoriedade de vacina contra Covid-19 porque não há uma lei que exija essa imunização nos quartéis. Assim, segundo esses militares, não faz sentido cobrar a vacinação nem mesmo nas inspeções de saúde feitas para a permanência na ativa. A escolha é feita pelo militar, sem a necessidade de assinatura de um termo de responsabilidade, conforme esses generais. Vacinas como a relacionada à febre amarela são exigidas para missões em áreas endêmicas, dentro e fora do Brasil. O mesmo não ocorre com o imunizante contra a Covid-19. Para missões internacionais, segundo as fontes ouvidas pela reportagem, a imunização acaba ganhando caráter obrigatório em razão de exigências feitas nos países.”

Mais de 36 mil militares se recusaram a tomar a vacina
“Reportagem do site Metrópoles mostra que mais de 36 mil integrantes do Exército e da Aeronáutica se recusaram a tomar a vacina contra a Covid. O número de militares que não se vacinaram é de 32,2 mil e de 4,3 mil nas respectivas Forças. Ainda segundo o site, cerca de 121,2 mil integrantes do Exército e 36,5 mil da Força Aérea Brasileira foram completamente imunizados. O número representa 56,3% e 54,9%, respectivamente, do total de militares das duas Forças. A Marinha se recusou a fornecer a informação. As Forças Armadas não tornaram a vacinação dos militares obrigatória. Aqueles que optaram por não se imunizar assinaram um termo de responsabilidade reconhecendo que foram orientados sobre a importância da vacina.”

Heleno autorizou exploração de diamantes em terra de reforma agrária na fronteira
“O general autorizou pesquisa de ouro em um trecho do rio Negro —tanto em ilhas quanto nas águas— que divide duas terras indígenas praticamente intocadas, onde vivem indígenas de 11 etnias. Outra área avança sobre território da União, colado ao Parque Nacional do Pico da Neblina. Para esta área, o ministro autorizou ainda a prospecção de nióbio e tântalo. A disposição de Heleno de permitir o avanço de garimpos na Amazônia inclui aval a exploração de área de projeto de assentamento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Em 1º de julho de 2021, o ministro autorizou o empresário Antônio João Abdalla Filho a pesquisar diamantes na faixa de fronteira em Roraima, em área dos municípios de Bonfim e Cantá. O chamado assentimento prévio, referente a uma área de 9.999,63 hectares, baseou-se em processo da ANM (Agência Nacional de Mineração). Abdalla Filho atua em diferentes frentes. É sócio de empresas de mineração, cimento, imóveis, helicópteros e criação de gado, entre outras. Os documentos do GSI referentes à decisão de Heleno validando a pesquisa de diamantes mostram que o pedido de exploração do minério incluiu uma parcela do assentamento Jacamim. O assentamento tem uma área sobreposta com a terra indígena Malacacheta, conforme os mesmos documentos. Na terra vivem mais de mil indígenas wapichana. Os wapichana também estão na terra indígena Jacamim, na mesma região. No assentamento de mesmo nome, Jacamim, vivem 70 famílias, com capacidade para 79, segundo banco de dados do Incra. O projeto foi criado em 2002.”

Desoneração da folha de pagamento em 2022 fica sem recursos no Orçamento
“O relator da proposta do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), deixou de prever recursos para prorrogar a desoneração da folha de pagamento de 17 setores. Só estão reservados valores para pagar o resquício da execução do programa em 2021. A desoneração acabaria no fim deste ano. Após pressão do empresariado, no entanto, o Congresso aprovou a prorrogação até 2023. A medida ainda não foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Em sua live semanal, Bolsonaro afirmou que vai sancionar o texto. “Isso vai ser sancionado, antes que comecem a circular notícias aí desencontradas”, disse. “Nós estamos em contato com o relator, [deputado] Hugo Leal [PSD], lá do Rio de Janeiro, obviamente favorável à proposta. Em contato com o presidente da Câmara, Arthur Lira [PP-AL], favorável à proposta também, para a gente, o mais rápido possível, sancionar então o projeto da desoneração da folha e da isenção de IPI [imposto sobre produtos industrializados] para taxistas.” Leal afirma que os recursos necessários para que a medida fosse prorrogada eram de ao menos R$ 8,5 bilhões (já considerando o montante destinado ao pagamento do rescaldo de 2021). Mas o relator só manteve R$ 3,2 bilhões referentes às sobras da execução do programa neste ano. Ou seja, faltam ao menos R$ 5,3 bilhões. Leal confirma que o valor ficou abaixo do indicado pelo governo, mas diz que o Poder Executivo poderá suplementar os recursos. “Quem controla o Orçamento da receita e da despesa é o Executivo”, disse à Folha. “O Executivo poderia encaminhar um PLN [projeto de lei do Congresso] com a inclusão dessa despesa no Orçamento e com o cancelamento de outras, como é um procedimento que pode ser feito durante o exercício de 2022″, afirma Leal. Procurado, o Ministério da Economia disse que a desoneração estava entre as prioridades do governo e que a lista com essas preferências foi enviada ao Congresso. A pasta não respondeu de forma imediata se vai fazer o remanejamento de recursos para o ano que vem.”

Depois de apontarem esvaziamento do Arquivo Nacional por decreto de Bolsonaro, chefes são exoneradas
“O diretor-geral do Arquivo Nacional, Ricardo Borda D’Água, exonerou duas servidoras consideradas peças-chave do órgão na gestão de documentos de repartições federais. A medida atingiu Dilma Cabral, destituída do cargo de supervisora da equipe do projeto Memória da Administração Pública Brasileira, e Cláudia Lacombe, supervisora de Gestão de Documentos Digitais e Não Digitais. As duas e mais três servidores foram realocados em outras áreas na instituição ou devolvidos aos órgãos de origem. As exonerações foram em 31 de dezembro, nove dias depois de uma reunião em que ambas disseram a Borda D’Água estarem preocupadas com o esvaziamento do Arquivo, em especial na gestão de documentos da administração federal. Dos quatro participantes do encontro, três sofreram retaliações: Alex Holanda, ex-supervisor da equipe de permanência digital, também foi remanejado. A Associação dos Servidores do Arquivo cobra explicações do diretor-geral, que foi procurado pelo GLOBO mas não respondeu aos questionamentos. Para um dos dirigentes da associação, Victor Madeira, a saída das duas representa mais um episódio no desmonte da política nacional de arquivos: — Perde-se em acúmulo de conhecimento, de experiência e de execução de propostas elaboradas após anos de trabalho.. Funcionário aposentado do Banco do Brasil, Borda D’Água foi nomeado no mês passado, medida que aprofundou a crise vivida há quase três anos na instituição. Ex-chefe de segurança do BB, ex-subsecretário de Segurança Pública do Distrito Federal, atirador esportivo e agraciado como “colaborador emérito” do Exército, é visto como um estranho no setor. Sua nomeação aumenta as desconfianças da classe sobre o destino de documentos públicos, especialmente os que tratam do período do regime militar (1964-1985). Há temor sobre o futuro do projeto Memórias Reveladas, lançado para produzir conhecimento com base nos arquivos do regime militar.

Bolsonaro sanciona projeto que obriga contratação de térmicas a carvão até 2040. Custo será de R$ 840 milhões por ano
“Combustível que está sendo abandonado em todo o planeta e que é considerado um dos principais poluidores da atmosfera, o carvão mineral ganhou uma sobrevida no Brasil por conta de um projeto aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro na noite desta quarta-feira. O texto garante a contratação da energia gerada por termelétricas movidas a carvão mineral em Santa Catarina. Isso se torna um incentivo, na prática, porque a tendência em todo o mundo é não contratar mais esse tipo de usina. A associação dos grandes consumidores de energia (Abrace) estima um custo anual de R$ 840 milhões para todos os clientes de eletricidade do país. A lei determina a prorrogação dos contratos do Complexo Termelétrico Jorge Lacerda, no Sul de Santa Catarina, até 2040. Portanto, até essa data, as usinas dessa região continuariam gerando energia para o sistema elétrico nacional.

Ministro do Supremo suspende reintegração de posse de prédio na Augusta com 35 crianças
“O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, atendeu a pedido da Defensoria Pública de São Paulo e suspendeu nesta quinta-feira, 6, a ordem de reintegração de posse de um prédio situado na Rua Augusta, na capital paulista, ocupado por mais de 40 pessoas e ao menos 35 crianças em condições de vulnerabilidade. A Defensoria Pública de São Paulo questionou no STF decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo que manteve a reintegração decretada pelo juízo de primeiro grau, recomendando que as famílias fossem encaminhadas ao abrigo que estivesse disponível no município, sob o argumento de que sua permanência no imóvel inacabado representaria riscos às suas vidas. Ao analisar a reclamação da Defensoria, o ministro lembrou que o Supremo estendeu até dia 31 de março os efeitos da decisão que decisão que suspendeu despejos e desocupações em imóveis urbanos e rurais, em razão da pandemia da covid-19. As informações foram divulgadas pela corte.”

Itamaraty nomeia braço direito de Ernesto para cargo nos EUA em manobra à la Weintraub
“O Itamaraty nomeou o braço direito do ex-chanceler Ernesto Araújo, Pedro Wollny, para o cargo de chefe do escritório financeiro em Nova York. Ele foi chefe de gabinete de Araújo e, com Carlos França, tornou-se secretário de gestão administrativa, um cargo importante na hierarquia da pasta e que deixou em setembro. A mudança de Wollny para os EUA, oficializada no Diário Oficial em 30 de dezembro, foi interpretada como saída similar à que o governo deu a Abraham Weintraub, que deixou o Ministério da Educação e ganhou cargo no Banco Mundial. Afastado do núcleo decisório, Wollny não terá mais influência no dia a dia do ministério, lidará com questões burocráticas e não deverá receber autoridades internacionais em Nova York. Um dos diplomatas ouvidos pela Folha ​descreveu a função como “prebenda de luxo”. A atuação de Wollny como chefe de gabinete foi bastante criticada por diplomatas e foi descrita como autoritária. Em dezembro de 2020, por exemplo, ele cobrou por meio de mensagens de WhatsApp a presença física de diplomatas no Ministério das Relações Exteriores durante a pandemia da Covid-19, como mostrou o jornal O Globo.”

Força do euro aos 20 anos faz com que ele deixe de ser tema de campanha
“A pandemia só reforçou as convicções pró-euro dos europeus. Hoje, gregos, portugueses e tantos outros estão plenamente conscientes de que seus respectivos governos jamais conseguiriam navegar os mares da pandemia munidos de suas moedas de outrora. Os dracmas, os escudos de nada serviriam para combater a inflação e estabilizar cadeias de abastecimento. O pesadelo da lira, a moeda turca que acabou de viver seu pior ano em duas décadas, provavelmente se repetiria em outros países europeus. As evidências a favor do euro são tão fortes que os populistas foram obrigados a dar a revolta por encerrada. Prestes a iniciar sua terceira campanha presidencial, Marine Le Pen se posicionará pela primeira vez a favor da manutenção da França na zona do euro. Seu rival na extrema direita Eric Zemmour, que defendeu publicamente o frexit durante toda a carreira de jornalista, também aposentou a bandeira. Tema estruturante do debate econômico europeu das duas últimas décadas, o euro simplesmente deixou de ser um assunto de campanha.”

Dias 1.078 a 1.088 | Dum passado distante | 12 a 22/1221

Podcast volta dia 10 mas fechamos o ano com uma trilogia pesada, os episódios você ouve lá na Central3 e nas plataformas de áudio por aí.

Ah, e agora o Medo e Delírio em Brasília tem um esquema de assinatura mensal, mas tenha sua calma. O Medo e Delírio continuará gratuito, se não quiser ou puder pagar tá de boa, você continuará ouvindo o podcast e lendo o blog como você sempre fez.

Agora, se você gosta da gente e quer botar o dinheiro pra voar é nóis : ) Tem planos de 5, 10, 20, 50 reais e 100, esse último aí caso você seja o Bill Gates. Taí o link com o QR Code: [PicPay] E também criamos um Apoia-se, rola de pagar até com boleto, ATENÇÃO, PAULO GUEDES! [Apoia-se]

E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )

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Eu nem ia postar isso aqui, jogaria o post no lixo antes de publicar, mas mudei de idéia. Vão aí algumas notícias velhas, de meados de dezembro, e sem edição, editei de qualquer jeito só pra manter alguma linha temporal.

E daí em diante haverá um limbo de notícia, volto na segunda semana de janeiro. E o podcast também.

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1. Terrivelmente fodidos

E lá vamos nós, de novo, com “o ministro terrivelmente evangélico” – e no podcast tem um episódio só sobre esse culto aí do Mendonça com Malafaia, tá bem melhor que aqui : )

“Nada de pôr o título jurídico primeiro. “Aqui é pastor André Mendonça”, anuncia Silas Malafaia ao convocar para o púlpito o presbiteriano que chegou ao STF (Supremo Tribunal Federal) após forte lobby pastoral. Estamos no Culto da Vitória, na Assembleia de Deus Vitória em Cristo, a igreja de Malafaia. O convidado principal da noite desta quinta (9) permanece com o mote da conquista na cabeça: era hora de celebrar “uma grande vitória que Deus nos preparou”.” [Folha]

O que me pega é a indiscrição brutal dessa galera:

“Esse plano não pode ser frustrado, e não é por minha causa ou sua causa. É pela honra e glória [de Deus]”, pregou à plateia lotada, com o senador Romário (PL) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), na primeira fila. Seu triunfo, afirmou Malafaia, “era do plano de Deus, estava estabelecido por Deus, desde a fundação do mundo”. Dando ares messiânicos à sua entrada na mais alta corte do país, Mendonça contou que disse ao presidente Jair Bolsonaro (PL), “usando a linguagem” do capitão reformado: “O militar está preparado pra guerra. Agora, nós estamos preparados pra cruz. Quem tem medo da derrota não é digno da vitória”.”

Repare na coleção de absurdos:

“O futuro ministro, que será empossado na semana que vem, disse que esteve na quarta (8) com o general Eduardo Villas Bôas, ex-comandante do Exército, que estava exultante com sua aprovação para o tribunal. “Ele fez uma pergunta interessante: como você manteve paz e serenidade durante todo o processo? Precisei explicar: o crente cristão é aquele que tem fé, fé e a certeza do que você ainda não vê”. Repetiu no púlpito o que disse mais cedo, em reunião com o governador do Rio. Ele lembrou de definições que ouviu na imprensa sobre sua longa espera para ser sabatinado: um “calvário” com “requintes de drama”. Uma “via-crúcis”.”

Sim, um culto com governador do RJ ali, um encontro com Viilla Bôas acolá.

“A sugestão do governador do Rio, um católico devoto que fez carreira na música religiosa, ganhou um complemento do pastor que chegou ao Supremo sob a premissa de ser um bom cristão. O selo de “genuinamente evangélico” também o agradava, disse Mendonça, indicado por Bolsonaro em julho e aprovado só no começo de dezembro. No Palácio das Laranjeiras, uma das sedes do Executivo fluminense, o governador Castro recebeu nesta quinta-feira o futuro titular da corte e o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), integrante da igreja de Malafaia que em 2022 comandará a bancada evangélica. O governador brincou que Bolsonaro havia tornado a vida de seu indicado mais difícil por causa da hermenêutica —prometer um “terrivelmente evangélico” para o Supremo empolgou pastores, mas irritou opositores e tornou árdua a caminhada de Mendonça até a corte.”

Sim, isso virou motivo de BRINCADEIRAS!

“O governador disse que, ante adversidades, valeria refletir sobre os planos de Deus: “Você vai desistir já? Não crê que sou o Deus do impossível?”. Ao que respondeu Mendonça: “Imagina se Cristo desistisse da cruz? Não ia ter cristianismo”. Mais tarde, antes do culto, Malafaia o recebeu numa mesa onde se sentaram Castro, o ex-ministro bolsonarista Fábio Wajngarten, o desembargador William Douglas, seu irmão Samuel Malafaia (deputado estadual pelo DEM-RJ) e Romário, que Mendonça afagou como “o senador mais habilidoso”, gracejo com sua carreira no futebol.” Já o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo ganhou do ministro do STF o seguinte agrado: “Pastor Silas, esse homem tem coragem”. Após a participação de Mendonça, o pastor que tanto batalhou por sua chegada no topo do Judiciário maldisse quem vê num ministro “terrivelmente evangélico” uma ameaça à laicidade do Estado. “O estúpido que disse isso tá dizendo que o STF só pode ser composto por ateus ou quem não professa religião”, praguejou Malafaia. “Vai ser estúpido lá na China.”. Mendonça ainda ouviria o colega de pastorado criticar quem vai contra o “núcleo familiar” (arranjos tradicionais de família, com homem e mulher) e “esquerdopatas” que tentariam importar o comunismo para o Brasil. “A ideologia de Marx está falida, a de Cristo está de vento em popa”, disse Malafaia.”

E olha o tipo de notícia que eu tenho que ler:

“Em conversas reservadas, o novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, tem dito que fará uma transição gradual na sua atuação religiosa. Pastor presbiteriano, Mendonça vai diminuir a presença nas pregações no púlpito e assumir mais trabalhos sociais da igreja.” [G1]

DIMINUIR a presença?! Ele não deveria subir NUNCA MAIS num púlpito, caralho! E isso inda é vendido como moderação:

A interlocutores, o novo ministro afirmou que os gestos mais recentes de manifestação pública da fé precisam ser vistos como agradecimento aos líderes religiosos e aos parlamentares da bancada evangélica.

Ele abraçou efusivamente Bolsonaro após sua vitória mas quem merece o obrigado mesmo são as lideranças evangélicas, Mendonça sabe disso.

“Mendonça, inclusive, atribui a aprovação de sua indicação pelo Senado ao empenho desse segmento. Dentro desse contexto, Mendonça fará um Culto de Ação de Graças pela posse de ministro do Supremo já na próxima quinta-feira em uma igreja na Asa Sul, em Brasília. O convite é da Convenção Nacional das Assembleias de Deus no Brasil Ministério de Madureira (Conamad). O novo ministro do STF tem plena consciência de que não apenas foi abandonado pela articulação política do governo, como foi informado que houve trabalho contrário ao seu nome.”

Inclusive de Flavinho Desmaio.

“Ele identificou uma forte atuação de governistas para derrubar sua indicação e colocar no lugar o nome do atual procurador-geral da República, Augusto Aras. De forma reservada, Mendonça também reconhece a importância da bancada do Podemos na sua eleição. Curiosamente, o Podemos é o partido do ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato anunciado à eleição presidencial de 2022.”

E por falar nisso, os líderes evangélicos são vingativos, não tem essa de dar a outra face não:

“O procurador-geral da República, Augusto Aras, está na lista elaborada por lideranças evangélicas de pessoas que atrapalharam o processo de indicação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal. Nos bastidores, o PGR é visto como alguém que trabalhou pela vaga até o último momento. Como mostrou o Painel, as lideranças querem mapear os nomes para inviabilizar planos futuros dos considerados traidores.” [Folha]

Encerro com Bernardo de Mello Franco:

“É preciso esperar para ver como o pastor André Mendonça vai se comportar no Supremo Tribunal Federal. Mas o responsável por sua escolha não esconde a euforia. Conta com um despachante que cumpra suas ordens na mais alta corte do país. Às vésperas da posse do novo ministro, o capitão resolveu antecipar sua decisão no julgamento do marco temporal. “Nós já sabemos que o André vai ser um voto para o nosso lado”, afirmou, em entrevista à Gazeta do Povo. O julgamento foi interrompido em setembro com o placar em 1 a 1. Edson Fachin votou contra a adoção do marco, que legaliza o roubo de terras indígenas até 1988. Kassio Nunes Marques votou a favor da tese, que beneficia grileiros e madeireiros. Bolsonaro disse ao jornal paranaense que Mendonça defendeu o marco quando atuava como ministro da Justiça e advogado-geral da União. Isso já seria suficiente para que o novo ministro se declarasse impedido de julgar o caso. Mas o histórico recente do Supremo sugere que a decisão caberá ao próprio pastor. Alguns juízes da Corte têm uma visão peculiar das regras de impedimento e suspeição. Dias Toffoli se sentiu livre para votar pela absolvição de José Dirceu, seu antigo chefe no governo Lula. Gilmar Mendes foi padrinho de casamento da filha de Jacob Barata e deu três habeas corpus para tirá-lo da cadeia. O rei dos ônibus não pode reclamar da sorte. Nesta terça, o Supremo arquivou denúncia que o acusava de evasão de divisas. Barata foi preso quando tentava embarcar com maços de euros, dólares e francos suíços, mas Gilmar disse ver “ausência de ofensividade da conduta do paciente”. O presidente não tem pudores ao dizer o que espera de seus indicados ao tribunal. Já descreveu Nunes Marques como “10% de mim dentro do Supremo”. Os votos e as manobras do ministro mostram que ele tem motivo para estar satisfeito. Na semana passada, Bolsonaro sugeriu que Nunes Marques e Mendonça farão uma dobradinha governista na Corte. “Tem dois ministros que representam, em tese, 20% daquilo que gostaríamos que fosse decidido e votado”, declarou. O capitão errou na conta (dois ministros somam 18% do tribunal), mas parece estar certo do que vem por aí.” [O Globo]

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2. O senil

Num dia o Intercept revela um bizarro vestibular para a força de elite do Exército – herdeira do DOi-CODI – envolvendo uma luta contra partidos de esquerda e movimentos pela reforma agrária. No outro Heleno diz o seguinte numa formatura na…. ABIN!

“O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, fez duros ataques ao Supremo Tribunal Federal nesta terça-feira (14/12) e disse que precisa tomar remédios psiquiátricos “na veia” diariamente para não levar Jair Bolsonaro a tomar “uma atitude mais drástica” contra o tribunal. A declaração foi feita na formatura do Curso de Aperfeiçoamento e Inteligência, para agentes já em atividade na Agência Brasileira de Inteligência (Abin)..” [Me3trópoles]

Se foi na ABIN não vazou, né? E é por demais inacreditável que os caras tenham que ouvir uma meerda dessa do sujeito que tem a ABIN sob sua alçada, né um velho senil qualquer falando merda não..

“No discurso, Heleno afirmou que rezará para que Jair Bolsonaro não sofra um atentado no ano que vem.”

Sim, o chefe do GABINETE DE SEGURANÇA INSTITUCIONAL diz que está REZANDO para que o presidente que desrepeita TODOS os protocolos de segurança seja assassinado! Vai explicar pra um gringo que o responsável pela segurança presidencial disse um troço desse…

“Temos um dos Poderes que resolveu assumir uma hegemonia que não lhe pertence, não é, não pode fazer isso, está tentando esticar a corda até arrebentar.”

O Executivo?!

“Nós estamos assistindo a isso diariamente, principalmente da parte de dois ou três ministros do STF”, disse Heleno, sem citar nomes.”

Barroso, Moraes e Rosa. É igual Bolsonaro dizendo “eu não falei o nome da CHina, falei?!”.

“E emendou: “Eu, particularmente, que sou o responsável, entre aspas, por manter o presidente informado, eu tenho que tomar dois Lexotan na veia por dia para não levar o presidente a tomar uma atitude mais drástica em relação às atitudes que são tomadas por esse STF que está aí”.”

Heleno fala em “medida drástica” e eu imagino ele quebrando a bacia, chorando no chão do banheiro.

“Procurado pela coluna para comentar suas declarações, Augusto Heleno respondeu: “O GSI deixa de se manifestar por tratar-se de demanda que aborda o assunto fora de contexto”.”

O sujeito falou sobre assuntos de segurança nacional para integrantes da ABIN mas tá fora do contexto, ok?!

Enquanto isso…

O presidente Jair Bolsonaro pressiona o Ministério da Economia a dar reajustes para os policiais, importante base de apoio do seu governo, a partir do ano que vem, quando concorre à reeleição. Segundo cálculos apresentados pelo ministro da Justiça, Anderson Torres, o custo do agrado às carreiras seria de R$ 2,8 bilhões para os cofres públicos apenas em 2022. Em três anos, somaria R$ 11 bilhões. Em ofício apresentado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, Torres pede adequação no Orçamento do próximo ano como forma de garantir os recursos para um plano de reestruturação das carreiras da Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal, Penal e do Departamento Penitenciário Nacional.o.” [Estadão]

Olha como foi o anúncio:

“Não é bom falar antes das coisas acontecerem, né? Mas temos reunião hoje à tarde com a equipe econômica”

Sim, Boslonaro anunicou bene$$e$ antes de se reunir com a equipe econômica, e aaí ele cai chegar noi Guedes e falar “ó, resolve aí que eu já prometi publicamente”.

]”Torres afirmou que será preciso uma modificação na lei para posteriormente garantir o reajuste via medida provisória (MP), que passa a valer assim que é editada, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias. Ao Estadão, o relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), dise que não há espaço para reajustes ao funcionalismo no ano que vem e que será preciso cortes em despesas que não são obrigatórias.”

E aí, como é que faz?!

“Bolsonaro está empenhando no aumento para as categorias. Ele convidou publicamente três autoridades policiais a participar de reunião com a equipe econômica sobre a reestruturação das carreiras. Foram convidados o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Paulo Maiurino; o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques; e a presidente da Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Tania Fogaça. Os detalhes do reajuste não foram definidos e os representantes do Ministério da Economia pediram mais tempo para analisar a proposta. Os recursos para garantir o reajuste poderão ser obtidos por meio do espaço fiscal aberto pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Ao postergar o pagamento de dívidas da União e mexer no cálculo do teto de gastos, a medida – chamada de calote pela oposição – dá ao governo dinheiro para não só viabilizar o pagamento de R$ 400 do Auxílio Brasil em ano eleitoral, mas para viabilizar o reajuste a policiais, considerado uma prioridade para Bolsonaro. Na semana passada, o presidente voltou a prometer reajuste para todos os servidores em 2022, ano em que disputa a reeleição. “Reajuste seria de 3%, 4%, 5%, 2%, que seja de 1%”, disse entrevista à Gazeta do Povo.”

Olha a confusão, Guedes tá completamente perdido!

A Folha apurou que o Ministério da Economia vai enviar ao relator do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), um ofício comunicando a intenção de conceder o reajuste, mas sem detalhar ainda as carreiras beneficiadas.”

Um pequeno detalhe!

O objetivo é reservar o espaço que será necessário para ampliar os salários. Das três corporações, a proposta que está mais encaminhada é a do Depen, que já teria sido construída com o Ministério da Economia nos últimos meses. Mas a ideia é que todas as três reestruturações –e reajustes– sejam anunciados conjuntamente. De acordo com relatos de quem acompanha as discussões, a ideia para os policiais federais é implementar um padrão de promoção escalonada de carreira, a cada cinco anos. O objetivo seria evitar a evasão na carreira. Já a PRF teria a mais radical mudança na estrutura da carreira, segundo o plano do ministério de Torres, também com impacto salarial. No caso do Depen, a ideia de transformar o cargo de agente federal de execução penal em policial penal federal, vinculado ao ministério, mudando inteiramente a carreira. Apesar de insatisfeitas com o congelamento de seus salários, as categorias policiais do governo federal estão entre os maiores salários da Esplanada. Na PF, a remuneração de um agente vai de R$ 12.522,50 a R$ 18.651,79 mensais, segundo o Painel Estatístico de Pessoal do governo federal. Os delegados ganham de R$ 23.692,74 a R$ 30.936,91. Na PRF, os vencimentos vão de R$ 9.899,88 a R$ 16.552,34 mensais. Agentes do Depen, por sua vez, têm remuneração entre R$ 5.572,23 e R$ 10.357,30, segundo os dados do painel.” [Folha]

E tinha policial federal se recusando a denunciar o aparelhamento da PF porque queria ganhar mais dinheiro. E agora que ganharam mais dinheiro vão continuar calados, claro!

E tudo isso aí é campanha do ministro a Justiça!

“Na véspera, Torres levou os diretores das corporações para reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para tratar do reajuste salarial. Delegado, o ministro deve ser candidato a deputado federal pelo Distrito Federal, e garantir o benefício às carreiras é uma importante pauta para ele na disputa no ano que vem. Nesta terça (14), o ministro da Justiça disse que os valores dos reajustes, impacto fiscal e outros detalhes seriam definidos junto com equipe econômica. “Tem de fazer a previsão orçamentária. Para no ano que vem apresentar uma medida provisória”, afirmou.”

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3. Bolsonaro & STF

Notícia velha mas vamos que vamos

“Acabou o armistício do presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo integrantes do governo federal, o presidente prepara novos ataques à corte após decisão do ministro Luis Roberto Barroso, que determinou a obrigatoriedade do comprovante de vacinação para viajantes que chegarem ao país. Contrariado mais uma vez, porque defendeu exatamente o contrário e manteve um conflito absurdo com a Anvisa, Bolsonaro passou o último fim de semana desabafando com assessores sobre a nova decisão do STF. É o que informaram à coluna. Na semana passada, em entrevista ao jornal Gazeta do Povo, o presidente já havia reclamado do inquérito aberto por Alexandre de Moraes no qual passou a ser investigado por associar a vacina contra a Covid-19 à Aids. “É um abuso. Ele está no quintal de casa, será que ele vai entrar? Será que vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele, quem está avançando é ele, não sou eu”, disse Bolsonaro. O problema de Bolsonaro sempre foi com Barroso e Moraes. O agravante nesta semana é a posse de André Mendonça na corte, marcada para o dia 17, com um número de convidados restritos por conta da pandemia. O STF deverá exigir a apresentação do passaporte de vacinação contra a Covid-19 ou do teste negativo da doença para os presentes na cerimônia. Bolsonaro é um desses convidados. A semana – que parecia ser calma com o fim dos trabalhos em Brasília antes do Natal e do Ano Novo – poderá esquentar. A postura beligerante de Bolsonaro contra a Corte estava controlada desde o acordo costurado pelo ex-presidente Michel Temer, após o feriado de 7 de setembro.” [Veja]

No fim das contas Boslonaro apresentou um teste PCR negativo, que eu duvido que seja dele, ele não deve nem se ter ao trabalho de ser testado.

“”O presidente da República, Jair Bolsonaro, confirmou presença na posse do Ministro André Mendonça, que será realizada nesta quinta-feira (16). A equipe médica da Presidência enviou nesta quarta (15) teste negativo para Covid-19, previsto na resolução 748/2021 do STF sobre as regras para ingresso nos prédios do STF a fim de conter a disseminação da Covid-19″, diz nota do Supremo.” [Folha]

Vejamos como será a posse amanhã, certamente Bolsonaro abraçar efusivamente um constrangido Mendonça e um apunhalado Aras.

E a volta do ataque ao STF tem uma razão:

“Pressionado a abandonar o discurso incendiário que adotou durante boa parte do ano, com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e atitudes negacionistas sobre a Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro está perdendo audiência na internet. Um levantamento feito pelo GLOBO nas visualizações e engajamento de todas as suas transmissões semanais de Bolsonaro em 2021 indica que o alcance do presidente vem sendo menor desde o início de setembro, justamente no ápice da crise institucional com o Supremo. No início do ano, a média de visualizações no Youtube de seus vídeos ficava acima de 250 mil. Após os atos de 7 de setembro, apenas uma de suas transmissões alcançou essa marca, e agora o presidente tem dificuldade para chegar a 170 mil visualizações. A queda de audiência coincide com a diminuição dos ataques feitos ao STF. Em setembro, após fazer declarações de caráter golpista em São Paulo e em Brasília, o presidente se viu forçado a recuar e, em uma “declaração à nação”, disse que suas afirmações foram feitas no “calor do momento”. O levantamento feito pelo GLOBO indica que o radicalismo rende dividendos em audiência para Bolsonaro. A live mais assistida do ano foi exatamente a que Bolsonaro passou mais de 1 hora colocando em dúvida a segurança das urnas. O vídeo teve mais de 1 milhão de visualizações até o momento, mais que o dobro do segundo lugar. Já a transmissão que gerou mais reações, tanto positivas quanto negativas, foi a de 9 de setembro, mesmo dia em que o presidente voltou atrás em meio à pressão sofrida após os atos de 7 de setembro: foram 10 mil comentários. Essa também teve o segundo maior número de visualizações: 459 mil.” [O Globo]

E o que não vai faltar é motivo para Bolsonaro reclamar:

“A Polícia Federal intimou o presidente Jair Bolsonaro a depor no inquérito que investiga o vazamento de documentos sigilosos. Em 4 de agosto, Bolsonaro divulgou nas redes sociais a íntegra de um inquérito da Polícia Federal que apura suposto ataque ao sistema interno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 – e que, conforme o próprio tribunal, não representou qualquer risco às eleições. À época, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou a abertura do inquérito para investigar o vazamento das informações, que são sigilosas. A decisão atendeu a um pedido feito pelo próprio TSE. Moraes também determinou a remoção dos links disponibilizados por Bolsonaro com a íntegra da investigação e o afastamento do delegado da PF que era responsável por esse inquérito. [G1]

E qual defesa é possível diante do que vai abaixo:

Na transmissão que aconteceu em agosto, Bolsonaro e o deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) divulgaram o conteúdo do inquérito da PF sobre o suposto ataque aos sistemas do Tribunal Superior Eleitoral. As informações da apuração foram distorcidas pelos dois e tratadas como definitivas, mesmo sem a conclusão do inquérito pela polícia. Em seguida, Jair Bolsonaro publicou em rede social a íntegra do inquérito, que até então estava em sigilo.

E tem mais STF enquadrando um Bolsonaro:

“A Polícia Federal intimou Jair Renan, filho mais novo do presidente Jair Bolsonaro (PL), a prestar depoimento na investigação que apura suposto recebimento de vantagens de empresários. O inquérito foi aberto em março de 2021 para apurar se Jair Renan marcou reuniões entre empresários e o governo federal em troca de vantagens, o que configuraria tráfico de influência. A investigação envolvendo Jair Renan tramita na Superintendência da PF (Polícia Federal) no Distrito Federal. Ainda não há data para o depoimento. [Poder360]

E tudo envolvendo Renan é por demais escandaloso, o sujeito tem uma empresa de eventos cujos patrocinadores nção patrocinam eventos, mas a empresa de eventos.

“O filho do presidente foi presenteado com um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil por um grupo empresarial que atua nos setores de mineração e construção. Depois da doação, representantes da Gramazini Granitos e Mármores Thomazini, uma das empresas que integram o conglomerado, conseguiram uma reunião com o governo federal. Jair Renan participou do encontro. O caso foi revelado pelo jornal O Globo em março de 2021. Em 7 de dezembro, a PF pediu o compartilhamento de provas do inquérito das milícias digitais, aberto em julho no STF (Supremo Tribunal Federal), para aprofundar a investigação contra Jair Renan. A solicitação foi feita porque o inquérito das milícias digitais teria informações sobre o empresário Allan Gustavo Lucena, que seria próximo ao filho de Bolsonaro. “As diligências substanciadas indicam a associação estável entre os srs. Jair Renan Valle Bolsonaro [e Lucena] no recebimento de vantagens de empresários com interesses, vínculos e contratos com a Administração Pública Federal e Distrital”, diz trecho do pedido. O inquérito das milícias digitais foi aberto em julho por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A investigação mira núcleos de produção, publicação e financiamento de notícias falsas contra o Supremo e outras instituições.”

Voltemos ao escandaloso noticiário da época:

O presidente Jair Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto o empresário Wellington Leite​, o mesmo que doou um carro elétrico avaliado em R$ 90 mil para um projeto parceiro da empresa de Jair Renan, o filho 04 do presidente. O projeto MOB é de propriedade do ex-personal trainer de Renan, Allan Lucena. O MOB e a Bolsonaro Jr Eventos e Mídia, de Jair Renan, inauguraram em outubro do ano passado o projeto Camarote 311, no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Leite esteve na inauguração. Ele apareceu entre Renan e Allan em um vídeo do evento. O carro elétrico foi doado pelos grupos WK, de propriedade de Leite, e Gramazini Granitos e Mármores Thomazini. Ambos tiveram suas logomarcas impressas na decoração da parede de entrada do escritório de Renan, junto com outras empresas que apoiaram o empreendimento. Leite divulgou a foto do encontro com Bolsonaro em suas redes sociais no último dia 21 de março, data de aniversário do chefe do Executivo. “Parabéns meu querido presidente por completar mais um ano de vida, que Deus possa te abençoar poderosamente e lhe dê cada vez mais saúde, força e sabedoria para conduzir essa nação”, disse. A Secretaria de Comunicação da Presidência disse não ser possível informar a data do encontro nem o motivo da reunião no Palácio do Planalto. O encontro não aparece na agenda oficial de Bolsonaro. À Folha o empresário do Espírito Santo não informou a data. “Confesso que não me recordo”, disse. “Visitei o Palácio do Planalto e tive a sorte de tirar uma foto com o presidente. Foi tudo muito rápido”, afirmou, acrescentando também não se lembrar quem o levou ao encontro com Bolsonaro. “Tivemos apenas esse encontro.” A empresa de Jair Renan é investigada pela Polícia Federal, a pedido do Ministério Público Federal, sob a suspeita de tráfico de influência junto ao governo. A Bolsonaro Jr tem como finalidade a organização, promoção e criação de conteúdo publicitário para feiras, leilões, congressos, conferências e exposições comerciais e profissionais. Representantes da Gramazini Granitos também conseguiram um encontro com uma autoridade do governo federal. Foram recebidos pelo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, no dia 13 de novembro, em encontro agendado pelo secretário especial da Presidência Joel Fonseca. Na ocasião, foi apresentado ao ministro um projeto de casas populares desenvolvido em parceria com Leite, do Grupo WK. Renan foi ao Espírito Santo conhecer o projeto, assim como a sede do Grupo WK, em setembro. O encontro foi publicado nas redes sociais de Leite, com fotos de Renan e Allan. Em algumas das imagens, os dois apareceram ao lado da filha do empresário. Um dos vídeos divulgados da viagem registrou o momento da chegada da comitiva a uma construção, em que Leite afirmou, ao lado do filho 04 do presidente: “Quero registrar esse momento justamente em que estamos mostrando ao Renan esse projeto que estamos a caminho de desenvolver e já colocando Deus acima de tudo”. Em outra gravação, feita em um restaurante de Vitória, com Jair Renan e Lucena, Leite pergunta: “Allan, fala para mim aqui, o que você espera dessa parceria da sua empresa MOB, do Renan lá, a JB, juntamente com o Grupo WK?”. Allan responde: “Fala pessoal, sou Allan Lucena de Brasília e a gente tá aqui em Vitória, justamente para cumprir uma aliança, uma parceria com o Grupo WK, que vai ajudar inúmeras pessoas em Brasília, junto com o meu projeto social MOB Fit. Fica de olho aí que a gente vai trazer muita coisa para vocês ao longo dos próximos meses”, diz. Logo em seguida, o filho do presidente responde: “Fica de olho aí na gente, sou Renan Bolsonaro, sou carioca, tá vindo muita coisa boa por aí”. Em outro vídeo, Renan pergunta: “O que eu vim fazer aqui em Vitória, Wellington?”. Este responde: “Networking, parceria, aliança, Brasil”. [Folha]

Networking, parceria!

“Quem também participou do encontro com Rogério Marinho foi a arquiteta Tânia Fernandes, sócia da TF Arquitetura Inteligente, que prestou serviços ao Camarote 311. À Folha Tânia disse que chegou até Renan por ter sido cliente de seu ex-parceiro Allan, quando sofreu um acidente e precisou de seus serviços como personal trainer. Em uma foto da reunião no ministério, Tânia apareceu ao lado de Marinho, do secretário especial da Presidência Joel Fonseca e do filho do presidente. A empresa foi aberta pela arquiteta e pelo marido, Wesley Washington Lourenço, que é funcionário do Ministério da Economia. No mês passado, a defesa de Allan Lucena disse à Folha que os serviços da TF Arquitetura foram pagos por uma doação financeira do vice-presidente da Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro quer criar, Luis Felipe Belmonte. Belmonte negou a afirmação e disse que Allan requisitou uma ajuda financeira para a empresa, mas que não chegou a ser concretizada. Allan não informou quanto a TF cobrou pelo serviço prestado à empresa de Renan, tampouco apresentou notas e contratos relacionados. Tânia não quis revelar quanto cobrou pelo serviço prestado à Bolsonaro Jr alegando questões de confidencialidade com o cliente, nem quem fez o pagamento.”

E vamos ao novo articulador do STF ENCONTRAR OUTRO TÓPICO

“O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), tem se destacado por atuar nos bastidores como uma espécie de articulador político da corte em temas sensíveis que envolvem Poderes e esferas da Federação.” [Folha]

Por que choras, Gilmar?! E essa notícia é absurda com qualquer nome de ministro no meio…

“Nas negociações para liberação das emendas de relator, por exemplo, ele recebeu o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fora da agenda e foi um dos responsáveis por fazer a ponte entre tribunal e Legislativo nas conversas que ajudaram a destravar essa parte do Orçamento.”

Não pode, porra!

“A relatora do caso é a ministra Rosa Weber, mas Moraes manteve contato frequente com líderes do Congresso e foi figura central nas articulações sobre o tema. Além disso, em agosto, na votação da Câmara sobre o voto impresso, o ministro foi o principal articulador do movimento que levou importantes partidos a retirarem apoio à proposta defendida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). Moraes se notabilizou pela condução de inquéritos que miram o chefe do Executivo e aliados e por dar decisões duras que costumam abalar a relação do Supremo com o governo federal. Apesar disso, ele mantém relação próxima com líderes do Congresso e também costuma ajudar chefes de Executivos estaduais que pedem socorro financeiro ao STF. Ao lado dos ministros Dias Toffoli e Gilmar Mendes, o ministro está à frente, por exemplo, das negociações para que o tribunal recue e altere o resultado do julgamento que impediu a cobrança de alíquota diferenciada de ICMS para os setores de telecomunicação e energia elétrica. Após a decisão, governadores passaram a pressionar o Supremo sob o argumento de que a medida deve representar uma perda de receita anual de R$ 27 bilhões a estados e municípios. Uma ala da corte, então, com ajuda de Moraes, começou a articular uma saída para que o tribunal adie os efeitos da decisão só para 2024, evitando um rombo imediato nos cofres estaduais. A reportagem questionou o ministro sobre o papel que ele tem desempenhado em negociações com Congresso e governadores, mas não obteve resposta. A proximidade de Moraes com o mundo político, porém, já lhe rendeu desgastes. Em agosto, no auge da tensão com Bolsonaro, o ministro foi flagrado em um almoço em São Paulo com o deputado Rodrigo Maia (RJ) e o vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB).”

O Brasil é uma piada.

“Na época, a foto viralizou na internet e foi usada pela militância bolsonarista como uma suposta prova de que o ministro atua de maneira política para desgastar Bolsonaro no STF. A reunião, fotografada e publicada em redes sociais, não foi a única realizada entre Moraes e Maia, que costumam se encontrar com certa frequência. Nessas conversas, também são discutidas maneiras de o Congresso ajudar o STF nos embates com Bolsonaro… Moraes é oriundo da política e fala uma linguagem mais próxima da classe política. Ele já ocupou cargos no primeiro escalão da Prefeitura de São Paulo, do Governo de SãMo Paulo e do Executivo federal. Na experiência municipal, foi uma espécie de supersecretário de Gilberto Kassab, à época no DEM. No âmbito estadual, integrou o secretariado de Geraldo Alckmin, então expoente do PSDB, partido ao qual foi filiado. Em 2016, antes de chegar ao Supremo, foi alçado ao posto de ministro da Justiça quando Michel Temer (MDB) chegou ao poder após o impeachment de Dilma Rousseff (PT). À frente desses cargos, o atual ministro do STF estabeleceu relação próxima com atores da política, o que facilita o diálogo com o Congresso. Essa interlocução, aliás, também foi necessária para evitar uma derrota ao próprio ministro e ao Supremo no Congresso.”

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4. Bolsonaro & Moro

E Bolsonaro tá desnorteado com Moro fazendo confissões maravilhosas. Moro revela bastidores para complicar o presidente – e se complicar também, ele é incapaz de perceber isso – e Bolsonaro segue no mesmo caminho:

“O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez, em vídeo divulgado neste domingo (12), ataques ao ex-coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato Deltan Dallagnol, recém-filiado ao Podemos, o mesmo partido pelo qual o ex-juiz Sergio Moro deve concorrer à Presidência em 2022. Bolsonaro disse que rejeitou uma audiência com o então procurador em 2019, no momento de discussão sobre indicação a procurador-geral da República, por receio de “sair uma história pronta” do encontro. “Se eu tivesse audiência com ele, com toda certeza não ia indicar a PGR. Mas iria sair uma história pronta. Como faziam por ocasião de alguns depoimentos por ocasião da Lava Jato”, disse Bolsonaro. “Escrevia o depoimento, chamava o cara para assinar. E ia falar o quê? Que eu teria feito proposta indecorosa para ele. Salvar um amigo, parente”, afirmou ainda, em provocação que respinga em Moro e na atuação do ex-magistrado. Deltan, que deverá ser candidato a deputado federal pelo Paraná, negou, em uma rede social, que tenha feito ou aceitado convite para reunião.” [Folha]

Bolsoanro tá dizendo, no vídeo, que Moro queria a vaga ao STF e Deltan a vaga de PGR. Sabe como é, fizeram tanto por ele, mereciam uma premiação, né?

“Bolsonaro fez referência no vídeo a um episódio relacionado aos diálogos dos procuradores no aplicativo Telegram e que foi revelado neste ano após a defesa do ex-presidente Lula (PT) ter acesso às mensagens. No diálogo, de 2016, Deltan fala com um colega sobre atitude de uma delegada da PF: “Ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada…”. As acusações do presidente ocorrem dois dias depois de Deltan se filiar ao Podemos, em cerimônia com a presença de Moro, ex-juiz responsável pelos processos da Lava Jato e ex-ministro da Justiça na gestão Bolsonaro.”

E essa parte é fascinante porque Bolsonaro fala em algo bombástico mas é na antiga relação de Moro com Youssef, um pouquinho mais e ele defende a anulação das condenações do Lula.

“Em vídeo publicado neste domingo para negar um pedido de encontro com Bolsonaro, o ex-procurador fez um discurso político e disse que foi contatado por interlocutores do Palácio do Planalto para uma reunião em 2019. “Mas eu recusei, do mesmo modo que recusei o convite para ir ao Palácio do Jaburu encontrar o então presidente [Michel] Temer em 2016”, afirmou. Segundo ele, as reuniões levantariam questionamentos sobre o trabalho da Lava Jato. Sobre a acusação de Bolsonaro referente às delações, ele afirmou que “todos os acordos de colaboração foram negociados com as defesas e os fatos e as provas foram trazidos espontaneamente pelos colaboradores”. Deltan declarou ainda que deixou o Ministério Público após o “mundo político” acabar com a Lava Jato e anular as condenações. Por isso, relatou, decidiu entrar na política.”

Será que Bolsonaro percebe que ele tá batendo no pessoal que apanhava do Lula?!

Vão aí algumas aspas presidenciais:

“Você sabia que no segundo turno a maioria do pessoal da Lava-Jato votou no Haddad? Nada contra, direito deles. Mas não é o pessoal que estava combatendo a corrupção, do PT? E está lá na troca de mensagens. Hipocrisia, não. Isso aí é falta de caráter” [O Globo]

Aham…

Entretanto, trocas de mensagens entre procuradores da Lava-Jato publicadas em 2019 pelo site “The Intercept Brasil” indicam que os integrantes da operação manifestaram preocupação com o retorno do PT. Ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato, o procurador da República aposentado Carlos Fernando dos Santos Lima disse em entrevista ao “Uol” que “houve procuradores que votaram em Haddad”, mas relatou ter votado em Bolsonaro no segundo turno.

Mais Bolsonaro:

“Sabe o que o Vladimir Aras e o Dallagnol queriam? Via minha esposa, colocar o nome na PGR, de interesses deles, da Lava-Jato. “

E o que Deltan tem de burro ele tem de petulante:

“Na filiação ao Podemos, na sexta-feira (10), o ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol disse que vai trabalhar para eleger 200 deputados que assumam compromisso com o combate à corrupção, a democracia e o que ele chamou de “preparação política”.” [O Globo]

Miserável!

O que ele tem de buro le tem de petulante!

“A meta chamou a atenção dos colegas de legenda e também de outros partidos, não só porque o Podemos tem apenas 11 deputados, mas também porque o Congresso já tem uma frente parlamentar contra a corrupção, em que 221 deputados se inscreveram em 2019, no início da legislatura. A “Frente Parlamentar Mista Ética Contra a Corrupção” nem de longe tem a mesma influência que outras igualmente numerosas, como a bancada evangélica e a ruralista. E não foi capaz, por exemplo, de impedir as mudanças que flexibilizaram a lei de improbidade administrativa, aprovadas neste ano. Deltan, portanto, estaria querendo reinventar a roda. Além disso, mais do que se juntar a uma frente parlamentar, é preciso fazê-la funcionar. O ex-procurador, porém, diz que sua “bancada” será diferente da que atua hoje no Congresso. “Conheço essa frente. São pessoas com discurso contra a corrupção, e não com compromissos escritos, claros, em cláusulas”, diz ele. Seu plano é passar os meses de campanha se dividindo entre o Paraná, estado por onde ele vai disputar uma vaga para deputado federal, e viagens pelo Brasil, para recolher assinaturas de candidatos de vários partidos em uma carta de compromisso. A partir daí, os candidatos divulgariam a adesão ao movimento em suas campanhas. No caso da pauta anticorrupção, estariam expressos o apoio à prisão em segunda instância e a inclusão do enriquecimento ilícito na lei de improbidade administrativa. No trecho destinado à preparação política, estará o compromisso de fazer cursos e reciclagem para exercer o mandato de deputado. O próprio Deltan já assinou a carta, mas diz que não vai divulgar o documento agora porque aguarda a adesão de mais nomes, vários deles apoiadores da Lava Jato.”

Do Celso Rocha de Barros:

“Na coluna de 7 de novembro, escrevi que acho uma boa ideia a chapa Lula/Alckmin para a eleição presidencial de 2022. Na época, não tinha muita expectativa de que a aliança de fato acontecesse. Talvez eu tenha perdido a capacidade de reconhecer boas notícias, ou talvez tenha medo demais de um novo surto de estupidez antipolítica. De qualquer forma, a probabilidade de que a aliança aconteça subiu muito neste último mês. No momento, o principal obstáculo parece ser a escolha do candidato para o Governo de São Paulo. É algo perfeitamente negociável entre adultos. A receptividade à proposta na esquerda foi bem melhor do que eu esperava. Mas também houve gente respeitável e inteligente que me escreveu discordando. Os críticos da chapa no PT têm como argumento principal a liderança folgada de Lula nas pesquisas. Faltando tão pouco para a vitória no primeiro turno, por que fazer uma aliança difícil de vender dentro da esquerda? Além disso, perguntam: quantos votos tem Geraldo Alckmin? A primeira pergunta é boa, mas se baseia em uma premissa errada. Não faltam só 5 pontos percentuais para Lula vencer no primeiro turno, falta um ano. A ideia de que não haverá novos movimentos dos adversários nesse período, ou que esses movimentos serão facilmente neutralizados, é difícil de sustentar. Talvez o establishment aceite uma trégua com o PT após o desastre de Bolsonaro. Entretanto não o fará antes de tentar outras coisas. Bolsonaro vai gastar muito, muito dinheiro para tentar se reeleger. Os candidatos da “terceira via” certamente receberão muito apoio da mídia, do empresariado e de elites políticas locais. Haverá manobras feias e muito jogo sujo. Talvez nada disso seja suficiente para garantir-lhes a vitória. É inteiramente possível, entretanto, que seja suficiente para garantir a realização de um segundo turno. Chegando no segundo turno, vocês acham que a negociação de uma coalizão pró-Lula será mais fácil ou mais difícil se o vice de Lula for alguém como Geraldo Alckmin? Eu acho que será mais fácil. “Quantos votos tem Alckmin?” é a pergunta errada. A questão é saber quantas pessoas que resistem em votar no PT o fariam se o vice de Lula fosse alguém como Alckmin; não interessa se Alckmin seria o cabeça de chapa preferido dessas pessoas. Pensem na situação inversa. Se o governador Flávio Dino (PSB-MA) fosse candidato a presidente agora, teria poucos votos, mesmo sendo um excelente quadro. Por outro lado, se fosse vice, digamos, na chapa de Luciano Huck, certamente diminuiria a resistência contra Huck em parte da esquerda. A propósito, tenho amigos na esquerda que acham que: a) a centro-direita foi sórdida e montou uma farsa com a Lava Jato para tirar Lula da eleição em 2018; e b) em 2022 essas mesmas pessoas votarão em Lula contra Bolsonaro sem que a esquerda lhe ofereça qualquer concessão programática, porque são patriotas altruístas que reconhecem o desastre que foi Bolsonaro. Pelo menos uma das duas teses é falsa. A vitória de Lula, sozinha, não reverterá completamente as derrotas terríveis sofridas pelos progressistas brasileiros nos últimos anos. Acreditar no contrário não é radicalismo de esquerda, é messianismo. O diálogo com gente de fora da esquerda será necessário. Ter um vice como Alckmin, nessa situação, ajuda ou atrapalha? Eu acho que ajuda.” [Folha]

Boa parte das críticas ao Alckmin levam em conta a folga que Lula tem na corrida eleitoral, ams nem Lula deve achar que 2022 será um passeio. E essa vice aí seria uma carta aos brasileiros, e o raciocínio não é meu, é de alguém cujo tuíte passou por mim e eu não me lembro mais a autoria.

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5. Orçamento secreto

“Falta quase tudo em Mombaça, no sertão cearense. Com uma economia baseada na agricultura familiar, o município do semiárido enfrenta problemas de infraestrutura e de abastecimento de água. Mas não precisava ser assim: Mombaça está a apenas 79 km de Tauá, uma das campeãs nacionais das emendas de relator (código RP-9), verbas que estão na base do esquema do orçamento secreto revelado pelo Estadão. A União já empenhou R$ 151,4 milhões dessas verbas para Tauá, mas só R$ 2,9 milhões para Mombaça. É como se o governo destinasse R$ 2.606,14 para cada morador de Tauá, mas apenas R$ 67,12 para os vizinhos.” [Estadão]

Tem como dar certo? Não tem…

“Ao contrário do que disseram líderes do Congresso ao Supremo Tribunal Federal (STF), a distribuição do orçamento secreto não prioriza serviços essenciais, mas a conveniência política de alguns parlamentares. Cidades que são base eleitoral de aliados do Palácio do Planalto ou de parlamentares em posições influentes no Congresso recebem centenas de milhões de reais, enquanto municípios próximos ou vizinhos ficam à míngua. Juntas, as quatro cidades campeãs em verbas do orçamento secreto que não são capitais estaduais receberam empenhos de pouco mais de R$ 731 milhões em 2020 e 2021. É mais que os 2.261 municípios da base da pirâmide, somados. As cidades que não são capitais mais beneficiadas pelas emendas até agora foram Pouso Alegre (MG), com R$ 237,2 milhões empenhados; Petrolina (PE), R$ 195,6 milhões; Tauá (CE), R$ 151,5 milhões, e Santana (AP), R$ 146,6 milhões. Em comum, todas têm em suas proximidades lugares que receberam pouco ou mesmo nada das emendas de relator. São ainda redutos eleitorais do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE); do relator-geral do orçamento de 2020, Domingos Neto (PSD-CE); e do ex-presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP).  O princípio da igualdade, essência da Constituição, não é levado em conta na distribuição dos repasses.”

Um dos requisitos para o trato com a coisa pública é a IMPESSOALIDADE!

“A partir de terça-feira, o plenário virtual do Supremo Tribunal Federal (STF) deve analisar decisão da ministra Rosa Weber que decidiu liberar os repasses do orçamento secreto. Ela aceitou a versão dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e de Pacheco, de que a suspensão dos recursos, que tinha sido aprovada por 8 a 2 pelo plenário em novembro, era um “potencial” risco aos serviços de Saúde e Educação. Não há garantia alguma de que esse dinheiro vá para áreas essenciais. A distribuição das emendas não atende critérios técnicos, muito pelo contrário. Ao liberar os repasses no dia 6, Rosa Weber citou dados levantados a pedido da cúpula do Congresso ao afirmar que as emendas de relator beneficiaram 86,9% dos municípios brasileiros – o que, para a ministra, seria suficiente para demonstrar o “equilíbrio” na distribuição das verbas.”

Caiu nessa, Rosa?!

“Não é bem assim. Na verdade, dos 5.570 municípios, mais da metade (2.564) receberam valores irrisórios, de menos de R$ 1 milhão. Juntos, esses 2,5 mil municípios da parte de baixo da tabela tiveram pouco mais de R$ 1 bilhão empenhados – os demais municípios ficaram com os R$ 29 bilhões restantes. Mombaça e Tauá diferem no recebimento das verbas, mas têm condições econômicas e sociais parecidas. Mombaça, de 43 mil habitantes, e Tauá, de 58 mil, têm Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio, uma com 0,604 e a outra com 0,633. Pouco mais da metade da população dos dois municípios ganha até meio salário mínimo. O prefeito de Mombaça, Orlando Filho (MDB), trabalha para desenvolver as cadeias produtivas do gado leiteiro e do mel. Ele diz que o trabalho poderia ser mais efetivo com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Ministério da Agricultura. “Eu não gosto muito de falar de problemas e de dificuldades, porque aqui tem todas, tá entendendo? Tem falta de dinheiro, o povo é carente, a gente faz da tripa o coração para conseguir entregar a melhor estrutura para os produtores (rurais)”, disse. “Mas, obviamente, se tivesse uma máquina perfuratriz, por exemplo, ajudaria a solucionar o problema de falta de água.” Na política local do Sertão dos Inhamuns, onde estão Tauá e Mombaça, Orlando Filho faz parte do grupo político oposto ao do relator do Orçamento de 2020, o deputado federal Domingos Neto (PSD-CE). Além de ser a terra natal do relator, Tauá é governada pela mãe dele, Patrícia Aguiar (PSD). “Os problemas são todos os imagináveis. Temos que usar a inteligência para tentar superar um por um”, diz Orlando Filho. Dos R$ 2,9 milhões recebidos por Mombaça até agora, a maior parte (R$ 2,5 milhões) foi para a Saúde. Outros políticos com votos na região também reclamam de não conseguir resolver problemas em suas bases sem usar as emendas de relator. “No ano passado, os moradores de Canindé (CE) estavam reclamando de falta de água. Fui falar com o (então) presidente da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), o (coronel) Geovanne (Gomes da Silva). E ele me disse que não tinha como. Não tinha verba. E sugeriu que eu procurasse o relator-geral, Domingos Netto, que tinha R$ 100 milhões para obras”, diz o deputado Danilo Forte (PSDB-CE). Em Catarina (CE), a apenas 48 km da cidade de Patrícia Aguiar e Domingos Neto, as emendas RP-9 levaram R$ 562 mil desde 2020, cerca de 262 vezes menos do que em Tauá. É como se cada morador de Catarina recebesse R$ 29,99 da União, ante R$ 2,6 mil de Tauá. O município de 18 mil habitantes também tem indicadores econômicos e sociais piores que Mombaça, com um IDH de 0.580, considerado baixo. Casos como este não seguem a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): no art. 86, ela determina que as transferências levem em conta os “indicadores socioeconômicos da população beneficiada”. Do outro lado do mapa do Brasil, Pouso Alegre (MG), de 154 mil habitantes e IDH alto, de 0774, é hoje a cidade brasileira com mais recursos empenhados (isto é, reservados) das emendas de relator, excetuando as capitais de Estados. São R$ 237 milhões reservados para a cidade do Sul de Minas, inclusive verbas da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf). Cidade vizinha a Pouso Alegre, Poços de Caldas (MG) também tem IDH Alto, de 0,775, e população equivalente, de 166 mil moradores, mas empenhos de apenas R$ 1,5 milhão de RP-9 até agora. A Pouso Alegre, estão reservados R$ 1.537 per capita, enquanto a Poços, a 80 km de distância, apenas R$ 9,26 per capita. Um dos principais defensores da continuidade do orçamento secreto é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Ele é aliado do prefeito de Pouso Alegre, Rafael Simões (DEM), e esteve na cidade no dia 19 de novembro para o lançamento da pedra fundamental do novo hospital oncológico, que terá mais de 11 mil metros quadrados de área construída e 100 novos leitos. Em 2018, Pacheco foi o candidato ao Senado mais votado em Pouso Alegre, com quase 30% dos votos. O prefeito Rafael Simões foi condenado pela 1.ª instância da Justiça Federal a 10 anos de prisão por peculato, isto é, desvio de bens públicos. Cabe recurso. Depois de Pouso Alegre, o segundo lugar no ranking de cidades com mais verba do RP-9 é de Petrolina (PE). A cidade é a terra natal e base política do senador Fernando Bezerra Coelho e tem por prefeito o filho dele, Miguel Coelho. Entre outras melhorias, o dinheiro do RP-9 foi usado na cidade para reformar o Centro de Convenções Nilo Coelho — o nome homenageia a memória do tio do líder governista, que governou Pernambuco de 1967 a 1971. Vizinhas a Petrolina, estão cidades bem menos afortunadas em termos de recursos da RP-9, como Afrânio (PE), com apenas 3,1 milhões empenhados; e Casa Nova (R$ 2,7 milhões). Fecha a lista dos municípios com mais verbas das emendas de relator a cidades de Santana (AP), com R$ 146,6 milhões empenhados em 2020 e 2021, respectivamente. O município é parte da zona metropolitana de Macapá (AP), reduto político do ex-presidente do Senado Davi Alcolumbre (DEM-AP), um dos congressistas que mais indicou verbas do orçamento secreto — em Macapá, os empenhos somam R$ 330,5 milhões, colocando-a à frente de outras capitais bem mais populosas, como Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR). Se o levantamento levasse em conta somente o ano de 2021, a cidade de Arapiraca (AL) também ficaria entre as campeãs, com R$ 69,9 milhões empenhados. A cidade é reduto eleitoral do presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL). A reportagem do Estadão procurou Domingos Neto, Rodrigo Pacheco, Davi Alcolumbre e Fernando Bezerra Coelho para comentários, mas não obteve resposta de nenhum dos parlamentares citados até até a noite domingo.”

Mais uma matéria sobre o absurdo:

”Na saída do aeroporto de Maceió, divisa com a cidade de Rio Largo, uma placa presa em um viaduto não deixa margem para dúvidas. Nela, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), aparece ao lado do prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP), que o parabeniza. Na zona urbana da cidade, placas se replicam com novas congratulações a Lira. Foram R$ 41,6 milhões, número que supera cidades maiores como Arapiraca, que no mesmo ano recebeu R$ 1,4 milhão, e Maceió, que obteve R$ 14,7 milhões. Gilberto Gonçalves é um político de estilo bonachão que costuma percorrer as ruas da cidade vestindo um chapéu de palha e um colete preto no qual está escrito seu nome e as iniciais que funcionam como uma espécie de marca política. Nas peças de publicidade de prefeito, são destacadas obras “tamanho GG” que estão sendo feitas pela gestão municipal com recursos de emenda. Com esse discurso, reelegeu-se prefeito em 2020, mesmo após ser envolvido em uma série de suspeitas de corrupção e ter sido preso por três vezes ao longo dos últimos 15 anos. Gilberto Gonçalves é investigado na operação Taturana, que apura esquemas de “rachadinhas” na Assembleia Legislativa de Alagoas e chegou a ser preso em 2007 no âmbito da operação. Em 2008, veio à tona uma gravação telefônica feita pela Polícia Federal que mostrava Gonçalves cobrando o recebimento de parcelas do suposto esquema criminoso: “Eu quero meu dinheiro. Eu quero meu dinheiro certo. Dinheiro de roubo, de corrupção”, disse no telefonema o hoje prefeito de Rio Largo. Dois anos depois, Gonçalves foi preso pela segunda vez sob acusação de ameaçar de morte um ex-funcionário que o havia denunciado na Justiça do Trabalho.” [Folha]

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“Em semana decisiva para o Palácio do Planalto no Congresso, o governo reagiu às pressas e prorrogou o prazo para liberação de emendas parlamentares após ser avisado da insatisfação de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL). Um decreto publicado em maio trouxe regras para alguns gastos públicos e passou a travar, a partir desta semana, a destinação de emendas que ainda não tinham sido autorizadas. Alertado da insatisfação entre governistas, o Planalto correu para conseguir destravar o uso de mais de R$ 6 bilhões em emendas de relator, que têm sido usadas em negociações políticas entre o Executivo e o Legislativo. Esse é o valor que ainda falta ser liberado até o fim deste ano. A informação de que havia um entrave para a liberação de emendas de relator (prometidas em negociações prévias com congressistas) gerou críticas nos bastidores de líderes alinhados ao governo nesta segunda-feira (13). O Planalto identificou a insatisfação. Integrantes do governo dizem que, depois de essas emendas terem ficado semanas bloqueadas por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), um dia de entrave na liberação de emendas de relator atrapalharia toda a articulação política do governo. O STF chegou a bloquear o uso das emendas de relator, mas, após uma operação montada pelo Planalto e pela cúpula do Congresso, os recursos foram liberados.” [Folha]

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6. Covid-17

Mais provas para Haia:

“O governo decidiu adiar em uma semana a entrada em vigor das medidas de restrição para viajantes que chegam ao Brasil. Uma portaria que entraria passaria a valer neste sábado, 11, exigia a apresentação de comprovante de vacinação ou, em caso de não imunizados, o cumprimento de uma quarentena de cinco dias no local de destino. Agora, um novo texto será publicado ainda nesta sexta-feira, 10, postergando a obrigatoriedade.” [Estadão]

E aí veio o STF:

“A Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) iniciou nesta segunda-feira, 13, a cobrança do passaporte da vacina nos aeroportos do Brasil após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luis Roberto Barroso, que prevê a obrigatoriedade do comprovante de vacinação contra covid-19 para entrar no País. O governo federal disse que prepara uma nova portaria para se adequar às novas determinações de Barroso, mas ainda não publicou a medida. O presidente Jair Bolsonaro é forte opositor da exigência do passaporte da vacina. “A Anvisa já notificou os seus colaboradores de fronteira, especialmente de aeroportos, no sentido de cumprimento imediato da decisão do STF”, diz o órgão em nota ao Estadão. Apesar da resistência da cúpula do governo federal, o passaporte é adotado em grande parte dos países e defendido por especialistas, sobretudo no cenário de avanço da variante Ômicron.” [Estadão]

É só ver os números mundo afora!

Barroso, do STF, determinou neste sábado, 11, que os viajantes apresentem comprovante de vacinação contra covid-19 para entrar no Brasil por voos internacionais ou fronteira terrestre. A decisão liminar ainda vai passar pelo crivo dos demais ministros no plenário virtual, entre quarta-feira, 15 e quinta-feira, 16. O Ministério da Casa Civil indicou que deveria publicar uma nova portaria, para “adequar” as regras à determinação do ministro, ainda nesta quarta, mas o texto ainda não foi divulgado. Pela regra anterior, os não imunizados que chegassem ao Brasil poderia fazer quarentena de cinco dias e poderiam ser liberados depois, após apresentação de teste negativo.

Enquanto isso…

“A Agência Nacional e Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou nesta terça-feira (14) que nem todos os passageiros que desembarcam nos aeroportos do Brasil estão sendo fiscalizados para checar se possuem o comprovante de vacinação (ou passaporte da vacina). A Anvisa diz que suas equipes nos aeroportos abordam passageiros de forma “amostral” para verificar o cumprimento da exigência e que ainda fazem “ações de inteligência” a partir dos dados declarados pelos viajantes. Segundo a agência, isso permite ações voltadas especificamente para os “voos e viajantes de maior preocupação”.” [G1]

E a Anvisa tá dando esporro no governo:

“O regramento para a entrada de viajantes no país deve ser cumprido por todos. A verificação por amostra não exime a responsabilidade de todos os passageiros em relação ao cumprimento das restrições estabelecidas no país”, afirmou a Anvisa. Em sua nota, a Anvisa esclareceu que a análise do comprovante é uma responsabilidade compartilhada com outros órgãos, inclusive a Polícia Federal, e que este trabalho deve ser intensificado e ampliado. Além disso, a Anvisa declarou que aguarda a “edição de portaria interministerial com maior detalhamento das regras para a entrada de viajantes no Brasil” para realizar as “adequações operacionais necessárias”.”

Passemos ao Pazuello sem farda:

“O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado insatisfação com a atuação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, à frente da pasta, segundo auxiliares de Bolsonaro ouvidos pelo blog. O presidente defende uma posição mais radical do ministro. Como Bolsonaro não pode demitir Antonio Barra Torres da Anvisa, a avaliação é a de que caberia a Queiroga se contrapor ao chefe da agência, que vem divulgando notas técnicas para combater a pandemia do coronavírus. Mas nem mesmo a última declaração de Queiroga, que chocou até aliados do ministro na semana passada, foi suficiente para agradar Bolsonaro. Na terça-feira (7), ao anunciar medidas de quarentena para viajantes, Queiroga disse que era “melhor perder a vida do que a liberdade”” [G1]

Nem isso satisfaz Bolsonaro!

De acordo com interlocutores do presidente, Bolsonaro quer que o ministro da Saúde “saia de cima do muro” a respeito da defesa, por exemplo, da narrativa do tratamento precoce – discurso do presidente para sua base negacionista. Queiroga, segundo relato de uma fonte do Planalto, “nunca defendeu com ênfase” a ideia do presidente, pois, como médico, também quer agradar a comunidade científica. Apesar dos desgastes, auxiliares afirmam que não existe, ainda, nome a curto prazo para substituir o ministro – mas afirmam que o tema passou a ser tratado nos bastidores até porque Queiroga quer se candidatar em 2022, e precisará deixar o cargo em abril.

Ninguém defende Queiroga, é basicamente isso!

“Secretários estaduais de Saúde mais uma vez voltam a criticar duramente o ministro Marcelo Queiroga nos bastidores. Os gestores afirmam que o titular da Saúde do governo de Jair Bolsonaro abandonou os compromisso com a pasta para se dedicar a uma agenda própria eleitoral para uma futura candidatura. Eles dizem que os posicionamentos mais recentes do ministro são para agradar o mesmo eleitorado do presidente da República e não ajudam no combate à pandemia. Em evento no Palácio do Planalto na terça-feira (7), Queiroga seguiu Bolsonaro ao criticar a exigência de passaporte de vacina para estrangeiros que chegam ao Brasil. “Às vezes é melhor perder a vida do que perder a liberdade”, disse o responsável pela Saúde durante anúncio das mudanças de regras sobre fronteiras. De acordo com secretários, praticamente não há diálogo com o ministro. A relação, dizem eles, degringolou há algum tempo e nunca mais voltou ao normal. O presidente do conselho de gestores estaduais já chegou a dizer em entrevista à Folha que não havia condições para Queiroga permanecer no cargo.” [Folha]

Passo ao Elio Gaspari:

“Bolsonaro pintou-se para uma nova guerra: “Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra? De novo vai começar esse negócio?” A Anvisa nunca sugeriu que se fechasse o espaço aéreo mas, diante do surgimento de uma nova variante do vírus, o presidente anteviu uma nova batalha. Ele não gosta da vacinação, preferia cloroquina e prefere viver no mundo da negação, supondo que com isso defende a economia. Há um ano, Bolsonaro dizia que a vacina CoronaVac não seria comprada. Comprou-a. Condenava o isolamento social e teve que aceitá-lo. De fato, pode ser que comece tudo de novo, porque o governador João Doria anunciou que instituirá o passaporte de imunização em São Paulo. Ele comprou a vacina chinesa e em janeiro começou a aplicá-la. A nova encrenca de Bolsonaro com a Anvisa foi um retrato da disfuncionalidade de seu governo. Com mais de 600 mil mortos, o governo federal ainda assim teria algo de que se orgulhar. O Brasil está chegando perto da marca de 300 milhões de doses aplicadas, com cerca de 65% da população imunizada. Apesar disso, Bolsonaro prefere procurar uma nova briga. Arrumou um ministro da Saúde capaz de dizer que prefere perder a vida à liberdade, como se esse dilema estivesse na mesa. Depois de ter fritado dois ministros que tomaram o partido da ciência e de ter amparado um general desastroso, o capitão sente-se confortável com o médico Marcelo Queiroga. É seu estilo, mas não precisava chamar a Agência de Vigilância Sanitária para a briga. Primeiro, porque a Anvisa é um órgão independente. Além disso, porque está atirando em um quadro de sua tropa, o médico e almirante Antonio Barra Torres, cujo pecado seria ter traçado uma linha no chão, além da qual não pisaria. Barra Torres pode ser visto como um exemplo do oficial que atendeu ao chamado do capitão. Militar e cavaleiro da Ordem de Malta, foi colocado na direção da Anvisa e em março de 2020, quando os mortos pela Covid eram cinco, acompanhou Bolsonaro numa manifestação que desafiava a pandemia e o Supremo Tribunal Federal. Ele não se entendia com o ministro Luiz Henrique Mandetta e tinha tudo para virar um daqueles aloprados que o general Pazuello levaria logo depois para o Ministério da Saúde. Sem estridência, Barra Nunes afastou-se do negacionismo. Recusou-se a patrocinar as virtudes da cloroquina e disse coisas desagradáveis, tais como: “Estamos trabalhando no mundo real, que é o mundo científico”, ou “Vamos deixar de bobagem e vamos vacinar”. Quando foi pressionado, o almirante deu um recado críptico: “Meu limite está muito longe ainda. Tenho 32 anos de treinamento militar”. Como tem mandato e dirige uma agência independente, não cabia na frigideira em que foi jogado o general Santos Cruz. O almirante preservou a credibilidade da Anvisa, evitou bate-bocas e provocações. Não se colocou como um ativo contraponto à disseminação de superstições. Barra Torres, ao contrário do general Pazuello e do “coronel” Queiroga, não é candidato a nada. É raro que oficiais da Marinha se metam em política eleitoral. Não se pode saber que rumo tomará a briga pela exigência do passaporte. Afinal, Bolsonaro e Queiroga produziram uma gambiarra. O governador João Doria venceu as batalhas da vacinação e da CoronaVac, e é candidato a presidente da República. Uma coisa é certa, Bolsonaro não precisava encrencar com a Anvisa. Até porque, no atacado, a agência tem razões para se orgulhar de sua conduta durante a pandemia.” [O Globo]

“A luz amarela acendeu no Ministério da Saúde com o baixo percentual de vacinação de alguns estados do Norte e do Nordeste. A pasta deve enviar equipes para alguns deles para tentar entender o que está acontecendo, e quais as soluções que poderiam ser adotadas para resolver o problema.” [Folha]

Sim, o ministério do presidente que se orgulha de não ter se vacinado está preocupado…

“Enquanto São Paulo, por exemplo, tem 76,7% da população totalmente imunizada, o Amapá, último colocado no ranking brasileiro de vacinação, registra apenas 38,8% de pessoas com o ciclo completo. Outros quatro estados registram menos da metade da população completamente imunizada: Roraima (39,6%), Pará (47,2%), Acre (45,7%) e Maranhão (48,6%). O ministro Marcelo Queiroga, da Saúde, conversou com gestores de saúde e ouviu deles a explicação de que o baixo percentual pode ser explicado por problemas na hora de informar os dados ao sistema nacional. O secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, que preside o Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde), explica que o fluxo de dados é, sim, parte do problema. “Não falta vacina”, diz ele. O problema seria que “os locais de vacinação têm dificuldade com internet. As fichas são manuais. Há uma grande demora no lançamento dos dados”. Ele calcula que, se o lançamento de informações no sistema fosse agilizado, o percentual de registro de vacinados nesses estados subiria “algo em torno de 10 a 20% de doses a mais”. “É uma realidade do Maranhão que se repete [em outras unidades da federação]”, diz ele. Há um outro problema, no entanto, a ser enfrentado, afirma Carlos Lula: “É muito mais difícil vacinar em grandes vazios do que em aglomerados urbanos. E, na atual fase, a vacina tem que ir atrás das pessoas. Elas já deixaram de ir atrás das vacinas”.”

E olha o que Bolsonaro falou:

“Um caso que está sendo estudado agora. O deputado Hélio Lopes, meu irmão, está baixado no hospital, com embolia. Parece ser efeito colateral da vacina. Vamos aguardar a conclusão. Um médico, na semana passada, estava abalado porque um irmã dele tomou e estava com trombose no pé. Tem acontecido efeito colateral. Vocês já leram a bula dessas vacinas? Na Pfizer está escrito: não nós responsabilizamos por efeitos colateirais” [O Globo]

Sim, “VAMOS AGUARDAR AS CONCLUSÕES”! Embolia e trombose

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7. Guedes

“No almoço de sexta-feira passada que a Esfera Brasil promoveu em São Paulo em torno de Paulo Guedes, o ministro usou parte de sua fala para bater em dois dos seus alvos prediletos: os colegas de ministério Rogério Marinho e Onyx Lorenzoni.” [O Globo]

Sim, Guedes tá dizendo que a culpa é do governo que ele faz parte,.

Tendo como plateia não só grandes empresários e banqueiros, mas também o chefe da Secom, André Costa, Guedes culpou Onyx e Marinho pelo fracasso da reforma administrativa. Disse que ela não andou não por causa de Rodrigo Pacheco ou Arthur Lira, mas pelos dois colegas de Esplanada, “que preferem não mexer em nada, não mudar o Brasil”.”

Calma que fica melhor:

(Atualização, às 7h02. Paulo Guedes entra em contato para afirmar que “não bati em ministros. Apenas digo a verdade quando perguntam porque reformas não andam: por que há quem aconselhe o Presidente que reformas tiram votos. Não é bater gratuitamente, é informar porque reforma administrativa parou”.)” 

Só rindo!

E Guedes temk um ponto aqui embaixo:

“Se vocês acham que a gente vive um período de Guerra Fria entre governo e Congresso, aguardem. Se o Moro vencer a eleição vai ser uma guerra nuclear. Ou eles botam o Moro pra fora ou o Moro fecha o Congresso.” [O Globo]

Como Moro acha que vai se relacionar com o congresso se eleito?! E o fascinante é que Guedes desenha um cenário que tinha que ser oferecido ao Bolsonaro, mas acharam melhor não colocar Bolsonaro “pra fora”.

E olha o tanto que Guedes tem que se explicar:

(Atualização, às 18h28. Paulo Guedes entrou em contato para afirmar que o “contexto em que a frase foi dita era o de um embate entre o Moro e o establishment político de Brasília, se ele fosse eleito. Não era uma afirmação nem para descredenciar o Moro e nem para dizer que a democracia brasileira corre riscos”). (Atualização, às 9h21 do dia 11. Paulo Guedes enviou há pouco uma nota sobre o tema. Ei-la: “O Ministro da Economia Paulo Guedes reafirmou ontem em reunião com empresários em SP a confiança de sempre no aperfeiçoamento das nossas instituições democráticas. Perguntado se conflitos políticos velados (“uma guerra fria entre poderes”) impedem o avanço de sua pauta econômica, relembrou que as resistências foram ainda maiores (“uma guerra nuclear”) às propostas apresentadas, à época em que estava no governo, pelo ex ministro e agora candidato Sérgio Moro. O ministro considera conflitos entre poderes independentes por demarcação de territórios naturais e orgânicos a este aperfeiçoamento institucional. Paulo Guedes repudia que as metáforas bélicas usadas por ele apenas como força de expressão tenham sido descontextualizadas na tentativa de criar descabidas previsões que desmereçam o profundo respeito que tem por seu ex colega de ministério Sergio Moro, o Congresso brasileiro e a robusta e testada democracia brasileira.”)

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8. O país do futuro

Que desgraça…

“Uma conjunção histórica de fatores tem feito com que muitos brasileiros achem mais verde a grama do vizinho. Em um fenômeno sem precedentes na história do país, este início de século registra o maior movimento de migração de cidadãos brasileiros rumo a outros países pelo mundo.” [DW]

Sim, o MAIOR!

Segundo um levantamento do Ministério das Relações Exteriores, o número de brasileiros vivendo no exterior saltou de 1.898.762 em 2012 para 4.215.800 hoje — os últimos dados foram consolidados a partir de informações coletadas pelos consulados em 2020. No período, portanto, o aumento foi de 122%. E, pela quantidade atual de expatriados, pode-se dizer que cerca de 2% dos brasileiros moram hoje em um país estrangeiro. “Esse movimento de saída de brasileiros nos últimos anos é inédito e, de fato, representa a maior diáspora da história brasileira”, analisa Pedro Brites, professor na Fundação Getúlio Vargas.”

Te lembra Venezuela?! Argentina?! Pois é.

Se o Brasil foi construído, desde a colonização portuguesa, por levas e levas de imigrantes — de várias partes do mundo, em ondas sucessivas — o atual momento indica uma virada de maré, como se o país que sempre recebeu agora tivesse se tornado um “exportador de gente”. “O Brasil passou a ser um lugar de onde as pessoas saem. Isso significa que a sociedade de afluência que aqui se formou está extinta”, comenta o sociólogo Rogério Baptistini Mendes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie. “Agora o horizonte é sombrio, com a experiência do desemprego estrutural contemporâneo, associado aos males herdados: a desigualdade e a exclusão do passado”, completa o sociólogo. E o fenômeno tende a prosseguir. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha em 2018 indicou que, se pudessem, 70 milhões de brasileiros maiores de 16 anos se mudariam para o exterior. No recorte por qualificação, essa era uma vontade de 56% dos adultos com curso superior.” 

Isso aí é prejuízo de décadas!

De acordo com levantamento publicado este ano pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas, 47% dos brasileiros entre 15 e 29 anos gostaria de deixar o país, se possível. É um recorde histórico. Entre 2005 e 2010, este era o desejo de 26,7% dos jovens; de 2011 a 2014, anseio de 20,1%. “Em geral, todos movimentos migratórios são ocasionados por motivações religiosas, perseguições políticas, guerras ou questões econômicas. As crises econômicas pelas quais o Brasil tem passado nos últimos anos fez com que muitos decidissem emigrar buscando melhores condições de trabalho, quer sejam profissionais altamente qualificados, ou de baixa qualificação”, contextualiza a historiadora Renata Geraissati Castro de Almeida, pesquisadora de imigração na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. “No cenário atual, de aumento da inflação, afetando o preço do que consumimos no dia a dia, a alta do dólar, e com a ausência de perspectivas de melhorias, a situação tende a piorar”, acrescenta.”

E no recorte científico a desgraça é maio, é uma fuga de cérebros brutal, daqueles que coloca qualquer país de joelhos.

Brites enumera como sendo três as razões que motivam essa diáspora de brasileiros. Em primeiro lugar, “o mais relevante deles”, segundo o professor: a economia. “Ao longo dos últimos anos, o Brasil tem perdido postos de emprego em pontos-chave, com enfraquecimento de setores como a engenharia civil, baixo investimento em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento. Essa mão de obra qualificada tem procurado oportunidades fora”, exemplifica. “O Brasil atravessa um período de baixo crescimento econômico, estagnação relativa da economia. Isso efetivamente tira perspectivas de oportunidades de boa parte da população, que passa a procurar mecanismos para seguir sua vida”, afirma. O segundo fator é a instabilidade política, um cenário que se agravou com o movimento de impeachment da então presidente Dilma Rousseff e, em 2018, a eleição de Jair Bolsonaro. “Essa turbulência acirrada afasta parte da população do nosso país”, reconhece o professor. “Por fim, há a questão da violência urbana, uma chaga social brasileira crônica que sempre tem de ser considerada. As pessoas buscam outras opções, nos Estados Unidos e na Europa, para tentar levar uma vida um pouco mais tranquila e segura”, diz o especialista. “A instabilidade econômica e política do país na última década, associada a um crescimento da violência, e das taxas de desemprego tem servido de gatilho para que muitos decidam buscar melhores oportunidades de emprego e qualidade de vida em outros países”, resume a historiadora Castro de Almeida. Para o sociólogo Mendes, “a saída de brasileiros é indício de algo mais grave do que o encerramento de um ciclo de desenvolvimento”. “É o processo civilizatório, de construção da nação imaginária, que sofre um abalo profundo”, pondera. “É fato que, do ponto de vista econômico, o Brasil moderno, com mercado interno forte sustentado no setor industrial e capaz de oferecer empregos de qualidade aos cidadãos, está quase que definitivamente sepultado”, prossegue o sociólogo. “Mas o principal é que os grupos no poder promoveram uma ruptura com a própria história e, portanto, como o povo, sem oferecer nenhum tipo de projeto alternativo de futuro. O país é apresentado aos viventes como um acampamento de estranhos, não uma sociedade política. Um certo discurso que junta agentes do mercado, governantes e líderes religiosos neopentecostais conduz à lógica do salve-se quem puder ou, em termo mais brandos, o mundo é dos eleitos. Isso explica a fuga do desastre.” Em outras palavras, as gerações atuais já não se iludem mais com o discurso de que o Brasil é o tal “país do futuro”. “Sem emprego, renda e assistência, em um cenário absolutamente hostil, sair passa a ser a solução”, diz Mendes. “O Brasil, terra do futuro, já não faz mais parte do imaginário de uma geração de brasileiros que vaga errante em busca daquilo que imagina ser uma boa vida: salário, segurança, educação, assistência. Ou seja: comunidade política organizada. É o paradoxo das ideias que conduziram ao poder o representante dos que negam o Estado e a própria política”, contextualiza.”

Isso te lembra Argentina, né? Pois é, por aqui os beócios resolveram se inspirar na debacle argentina e vão liberar conta em dólar!

“O Senado aprovou nesta quarta-feira (8) projeto de lei que promove uma série de modificações no mercado de câmbio brasileiro. A proposta também abre caminho para que pessoas físicas tenham contas bancárias em moedas estrangeiras, como o dólar ou o euro.” [Folha]

Por que diabos desestabilizar a moeda que mais se desvaloriza no mundo:!

O texto foi aprovado em votação simbólica. Como já havia tramitado pela Câmara dos Deputados, segue direto para a sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL). A proposta foi encaminhada ao Congresso em 2019 pelo governo federal, sendo uma iniciativa do Banco Central e do presidente da instituição, Roberto Campos Neto. O objetivo seria modernizar o mercado de câmbio, mas as autoridades afirmaram que essa permissão para contas em moedas estrangeiras se daria de forma gradual, concomitantemente com outras reformas e ajustes macroeconômicos. A iniciativa aumenta a autonomia do Banco Central para regular o mercado de câmbio.

Entendeu alguma coisa? Pois é, nem eu!

“A atual legislação cambial está dispersa em mais de 40 leis e outros dispositivos e busca também adaptar o Brasil às recomendações da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico). A versão que vai à sanção presidencial possibilita ao Banco Central editar regulamentações para que pessoas físicas possam abrir e manter contas em moeda estrangeira no Brasil. Atualmente, essa prática só é possível em algumas situações específicas, como no caso de embaixadas, consulados e corretoras de câmbio.”

Que incentivo a pessoa terá pra ter real?!

“”As operações no mercado de câmbio podem ser realizadas livremente, sem limitação de valor, observados a legislação, as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Monetário Nacional e o regulamento a ser editado pelo Banco Central do Brasil”, afirma o texto. A possibilidade de abertura de conta em moeda estrangeira no país é autorizada desde 1957. Como o projeto só dá poderes ao Banco Central para regular contas em moeda estrangeira, não há uma definição de como ficaria a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Créditos) nos depósitos do tipo.”

Sim, não há definição, viado!

“O projeto traz outras mudanças ao mercado de câmbio. Retira, por exemplo, a proibição de que bancos estrangeiros que possuam conta em reais no país façam pagamentos no exterior. Atualmente, a instituição só pode usar a conta para fazer pagamentos no Brasil. O texto também facilita que instituições internacionais —como bancos centrais estrangeiros e instituições domiciliadas no exterior— tenham contas em reais de depósito e de custódia. Também expande as previsões legais para que o real seja usado em negócios no exterior.”

Isso é, o dinheio vai voar pra fora. E olha o papo do o relator no Senado, Carlos Viana (PSD-MG):

“A possibilidade de que pessoas físicas e jurídicas detenham contas em moeda estrangeira no Brasil aproxima o país de algo comum em economias desenvolvidas, bem como nas principais economias emergentes. O uso de conta em moeda estrangeira pode aumentar a eficiência em algumas situações. Por exemplo, empresas que fornecem insumos a empresas exportadoras eventualmente poderiam ter contas em moeda estrangeira, o que permite a realização de um hedge natural para as empresas exportadoras que têm receitas em moeda estrangeira”, afirmou o relator em seu texto. “Isso reduz custos para as empresas no mercado brasileiro que pertencem à cadeia produtiva do mercado exportador ou importador, aumentando a eficiência cambial e, em última instância, beneficiando o consumidor. “

Como que a inevitável desvalorização da moeda nacional beneficiará os consumidores?!

E olha a frase final:

O custo dessa inovação financeira sem a devida inserção na economia global pode ser um aumento da procura pela moeda estrangeira mais estável diante de qualquer crise cambial”, completa.

Sim, numa crise o pessoal aqui dentro vai correr pro dólar! Não tem como não dar errado, vai dar errado!

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9. 2022

Vamos de pesquisas…

“Pesquisa Ipec, divulgada hoje pelo portal g1 e pela GloboNews, mostra que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem ampla vantagem frente aos adversários e poderia vencer a eleição para a Presidência da República em primeiro turno. No principal cenário analisado, o ex-presidente aparece com 48% dos votos e todos os outros candidatos juntos somam 38%. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos. No segundo cenário analisado — com apenas 5 concorrentes ao Planalto — o petista aparece com 49% dos votos, enquanto os outros candidatos juntos novamente somam 38%.” [UOL]

Que surra! Pode-se riticar Lula à vontade, mas a verdade é que ele tá FLANANDO nas pesquisas!

“Levando em conta essa sistemática adotada pela regra eleitoral no Brasil, Lula tem 56% dos votos válidos nos dois cenários considerados pelo Ipec. Em ambos os cenários, somando-se intenções de votos brancos e nulos, o petista aparece com 27 pontos percentuais à frente do segundo colocado, o presidente Jair Bolsonaro (PL). No primeiro cenário, com 12 candidatos, o ex-presidente tem 48% das intenções, ficando dez pontos à frente dos adversários somados. No segundo cenário, com apenas cinco nomes, Lula tem 49% das intenções de votos, enquanto seus adversários somados tem 38%. Considerando a margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, o petista poderia chegar a 51% em números absolutos.”

as

  • Lula (PT): 48%
  • Jair Bolsonaro (PL) : 21%
  • Sergio Moro (Podemos): 6%
  • Ciro Gomes (PDT): 5%
  • André Janones (Avante): 2%
  • João Doria (PSDB): 2%
  • Cabo Daciolo (PMN-Brasil 35): 1%
  • Simone Tebet (MDB): 1%
  • Alessandro Vieira (Cidadania): 0%
  • Felipe d’Ávila (Novo): 0%
  • Leonardo Péricles (UP): 0%
  • Rodrigo Pacheco (PSD): 0%
  • Brancos / Nulos: 9%
  • Não sabem / Não responderam: 5%

Cenário 2:

  • Lula (PT): 49%
  • Jair Bolsonaro (PL) : 22%
  • Sergio Moro (Podemos): 8%
  • Ciro Gomes (PDT): 5%
  • João Doria (PSDB): 3%
  • Brancos / Nulos: 9%
  • Não sabem / Não responderam: 5%

“De acordo com o Ipec, os votos para Lula são mais expressivos entre quem avalia o governo de Jair Bolsonaro como ruim ou péssimo (68%); quem mora no Nordeste (63%); quem mora nas periferias das capitais (55%); e entre católicos (54%). Além disso, a pesquisa mostra que as intenções de voto no petista são maiores quanto menor a renda familiar mensal dos entrevistados. De forma que o índice de intenção de votos é de 32% entre aqueles cuja renda é de cinco salários mínimos, e atinge 57% entre quem tem renda familiar de até um salário mínimo. Entre os entrevistados com nível superior, Lula tem 40% dos votos, e entre os com ensino fundamental o índice é de 55%. Já Bolsonaro é mais popular entre os que avaliam sua administração como ótimo ou boa (75%); quem mora nas regiões Norte/Centro-Oeste (29%) e Sul (27%); e entre os evangélicos (33%) —grupo no qual aparece tecnicamente empatado com Lula. De acordo com o Ipec, a escolha pelo atual presidente aumenta quanto maior a renda familiar mensal e escolaridade dos entrevistados. Passando de 14%, entre quem tem renda de até um salário mínimo, para 30%, entre aqueles que ganham acima de cinco salários. Além disso, Bolsonaro tem 18% das intenções entre os eleitores com ensino fundamental e chega a 25% entre os mais escolarizados. Já o ex-ministro Sergio Moro se destaca entre os eleitores residentes na região Sul (11%). O Ipec informou, ainda, que os outros candidatos mencionados têm intenções de voto distribuídas de maneira homogênea. No mesmo levantamento, a reprovação ao governo Bolsonaro alcançou 55%.”

Vamos à reprovação:

“A reprovação ao governo do presidente Jair Bolsonaro chegou a 55% e a aprovação foi a 19%, apontou pesquisa do instituto Ipec divulgada nesta terça-feira pelo portal G1. A reprovação apresentou oscilação para cima, dentro da margem de erro, enquanto o índice de aprovação registrou queda. Na pesquisa anterior, a reprovação era de 53% e a aprovação, de 22%. No levantamento divulgado nesta terça-feira, 19% dos entrevistados avaliaram o governo como ótimo/bom; 25% como regular e 55% como ruim/péssimo, ao passo que 1% disse não saber ou não respondeu. Em setembro, a fatia que avaliava o governo como ótimo/bom era de 22%; 23% o consideravam regular e 53% como ruim/péssimo. O percentual dos que não sabiam ou não responderam também era de 1%.” [UOL]

E lá vamos nós pra outra notícia, e foda-se a costura!

“O presidente Jair Bolsonaro assiste a um derretimento da base eleitoral que o levou à Presidência em 2018, com mais da metade apresentando intenção de mudar de voto. Os principais beneficiários seriam o ex-presidente Lula (PT) e o ex-juiz Sergio Moro (Podemos), seus desafetos, de acordo com números da pesquisa Ipec divulgada ontem. Dentre os entrevistados que disseram ao Ipec ter votado no atual presidente na última eleição, 45% manifestam intenção de votar novamente em Bolsonaro em 2022, enquanto 55% citam outras opções. Segundo a pesquisa, 22% dizem hoje pretender votar em Lula, e 10% mostram preferência por Moro.. O levantamento mostra ainda que, entre os eleitores que dizem não se recordar ou não quiseram responder em quem votaram em 2018, amostra que corresponde a pouco menos de um décimo dos entrevistados, Lula é escolhido por 54%, e Bolsonaro fica com 9%. O ex-presidente também concentra a preferência atual de cerca de metade dos entrevistados que declaram voto branco ou nulo, ou que disseram não ter comparecido à votação. Os melhores números de Bolsonaro aparecem entre os evangélicmoroos, estrato em que o presidente tem 33% das intenções de voto, segundo o Ipec. Recentemente, em mais um aceno a este segmento, Bolsonaro indicou para ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) o nome “terrivelmente evangélico”, em suas palavras, de André Mendonça, aprovado pelo Senado no último mês. Entre os evangélicos, Bolsonaro fica em situação de empate técnico com Lula, que é citado por 34%. O petista chega a 57% das intenções de voto entre eleitores com renda de até um salário mínimo, e marca 63% no Nordeste. Moro tem seus melhores desempenhos na região Sul, onde fica com 11%, e entre aqueles com renda familiar acima de cinco salários mínimos, segmento em que chega a 13% das intenções de voto. [O Globo]

É impressionante como NADA da campanha presidencial faz sentido:

“Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) revelou que “dois em cada três brasileiros (66%) têm medo de conviver diariamente com pessoas que não tomaram nenhuma das doses da vacina contra a Covid-19”. Bolsonaro é antivax, como sabemos. O mesmo levantamento mostra que, para 65% dos entrevistados, “os estabelecimentos comerciais e outros lugares devem exigir o comprovante de vacinação como condição para os clientes entrarem nos mesmos”. Bolsonaro é contra o passaporte de vacinas, como também sabemos.” [Veja]

E é muito louco como Bolsonaro rpecisava da economia rodando o quanto antes e a solução pra isso é justamente… a vacina!

“Aliás, esse movimento antivacina foi um dos tiros no pé de Bolsonaro. Se tivesse apostado na vacina antes, o comércio que ele tanto queria aberto teria recuperado a economia mais rápido. Para um político que venceu as últimas oito eleições, seja para o parlamento, seja para o Executivo, a estratégia de Bolsonaro não faz sentido. Parece até um kamikaze que busca o fim de sua trajetória pública.”

Do Reinaldo Azevedo:

“O ex-presidente Lula segue como franco favorito na disputa presidencial do ano que vem, mesmo falando o mínimo possível. Nem precisa. A logolatria de alguns de seus potenciais adversários, candidatos a autocratas, conspira a seu favor. E há o espetáculo do crescimento de delírios do paraíso, em meio a caminhões de ossos, de Paulo Guedes. Na mais recente pesquisa Genial-Quaest, o petista seria eleito no primeiro turno nos quatro cenários testados. Tem, de muito longe, o melhor saldo na conta intenção de voto/rejeição. Nada disso despertou a atenção do “centrão dos opinadores”, formado pelo batalhão que está convencido de que a salvação vem da fórmula “nem Lula nem Bolsonaro”. Até pode vir. Mas cumpre indagar: não sendo nem uma coisa nem outra, então é o quê? Esse “centrão” preferiu destacar, na referida pesquisa, uma suposta “consolidação” de Sergio Moro como alternativa da terceira via. Pode até acontecer. Os números autorizam a torcida, mas não a conclusão. Eu sempre torço para o Corinthians. Mesmo quando sei que vai perder. Torcer dispensa placar. Quando Lula fala, seu discurso é submetido a um escrutínio milimétrico. Qualquer suspeita de piscadela para Daniel Ortega, por exemplo, e esse “centrão” de que trato logo se solidariza com os democratas da Nicarágua e sugere que o ex-presidente gostaria de implementar um regime sandinista no Brasil, embora o PT tenha deixado pacificamente o poder e tente voltar por meio de eleições. Nota: talvez não tenha ocorrido na eleição passada em razão de uma condenação sem provas, decidida por um juiz incompetente e parcial. Sigamos. A propósito: também repudio a ditadura de Ortega, mas não estendo o tapete para um ex-juiz que propõe a criação de um tribunal de exceção no Brasil, que seria formado com a interferência de organismos multilaterais. Moro fala abertamente sobre o assunto a entrevistadores servis, que nem se encarregam de lembrar ao doutor que 1) qualquer coisa dessa natureza teria de ser aprovada pelo Congresso; 2) ainda que aprovada fosse, seria inconstitucional. Para tentar demonstrar a correção de sua atuação quando magistrado, o pré-candidato do Podemos apela ao assentimento do TRF-4 e do STJ à sentença que condenou Lula, mas chama de “erro judiciário” decisões do STF de que discorda. Em julgamentos distintos, o tribunal anulou as condenações do petista e declarou a suspeição do então juiz. No Conversa com Bial, Moro deixou entrever que caminhos percorreria se fosse presidente da República. Ao contestar o Supremo, afirmou: “O que existe, muitas vezes, é um apego excessivo a formalismo e tecnicismo e acaba confrontando o sentimento de justiça das pessoas”. O direito nada mais é do que a formalização “do sentimento de justiça das pessoas”. Sem ela, ficamos entregues ao arbítrio dos poderosos ou ao justiçamento das maiorias da hora. Se as regras do jogo são tratadas como “tecnicismo”, a pretensão punitiva do Estado, ou das hordas, se torna um imperativo. Tem-se a morte do direito de defesa. E, creiam!, há quem se diga “liberal e morista” a um só tempo. É mesmo? Como há os sedizentes “liberais e bolsonaristas”. Nesta quinta, o presidente expressou o cerne do seu entendimento de uma política pública de saúde. Participava de um evento oficial. Depois de desferir palavrões contra João Doria e de retomar os ataques ao Supremo, com especial atenção a Alexandre de Moraes, deixou claro por que é contrário à exigência do passaporte da vacina para a entrada de estrangeiros no país: ele próprio, lembrou aos berros, não se vacinou. Lula não é um candidato a autocrata. Bolsonaro não pensa em outra coisa. Embora não realize seu intento, empurra o país para o buraco. Moro, versado em autocracia distinta, mas combinada, é só a segunda via do bolsonarismo, na correta síntese do jornalista Guilherme Macalossi. Em vez de ser uma alternativa ao que chamam “polarização” — expressão que não acato —, o ex-juiz amarra o “nem-nem” a uma agenda que também é de extrema direita. Em lugar de Lula, eu também ficaria calado o máximo possível. Deixaria que os adversários e o povo falassem. Como vêm falando.” [Folha]

Mas tem pesquisa apontando queda na rejeição do presidente:

“A impopularidade de Jair Bolsonaro diminui um pouco, segundo a pesquisa Quaest para a Genial Investimentos feita na primeira semana de dezembro. A avaliação negativa caiu de 56% para 50% de novembro para este mês. Baixou mais em todas as regiões do país, menos no Nordeste, onde ficou na mesma (61% de negativo). A margem de erro dessa pesquisa é 2,2 pontos, para mais ou menos. A rejeição na urna continua quase na mesma e enorme: neste mês, 67% dos entrevistados diziam que não votariam em Bolsonaro; em novembro, 64%. Mas ele estancou a sangria, mesmo com tanta morte, fome e inflação. Uma pesquisa apenas ou uma andorinha não fazem um verão de melhoria de prestígio presidencial. Tentar explicar motivos de variação de voto já é difícil levando em conta períodos longos, que dirá de um mês para outro. Mas convém prestar atenção. Há alguma melhoria objetiva nas condições sociais e econômicas de vida? Nada que tenha mudado de modo relevante de novembro para dezembro, para melhor ou pior. A inflação continua rodando na casa de 10% ao ano, embora a carestia da comida tenha desacelerado um tico. Mas isso não é, em si, relevante, pois os preços continuam aumentando. O salário médio real está caindo. Para 70%, Bolsonaro lida de modo negativo com a inflação, na pesquisa Genial/Quaest; na “geração de novos empregos”, a avaliação é negativa para 51%. No “combate à Covid”, 47%. De um ano para cá, o número de pessoas com algum tipo de trabalho aumentou em 9,5 milhões. É relevante, mas vem de longe. Talvez a percepção mais persistente de que seja possível outra vez viver de trabalho tenha diminuído o mau humor. Ainda assim, o bico (trabalho “por conta própria”) é cada vez mais comum (era a ocupação de 22% do total de empregados nos anos ainda bons de 2012 e 2013; é de 27% agora). Desde meados de setembro, Bolsonaro passou a fazer e a dizer menos atrocidades em público, seguindo recomendação de seus amigos e cúmplices do centrão, os regentes de seu governo. Suspendeu os comícios golpistas. A vociferação de cretinices e insultos é menos frequente, assim como o noticiário mais gritantemente negativo. Pode ser um motivo. Tudo mais constante e pensando em perspectivas econômicas, insuficientes para tratar de política, 2022 é um problema. A inflação pode despiorar (cair do ritmo de 10% ao ano para 5%, no mês da eleição), mas o refresco será pequeno (levaria anos de bom crescimento para que os salários, ainda mais dos mais pobres, recuperasse o poder de compra perdido na inflação Bolsocaro). O número de pessoas ocupadas, com algum emprego, vai aumentar de novo em 2022, mas muito mais devagar, pois o ano será de estagnação do PIB, na melhor das hipóteses. O Auxílio Brasil vai pagar benefícios maiores (o dobro, na média) para quem estava no Bolsa Família (14,6 milhões) e para outros 2,4 milhões de novos beneficiários. Mas vai deixar na chuva cerca de 20 milhões de pessoas que recebiam o Auxílio Emergencial. Enfim, a soma dos dinheiros distribuídos por esses benefícios de assistência em 2021 será mais ou menos a mesma a ser paga pelo Auxílio Brasil em 2022. Difícil fazer a conta do saldo político-eleitoral, mas não deve ser grande coisa, pró ou contra o governo. O fato é que Bolsonaro estancou a sangria. Por vezes, dezembros melhoram a imagem dos governantes nas pesquisas; depois das festas, os humores dão uma piorada, mas está longe de ser regra. Apesar de rejeitado por dois terços do eleitorado, sob o risco de Sérgio Moro tirar-lhe mais uns pontos, sem ter o que mostrar de realizações em 2022, fora mais mentiras, o candidato Bolsonaro ainda respira.” [Folha]

E tão indo atrás do dinheiro, folgo em saber:

Canais bolsonaristas investigados por disseminar “fake news” e ataques ao sistema de votação do país tiveram R$ 1,2 milhão bloqueado por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O valor seria repassado pelas redes sociais para canais, páginas e sites bolsonaristas alvos de uma investigação por propagarem “fake news” sobre as urnas eletrônicas. A campanha desses canais contra as urnas eletrônicas ocorreu em meio a ataques do presidente Jair Bolsonaro contra o sistema de votação brasileiro. A verba bloqueada está depositada numa conta judicial até o fim das investigações. A TV Globo apurou que a PF trabalha para identificar os financiadores e quem está por trás da divulgação em massa de “fake news”. Para investigadores, quanto mais atacam as instituições e o sistema eleitoral, mais proveito econômico os envolvidos conseguem. Os valores envolvem a monetização (pagamentos feitos pelas redes sociais) e a arrecadação dos canais com propaganda. Ao menos 11 apoiadores do presidente Jair Bolsonaro foram afetados pela ordem. Entre os canais já identificados, está o de Allan dos Santos, blogueiro bolsonarista que já teve várias contas bloqueadas em redes sociais e é alvo de uma ordem de prisão e um pedido de extradição determinado pelo Supremo Tribunal Federal.” [G1]

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10. Bahia

Um verme:

“Questionado sobre a situação dos moradores que perderam suas posses em razão das fortes chuvas que atingiram o sul da Bahia nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro comparou a situação atual ao isolamento social promovido pelo governo estadual para diminuir o contágio por Covid-19 no ano passado. Acompanhado de quatro ministros, Bolsonaro sobrevoou na manhã deste domingo as áreas afetadas pelas enchentes e disse que estava no local para prestar solidariedade e auxiliar os governos locais. Questionado durante uma coletiva sobre as ações do governo federal em relação às vítimas, Bolsonaro lembrou as medidas restritivas contra o aumento de casos de coronavírus. — Também tivemos muitas catástrofes ano passado quando muitos governadores, o pessoal da Bahia fechou todo o comércio e obrigou o povo a ficar em casa. O povo em grande parte informais codnenados a morrer de fome dentro de casa. O governo federal atendeu a todos com auxílio emergencial — disse Bolsonaro.” [O Globo]

O sujeito carece de empatia:

“O governo é sensível a esse problema. A gente pede a colaboração de todos para que se supere esse problema e também não destruamos a economia em nome de seja lá o que for. Apesar de respeitarmos e entendermos a gravidade que esse vírus tenha proporcionado ao Brasil” [Folha]

É inacreditável, ele é incapaz de demonstrar empatia. E depois do candidato se vender em meio a tragédia…

“Durante a entrevista coletiva concedida após sobrevoar as áreas atingidas, o presidente quanto os ministros que o acompanharam, como João Roma, da Cidadania, e Rogério Marinho, do Desenvolvimento Regional, destacaram que a visita à Bahia não tinha caráter político. Apesar disso, em alguns momentos, o governo estadual foi cutucado. — Agora mesmo em Itamaraju se ouviu da boca do prefeito a dificuldade de cooperação dos órgãos estaduais para ações humanitárias, ações que estamos fazendo sem olhar a quem. O que cabe nesse momento não é disputa partidária, ideológica ou o que seja. É união de forças porque quem precisa ser amparado quer a açao do estado e não quer saber de quem está vindo essa ação — disse o ministro João Roma.”

Sim, Bolsonaro ataca goernadores e prefeitos e seu ministro vem falar em “união de forças”. E essa é a melhor parte:

“A frase de Bolsonaro contra as medidas restritivas ocorreu logo após o ministro João Roma (Cidadania) pedir que a tragédia não fosse usada como meio de disputa política. “Esse não é o momento de disputa política e ideológica”.”

E Bolsoanro estava por demais solidário!

“Além do sobrevoo, Bolsonaro fez um desfile numa picape por Itamaraju, umas das cidades atingidas, e transmitiu o passeio em sua rede social. Apoiadores saudaram o presidente na entrada.”

E aí deu nisso aqui ó:

“Uma equipe da TV Bahia, afiliada da Globo, foi agredida neste domingo (12) em Itamaraju por seguranças e por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro durante a visita dele à região, atingida pelas chuvas no extremo sul baiano. A repórter Camila Marinho e o cinegrafista Cleriston Santana aguardavam o pouso do helicóptero do presidente no estádio municipal Juarez Barbosa. Ao descer do helicóptero, o presidente seguiu em direção à lateral do campo de futebol. Os repórteres da TV Bahia e da TV Aratu, afiliada do SBT, tentaram se aproximar para entrevistar Bolsonaro, mas a equipe de segurança, que formava uma espécie de “paredão”, agiu para impedir a aproximação das duas equipes. Um dos seguranças segurou a repórter Camila Marinho pelo pescoço, com a parte interna do antebraço, numa espécie de “mata-leão”. No tumulto, essa imagem não pôde registrada. O presidente avançou e subiu na caçamba de uma caminhonete, ainda dentro do estádio. Um segurança pessoal tentou impedir que os jornalistas erguessem os microfones em direção a Bolsonaro. E, quando os microfones esbarraram nele, disse que os repórteres estavam batendo nas costas dele. “Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim, não batam em mim”, disse. O secretário de Obras de Itamaraju, Antonio Charbel, que estava com apoiadores do presidente, puxou os microfones. O aparelho da TV Bahia teve a espuma rasgada. A pochete da repórter Camila Marinho também foi arrancada por outro apoiador e depois recuperada por um repórter. A equipe presidencial então seguiu para a sala de comando da operação, dentro de uma escola. As equipes de reportagem não acompanharam para evitar novas confusões. Os jornalistas da TV Aratu Xico Lopes e Dário Cerqueira também tinham sido agredidos. Só depois da confusão a assessoria de imprensa da Presidência chamou os repórteres dos dois veículos para dentro do local. Um dos integrantes da segurança pediu desculpas pelo que havia ocorrido do lado de fora.” [G1]

Eis os vídeos da agressão:

Repare como ATÉ Bolsonaro tenta conter seu segurança. Mas nem isso fez Bolsonaro uddar sua retórica, ontem, no cercadinho, ele disse que a jornalista da Globo ABGREDIU seu segurança!

E o segurança é um CORONEL DO EXÉRCITO! Imagine a tranquilidade do sujeito no meio duma guerra, ele não consegue nem lidar com jornalistas…

“O ataque de ontem do segurança e dos seguidores de Bolsonaro a jornalistas das TV Bahia e TV Aratu afiliadas da GLOBO e SBT é absolutamente inaceitável e embute um perigo enorme. Há uma cena que conseguiu ser gravada em que um segurança ao lado do presidente reage porque um fio do microfone tocou seu braço. Esse segurança está com uma arma ostensiva no coldre. Se é uma pessoa tão descontrolada e é segurança da presidência, com o salário pago pela sociedade brasileira. É um servidor público e um perigo para a sociedade. E se ele sacar a arma numa hora dessas? A cena é de uma pessoa descontrolada. E esse segurança ainda acha que o fio que encostou nele foi agressão e repete: –Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Esse segurança precisa ter seu nome identificado pela presidência, afastado das ruas e ser admoestado sobre isso. É um profissional e claramente para reagir assim está contra o trabalho dos profissionais.” [O Globo]

“Na cena que não conseguiu ser gravada, a reporter da TV Bahia, afiliada da Globo, recebe uma gravata de outro segurança. Repito: é um funcionário público e isso é inaceitável na democracia. A imprensa tinha o direito de estar lá. Em outra cena, se vê um seguidor atacar os jornalistas, e consegue rasgar parte da proteção do equipamento do TV Aratu, afiliada do SBT. O secretário de obras da cidade, Antonio Charbel, puxou os fios dos microfones dos jornalistas. Essa não é a primeira vez: teve recentemente aquele ataque na Itália, em que os seguranças da presidência agrediram os jornalistas. De onde nasce isso? O presidente da República estimula, incentiva, ataca verbalmente os jornalistas e já ameaçou dar um soco num repórter do jornal O GLOBO. Houve outro episódio com a CBN. O que mais as instituições esperam? Desde o começo dessa presidência a imprensa está sob ataque. Bolsonaro já atacou, difamou e injuriou alguns jornalistas em manifestações públicas e o fez principalmente contra mulheres. Ao fazer isso, ele está estimulando os seus seguidores para que o façam. E pior: os seguranças acham que o inimigo é o jornalista que faz a pergunta. Tem que haver mais do que notas das empresas e das associações de jornalistas repudiando os atos. É preciso ver que isso tem método e a imprensa é o alvo do presidente, é parte do seu projeto autoritário e tudo vai piorar no ano que vem. Temos pela frente uma campanha presidencial em que Bolsonaro está em desvantagem. Todo o cuidado é pouco para preservar a integridade dos jornalistas que estarão em campo cobrindo essa eleição. Bolsonaro ataca usando como armas os seguranças pagos pela sociedade, armados pela sociedade para proteger a presidência. E que se comportam com a truculência de bandidos. E mais: ele usará os recursos da presidência, pagos por nós, para fazer campanha eleitoral. O extremo perigo que isso significa ficou claro ontem mais uma vez.”

E se trata dum padrão:

“O Supremo Tribunal Federal foi acionado em novembro pela Rede Sustentabilidade para proibir o presidente Jair Bolsonaro de atacar ou incentivar ataques verbais ou físicos à imprensa e aos profissionais da área. O partido pede que o STF fixe o pagamento de multa de R$ 100 mil por ataque. A Rede também pede que o Supremo determine à Presidência da República que elabore e apresente um plano de segurança para garantir a segurança dos profissionais que acompanham a rotina do presidente. A ação foi apresentada após Bolsonaro tratar com hostilidade jornalistas brasileiros durante viagem a Roma, na Itália. Seguranças que estavam perto do presidente agrediram quem tentou fazer perguntas, entre eles o repórter Leonardo Monteiro, da TV Globo. Relator da ação, o ministro Dias Toffoli enviou a ação para ser julgada pelo plenário do STF. A Advocacia-Geral da União (AGU) já se manifestou no processo e defendeu a rejeição da ação por questões processuais. O governo afirma que não é possível atribuir a autoridades episódios de hostilidade ou intimidações contra a imprensa. O governo diz ainda que a postura crítica de Bolsonaro à imprensa não ultrapassa os limites da liberdade de expressão. O STF ainda aguarda o parecer da Procuradoria-Geral da República.”

E tudo piorou, Bolsonaro se divertiu enquanto a Bahia chorava, mas isso ficará no limbo de notícias de meados de dezembro até 10 de janeiro, que é quando este blog volta, espero eu ao normalç.

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11. Economia

“A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), alcançou a marca de 10,74% no acumulado de 12 meses até novembro, informou nesta sexta-feira (10) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa que o IPCA no governo Jair Bolsonaro (PL) superou a alta de preços registrada durante a gestão Dilma Rousseff (PT). No segundo mandato da petista, a inflação também disparou no Brasil, atingindo 10,71% em 12 meses até janeiro de 2016. Os 10,74% até novembro de 2021 representam o maior acumulado desde novembro de 2003, ano inicial do primeiro governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). À época, o IPCA chegou a 11,02%.” [Folha]

E há um ano a Veja dizia que 2021 seria o ano da virada, com Guedes todo pimpão na capa.

Reportagem da Folha mostrou que, ao longo do século 21, o Brasil soma três períodos de inflação mais forte, com altas de dois dígitos no acumulado de 12 meses. Esses intervalos ocorreram justamente nos intervalos entre 2002 e 2003, 2015 e 2016 e agora em 2021. Conforme economistas, embora os períodos tenham diferenças, há pelo menos uma questão em comum: o registro de tensões ou indefinições na área política. Situações assim costumam pressionar a taxa de câmbio e, consequentemente, elevam os preços de produtos diversos atrelados ao dólar. Em 2021, a moeda americana mais alta tem pressionado itens como combustíveis. Segundo a divulgação feita pelo IBGE nesta sexta, o IPCA teve variação de 0,95% no último mês de novembro. Puxado pela gasolina, o resultado é o maior para o mês desde 2015 (1,01%). Apesar de ter ficado em um nível alto, a taxa do último mês de novembro (0,95%) veio abaixo das previsões do mercado financeiro. Analistas consultados pela agência Bloomberg projetavam variação de 1,10% para o período. O dado de novembro sinaliza uma desaceleração —avanço menor— frente a outubro. Na ocasião, a alta do IPCA havia sido de 1,25%. Em 12 meses, o IPCA (10,74%) está distante do teto da meta de inflação perseguida pelo BC (Banco Central). O teto é de 5,25% em 2021. O centro é de 3,75%. Conforme o IBGE, sete dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta de preços em novembro. A maior variação (3,35%) e o principal impacto (0,72 ponto percentual) vieram dos transportes. O grupo foi influenciado pelos preços dos combustíveis, especialmente da gasolina (7,38%). O item, mais uma vez, teve o principal impacto individual no IPCA do mês (0,46 ponto percentual). Também houve alta nos preços do etanol (10,53%). O produto respondeu pelo segundo maior impacto no IPCA, de 0,10 ponto percentual. O óleo diesel, por sua vez, avançou 7,48%, e o gás veicular, 4,30%. Com o resultado de novembro, a gasolina acumula alta de 50,78% em 12 meses. O etanol registra disparada de 69,40% no acumulado. Já o diesel subiu 49,56%. “Há uma inflação de insumos básicos, como os combustíveis, e isso ajuda a espalhar a alta de preços pela economia. O óleo diesel, mesmo que não seja muito usado pelas famílias, aumenta o custo do frete de produtos”, aponta o economista André Braz, do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).”

Mais números:

“Mesmo que a economia brasileira ganhe alguma tração, a recuperação do padrão de vida dos brasileiros será lenta nos próximos anos. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita — soma de riquezas produzidas pelo País dividida por seus habitantes — poderá levar, ao menos, mais sete anos para recuperar o nível registrado em 2013, o ano que antecedeu ao início da recessão do governo Dilma Rousseff.. Bruno Villas Boas, O Estado de S.Paulo 12 de dezembro de 2021 | 14h00 Mesmo que a economia brasileira ganhe alguma tração, a recuperação do padrão de vida dos brasileiros será lenta nos próximos anos. O Produto Interno Bruto (PIB) per capita — soma de riquezas produzidas pelo País dividida por seus habitantes — poderá levar, ao menos, mais sete anos para recuperar o nível registrado em 2013, o ano que antecedeu ao início da recessão do governo Dilma Rousseff. Indústria PIB poderá voltar ao nível de 2013, próximo de R$ 40 mil, em 2028. Foto: Werther Santana/Estadão Projeção do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o PIB per capita deve encerrar este ano em R$ 36.661, 3,8% acima do ano passado. Se o cálculo se confirmar, o indicador ainda está 1% abaixo do valor registrado em 2019 (R$ 36.969), logo antes da pandemia de covid-19. E também ficará 7,7% abaixo do pico histórico medido em 2013 (R$ 39.685). Silvia Mattos, coordenadora do Boletim Macro do Ibre/FGV, acredita que o indicador poderá voltar ao nível de 2013, próximo de R$ 40 mil, em 2028 — 15 anos depois. Para isso, o PIB precisará crescer , em média, 2,1% ao ano no período de 2023 a 2028. Descontado o aumento da população, isso resultaria numa expansão de 1,5% do PIB per capita ao ano. É um cenário “bem otimista”. “O Brasil conseguiu crescer nesse ritmo nos anos 2000, então é algo possível, sim. Seria preciso, porém, de um choque externo favorável para a economia brasileira e, internamente, de um ciclo vigoroso de reformas para termos esse crescimento”, diz a coordenadora do Boletim Macro. “Sem esse ritmo mais acelerado, a recuperação das perdas dos últimos anos ficará para depois de 2030. Esse desejado ganho de tração, porém, não vai ser iniciado em 2022. Nas projeções do Ibre/FGV, o PIB do próximo ano deve crescer 0,7%, o mesmo ritmo do avanço populacional — o que significa estabilidade no PIB per capita. É cedo para descartar, inclusive, um retrocesso em 2022, diante do desajuste fiscal, inflação em alta e acentuada instabilidade política.” [Estadão]

O paradoxo:

“Se a riqueza gerada não cresce, o quadro se complica ainda mais diante do aumento da desigualdade social dos últimos anos, afirma Cosmo Donato, economista da LCA Consultores. “Estamos produzindo menos por habitante e o pouco que crescemos é apropriado por uma parcela cada vez menor da população. Quem está na base da pirâmide social é quem está mais sofrendo”, alerta Donato. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a desigualdade piorou em 2018 e 2019. O índice de Gini, medida da desigualdade de renda domiciliar, melhorou em 2020, mas as perspectivas não são animadoras. E mesmo com o auxilio emergencial, um em cada quatro brasileiros vive abaixo da linha da pobreza, o correspondente a 51 milhões de pessoas em 2020. O pesquisador Rogério Barbosa, professor adjunto do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), diz que o PIB per capita, combinado com indicadores de desigualdade, oferecem uma noção de bem-estar social do País. Se no campo da renda per capita a recuperação é lenta, na desigualdade as incertezas também se multiplicam. “Mesmo que continuemos sanando o desemprego aos pouquinhos, não vejo recuperação em massa do mercado de trabalho. Isso significa, na prática, concentração de renda. E falta política pública que resolva isso”, diz Barbosa. “O Auxílio Brasil vai ter mais orçamento do que o Bolsa Família, mas ancorado de forma frágil em atraso de pagamento de precatórios”, diz Barbosa.”

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12. Malditos milicos

Malditos!

“O general da reserva do Exército Fernando Azevedo, que comandou o Ministério da Defesa de Bolsonaro até março deste ano, vai assumir em fevereiro do ano que vem o posto de novo diretor-geral do TSE. O cargo é uma espécie de “gerente” da Corte Eleitoral, com a missão de cuidar de licitações e lidar com questões administrativas, além de ter sob o seu guarda-chuva a secretaria de tecnologia, responsável por desenvolver softwares utilizados pelo próprio tribunal. A chegada de Azevedo coincide com o início da gestão do ministro Edson Fachin, que vai presidir o TSE daqui a dois meses. O general vai seguir no cargo durante as eleições, quando a Corte será comandada pelo ministro Alexandre de Moraes — o nome foi acertado entre os dois magistrados. Moraes deverá ter na sua equipe um outro ex-ministro do governo Bolsonaro, o ex-advogado-geral da União José Levi, que se desentendeu com o presidente da República por conta de uma ação contra o toque de recolher imposto por Estados para frear o avanço da pandemia. Levi, no entanto, só assumirá a secretaria-geral do TSE com a chegada de Moraes na presidência, em agosto do ano que vem. Os dois já trabalharam juntos no Ministério da Justiça e Segurança Pública durante o governo Temer. Azevedo já foi assessor especial do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a gestão do presidente Dias Toffoli, que buscou na época estreitar as relações com as Forças Armadas em meio à onda bolsonarista que varreu o país nas eleições de 2018. Em agosto daquele ano, na condição de chefe do Estado Maior do Exército, o general Azevedo pregou “tolerância” e “conciliação” nas eleições que acabaram vencidas por Bolsonaro. Para o ex-ministro da Defesa, o voto é a arma “mais poderosa e legítima da democracia, para começar a superar a crise profunda em que estamos mergulhados”. Conforme mostrou VEJA, ministros do TSE e do STF já demonstram reservadamente uma séria preocupação com a temperatura política do país não apenas durante a campanha, mas com a reação de Bolsonaro ao resultado que pode sair das urnas. Magistrados estão apreensivos com o risco de o mandatário não reconhecer uma eventual derrota no voto popular. Um dos receios é de o chefe do Executivo retomar os ataques infundados às urnas eletrônicas e insuflar extremistas a invadir prédios públicos, como o Congresso Nacional e a sede do TSE, criando um cenário de caos e instabilidade institucional. Ao longo de 2022 o TSE vai ser presidido por três ministros diferentes: Luís Roberto Barroso deixa o tribunal em fevereiro, quando passa o bastão para Fachin, uma das vozes do Supremo mais enfáticas na defesa da democracia e preocupadas com os discursos beligerantes de Bolsonaro. Em agosto, é a vez de Alexandre de Moraes, magistrado considerado como desafeto pelos bolsonaristas, assumir a presidência e comandar o tribunal nas próximas eleições. Um dos objetivos da nomeação do general Fernando é esvaziar a narrativa de que o TSE conspira contra a reeleição do presidente.” [Veja]

Mourão é patético:

“Na entrevista com Andréia Sadi, Mourão admite que cogita se candidatar ao Senado em 2022 e diz que Sérgio Moro, seu ex-colega de governo, o avisou por mensagem que será candidato à Presidência da República. Ele fala ainda sobre a relação com o presidente Bolsonaro, Centrão, militares no governo e passaporte da vacina, entre outros assuntos.” [O Globo]

Olha o naipe do diálogo!

“— Mas porque o senhor não estará na chapa 2022?

— Porque algumas vezes ele já deu uma sinalização que ele gostaria de outra pessoa, mas até hoje ele não chegou pra mim e disse ‘não será você’.

 — Não falou, não teve conversa, papo reto?

— Não, até hoje, não.

— O senhor nunca perguntou também?

 — Também não. Quem pergunta quer resposta.

— O senhor não quer essa resposta?

 — A gente aguarda…”

Frouxo do caralho!

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Aliados de Bolsonaro apostam na eleição de líder do governo no Senado para vaga no TCU
“Interlocutores de Bolsonaro calculam que Fernando Bezerra teria entre 35 e 38 votos; Anastasia receberia cerca de 25 votos; e Kátia Abreu, cerca de 15 votos.”

Após perder vaga no TCU, Fernando Bezerra deixa liderança do governo
“Após perder ontem vaga no TCU (Tribunal de Contas da União) para o senador Antonio Anastasia (PSD-MG), Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) deixou a função de líder do governo no Senado. A decisão foi divulgada em nota à imprensa na manhã de hoje (15). Segundo a assessoria de imprensa do parlamentar, o pedido de afastamento da liderança foi formalizado ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Com apenas sete votos, o então líder governista ficou atrás da senadora Kátia Abreu (PP-TO), que obteve 19, e do senador Anastasia, que consagrou a vitória com 52.”

Correios: Governo já descarta privatizar estatal em 2022 por falta de apoio no Congresso
“Mesmo que não fale publicamente sobre o assunto, o governo praticamente descartou a privatização dos Correios no próximo ano, diante da resistência do Senado em votar o projeto, já aprovado na Câmara. A avaliação no Executivo é que não há tempo hábil para realizar a operação em 2022, mesmo que o Congresso acabe dando aval para a desestatização da empresa nos próximos meses. O governo resolveu priorizar a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, para viabilizar o Auxílio Brasil de R$ 400, principal bandeira eleitoral do presidente Jair Bolsonaro para o próximo ano. Com isso, o Executivo decidiu não brigar pela análise da privatização da estatal, responsável pela entrega de encomendas e correspondências.”

Senador Fabiano Contarato deixa Rede e se filia ao PT
“”Como já havia anunciado, comunico em definitivo o meu pedido de desfiliação do partido Rede Sustentabilidade. Agradeço imensamente pelo companheirismo e respeito que tive durante o período no qual pude representar o partido no Senado Federal, numa jornada em defesa de um país mais justo e igualitário e que defenda seu povo e preseve seus recursos naturais”, disse Contarato. O parlamentar justificou que os governos liderados pelo PT “devolveram ao país a credibilidade internacional”. Disse ainda que eles “permitiram aos pobres cursar universidade, expandiram a estrutura de ensino no país, abriram os porões da ditadura com a Comissão Nacional da Verdade”. Também afirmou que “geraram crescimento econômico alinhado com políticas sociais exitosas, devolveram aos brasileiros o orgulho nacional”.”

Senador que gritou com a ministra ficou pianinho diante de Ciro Nogueira e Rogério Marinho
“Na manhã do dia em que gritou, falou palavrões e ofendeu a ministra Flávia Arruda por causa de emendas parlamentares que, segundo ele, o Palácio do Planalto lhe prometera liberar, mas não fizera, o senador Eduardo Braga conversou com dois ministros de Jair Bolsonaro sobre o tema — Ciro Nogueira e Rogério Marinho. Por algum motivo insondável, diante dos dois ministros homens Braga cobrou, mas não gritou, não esperneou, não ofendeu e nem falou palavrões. Deixou para fazer o espetáculo pelo telefone para a ministra Flávia.”

Com oposição de evangélicos, deputados tentam levar ao plenário texto que legaliza jogos de azar
“A Câmara dos Deputados pode acelerar nesta segunda-feira a tramitação da proposta que legaliza os jogos de azar no Brasil. Foi incluído na pauta um requerimento de urgência que, se aprovado, deixa o texto pronto para ser votado em plenário a qualquer momento. A iniciativa já causou insatisfação na bancada evangélica, que é contra a ideia. Desde outubro, deputados mantêm encontros e reuniões fechadas para fazer passar na Câmara o projeto que permite a reabertura dos cassinos, a legalização dos bingos e outras modalidades como jogo do bicho. A proposta debatida por um grupo de trabalho (GT) criado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), é de 1991 e cria o Marco Regulatório dos Jogos. Nas reuniões, os deputados tentaram criar estratégias para convencer a bancada evangélica e alas da esquerda, contrários aos jogos, a pelo menos não trabalharem contra a pauta. Nas últimas semanas, Lira andou fazendo uma rodada de conversa com as bancadas temáticas para saber quais projetos de lei elas queriam levar ao plenário o mais rápido possível. Dos deputados da Frente Parlamentar Evangélica, Lira ouviu que a prioridade era passar o projeto de lei que isenta de tributação imóveis e negócios que sejam ligados a instituições religiosas. Pouco se falou sobre a agenda de costumes e o pedido mais incisivo não foi para aprovar uma proposta, e sim para barrar uma: justamente a de legalização dos jogos de azar. Integrante da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) disse ao GLOBO que Lira descumpre o combinado ao pautar o requerimento de urgência. — Vamos trabalhar para derrubar (o requerimento de urgência) ou conscientizar o Arthur (Lira) para retirar (de pauta). Se não retirar, nós vamos fazer obstrução da pauta da Câmara. Ele descumpriu o que falou para gente, em reunião com 70 convidados. Ele falou que, se pautasse, seria em comum acordo — disse Sóstenes. Para os parlamentares evangélicos, os jogos de azar são vistos como uma “abominação” que pode trazer maldição à nação.”

Dias 1.073 a 1.076 | O inimigo de sempre do Exército brasileiro | 07 a 10/12/21

Logo menos sai o podcast, com texto de Pedro Daltro e edição de Cristiano Botafogo. Os episódios você ouve lá na Central3.

Ah, e agora o Medo e Delírio em Brasília tem um esquema de assinatura mensal, mas tenha sua calma. O Medo e Delírio continuará gratuito, se não quiser ou puder pagar tá de boa, você continuará ouvindo o podcast e lendo o blog como você sempre fez.

Agora, se você gosta da gente e quer botar o dinheiro pra voar é nóis : ) Tem planos de 5, 10, 20, 50 reais e 100, esse último aí caso você seja o Bill Gates. Taí o link com o QR Code: [PicPay] E também criamos um Apoia-se, rola de pagar até com boleto, ATENÇÃO, PAULO GUEDES! [Apoia-se]

E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )

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De longe o post mais perdido e confuso de novembro de 2018 pra cá, eu nem sei mais quais são os dias, um bando de notícia velha porcamente editada. Mas os dois primeiros tópicos foram bonitinhos para o podcast, escutem lá.

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1. Orçamento secreto

Rosa peitou mas não sustentou a trocação, eis a dura verdade:

“A ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), liberou nesta segunda-feira, 6, a execução das emendas de relator-geral do orçamento (RP-9) previstas para o ano de 2021. O dispositivo é a peça central do esquema do orçamento secreto, no qual parlamentares indicam a destinação de recursos para suas bases eleitorais, sem que sejam adotados critérios técnicos, em troca de votar a favor das propostas do governo.” [Estadão]

Gostaria de acreditar que é um recuo estratégico mas não consigo ser tão ingênuo. Num dia Pacheco cospe no STF, assinando nota conjunta com Lira desafando Rosa, no outro Rosa se encontra A SÓS com Pacheco, e no outro dia sai essa decisão.

Rosa atendeu em caráter provisório o pedido dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para suspender o trecho da decisão proferida anteriormente que impedia novas indicações neste ano.”

Se os dois tivessem agido de forma republicana (risos) eu até entenderia o recuo, mas não foi isso que aconteceu.

Os parlamentares argumentam que o fim dos repasses paralisaria setores essenciais da administração pública. A ministra, no entanto, destaca ser necessário dar continuidade às providências para alcançar a “ampla publicização dos documentos” utilizados na distribuição de recursos das emendas em 2020 e 2021.. “Por ora, entendo acolhível o requerimento formulado pelos Senhores Presidentes das Casas do Congresso Nacional apenas para afastar a suspensão da execução orçamentária do indicador RP (item “c” da decisão cautelar), considerado o potencial risco à continuidade dos serviços públicos essenciais à população, especialmente nas áreas voltadas à saúde e educação”, explicou a ministra na decisão. A ministra afirmou que as medidas adotadas pelo Congresso, no Ato Conjunto editado pelas Mesas Diretoras da Câmara e do Senado, “mostram-se suficientes, ao menos em exame estritamente delibatório, para justificar o afastamento dos efeitos da suspensão” determinado pelo Supremo “diante do risco de prejuízo que a paralisação da execução orçamentária traz à prestação de serviços essenciais à coletividade”. 

Não, Rosa, não!

‘Na última segunda-feira, 29, o Senado aprovou o projeto de resolução em parceria com a Câmara. O ato altera as regras das emendas RP-9 e obriga a identificação dos autores das indicações a partir de agora. “

A decisão não versava apenas do que está por vir, mas as emendas já pagas! E Lira e Pacheco mentiram ao dizer que era IMPOSSÍVEL listar os nomes, é tudo por demais espantoso. E foda-se que isso ia criar instabilidade, é sempre essa chantagem escrota, vamos pagar pra ver, caralho!

“A medida também foi para votação na Câmara, onde obteve sucesso na aprovação. Depois de ter o texto em vigor, Pacheco comunicou ao Supremo, no dia 3 de dezembro, que exigiu do relator do orçamento neste ano a adoção das “providências possíveis” e necessárias para detalhar – no prazo de 180 dias – a autoria dos pedidos de alocação de recursos. “Mostra-se prematuro aferir, neste momento, a idoneidade das medidas adotadas para satisfazerem os comandos emanados da decisão cautelar proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Sequer esgotado o prazo para todos os órgãos estatais incumbidos da execução das providências determinadas por esta Corte apresentarem as ações adotadas nas suas respectivas esferas de competência”, escreveu a ministra.”

Rosa deu o que eles mais queriam, tempo. Enquanto isso eles já sabem como distribuir emendas ano que vem também sem transparência, via CMO. E asim eles vão levando a completa destruição do que restou do Brasil.

Oficiados pelo Supremo, a Presidência da República e os Ministérios da Casa Civil e da Economia ainda não encaminharam as informações solicitadas. Desde que a decisão individual de Weber para suspender os repasses do orçamento secreto foi ratificada por 8 votos a 2 no plenário do Supremo, a ministra vinha tendo conversas recorrentes com os presidentes da Câmara e do Senado, que buscavam reformar o entendimento da corte. O recuo da magistrada arrefece a queda de braço entre a mais alta instância do Poder Judiciário e o Legislativo, que deflagrou uma crise institucional depois de ter o seu principal instrumento de cooptação política paralisado.”

Bem colocado.

““O que se mostra juridicamente relevante, no momento, para os fins a que se propõe esta decisão, é a posição ocupada, no complexo deontológico e político consubstanciado na Constituição, pela garantia de continuidade dos serviços públicos”, escreveu Rosa Weber.”

Caiu nessa, Rosa?!

A verdade é que Lira e Pacheco colocariam a culpa no STF na falta de dinheiro, esse foi o recado dado por Pacheco e Rosa não sustentou. E na decisão ela tentou não se mostrar rendida:

““A necessidade de proteger a continuidade dos serviços públicos prestados à comunidade em geral – como via permanente de acesso das pessoas aos seus direitos básicos e às condições de existência digna – tem orientado a jurisprudência desta Suprema Corte”… *A ministra destaca que a liberação da execução das emendas “de modo algum prejudica a análise a ser realizada no julgamento final de mérito”. O presidente do Supremo, Luiz Fux, aguarda a liberação do processo pela relatora para agendar o julgamento que vai dar a palavra final sobre o orçamento secreto. * Na decisão, a ministra ainda solicitou que a ação seja levada a julgamento em sessão extraordinária no plenário virtual da corte (plataforma em que os votos são apresentados remotamente) para que a decisão possa ser analisada pelos demais ministros. No despacho, a ministra também prorrogou por 90 dias o prazo para que o Congresso, a Presidência da República e os Ministério da Casa Civil e da Economia adotem as medidas necessárias para dar “ampla publicidade” às indicações feitas por parlamentares via RP-9 – outro trecho central da decisão em vigor.”

E enquanto o STF não sustenta…

“No Congresso, todo o esforço tem sido para conseguir recursos abundantes e livres de fiscalização ou de limites de qualquer natureza para o ano eleitoral — dos R$ 16 bilhões do orçamento secreto aos R$ 65 bilhões com a mudança nas regras do teto de gastos, passando pelos R$ 3,28 bilhões das emendas Pix, que pingam diretamente nas bases sem escala ou fiscalização. Mas é tudo para o bem, claro. Afinal, o Auxílio Brasil precisa de recursos, a Saúde e a Educação também. Remanejar despesas? Impossível. Falta de transparência? Intriga da extrema imprensa! Todos sabem quem está enviando dinheiro para onde, basta procurar nas redes sociais. Em paralelo, os parlamentares trabalham firme para flexibilizar a Lei de Improbidade Administrativa, sepultar a ideia da prisão em segunda instância e anistiar os partidos que incluíram em suas chapas candidatas laranjas para receber a cota do fundo eleitoral para mulheres.” [O Globo]

E se alguém tem dúvida sobre quem recai a responsabilidade do orçamento secreto:

“O presidente Jair Bolsonaro editou nesta quinta-feira, 9, um decreto com normas para dar publicidade aos pagamentos feitos por meio das chamadas emendas de relator, base do orçamento secreto, esquema revelado em maio pelo Estadão. O mecanismo tem sido usado pelo Palácio do Planalto para enviar bilhões de reais a um grupo de parlamentares em troca de apoio no Congresso. A medida do governo atende em parte a uma determinação do Supremo Tribunal Federal, que considerou ilegal a distribuição de recursos públicos por critérios políticos.” [Estadão]

Reparou que a mudança foi feito pelo Exectuvbio, e não pelo legislativo?! É porque o orçamento secreto é uma invenção do general Ramos.

“Pelo texto do decreto, os pedidos de verbas feitos pelos congressistas e recebidos pelo Executivo deverão ser tornados públicos na Plataforma +Brasil, que concentra as informações sobre transferências de recursos do governo.”

E por que diabos não havia transparência antes? Não é esse o governo do “conhcereis a verdade”?!

“Também poderão ser repassados ao público por meio de pedidos via Lei de Acesso à Informação (LAI). A avaliação de especialistas é de que a medida representa um avanço, mas ainda permite ao governo e ao Congresso manter ocultos os nomes dos parlamentares beneficiados.”

Bem, do jeito que anda a LAI não vai ter é transparência alguma.

“Por se tratar de ato do Executivo, não há qualquer menção sobre como deve proceder o relator-geral do Orçamento, que é quem concentra as informações de pedidos de deputados e senadores para liberação de verbas das emendas de relator, identificadas pelo código RP9. “O decreto faz referência apenas ao autor da emenda, que formalmente será sempre o relator do Orçamento, e às solicitações que as justificaram, sem estabelecer o dever de divulgar a identificação do parlamentar que solicitou os recursos”, afirmou o cientista político Marcelo Issa, da Transparência Partidária. O decreto publicado nesta quinta-feira é assinado por Bolsonaro e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. Em nota, a pasta afirma que a medida atende a ordem do Supremo, além de recomendações do Tribunal de Contas da União (TCU), que também havia apontado irregularidades na distribuição de recursos a parlamentares por meio das emendas de relator. No mês passado, a ministra Rosa Weber, do Supremo, mandou suspender os pagamentos feitos pelo governo, mas recuou da decisão nesta semana após o Congresso aprovar projeto regulamentando as transferências. A ministra também havia ordenado que o governo desse “ampla publicidade” aos ofícios encaminhados por parlamentares em 2020 e 2021 para alocação dos recursos em seus redutos eleitorais. Para isso, ela exigiu a publicação de todos os pedidos “em plataforma centralizada de acesso público”. O texto publicado por Bolsonaro e Guedes, no entanto, prevê que cada ministério dê publicidade aos documentos relacionados às liberações, de forma descentralizada, e ainda permite a continuidade dos pagamentosmesmo antes da publicação das informações. “Essa me parece ser uma tentativa de dar um cumprimento formal à decisão (STF), mas burlando os valores centrais que o STF estava impondo ao governo. Não se trata apenas de ter os dados públicos, mas de ter transparência”, disse Rubens Glezer, professor de Direito Constitucional da FGV.”

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2. O inimigo de sempre do Exército brasileiro

Tud envolvendo o Exército é tão grotesco que é preciso refundar o Exército brasileiro:

“O Exército realizou em 2020 uma simulação em que candidatos a integrar a sua tropa de elite tiveram de combater uma “organização armada clandestina”. No texto que apresenta o exercício, a força explica que o inimigo fictício surgiu “de uma dissidência do Partido dos Operários”, o “PO”, que “recruta e treina militantes do MLT”, o “Movimento de Luta pela Terra”.” [Intercept]

Um país brutalmente desigual de dimensõs continentais NUNCA fez uma reforma agrária – veja aí quantos países que podemos tomar como modelo não fizeram uma reforma agrária.

E aqui, de novo, eu me valho so safatle:

“A história das Forças Armadas brasileiras é a história de uma guerra interna, de uma guerra civil não declarada que vai de Canudos e Contestado até o uso do Exército como “força de pacificação” nas comunidades do Rio de Janeiro. Ela foi a história do uso da força e do extermínio contra movimentos populares de toda ordem desde o Império. Ela foi ainda a história perpetua da “caça ao comunismo” desde o aparecimento do primeiro líder popular da república brasileira, Luís Carlos Prestes: um militar que escolheu o lado das lutas populares e que antecipou as táticas que seriam usadas, de maneira vitoriosa, na grande marcha chinesa. Esse fantasma da “caça ao comunismo” é a razão de existência das Forças Armadas brasileiras, e Bolsonaro sabe muito bem disso. É ele que lhe levou a dizer: “Quem decide se um povo vai viver na democracia ou na ditadura são as suas Forças Armadas”. “Comunismo” é o nome que as Forças Armadas brasileiras usam para se referir à figura de um povo insurreto.” [Racismo Ambiental]

Voltemos ao Intercept:

“Os documentos que descrevem o exercício foram entregues ao Intercept por uma fonte que pediu para não ser identificada por medo de retaliações. A Operação Mantiqueira foi realizada em novembro de 2020 em Piquete, cidade paulista de menos de 15 mil habitantes localizada no Vale do Paraíba e próxima à divisa com Minas Gerais e Rio de Janeiro. A locação não foi escolhida à toa: a cidade é sede de uma das mais antigas unidades da Imbel, a Indústria de Material Bélico do Brasil, uma estatal vinculada ao Exército. O teor do exercício a que os oficiais do Exército submetem candidatos às suas Forças Especiais deixa claro que, passados quase 40 anos desde a redemocratização, a maior das três Forças Armadas não apenas segue a enxergar movimentos sociais e políticos de esquerda como inimigos – ela também está sendo treinada para combatê-los.”

Os EUA demoraram a entender o perigo da extrema-direita e por aqui iremos pelo mesmo caminho, se há possibilidade de algo assim acontecer viria da direita, armada até os dentes com esse governo aí, mas pro exército esquerdista é terrorista e ponto final.

Participaram da Operação Mantiqueira sargentos de carreira e oficiais do Exército que eram alunos do Centro de Instrução de Operações Especiais, o CIOpEsp, localizado em Niterói, cidade da região metropolitana do estado do Rio. Ela foi a última atividade do curso que serve como vestibular para o ingresso nas Forças Especiais. Em 2020, segundo a fonte que entregou os documentos ao Intercept, de uma turma de quase 40 alunos, 17 foram aprovados para trabalhar no Batalhão de Forças Especiais, o BFEsp, sediado em Goiânia. Eu apresentei os documentos a dois pesquisadores que detêm amplo conhecimento do universo militar e a um alto oficial da reserva – este pediu para não ser identificado, também pelo temor de represálias. Os três os consideraram autênticos. Também submeti os papéis à assessoria de imprensa do Exército, questionando-a sobre a autenticidade deles e fazendo uma série de perguntas sobre a atividade. Minhas questões chegaram a ser encaminhadas ao Comando Militar do Planalto – a quem o BFEsp é subordinado – antes de voltarem ao Quartel General, em Brasília. De posse das questões por mais de três semanas, o Exército me disse na sexta-feira, 3 de dezembro, que não as responderia.”

Significa.

Em momento algum, porém, a força ou os oficiais da assessoria de imprensa – dois coronéis, um capitão e um tenente – com quem tratei sobre o pedido de informações desmentiram os documentos. O texto que apresenta o exercício aos alunos do CIOpEsp começa apresentando o “Exército de Libertação do Povo Brasaniano”, o ELPB, “criado a partir de um projeto de partido político de caráter marxista e com uma organização armada clandestina, nascido de uma dissidência do Partido dos Operários e que recruta e treina militantes do MLT” num país fictício chamado Brasânia. As referências, óbvias, são ao Exército de Libertação Nacional da Colômbia, ao Partido dos Trabalhadores e ao MST. Existe, também, um movimento que luta pela reforma agrária chamado Movimento de Luta pela Terra, fundado na década de 1990 na Bahia.”

Vivemos num país BRUTALMENTE desigual e a luta ligada á reforma agrária é tida por metade do país, e por todas as forças armadas, como um grupo terrorista.

““As cores do ELPB são defendidas em diversos tipos de protestos pelo país, logo o ELPB não é apenas um grupo criminal, mas um movimento que assume contornos de irregularidade com objetivos políticos”, prossegue o texto assinado pelo major Marcos Luís Firmino, oficial de inteligência do BPFesp – o negrito é do documento original. Busquei pelo nome de Firmino no Portal da Transparência do governo federal, mas não o encontrei. Alguns integrantes das Forças Especiais podem ter os nomes ocultados ali, como ocorre com delegados da Polícia Federal ou agentes da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência. “Nos últimos anos, o ELPB foi reestruturado, afastado dos grandes centros e interiorizado [para] investir em recrutamento e treinamento em áreas rurais, bem como formar novas alianças”. Aqui é óbvia a emulação da guerrilha do Araguaia, a última célula da resistência armada à ditadura militar, dizimada com requintes de crueldade pelo Exército após o extermínio da guerrilha urbana – retratada em “Marighella“, filme de Wagner Moura.”

Sim, a referência desses boçais é a guerrilha do Araguaia, e aí é preciso lembrar que Curió confessou assaassinato dedezenas de pessoas desarmadas e rendidas e foi recebido como herói no Palácio. Ah, e numa sessão do Congresso sobre a busca dosrestos mortais no Araguaia teve Bolsonaro falando “quem procura osso é cachorro.

“Do início dos anos 1970, a fantasia paranóica do major Firmino salta de repente às jornadas de 2013. “A primeira frente do EPLB se organizou em 2012, recrutada de diversos grupos de pressão insatisfeitos com a situação do país [e] infiltrando elementos violentos em diversos protestos. Esses grupos infiltrados em protestos causaram grande destruição em propriedades governamentais e privadas, estabelecendo um clima de desordem e ineficiência do aparato de segurança do estado”, afirma o texto.”

Não vou me alongar muito mas a Dilma teve presos políticos a partir de 2013 (ou 2014), tudo coordenado pela Força Nacional de Segurança, sob as ordens de seu ministro da Justiça Cardozo. E isso sempre foi algo que me destroçou, porque a história da Dilma na ditadura é linda demais, uma torturada virando presidente foi uma das coisas mais lindas desse país, mas no fim das contas tinham pessoas de esquerda presas por razões políticas, e seus processos nem estavam disponíveis para consulta de seus advogados.

““Cabe ressaltar que esses grupos têm utilizado canais da Deep Web e de mídias sociais para disseminar vídeos, imagens e outros produtos sobre as ações violentas executadas. Essa prática ficou conhecida como ‘Mídia Samurai’” – aqui a referência é à Mídia Ninja, que documentou os protestos contra reajustes nas tarifas do transporte público em São Paulo e outras capitais e depois se tornou um veículo de mídia popular na esquerda. Mas não são apenas as mídias de esquerda as citadas no documento: a imprensa como um todo apanha. “Uma ala mais tendenciosa da imprensa vem acompanhando o ELPB de forma velada, com notícias que buscam divulgar o caráter ‘democrático e de liberdade’ que o ELPB ‘defende’”, critica o texto. Também é difícil não notar a coincidência dos personagens fictícios com figuras reais. Pedro João Cavalero, criador das ELPB, e a deputada estadual Erica Ericsson, “expulsa do PO por portar-se de maneira extremada”, parecem menções óbvias a João Pedro Stédile, do MST, e Erica Malunguinho ou Erika Hilton, respectivamente a primeira mulher transexual eleita para a Assembleia Legislativa de São Paulo e primeira mulher trans eleita vereadora na capital paulista. Ambas são filiadas ao Psol. Para Juliano Cortinhas, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, a UnB, o uso de termos nos documentos do treinamento não é aleatório. “Dizer que o partido tem caráter marxista é totalmente inútil [para uma ação militar], só serve para doutrinação, para relacionar a esquerda a ameaças. Toda a nomenclatura indica a necessidade de doutrinação”, avaliou ele, que também coordena o Grupo de Estudos e Pesquisas em Segurança Internacional. O professor, que já acompanhou diversos exercícios a convite do próprio Exército, avaliou a meu pedido os documentos sobre a simulação realizada em Piquete entregues ao Intercept. “É nitidamente um documento que faz um exercício de inteligência voltado para [combater] a esquerda, com referências temporais contemporâneas que marcariam hipotéticas ameaças”, fez coro João Roberto Martins Filho, professor titular sênior de Ciência Política da Universidade Federal de São Carlos, a UFSCar, e um dos decanos dos estudos sobre militares no Brasil. Ele também leu os documentos. O CIOpEsp, em Niterói, e o BFEsp, em Goiânia, são subordinados ao Comando de Operações Especiais, que por sua vez é uma unidade do Comando Militar do Planalto, que abrange o Distrito Federal, Goiás, Tocantins, o Triângulo Mineiro e Brasília. Via Lei de Acesso à Informação, o Exército me informou que a Base Administrativa do Comando de Operações Especiais, que tem autonomia operacional e CNPJ próprio, administrou um orçamento de R$ 43 milhões em 2020, “destinados à toda vida administrativa e ao preparo e emprego das organizações militares operacionais e de apoio operacional e logístico do COpEsp”. Segundo o cientista político e historiador José Murilo de Carvalho, as Forças Especiais são de alguma maneira descendentes do aparato montado pelo Exército para perseguir, torturar e assassinar inimigos políticos durante a ditadura, os DOI-Codi – sigla para Destacamento de Operações de Informação – Centro de Operações de Defesa Interna. A intenção, após o fim dos DOI-Codi, era “manter a capacidade de combate à subversão e à guerrilha”. São a “elite da tropa”, treinada para operações que exigem agilidade e precisão, como uma incursão a território inimigo. “Por exemplo: há uma ameaça de invasão do território brasileiro. Usam-se as forças especiais para atravessar a fronteira e buscar informações, fazer capturas de inteligência, para municiar o plano de reação”, explicou Cortinhas. “Num plano como esse, as Forças Especiais se infiltrariam nos grupos ou no território inimigo. São tropas extremamente bem treinadas, de preparo físico invejável, alta capacidade cognitiva”, ele me disse.

Para Cortinhas, exercícios só são úteis quando se referem a situações plausíveis, com que os militares podem eventualmente se deparar. Emular organizações de esquerda como inimigos, avaliou, “tem um peso na criação de uma mentalidade conservadora nas Forças Armadas”. “Desde o início da sua educação, os militares são alimentados de forma a verem como ameaças grupos de esquerda que brigam por direitos, como o uso social da terra”, analisou. O anticomunismo ferrenho é um dos valores fundamentais dos militares brasileiros desde 1935, quando eles combateram e derrotaram levantes em suas tropas lideradas pela Aliança Libertadora Nacional, de Luís Carlos Prestes, que posteriormente batizaram de “intentona comunista”. “A frustrada revolta comunista de novembro de 1935 foi um evento-chave que desencadeou um processo de institucionalização da ideologia anticomunista no interior das Forças Armadas”, escreveu o antropólogo Celso de Castro, outro dos principais pesquisadores da caserna, em “A Invenção do Exército Brasileiro“. Nos anos seguintes, o imaginário anticomunista se cristalizou: o comunismo era associado com o “mal, representado como uma enfermidade”. “Daí a metáfora, que teria vida longa, de uma ‘infiltração’ comunista, como se fosse uma doença/doutrina ‘exótica’ introduzida no Brasil por agentes estrangeiros ou por traidores da pátria”, diz o livro. Chamou a atenção dos pesquisadores o descolamento do tema do treinamento com o momento político brasileiro. “Não há nenhuma ameaça à democracia partindo de organizações de esquerda, mas sim das de direita, que têm ameaçado instituições democráticas e sendo investigadas em inquéritos do Supremo Tribunal Federal”, argumentou o professor da UFSCar. Ele se referia, por exemplo, aos protestos organizados em Brasília nos últimos dois anos por partidários de Jair Bolsonaro, como os 300 do Brasil, inclusive convocados pelo próprio presidente, como no último 7 de setembro. “É uma referência muito clara à situação dos anos 1960 e 70, porque todas essas formas de organização ficaram datadas de lá. Mas a esquerda não teve mais nenhum tipo de organização desse tipo depois”, criticou Martins Filho. Além disso, ainda que houvesse uma guerrilha política – de esquerda ou direita – atuando no país, combatê-la seria atribuição da Polícia Federal. “Uma operação como essa, de Forças Especiais, seria completamente ilegal. Não há nenhum respaldo legal ou constitucional [para uma ação como a simulada no exercício]. Ele está desconectado de qualquer respeito ao estado de direito brasileiro”, me disse o professor da UnB. “É presente entre os militares a ideia de que eles são solucionadores de quaisquer problemas [do país], o que gera situações como o que vivemos na atualidade, com militares da ativa e da reserva em todos os ambientes políticos e estratégicos do país”, afirmou. A ilegalidade para que o professor Cortinhas chamou a atenção é flagrante no próprio documento assinado pelo major Firmino. Em determinado trecho, ele diz que “as autoridades não percebem o ELPB como ameaça à democracia”. Ou seja: até mesmo na simulação, o Exército agiu por conta própria.”

E já que falamos em Curió vamos de Cristina Serra e a coluna intitulada “Curió, Heleno e Bolsonaro”:

“Quem é mais velho lembra, quem não lembra basta digitar “Serra Pelada” para encontrar imagens do que um dia foi o maior garimpo a céu aberto do mundo, nos anos 1980, no sul do Pará. Fotografias de Sebastião Salgado mostram homens cobertos de lama, arqueados sob o peso dos detritos que tiravam das entranhas da terra, na esperança de enriquecer. Pouquíssimos ficaram ricos com o ouro. A maioria morreu de doenças, tiro, faca ou foi soterrada. No lugar, restou uma imensa cratera e um lago de mercúrio. Esse inferno foi controlado com mão de ferro por um militar do Exército, o Major Curió, que participara da repressão à Guerrilha do Araguaia, nos anos 1970. Em denúncias do Ministério Público Federal, Curió é acusado de tortura e assassinato. Não por acaso, é amigo de quem? Sim, Bolsonaro. Lembrei de tudo isso ao ler a reportagem de Vinicius Sassine, nesta Folha, mostrando a rapidez do ministro da Segurança Institucional, general Augusto Heleno, o decrépito, em autorizar projetos de pesquisa de ouro, em São Gabriel da Cachoeira, no oeste da Amazônia. Alguns dos empresários beneficiados são infratores ambientais, com histórico de problemas com o Ibama. E é a primeira vez que empresas recebem autorizações para pesquisar ouro nessa região, bem preservada e com várias terras indígenas. O buraco que ficou em Serra Pelada é a metáfora perfeita do Brasil que une na mesma linha do tempo Curió, Bolsonaro e Heleno. Gente, terra, meio ambiente, Amazônia, tudo aniquilado para o proveito de poucos. Bolsonaro sabe que 2022 será seu último ano no poder, então vai correr para fazer (ou desfazer) tudo que não conseguiu até agora. Movimentos do Executivo e do Congresso andam juntos. A Câmara pode dar um “liberou geral” para as mineradoras se aprovar o novo Código de Mineração. Ficaria faltando o projeto que permite mineração em terras indígenas. Por enquanto, tal vilania encontrou resistência. A sensação é de que o Brasil só sai do lugar se for para dar um passo atrás.” [Folha]

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3. Anvisa

Que novela constrangedora, esse governo não perde uma mísera oportunidade pra mostrar o quão criminoso é:

“O presidente Bolsonaro (PL) tem demonstrado irritação com o protagonismo do diretor-geral da Anvisa, Barra Torres, que vem defendendo medidas técnicas para combater a pandemia do coronavírus. O mais novo foco de ira do presidente ocorreu nesta segunda-feira (6), quando o governo cancelou em cima da hora uma reunião que havia sido convocada para debater, com técnicos da Anvisa, a adoção da exigência de um passaporte da vacina para viajantes que desejem entrar no Brasil. O motivo oficial do cancelamento não foi informado. Mas, segundo auxiliares do presidente relataram ao blog, Bolsonaro mandou cancelar a reunião assim que soube que a agência comandada por Barra Torres “iria apresentar novas medidas de restrição”.” [G1]

É impressionante como mafiosos vivem cobrando lealdade:

“Bolsonaro tem criticado nos bastidores o diretor-geral da Anvisa. Na versão de auxiliares de Bolsonaro, Barra Torres foi indicado por Bolsonaro em 2020 como uma espécie de “prêmio de consolação” por não ter sido ministro da Saúde após a saída de Mandetta. A expectativa do presidente com Torres, que é militar, era de um diretor alinhado com as teses negacionistas do Planalto, como fez Eduardo Pazuello na Saúde – mas o que não aconteceu na Anvisa.”

Barra Torres é o ÚNICO milito que mostra ter alguma dignidade, mas talvez isso aconteça porque o cargo dele tá garantido:

“Apesar da irritação, afirmam aliados, o problema é que Bolsonaro não pode demitir o diretor – já que se trata de um cargo com mandato. Então, o presidente demonstra sua insatisfação com o trabalho da agência com decisões como a de ontem, cancelando o encontro com a agência. A Anvisa vem defendendo, nas últimas semanas, que o Brasil exija comprovante de vacinação ou “autoquarentena” obrigatória para os passageiros que cheguem ao país. O presidente Jair Bolsonaro diz ser contra a medida e o governo, até agora, não adotou nenhuma medida nesse sentido. A reunião de ontem estava marcada para o fim da tarde. Poucas horas antes, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso deu prazo de 48 horas para que o governo seja ouvido sobre a demora em adotar as recomendações sanitárias da Anvisa.”

Mais uma vez o STF empareda o governo.

“Aliados do chefe da Anvisa admitem que a relação entre Torres e Bolsonaro está difícil e tem sido “administrada” a cada dia que passa, mas pontuam que os dois possuem amizade e diálogo, com direito a trocas de informação em cafés da manhã no Palácio da Alvorada. O mais recente encontro, inclusive, foi para discutir restrições e o passaporte da vacina. No entanto, Barra Torres repete nos bastidores que “amizade é uma coisa” e o que ele precisa fazer na agência é outra.”

E o presidente é incapaz de pensar assim, e um dos requisitos para ser presidente é a IMPRESSOALIDADE!

E olha que beleza:

“Diferentemente do relacionamento com Bolsonaro, Torres não possui nenhuma troca com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.”

Vai bem o Brasil…

“Na Anvisa, há uma preocupação do corpo técnico com a politização por parte do Planalto de decisões tomadas pela agência. Para evitar confusão de diretrizes, a Anvisa tomou a seguinte decisão: passou a tornar públicas as notas técnicas com posicionamentos da agência. Antes, cabia a quem recebia, por exemplo, ministérios do governo Bolsonaro, fazer a divulgação, se quisessem. A Anvisa decidiu publicizar suas decisões exatamente para evitar qualquer confusão entre as posições da agência com as do Planalto, medida que, claro, irritou o governo Bolsonaro.”

Vamos às falas presidenciais, e eu já nem sei mais a cronologia de nada:

“Estamos pagando o preço da política do ‘fique em casa e a economia a gente vê depois’. Eu, talvez, tenha sido o único chefe de Estado do mundo a ser contra essa política. É uma guerra. Ninguém vai ganhar a guerra dentro da toca ou na trincheira. Quando falei ‘gripezinha’, falei que era para mim” [Carta Capital]

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O número de pessoas que morrem por Covid abaixo de 20 anos tá o quê? 99,99%, Queiroga? Então por que vacina? Meu deus do céu, será que é um negócio que estamos vendo em jogo no Brasil e no mundo, que ninguém tem coragem de falar? Politicamente não é bom falar, você perde voto, perde simpatia, vão te chamar de negacionista”, prosseguiu. “Vivemos a hipocrisia, quase o mundo todo vive na hipocrisia”.

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“O Brasil tem tudo… eu vejo o ministro Gilson Machado, que não está presente aqui, trabalhando com o turismo. Ninguém tem o que nós temos. Estamos trabalhando agora com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, porra? De novo vai começar esse negócio? “Ah, o ômicron”. É, vai ter um montão de vírus pela frente, um montão de variantes pela frente, talvez, peço a Deus que esteja errado, nós temos que enfrentar” [Veja]

O número de “porra” que Bolsonaro fala, e ele é o candidato dos reliigiosos, nada no Brasil faz sentido!

A Mariliz Pereira Jorge explicou o motivo da recusa:

“Então, a quem interessa que o Brasil não exija certificado de vacinação de viajantes? Ora, bolas, a Jair Bolsonaro, que compara a medida a uma coleira e gosta de alardear que não foi imunizado. Se concorda com um decreto dessa natureza, estará sujeito às regras. Agora, ao retornar de uma viagem internacional, ficará de castigo por cinco dias. De preferência com uma coleira e uma focinheira.” [Folha]

Voltemos ao Bolsonaro

Bolsonaro então citou o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para dizer que “ninguém vai ganhar guerra dentro da trincheira”. “Ninguém vai superar os problemas do Brasil dentro de casa. Chega do “fique em casa, a economia a gente vê depois”. Temos que enfrentar esse problema”, complementou. Na sequência, ele disse que é aconselhado a não tocar no assunto das vacinas, mas que “ousaria dizer” que os imunizantes foram comprados para quem quisesse e que hoje em dia já todo mundo já sabe que quem toma vacina pode contrair, transmitir o vírus e até morrer. “Vamos enfrentar o problema, cuidar dos mais idosos, cuidar de quem tem comorbidade, sempre falei isso. Temos dois problemas: o vírus e o desemprego. Agora tem que ter coragem pra falar. Parece que eu fui o único chefe de Estado no mundo que teve uma posição diferente. Dizem que toda unanimidade… não é bem-vinda, né?”, concluiu.

Olha o papo desse beócio dois anos após o começo da pandemia:

“Pelo que tudo indica, tem a vacina que está aí, tem a imunidade de rebanho que está aí, estamos chegando ao final dessa pandemia. Peço a Deus que estamos todos certos nesse momento.” [O Globo]

Sim, IMUNIDADE DE REBANHO!

E Queiroga saiu em defesa dum chefe completamente absurdo e mórbido:

“Queiroga deixou isso claro nesta terça-feira, 7, ao dizer que é “melhor perder a vida do que a liberdade”, fazendo referência a uma fala de Bolsonaro contra a obrigatoriedade da imunização e ignorando recomendação da Anvisa para a exigência do passaporte da vacina. Ao descartar a recomendação da agência reguladora, o ministro afirmou que “não se pode discriminar as pessoas entre vacinadas e não vacinadas para a partir daí impor restrições”.” [Veja]

Queiroha lembrou, POSITIVAMENTE, até do jacaré!

“A declaração se soma a uma série de outras nas quais ele sintonizou o seu discurso com as ideias do presidente. Ao participar de uma live ao lado do chefe em setembro, Queiroga seguiu à risca a lista de assuntos que Bolsonaro adora abordar: fez piada com remédios para impotência, ironizou vacinas e criticou o uso obrigatório de máscaras. “O senhor sempre advertiu muito sobre a questão da segurança. Lembra da história do jacaré? O jacaré nada mais é que uma advertência acerca da segurança”, disse. Mais recentemente, Queiroga também se abraçou ao presidente ao afirmar, durante viagem a Itália para participar de encontros da cúpula do G-20, que iria passear com Bolsonaro em Haia — referência à cidade holandesa onde fica um tribunal internacional para crimes contra a humanidade. A declaração foi feita em novembro durante conversa com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom, após o chefe do Executivo brasileiro desabafar. “Eu sou o único chefe de Estado do mundo que está sendo investigado, acusado de genocida. É a política, né?”, disse Bolsonaro. “Eu também. Vou com ele [Bolsonaro] para Haia. Vamos passear lá”, emendou Queiroga, arrancando gargalhadas do presidente.”

Depois desse shit show relatado aí acima o governo se rendeu ao STF e decretou ua quarentena tosca e inútil

“A partir de sábado (11), viajantes que entrarem no Brasil por via aérea precisarão fazer quarentena de 5 dias se não apresentarem comprovante de vacina. O teste negativo para Covid continuará sendo exigido. As regras (veja em detalhes mais abaixo) foram publicadas pela Casa Civil na edição desta quinta-feira (9) do Diário Oficial da União (DOU) e valem para brasileiros e estrangeiros. Até agora, todos os viajantes (brasileiros ou estrangeiros) que entrassem no país por via aérea precisavam apresentar apenas a Declaração de Saúde do Viajante (DSV), que pode ser preenchida no site da Anvisa, e um exame RT-PCR negativo realizado até 72 horas antes do embarque.” [G1]

E que verme é o Queiroga!

“Nesta quinta-feira (9), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, falou sobre a portaria ao chegar ao ministério, em Brasília. “As pessoas não podem ser discriminadas entre vacinadas e não vacinadas. É por isso que a portaria estabelece alternativas pra quem livremente optou por não aderir a uma política ou outra que é ofertada pelo SUS”, disse o ministro.”

Do Valdo Cruz:

“O presidente Jair Bolsonaro fez “muito barulho por quase nada” na polêmica criada por ele sobre a recomendação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para cobrança de passaporte da vacina na entrada de visitantes no Brasil, avaliam aliados do presidente da República no Centrão, grupo que dá sustentação política ao governo federal. Segundo esses aliados, Bolsonaro torna sua vida mais difícil na eleição do próximo ano, pois não é nada “fácil” apoiar um presidente que vive gerando crises que até podem fortalecer sua posição entre seus apoiadores, mas acabam desgastando sua imagem no restante do eleitorado. “Ele não vai se eleger com os votos apenas do seu eleitorado fiel”, diz um aliado do Centrão. Na avaliação desses interlocutores, no caso da Anvisa, a portaria divulgada pelo governo acaba atendendo praticamente tudo o que a agência recomendou. O Brasil vai cobrar o passaporte da vacina para que um visitante entre, sem restrições, no país. Só não vai proibir a entrada de quem não é vacinado, mas com a exigência de quarentena de cinco dias e teste negativo feito no país. Ou seja, segundo eles, o presidente polemizou, deu declarações distorcidas sobre a recomendação da Anvisa, mas no final a portaria do governo atendeu aos objetivos da agência de criar regras sanitárias na entrada de estrangeiros no Brasil.” [G1]

” Outro governador, aqui da região Sudeste, quer fazer o contrário. E ameaça: ‘ninguém vai entrar no meu estado…’. Teu estado é o cacete, porra.”

E ainda teve isso aqui ó:

2022 vai ser doideira!

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4. 2022

E vai tudo sem edição mesmo, foda-se!

É maravilhoso como Bolsonaro e Moro resolveram trocar acusações, um mira no outro mas no fim das contas apontam para as próprias cabeças:

“Para copiar o meu, ele botou “o povo acima de tudo”. Esse não aguenta 10 segundos de debate. O Lula falou que vai recolher as armas. O Moro também falou que ele podia ser mais rígido, me peitar mais durante a questão das portarias de armamento dele. Como que o cara aceita trabalhar comigo sabendo que eu sou armamentista? Tinha que ter caráter. Era só falar: ‘Não me interessa trabalhar porque sou de esquerda’” [O Globo]

Que Moro não aguenta debate ok, mas Bolsonaro é o FUJÃO dos debates!

“Em conversas reservadas, o presidente tem reconhecido que o seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública pode lhe tirar votos preciosos durante as eleições em 2022. Bolsonaro, segundo o relato de pessoas próximas, diz que prefere acreditar que a repercussão em volta da pré-candidatura do ex-juiz da Operação Lava-Jato é o efeito natural da novidade de sua entrada na política e ainda aposta no arrefecimento da pré-campanha de Moro, que deve ser alvo de ataques constantes do presidente.”

E olha como Bolsonaro se enforca com as próprias pavras:

“Mesmo com toda a liberdade, nunca mostrou serviço [à frente do Ministério da Justiça] a não ser desde o começo do mandato fazer intrigas” [Folha]

Ele diz “não errei uma, zero” mas nem cora em dizer que seu ministro da Justiça era inútil. E ele diz ter acertado todas na pandemia ao mesmo tempo que esculhamba o seu ex-ministro da Saúde, dizendo que ele fez tudo errado.

Mais sincerícidio:

“Teve um caso de um deputado federal, ex-ministro meu, que foi acusado de ter laranjas por ocasião das eleições. Polícia Federal começou a apurar. Essa matéria vazou. Pancada no respectivo ministro. Chamei o Moro. “Ô, Moro, já que está sendo divulgado pela imprensa, por que que a Polícia Federal está investigando esse ministro que foi candidato em um estado aí?”. “Ah, porque uma pessoa ligada a ele recebeu um valor que, dividido pelo número de votos, dava um fator 50″”, relatou. “Eu já sabia [que Moro falaria isso] e puxei para ele [os valores] de outros partidos do Brasil. Outros partidos, em especial de esquerda, o fator dá acima de 50. “Por que você não está investigando? É só para queimar o governo? Dizer que eu tenho um ministro corrupto no meu governo?” […] Deu uma dor de cabeça enorme para nós isso daí. Ou seja, ações que eram direcionadas. Eram selecionadas pelo ministro, investigações selecionadas”, completou Bolsonaro.” [Correio Braziliense]

E Bolsoanro confessa o medo de demitir Moro lá atrás!

“Isso daí desde o começo. Eu queria mandar ele embora lá atrás, mas como ele tinha um prestígio muito grande, ficava difícil justificar a demissão dele. Tanto é que na mídia social era comum, “Moro no Supremo, Dallagnol na PGR. Ou então não tem a reeleição.” Era um negócio terrível

Frouxo! E ressentido:

“Inclusive, quando vazou isso, eu já sabia dessa questão, eu peguei o Moro pela mão. Fomos no evento da Marinha aqui em Brasília, peguei ele pela mão também por ocasião do 7 de setembro, quebrando protocolo, o povo aplaudindo o Moro e eu. Jogo do Flamengo. Agora, não tem coração nenhum. Não tem gratidão nenhuma, zero. É o interesse seu, pessoal e mais nada além disso daí. Isso foi somando até que ele viu que ia sair e resolveu pedir demissãoVocê vê o caráter do Moro quando ele fala que poderia ser mais reativo contra portarias e decretos de armas. Pô, pelo amor de Deus. Vamos supor que somos solteiros, a gente está namorando, eu tenho um chulé terrível e você aceita casar comigo. Você não pode, depois de casado, reclamar de chulé. O meu chulé com o Moro, um dos chulés, era a questão de armas. Como ele aceitou ser meu ministro, sabendo que eu sou uma pessoa pró- armas? … Uu sempre dizia na reunião de ministros: ‘Eu não quero ser blindado por nenhum de vocês, entendeu, Sergio Moro? Eu não posso admitir é ser chantageado, entendeu Sergio Moro? Assim era comum acontecer. E esse cara não fez absolutamente nada para que Coaf, para que Receita, não só bisbilhotasse a minha vida, bem como a de milhares de brasileiros. Que isso nos atrapalha. Você pode investigar o filho do presidente? Pode. A mulher do presidente? Pode. Mas investiga legalmente, com uma acusação formal. O próprio presidente, eu posso ser investigado, sem problema nenhum, mas não dessa forma como eles fazem”

E Moro afeta uma ingenuidade constrangedora pra um adulto:

“Então, você vai percebendo que aquela promessa que ele [Bolsonaro] tinha feito para você, de que eu ia ter carta-branca para combater a corrupção e fazer meu trabalho, que ele não ia proteger ninguém, era mentira. Mas fui ficando [no ministério] porque acreditei que era possível fazer alguma coisa ainda. Até que chegou em um limite, que ele tomou aquela decisão de interferir na PF, aí eu falei: ‘agora não posso ficar mais’. Agora é escolher ser alvo de ataques do grupo dele ou ser cúmplice dele. Eu prefiro ser alvo.” [UOL]

Voltemos ao Bosloanro:

“Acertei com Valdemar muita coisa. Não está escolhido o vice. O vice quem vai escolher sou eu. Essas notas que está pregando na imprensa a gente sabe quem tá pregando, lamentavelmente, para tumultuar. É gente nossa, tá. Não foi invenção. Essa não foi invenção da imprensa, foi pregação de gente nossa” [Valor]

Sim, fogo amigo!

‘Agora, vice eu considero como casamento. Tem que ser uma pessoa que não te dê trabalho e que some. E, às vezes, mesmo pensando nisso o tiro sai pela culatra. Imagine deixar na mão de terceiros escolher.”

Disse o presidente no terceiro casamento!

“Após filiação de Jair Bolsonaro ao PL nesta terça-feira (30), uma ala de grupos evangélicos quer filiar a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, ao PP, para lancá-la como vice. A tentativa de filiar Damares ao PP vai ao encontro do desejo de Bolsonaro, que impôs a Valdemar Costa Neto uma chapa “puro sangue” do centrão, com o PP como vice, para disputar a reeleição em 2022. Damares já chegou a entrar no rol de preferidos de Bolsonaro para o posto, mas a ministra teria avisado que não teria intenção de entrar na política partidária. No entanto, a insistência de grupos evangélicos, que buscam aprofundar a pauta conservadora, enquanto recebem benesses do governo – como perdão de dívidas com a União e verbas publicitárias -, pode fazer a ministra mudar de ideia..” [Fórum]

Mudar de idéia? A notícia é plantaa pela Damares, porra!

A última proeza do sensibilíssimo presidente:

“A cúpula do Mercosul, que seria realizada presencialmente em Brasília na sexta-feira que vem, virou uma reunião virtual por ordem de Jair Bolsonaro. Que ninguém imagine que Bolsonaro resolveu trocar o presencial pelo virtual por questões sanitárias. Ele não chegaria a tanto. O motivo para a mudança foi… Lula. Ou melhor, o encontro que Lula terá com Alberto Fernández e Cristina Kirchner nos próximos dias. Lula embarca hoje à noite para Buenos Aires, onde fica até segunda-feira. Terá reuniões com sindicalistas e, possivelmente, também com políticos uruguaios. Bolsonaro ficou muito irritado quando soube da nova investida de Lula no exterior. E resolveu diminuir a visibilidade da cúpula e, consequentemente, de Fernández.” [O Globo]

Passemos al Alckmin:

“De saída do PSDB, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin disse a aliados que não quer ser um “peso” para nenhum partido e estuda, agora, a possibilidade de migrar para o Solidariedade, a fim de fazer dobradinha com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2022. Alckmin ainda conversa com o PSB, mas as exigências feitas pela legenda para aceitar que ele seja vice na chapa de Lula ao Palácio do Planalto têm provocado mal-estar e desgaste antes mesmo do casamento de papel passado. A filiação ao Solidariedade surgiu como alternativa em uma conversa de avião e vem sendo tratada com sigilo. Dependendo do cenário, porém, pode acabar se concretizando. Após participar nesta quarta-feira, 8, do encerramento do 9º Congresso da Força Sindical – braço do Solidariedade –, Lula foi questionado por antigos companheiros de sindicalismo, a portas fechadas, se a aliança com Alckmin para 2022 era mesmo um desejo a ser perseguido. “Ele foi bom governador em São Paulo e compor chapa com ele será bom para o Brasil. Continuem articulando com ele. Eu quero”, afirmou o ex-presidente, de acordo com relatos de três participantes do encontro. Cinco dias antes, na sexta-feira, 3, Lula havia se reunido com Alckmin na casa do ex-secretário Gabriel Chalita, em São Paulo, com a presença do ex-prefeito Fernando Haddad, pré-candidato do PT ao governo paulista. Em julho, o ex-presidente também tinha estado com o tucano, na casa de Chalita. O diagnóstico de Lula é de que o Brasil está “no fundo do poço”. O ex-presidente ataca o ministro da Economia, Paulo Guedes, acha que não se pode manter a lei do teto de gastos públicos e defende a emissão de moeda, sob o argumento de que isso é necessário para permitir a criação de empregos e investimentos. Apesar das críticas, porém, mostra muita simpatia pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Interlocutores de Lula e Alckmin garantem que o diálogo entre os dois tem avançado, mesmo quando ocorre por telefone, mas sempre esbarra numa questão: em qual partido o ex-governador vai entrar? Há um constrangimento por parte de Alckmin. Interessado em ser vice na chapa liderada por Lula, ele tem dito que o PSB jogou à mesa exigências difíceis de cumprir. Além disso, não quer se indispor com o amigo Márcio França, presidente do PSB em São Paulo. No grupo do quase ex-tucano, muitos o aconselham a desistir da dobradinha com o PT e disputar o Palácio dos Bandeirantes pelo PSD de Gilberto Kassab. No último dia 30, quando Lula afirmou à Rádio Gaúcha que estava em “processo de conversar” com Alckmin para montar uma frente de conciliação nacional contra Jair Bolsonaro, todas as imposições feitas pelo PSB ganharam os holofotes. Na lista das condicionantes para fechar o acordo, o PSB quer que o PT apoie candidaturas do partido aos governos de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Acre. “Eu me encontrei com o Paulinho da Força no voo de São Paulo para Brasília, naquele dia da entrevista do Lula, e falei para ele: ‘O Alckmin está procurando um partido. Por que você não o leva para o Solidariedade?”, contou o deputado Alexandre Padilha (PT-SP) ao Estadão. “Ele achou a proposta boa.” Paulinho é presidente do Solidariedade e confirma as sondagens. Chegou até a falar com Lula sobre isso, nesta quarta-feira. “Reafirmei o convite para Alckmin entrar no Solidariedade, com o objetivo de ser candidato a vice do Lula. Se ele quiser, vou trabalhar para isso”, disse o deputado. No dia 29, dirigentes da Força Sindical, UGT, CTB e Nova Central já haviam se reunido com o ex-governador para discutir a parceria em 2022. A cúpula do PT já avisou o PSB que não aceita abrir mão da candidatura de Haddad em São Paulo. O ex-prefeito da capital paulista disputou o segundo turno da eleição de 2018 contra Bolsonaro e, na avaliação dos petistas, tem tudo para derrotar o PSDB do governador João Doria, hoje presidenciável, na corrida ao Bandeirantes. É importante para Lula ter um palanque forte em São Paulo, o maior colégio eleitoral do País. O publicitário baiano Raul Rabelo, que trabalhou com Haddad, é cotado para ser marqueteiro da campanha de Lula. Dirigentes do PT que participam das negociações eleitorais afirmam que Márcio França poderia ser vice na chapa de Haddad ou até candidato ao Senado. O PSB, porém, não aceita esse acordo, embora França diga que estende um “tapete vermelho” para o ex-governador se filiar a seu partido. A entrada de Alckmin como candidato a vice na chapa de Lula também está longe de ser unanimidade no próprio PT. “Para uma campanha aguerrida como a que será a de 2022, vamos ter um anestesista como vice?”, ironizou o deputado Rui Falcão (PT-SP), numa referência à profissão do ex-governador, que é médico anestesista. Convidado por Lula para integrar a coordenação da pré-campanha, Falcão fez questão de destacar que suas críticas não são de ordem pessoal, mas, sim, políticas. “O que Alckmin vai representar nessa malsinada aliança? O que ele agrega em termos de símbolo e de voto?” perguntou. Ex-presidente do PT, o deputado contestou interpretações de que o ex-governador daria um tom de moderação à chapa. Lembrou, ainda, que o atual cenário é muito diferente do verificado na campanha de 2002, quando o empresário José Alencar – à época filiado ao PL, hoje com Bolsonaro – fez dobradinha com Lula e acalmou o mercado. “Lula não precisa mais mostrar nem credibilidade nem experiência”, observou Falcão. “E se Alckmin for vice, ele agora vai ser contra as privatizações?” O secretário de Comunicação do PT, Jilmar Tatto, também mostra resistências a uma chapa de centro-direita. “Não está dado que Alckmin será vice do Lula. Ele poderá ser candidato a governador de São Paulo, e não necessariamente pelo PSB”, previu. O confronto entre Bolsonaro e o ex-juiz da Lava Jato Sérgio Moro (Podemos) pode favorecer Lula, na visão do comando petista. O raciocínio ali é de que os dois vão acabar “se matando” e a terceira via não tem chance nesse pugilato eleitoral. Há no PT, ainda, quem veja a possibilidade de Ciro Gomes (PDT), espremido por Moro e estagnado nas pesquisas de intenção de voto, desistir da disputa de 2022, o que abriria caminho para o partido apoiar candidatos do PDT em outros Estados, como no Maranhão. Ciro chama tais comentários assim de “fake news” e “presepada” e diz que seus adversários não têm ideia de como tirar o País do “atoleiro”. Do outro lado do tiroteio, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio (PSDB) afirma que Alckmin deveria pendurar as chuteiras. “Se esse pessoal todo do PSDB que lamenta a saída do Alckmin gosta tanto dele assim, por que o deixou ter 4% dos votos na eleição de 2018 e foi apoiar Bolsonaro?”, provocou Virgílio, derrotado nas prévias do PSDB. Coisas da política.” [Estadão]

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5. Bolsonaro

Sim, tá uma zona esse post e tem mais aspas presidenciais:

“Jair Bolsonaro criticou nesta terça-feira (7/12) o combate ao trabalho escravo pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Bolsonaro afirmou que as normas que buscam evitar acidentes de trabalho atrapalham a vida do empresariado. “Olha as normas regulamentadoras, como era difícil ser um grande empresário, empregador, com aquelas NRs. O Marinho (Rogério Marinho, ministro do Desenvolvimento Regional) fez um limpa naquilo. A altura da pia, maciez do papel higiênico, tudo isso era motivo de multa. Ele (Marinho) acabou com milhares de itens que atrapalhavam a vida de vocês”, afirmou Bolsonaro a uma plateia de empresários e integrantes do governo em um evento organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em seguida, Bolsonaro atacou, sem dar detalhes, uma operação do MPT no Ceará. Segundo o presidente, ele recebeu um telefonema no Palácio do Planalto do fazendeiro multado por expor trabalhadores ao trabalho escravo. De acordo com Bolsonaro, os trabalhadores dessa fazenda não tinham dormitório, banheiro ou local adequado para comer. “Há pouco, um telefonema do interior do Ceará. Um cabra que ligou para alguém da Presidência, passou o telefone para mim: ‘Acabei de ser multado aqui, eu estava com meu pessoal colhendo folha de carnaúba. Chegou o MP do Trabalho e largou meia dúzia de multas em cima de mim”, relatou Bolsonaro, relembrando o diálogo com o infrator: “Multou por quê? Porque não tenho banheiro químico. Eu estou a 45 graus e obviamente não tenho banheiro químico. O cara vai deixar de colher a folha ali, andar 500 metros, fazer um xixi e voltar? Meteram a caneta no cara. Também uma mesinha feita de forma rústica, com madeira da região, para servir o almoço. Não estava adequada aquela mesa. Também a questão do dormitório, o pessoal dormia em uma barraca. Multa em cima dele”.” [Metrópoles]

E olha o que Bosloanro disse pra platéia de empresários:

“Aqui não tem ninguém com idade de ficar ouvindo conversinha quando tinha 14, 15 anos de idade quando estava apaixonado pela coleguinha da escola, ou pelo coleguinha da escola, né, quem for mulher. Se bem que hoje está um vale tudo terrível aí, né? Mas tudo bem”.”

O sujeito tá em campanha e tá defendendo patrão, tá completamente perdido!

“Como é duro ser patrão no Brasil, eu sei disso. O salário é pouco para quem recebe e muito para quem paga. O que nós procuramos fazer desde o início do governo, com nossos ministros? Facilitar a vida de vocês. Vocês não devem nenhum favor a nós. Nós é que somos devedores de favores a vocês, quem emprega são vocês. Quem cria a massa de empregados que gera riqueza no Brasil são vocês. Nossa obrigação é ajudar vocês e não atrapalhar” [Metrópoles]

E Bolsonaro tá esfregando na cara dos empresários tudo que fez por ele:

“Em sua fala, Bolsonaro ainda relembrou as nomeações ao Tribunal Superior do Trabalho (TST): “Alguém quer a volta do imposto sindical? Alguém quer um ativismo em cima da sua legislação trabalhista? Olha o perfil das pessoas que eu, em lista tríplice, encaminhei para o Tribunal Superior do Trabalho. Será que se fosse outra pessoa, de outro perfil, como estaria o TST? Propenso a que lado? Como é duro ser patrão no Brasil, eu sei disso”, refletiu o mandatário.”

E na terça teve mais desse papo esquisito:

” Lembra uns dois anos atrás, o pessoal da linguagem neutra, os gays. Não tenho nada contra nem a favor, cada um faz o que bem entender. O que faz a linguagem neutra dos gays? O que soma para a gente? Agora, estimula a molecada a se interessar por essa coisa… A linguagem é o de menos. Vai estragando a garotada”

Mais Boslonaro – que zona tá esse post, puta que pariu…

“Moraes determinou a abertura de uma nova investigação para apurar a conduta do chefe do Executivo por ter feito uma falsa relação, durante uma live, entre a Aids e a vacinação contra a Covid-19. Nesta quarta, Bolsonaro voltou a jogar dúvidas sobre a imunização e disse que um ministro seu passa mal por tomar a dose de reforço. “Isso é uma violência praticada por um ministro do Supremo que agora abriu mais um inquérito em função de uma live que eu fiz há poucos meses. É um abuso”, disse o presidente, sem citar o nome de Moraes, ao fazer referência à ordem de prisão do aliado caminhoneiro conhecido como Zé Trovão. “É o que eu disse: ele está no quintal de casa. Será que ele vai entrar? Será que ele vai ter coragem de entrar? Não é um desafio para ele. Quem tá avançando é ele, não sou eu”, completou.” [Folha]

Mais Bolsonaro:

Ou todos nós impomos limites para nós mesmos ou pode-se ter crise no Brasil. Apesar de a grande mídia me acusar de provocar, agredir, não tem agressão minha. Tô tomando sete tiros de 62 [calibre], quando dou um [tiro] de 62, tô provocando… Estamos assistindo a atos arbitrários pelo Brasil com constância. Isso não é crítica, ofensa a um Poder, isso é constatação. Tá escrito ali [no acordo de extradição] o que você pode pedir de extradição ou concedê-la. Aqui [no Brasil] se acha qualquer motivo, ‘me chamou de feio, narigudo, barrigudo, posso agora pedir a extradição dessa pessoa’. Não é assim que funciona.” [Folha]

E até que enfim Bolsonaro falou sobre o bombado abandonado na estrada:

“Doeu meu coração ver um colega preso, doeu. Mas o que fazer? Será que queriam que eu tomasse medidas extremadas? Como será que ficaria o país perante o mundo? Possíveis barreiras comerciais, problemas internos… “Temos aqui um parlamentar que ficou sete meses preso. Se coloque no lugar dessa pessoa. Muitas pessoas falam para eu não falar nada…”

E olha o que ele fala do Mendonça:

“Bolsonaro aproveitou ainda para repetir algo que tem dito em últimas declarações: que o presidente eleito em 2022 poderá indicar mais dois nomes ao Supremo Tribunal Federal em seu primeiro ano de mandato. Ele disse saber como o ministro André Mendonça votará no julgamento do marco temporal no STF para a demarcação de terras indígenas. “Tenho certeza qual é a posição do André no tocante ao novo marco temporal. Porque isso, como AGU, como ministro da Justiça, já trabalhou comigo contra essa questão que está no STF, que está em votação ainda, está 1 a 1 o placar”, afirmou. “Já sabemos que o André vai ser um voto para o nosso lado. Isso não é tráfico de influência, é que nós sabemos, dado o comportamento dele”, completou o presidente. Segundo Bolsonaro, sobre “pautas conservadores” ele nem precisa conversar com o ex-auxiliar. Nesta quarta-feira, o chefe do Executivo também disse que já está conversando com um possível vice para compor sua chapa para concorrer à reeleição no ano que vem. “Não pode ser um casamento de última hora”, afirmou. Segundo ele, poderia ser um general de quatro estrelas. Ainda que Bolsonaro não tenha citado, o nome do ministro Braga Netto (Defesa) passou a ser citado nos últimos dias. Segundo o presidente, há ministros que querem se cacifar, dois nomes circularam e já estão riscados. Ele não explicou quais nomes seriam esses —os nomes dos ministros Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fábio Faria (Comunicações) também circularam no meio político. Bolsonaro teme colocar um vice que agrade ao Parlamento, por medo de que possa ser alvo de pedido de impeachment. Na leitura de auxiliares palacianos, ele só não foi afastado do cargo porque os parlamentares não gostam de Hamilton Mourão, seu atual vice.”

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6. Damares

Damares há de completar 4 anos de governo – aliás, não fará isso porque sairá candidata, mas se quisesse completaria o mandato, o Brasil falhou miseravelmente:

“Um novo manual para orientar o tratamento das mensagens recebidas pelo Disque 100, principal canal de denúncias de violações dos direitos humanos do país, abriu a possibilidade para queixas sobre ‘ideologia de gênero’ como motivação de violações de direitos contra crianças. A classificação foi inserida no Manual de Taxonomia de Direitos Humanos da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, lançado em abril deste ano pelo Ministério Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), comandado por Damares Alves, e abre espaço para o acolhimento de denúncias como a que levou o diretor de uma escola em Resende, no Rio, a ser intimado a depor na polícia, há poucas semanas. Segundo texto da intimação, Paulo Henrique Nogueira, diretor da Escola municipal Getúlio Vargas, deveria dar explicações às autoridades sobre o fato de professores de sua institutição “promoverem o comunismo e a ideologia de gênero” nas aulas. — Esse manual é uma grande monstruosidade. Tinha que ser suspenso — defende Sônia Correa, uma das diretoras do Sexuality Policy Watch (SPW). O manual divide os tipos de violação em classes, subclasses e espécies, pelas quais os atendentes do Disque 100 classificam as denúncias recebidas. O documento também lista as motivações que levaram às violações de direitos. Entre elas, estão, por exemplo, razões como idade, etnia, orientação sexual e ideologia de gênero. Na avaliação de Marco Prado, pesquisador do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT da UFMG, o canal foi alterado para criar um fluxo de denúncias contra professores. — É um fluxo de criminalização de pessoas. Com isso, o ministério está constituindo uma ilegalidade, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) já definiu que ideologia de gênero não existe — afirma. Segundo ele, o ministério utiliza um dispositivo genérico de uma lei de proteção à criança, que fala em “violência institucional”, para representar a suposta violação de direito da escola contra o estudante.” [O Globo]

Sei nem o que falar – mentira, eu não sei é como editar esse post de hoje, isso sim….

Em abril desse ano, o ministério chegou a promover o Fórum Nacional Sobre Violência Institucional Contra Crianças e Adolescentes. Participaram do encontro políticos de extrema-direita, como a deputada Chris Tonietto, que palestrou sobre “A desconstrução da identidade promovida pela ideologia de gênero”. — O encontro foi feito para explicar a violência institucional como uma prática da ideologia de gênero, que traria danos emocionais e, portanto, o estado teria que intervir criminalizando os professores — explica Prado. Fernanda Moura, pesquisadora da Frente Nacional Escola Sem Mordaça, ressalta um outro lado do problema que é a polícia acolher e levar adiante tais tipos de denúncia, mesmo sabendo que não há crime. — Ideologia de gênero não existe, mas foi incluída no manual. Isso possibilitou que essa denúncia fosse aceita e que, daqui para frente, várias outras possam ser recebidas e acatadas como se fosse um crime real — afirma a pesquisadora, que diz que o termo virou uma espécie de “espantalho para meter medo nas pessoas”. — Basicamente, eles podem dizer que qualquer coisa é ideologia de gênero: casamento homoafetivo, uso de banheiro por pessoas trans de acordo com o gênero com o qual se identificam, o debate sobre descriminalização do aborto, discussão sobre gênero e sexualidade na escola… O que importa é inventar uma suposta ameaça dos “comunistas” contra a família (no singular) e as crianças — explica. Outra categoria que chama atenção dos pesquisadores é o tipo de violação ao chamado “Livre Exercício do Poder Familiar”. De acordo com o texto do manual, é tarefa da família a “formação moral, educacional e religiosa de crianças e adolescentes” e “a mera tentativa de o Estado imiscuir-se em assuntos da órbita privada e familiar dos indivíduos já se configura em grave violação de direito”.”

É impressionante como todas as monstruosidades desse governo se dão em nome da LIBERDADE. Em que século estamos?!

“De acordo com o texto do manual, é tarefa da família a “formação moral, educacional e religiosa de crianças e adolescentes” e “a mera tentativa de o Estado imiscuir-se em assuntos da órbita privada e familiar dos indivíduos já se configura em grave violação de direito”.”

E é muita brutalidade pra dar conta:

“Junto com o manual, o ministério também refez as categorias do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, portal que reúne informações das denúncias realizadas através do Disque 100 e do Disque 180, canal específico para combater violência contra a mulher. Nele, é possível saber quantas denúncias foram feitas por cada motivação ou tipo de violação listada no documento. Desde janeiro desse ano, foram reportadas quase 28 mil denúncias em razão de condições físicas, sensoriais, intelectuais ou mentais. No entanto, as categorias em razão da orientação sexual e ideologia de gênero estão juntas, o que impede saber quantas foram feitas por cada uma dessas motivações. — No manual, tem a explicação do que é a motivação em razão de orientação sexual, que seria homofobia, mas não define o que é a motivação ideologia de gênero. Existir isso na taxonomia da denúncia é um completo absurdo. Estar junto de orientação sexual é outro absurdo completo — afirma Prado. Procurado, o MMFDH não respondeu aos questionamentos do GLOBO, nem explicou de que forma a denúncia contra a Escola municipal Getúlio Vargas, de Resende, foi registrada. A notificação afirma que o colégio “está expondo adolescentes aos conceitos comunistas, induzindo sua ideologia política. Além de também pregar ensinamentos de ideologias de gênero”. O texto também afirma que o “denunciante alega que a responsabilidade de direcionar a conduta dos jovens pertence unicamente aos pais e não a escola”. Procurada, a 89ª Delegacia de Polícia Civil do RJ (Resende) afirmou que a denúncia foi feita através do Disque 100 e que. logo após os esclarecimentos dados pelo diretor da escola, a apuração foi suspensa. Professor titular de Direito Constitucional da UERJ, Daniel Sarmento explica que não há crime a ser investigado pela polícia: —A liberdade de expressão se aplica às escolas. O supremo decidiu isso várias vezes, inclusive quando declarou o escola sem partido inconstitucional. É um problema muito grave, né? Temos o Enem com menos alunos, pandemia em que as crianças ficaram sem estudar por falta de aceso à internet, e a preocupação é essa? — critica.”

Samares ainda aprontou esse espanto aqui ó:

“O Governo Federal quer incluir garimpeiros e pecuaristas como povos tradicionais, como os indígenas e quilombolas, entre outros. ” [O Tempo]

Ah, và à merda!

“A legislação assegura a essas comunidades o direito a seus territórios e o acesso aos recursos naturais que tradicionalmente usam para sua reprodução física, cultural e econômica. A discussão para igualar garimpeiros e pecuaristas está registrada em atas de reuniões do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, comandado por Damares Alves. Garimpeiros e pecuaristas formam setores da sociedade que apoiam o governo de Jair Bolsonaro (PL). O presidente, inclusive, defende o garimpo em territórios indígenas e quilombolas, o que é proibido no Brasil.”

O mundo se espanta com esse governo verde-oliva e os fardados trucam loucamente.

“O Governo Federal reconheceu a existência formal das chamadas populações tradicionais em 2007, o que levou a ampliação do reconhecimento feito parcialmente na Constituição de 1988, que só atingia indígenas e quilombolas. Desde então, também são considerados povos tradicionais: caboclos, caiçaras, extrativistas, jangadeiros, pescadores, ribeirinhos e seringueiros.”

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7. Conhecereis a verdade…

Esse aqui vai ser curto mesmo:

No dia seguinte:

“Não procede informação que indicarei mais 2 evangélicos ao STF”

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8. O aparelhamento bolsonarista

Tá tudo devidamente dominado:

“Em depoimentos prestados à Polícia Federal, três funcionários do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional (DRCI) relataram pressões da cúpula do Ministério da Justiça durante o processo de extradição do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes em 6 de outubro. A PF investiga se houve tentativa de obstruir o procedimento por parte do governo federal. Para a PF, o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, pode ter cometido o crime de “embaraço a investigação de infração penal que envolva organização criminosa”, com pena prevista de reclusão de três a oito anos, por sua tentativa de interferência no processo de extradição. Santini é amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro e já se envolveu em outras polêmicas ao passar por diversos cargos no governo federal.” [O Globo]

Esse aí é o amigão da famiglia presidencial que viajou pra Índia em aviaõ da FAB, lembra?! E ainda é filho dum falecido GENERAL!

“Os relatos de interferência foram feitos pela ex-diretora do DRCI, a delegada de Polícia Federal Silvia Amélia Fonseca de Oliveira, pelo coordenador de extradição do DRCI, Rodrigo Sagastume, e pela diretora substituta do DRCI, Priscila Campelo. Silvia Amélia inclusive foi exonerada pelo ministério após ter encaminhado o processo de extradição. A PF afirma que sua exoneração ocorreu pelo fato de “não ter dado ciência” à cúpula do ministério sobre a extradição. Todos afirmam que o processo envolvendo Allan dos Santos foi a primeira vez em que a cúpula do Ministério da Justiça pediu informações, cópia do processo e tentou interferir no procedimento. O DRCI é subordinado ao ministério. Mas, quando isso ocorreu, o DRCI já tinha encaminhado o pedido de extradição para o Ministério das Relações Exteriores, que o despachou para os Estados Unidos.”

Só rindo mesmo…

“A”A ex-diretora Silvia Amélia relatou que recebeu telefonema do chefe de gabinete do ministro Anderson Torres, o BRIGADEIRO Antônio Ramirez Lorenzo, pedindo informações sobre o caso do blogueiro.”

Sim, um BRIGADEIRO!

“Como ela estava de férias, Silvia Amélia relata ter encaminhado o pleito para a diretora substituta Priscila Campelo. Campelo afirmou que “entrou em contato com o Chefe de Gabinete do MJSP, brigadeiro Lorenzo, o qual informou que o Ministro do MJSP gostaria de obter informações sobre o fluxo do processo de extradição ativa, bem como em que momentos tal processo passaria pelo MJSP e qual o papel do MJSP nas etapas do mencionado pedido de extradição”. Silvia Amélia disse ainda que o secretário nacional de Justiça, Vicente Santini, amigo dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, chamou-a para uma reunião no dia 3 de novembro e reclamou sobre o processo do blogueiro. “o secretário Vicente mencionou que a ausência de informação sobre o caso do Allan dos Santos causou um desconforto para o próprio Secretário e para o MJSP”. Depois disso, Santini emitiu uma ordem para que todos processos de extradição passassem por ele. Já Rodrigo Sagastume afirmou que Santini convocou uma reunião na qual reclamou que “gostaria de ter sido avisado sobre o processo de extradição de Allan dos Santos”. “O depoente teve a percepção que a reunião da tarde foi esvaziada diante do fato de que o processo de extradição de Allan dos Santos já havia sido remetido ao MRE, restando apenas o alerta de que novos casos sensíveis fossem reportados ao secretário”, afirmou no depoimento. Sagastume disse ainda que, antes do caso do blogueiro, “nunca foi questionado por superiores hierárquicos” a respeito de um processo de extradição. Também ouvido pela PF, Vicente Santini negou ter tentando interferir no processo. Admitiu que solicitou à diretora substituta do DRCI detalhes sobre a extradição do blogueiro, mas afirmou que “sua motivação era dar cumprimento à decisão judicial”, e relatou ter conversado com o ministro Anderson Torres apenas para informá-lo sobre o andamento do processo. No seu depoimento, Santini criticou a ex-diretora do DRCI Silvia Amélia, dizendo que ela impediu seu acesso a documentos sem uma justificativa técnica, no caso do blogueiro. E afirmou ainda que conheceu Allan dos Santos em um evento público no início do governo Bolsonaro, mas não manteve contato com ele.”

E na receita também, pa delírio de Flavinho Desmaio e sua famiglia:

De todas as mudanças no Ministério da Economia, a realmente importante é a troca do secretário da Receita Federal. José Tostes Neto foi comunicado pelo ministro Paulo Guedes com uma frase seca: “o presidente quer o seu cargo”. Isso depois de o Palácio ter vetado o escolhido para a corregedoria da na Receita. – Isso é parte do aparelhamento do Estado, agora pegando a Receita – afirma uma fonte que tem acompanhado esse conflito de perto. Atrás de tudo o que acontece por lá está o dedo do senador Flávio Bolsonaro. – Depois da Polícia Federal, eles querem controlar a Receita e o Coaf – informa essa fonte. Flávio quer dominar a Receita para apagar os últimos vestígios da investigação contra ele, no caso das rachadinhas. E é mais um caso espantoso de interferência no Ministério da Economia que o ministro Paulo Guedes simplesmente aceita..” [O Globo]

E que papel cumpre Guedes, hein:

“José Tostes, que está deixando o cargo de diretor da Receita Federal depois de dois anos e dois meses, recebeu a notícia que sairia do cargo numa reunião a dois, que teve no gabinete de Paulo Guedes na quinta-feira passada. Guedes foi claro e direto, de acordo com relatos colhidos com pessoas a par da situação: Jair Bolsonaro queria sua substituição, conforme revelou ontem Míriam Leitão. Na mesma conversa, no entanto, Guedes ofereceu um prêmio de consolação. Seria criado o posto de adido da Receita na OCDE sob medida para abrigar Tostes. Tostes aceitou. Mas a alguns interlocutores disse nos últimos dias que poderia recuar do o.k. dado a Guedes. Chegou a redigir uma carta de demissão que até agora não foi entregue. Para substituir Tostes, foram tomados alguns cuidados pela família Bolsonaro. O nome do novo chefe da Receita, Julio Cesar Vieira Gomes, passou pelo crivo de Flávio Bolsonaro.” [O Globo]

E olha o que coube no tópico:

O presidente da organização de defesa dos direitos humanos na internet SaferNet Brasil, Thiago Tavares, comunicou nesta segunda-feira, 6, que vai se exilar na Alemanha após ter recebido ameaças de morte por sua atuação no Brasil. A decisão foi comunicada em nota oficial da instituição. Em outubro, Tavares participou de um painel sobre desinformação e campanhas de ódio durante o II Seminário Internacional do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sua fala no evento abordou temas como interferência eleitoral e neonazismo no País. Desde então, ele relata ter sofrido “seguidas ameaças, inclusive de morte”, em razão de sua atuação profissional e acadêmica no Brasil.” [Estadão]

E olha os detalhes:

“Segundo a nota, os ataques ganharam outra dimensão em novembro, quando um funcionário da organização foi abordado de forma violenta por quatro criminosos armados e sofreu um sequestro relâmpago. Os sequestradores roubaram seu celular e laptop, além de empregarem violência de teor LGBTfóbico. Segundo a SaferNet, Tavares estava a apenas 800 metros do local onde aconteceu a abordagem. Em dezembro, a organização coletou evidências de comprometimento do laptop de Thiago Tavares pelo malware Pegasus, utilizado mundo afora para espionar jornalistas e ativistas de direitos humanos de forma ilegal. “A proximidade dos fatos, somado às ameaças que já vinha recebendo, não deixou alternativa a Thiago Tavares a não ser deixar o país, temporariamente, até que as circunstâncias dos fatos sejam totalmente esclarecidas e sejam restabelecidas as condições de segurança pessoal para o desempenho de suas atividades profissionais e acadêmicas no Brasil, seja como defensor dos direitos humanos, seja como especialista em tecnologia”, diz a nota.”

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9. JusPorn Awards

Do Conrado Hubner Mendes:

“O JusPorn Awards chega à terceira edição ainda fascinado com a devassidão da magistocracia. Esse estrato mais privilegiado do Estado, nunca incomodado por reformas administrativas e sacrifícios fiscais, nunca responsabilizado por suas orgias e sacanagens, merecia prêmio que fizesse jus à sua lascívia. Essa classe de epiderme delicada e elevado senso de autoimportância esbanja mérito. Luiz Gama, advogado abolicionista, diria que o prêmio cumpre papel de “despertador moral”, como ele chamava alguns de seus textos.. Mas talvez os milico-machos que classificaram canções de Caetano como “desvirilizantes” o definissem como “desvirilizante moral”. Virilizante mesmo só enfrentar o corona sem máscara. “Coisa de viado”​, diz Bolsonaro. O JusPorn Awards Committee criou novas categorias para 2021 e aceita candidatos. Na categoria “ilarilarilariê”, dedicada ao xaxado público-privado da magistocracia, o encontro de praticamente todas as autoridades viris de Brasília em Lisboa, aos cuidados da empresa de ministro do STF, ao custo de pelo menos R$ 500 mil em dinheiro público, sob o rótulo de “congresso acadêmico”, já é tradição dessa res privada.” [Folha]

Esse aí nem precisa concorrer, pode criar um prêmio só pro Gilçmar e dar todo ano…

“Há também a subcategoria mais hedonística “relaxa, descansa e ainda cuida da saúde”, simbolizada pelo encontro do MP-MG em Araxá com sessão de axé no final. Um espetáculo da magistocracia desnuda usufruindo de águas termais e de chiclete com banana. Ao custo de pelo menos R$ 500 mil em dinheiro público. Na categoria “encontros sem decoro” dessa res-pouco-pública, despontam a reunião entre Fux e Lira para questionar decisão liminar de Rosa Weber que exigiu quebra de sigilo da compra do centrão (mas depois se rendeu às pressões indecorosas e voltou atrás). Também a cerimônia de entrega da cidadania piauiense ao presidente do STJ, Humberto Martins, na presença de Ciro Nogueira e Kassio Nunes. Na categoria “João Doria já foi a Dubai, você também?” aparece o desembargador fluminense Marcelo Buhatem, presidente da Associação Nacional de Desembargadores, que integrou a comitiva bolsonarista da Expo Dubai na companhia dos filhos do presidente, ministro do Turismo, secretário de Cultura, general Heleno etc. Na categoria “não posso mais nesse miserê”, nada parece bater esse obelisco da criatividade magistocrática chamado “programa de aposentadoria incentivada”, que dribla a Constituição e antecipa aposentadoria numa pedalada contábil. Também a retirada de pauta da PEC que reduz férias magistocráticas de 60 para 30 dias. Usam férias como negócio. Servem para vender, não dá para abrir mão. Ou o juiz alagoano, cuja empresa recebeu R$ 17 milhões de verba emergencial do Ministério do Turismo para a pandemia e construiu resort. Na categoria “esse livro já tá qualquer coisa”, livro de homenagem a Augusto Aras editado por outro astro na história das ideias, Dias Toffoli, já homenageado, contou com artigos de seis ministros do STF e de parte do ilarilariê de Lisboa. O que seria da magistocracia não houvesse advocacia que a corteje? Uma espécie de avacalhação do ritual acadêmico do “Festschrift”, livro que analisa obra de autor no auge da carreira. Confundiram com “festa escrita” e homenagearam autor sem obra, porém com a gaveta mais letal da República. Melhor não avaliar a correlação entre atuação da PGR e a tragédia da pandemia. Esta mereceria categoria própria, mas o comitê não quer cutucar com vara curta e permanece pornograficamente “a postes” para outras sugestões. Leitoras e leitores, podem enviar indicações por rede social, comentário de assinante ou pelas cartinhas juspornográficas que a magistocracia bolsonarista, sensível como dândis de pelica, tem preferido: mandado de intimação, inquérito policial, ação criminal e telefonema milicartista à chefia para alertar que “liberdade de expressão tem limites”. Pois limites a liberdade de expressão tem mesmo, só que em nenhum estágio da vida jurídica inteligente eles correspondem à autoestima do magistocrata. Nem à galhofa contra a covardia autoritária. Muito menos à crítica fundada em fatos e argumentos. Jogar fumaça nesses limites, convertê-los em buzina retórica e poupar o trabalho suado de parametrização jurídica são hábitos da preguiça intelectual incrustada no gene da magistocracia. O significado da liberdade de expressão varia conforme uma noite bem ou mal dormida, uma dor de dente, uma ressaca. Mandar prender e mandar soltar viram espasmos do livre arbítrio magistocrático. E “governo das leis” vira governo de Baco, um bacanal. Assim o autoritarismo vive, com muito dedo em riste, muita palavra de ordem e de ódio, pouca palavra de explicação e respeito, de atenção e cuidado. A magistocracia de pouco estudo vende a dignidade, mas não perde a solenidade. A solenidade de entrega do JusPorn Awards ocorrerá daqui duas semanas. E teremos categorias surpresa. Não deixe de votar.”

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10. PEC

Da Míriam Leitão:

“Essa novela rocambolesca tem mais uma surpreendente etapa. O que foi promulgado ontem entre tanta discussão no Senado foi apenas a manipulação do teto de gastos, porque o tema dos precatórios mesmo ficou “apensado” em outra PEC e será votada na semana que vem. Para quem quer entender esse novo capítulo: ontem foram promulgadas as partes comuns, que foram aprovadas na Câmara e no Senado. Nessa, portanto ficou a mudança de cálculo oportunista do teto de gastos, para pegar uma carona na inflação que inflacionou o teto. Isso dá ao governo para gastar mais R$ 62 bilhões, podendo ser mais se a inflação terminar acima de 10% como se calcula. Mas há outros R$ 46 bilhões resultado no calote de parte das dívidas judiciais. A proposta é de criar um subteto para o pagamento desses precatórios, e quando ficar acima disso será rolado. Nesse ponto houve mudanças no Senado. O tempo para uso desse expediente de pagamento de dívida diminuiu em dez anos, há uma hierarquia do pagamento desses precatórios que foram estabelecidos pelo Senado, inclusive lá se tirou a dívida do Fundef desse mecanismo de adiamento dos pagamentos. Como foi muito alterado será votado na semana que vem. Em resumo, tudo foi feito falando que era a PEC dos Precatórios e o que foi promulgado até agora nada tem em relação a isso. E sobra para explicar a briga entre a senadora Simone Tebet e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco. Alguns senadores, não apenas Simone, acusaram Pacheco de ter mudado a redação de um ponto que acabou promulgado. No Senado, eles tinham exigido que todo o dinheiro dessa manobra contábil fosse para pagar o Auxílio Brasil e para a seguridade social. Isso é que sumiu, dando mais liberdade ao governo para gastos em ano eleitoral. Não percam os próximos capítulos dessa novela mais enrolada do ano. [O Globo]

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11. Fome

Mais um relato brutal:

“”A última vez que comi carne já tem mais de um mês. Foi quando ajudei a tirar o couro de uma vaca”. Em Senador Elói de Souza, município do Rio Grande do Norte em estado de calamidade pública pela seca, Adailton Oliveira lembra, emocionado, que o animal agonizava de fraqueza, faminto, e foi abatido pelo dono. Os pedaços foram repartidos onde caíram. Adailton, 52, conta que ficou com “a mão”, uma das patas dianteiras. Com a mulher, Sebastiana, fez o pedaço render por 20 dias no fogão à lenha improvisado. Alimentos ali estão contados. Os R$ 170 do Bolsa Família “não dão para nada”, afirma, e o auxílio emergencial da pandemia é passado. “Ao invés de deixar a vaca para urubu e cachorro, a gente tem que comer”, diz o agricultor. “É isso porque não tem outro jeito. Sem chuva não se planta o que comer e se acabam os animais. Também não existe mais passarinho para desfrutar, e a gente não tem condição de pedir no mercado ‘bota 1 kg de carne com osso’. A gente tem que pegar os bichinhos para fazer a mistura.” Os relatos sobre a fome na região potiguar se somam aos de outros brasileiros pelo país. Neste ano, ganharam notoriedade imagens de ossos de boi serem disputados por moradores no Rio de Janeiro Janeiro e vendidos como um produto a mais em açougue em Santa Catarina. Em Fortaleza, ossos de carne de primeira e de segunda também foram incluídos na lista de itens de alguns açougues, quando antes eram doados. Duas casas adiante, Deojem Emanuel Gomes da Silva, 57, conta não ter nada na geladeira. O alimento disponível na cozinha é meio quilo de feijão espalhado numa caixa. A renda “é menor que o gás”. O botijão custa R$ 110. “Tudo subiu com a pandemia”, diz com tom de lamento. No almoço, comeu o feijão puro. Ele conta que não é possível recorrer nem aos pequenos répteis, animais que por décadas fizeram parte da dieta dos mais pobres afligidos pela seca no Nordeste. “A mistura, às vezes, é ovo. Às vezes, não tem. Nem calango, nem lagarto tijuaçu tem mais aqui. Eles migram atrás de água.” Há quem diga que os que ficam “são pequenos como lagartixas”. No assentamento onde vive, parte das famílias está “no extremo do extremo”, diz a presidente da associação de moradores, Áurea da Silva, 60. “Não têm nem o Bolsa Família e a renda é a agricultura, porém esse ano não teve nada, não teve chuva”. Cestas básicas da igreja são o que ajuda a salvar. O desemprego acentuado com a pandemia e a queda no poder de compra em 2021 agravaram a insegurança alimentar e a fome. Mais da metade (52%) dos municípios potiguares estão em “seca grave”. A área com esse diagnóstico aumentou, segundo a Ana (Agência Nacional de Águas), e o estado é, no Nordeste, o mais afetado pela estiagem. O governo lançou em outubro um plano estadual de convivência com o semiárido. Paralelo a isso, a Secretaria de Estado do Trabalho, da Habitação e da Assistência Social calcula que 370 mil famílias estejam na extrema pobreza, o maior patamar em uma década. O número de famílias em situação de pobreza também subiu e, frisa a secretaria, aumentou o número de pessoas que sofrem com a fome. São mais de 1 milhão de pessoas, quase 38% da população, na pobreza e na extrema pobreza. “Evidentemente a seca agrava o quadro”, diz a titular da pasta, Iris Oliveira. “Mas tem vários fatores, como a fila de espera no Bolsa Família —várias famílias, desde 2019, 2020, aguardam para entrar no programa e isso dificulta o direito à renda”. A eliminação de postos de trabalho na pandemia e o encarecimento da cesta básica pioram o cenário. “Vários municípios e comunidades tradicionais [quilombolas, indígenas] do estado estão com o mesmo problema da fome. O cenário é de privação de um direito humano essencial para a sobrevivência: o Direito Humano à Alimentação Adequada”, diz a professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, pesquisadora na área de segurança alimentar e integrante do Conselho de Segurança Alimentar do estado, Nila Pequeno. “Essa aquisição de alimentos, da quantidade à qualidade nutricional inadequada, é socialmente inaceitável e rompe padrões de alimentação naturalmente estabelecidos”, afirma a professora, se referindo à busca de alternativas como “pássaros, lagartos e pebas, incomuns para a maior parte da população brasileira, mas há muito retratados nos episódios de seca e fome no sertão nordestino”. O Brasil, observa, saiu do Mapa da Fome da ONU em 2014, mas regride. “O cenário piora desde 2016 com o esvaziamento e desmonte de políticas públicas.”” Em um supermercado local, a crise é retratada pelo aumento na venda de salsicha, mortadela e ovos, mais baratos que a carne, e também pela crescente busca por carcaça de frango. Um funcionário, que pediu para não ser identificado, contou que muitos até brigam pelo “ossinho de sopa”, que custa R$ 6 o quilo. A procura por xaxado ou pelanca, a gordura da carne de primeira, também subiu. A loja oferece de graça. A maioria pede alegando ser para o cachorro, mas fica claro que são as pessoas que vão comer essas partes, diz o funcionário. José Vicente, 46, é um dos clientes que busca alternativas. Safra para subsistência da família, ele conta, está zerada e depende de sacolões doados. Desempregado, ele aponta o botijão de gás vazio. Fogo, só à lenha. Francisco Horácio, 60, lamenta ainda a perda de seus animais. “Peço a Deus que melhore porque, se não melhorar, ninguém resiste”, diz ele, se referindo à esperança de chuva, em meio à vegetação seca, onde 3 das 11 cabeças de gado que perdeu estão estendidas. O cheiro de uma delas, morta poucos dias antes, se espalha pelo ar, e a decomposição do bicho faz da carne um prato apenas para insetos, e outros animais. A família espera conseguir comprador para cinco animais que ainda resistem e levantar algum recurso para o sustento. Hoje, dependem de doações de parentes para comer. Sheila Silva, 37, e o marido, Carlos, contam que também travam lutas diárias para garantir comida. “Passo uma situação difícil”, diz em prantos. “Já cheguei a pensar ‘meu Deus, o que vou fazer para janta’, ter só arroz em casa e a enganar meus filhos com qualquer coisa: açúcar com farinha, ou só farinha mesmo.” [Folha]

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Aras diz ao STF que vê ‘ações concretas’ do governo contra fogo no Pantanal
“O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou, nesta terça-feira, 7, ao Supremo Tribunal Federal, manifestação contrária à ação que pede a elaboração de um plano do governo federal para impedir o desmatamento no Pantanal. Na avaliação do chefe do Ministério Público Federal, as atribuições relacionadas às políticas públicas de proteção ambiental são dos Poderes Executivo e Legislativo, que tem “representantes eleitos e pessoal técnico com expertise específica para lidar com a questão”. “O Judiciário há de pautar a aplicação dos princípios da prevenção, da precaução e da proibição do retrocesso ambiental de forma a velar pela preservação da esfera de tomada de decisão política e administrativa, atribuída constitucionalmente às instâncias democráticas e representativas”, argumenta Aras. O PGR diz ainda que “existem ações concretas do Poder Público voltadas a minimizar ou a frear os efeitos dos incêndios”. Segundo o Ministério Público Federal, a ponderação leva em consideração informações apresentadas pela Presidência da República, com dados do Ministério do Meio Ambiente, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação de Biodiversidade (ICMBio). “Substituir a atuação dos Poderes Legislativo e Executivo pelas ações pretendidas pelos requerentes representaria ingerência do Judiciário no mérito das ações adotadas, para impor determinado modo de agir em sobreposição aos órgãos competentes, providência incompatível com o objeto da ADPF e com a própria função jurisdicional”, sustenta Augusto Aras. Em setembro, uma coalizão de 32 entidades de defesa do meio ambiente chegou a pedir prioridade na tramitação do caso que era de relatoria do ministro Marco Aurélio Mello, que se aposentou em julho. Em carta enviada aos ministros, o grupo acusou omissão do Planalto e dos governos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul diante dos riscos ao bioma. Agora o processo deve ser herdado por André Mendonça, ex-advogado-geral da União do governo Bolsonaro. A posse do novo ministro será realizada no dia 16 de dezembro”

Bolsonaro amplia acesso de alunos de escolas privadas ao Prouni
“O presidente Jair Bolsonaro (PL) editou medida provisória (MP) nesta segunda-feira (6) ampliando acesso de alunos egressos de escolas privadas no Prouni (Programa Universidade para todos). Hoje podem participar quem estudou em escola pública e quem fez ensino médio em escola particular com bolsa integral. A medida vai ampliar o acesso para estudantes pagantes ou que tiveram bolsa parcial em instituições privadas no ensino médio. O governo também tirou a previsão de bolsas de 25% nas instituições de ensino superior, permitindo apenas as integrais e de 50%. Essas novidades, contudo, passarão a valer apenas a partir de 1º de julho de 2022. As demais mudanças no texto, por se tratar de MP, tem caráter imediato. O ministro da Educação, Milton Ribeiro, é egresso do sistema privado de ensino superior. Foi vice-reitor da Universidade Mackenzie, em São Paulo, no início dos anos 2000. Segundo o Planalto, o objetivo é “ampliar as políticas de inclusão na educação superior, diminuindo a ociosidade na ocupação de vagas antes disponibilizadas e promover o incremento de mecanismos de controle e integridade e a desburocratização.” Outra novidade é que a proibição de acumulação de bolsas de estudo do Prouni e a concessão delas a estudantes já matriculados. Quem tiver 75% do curso concluído também não poderá mais participar. Além disso, a medida provisória passa a dispensar o MEC (Ministério da Educação) de apresentação de documento que comprove renda familiar mensal bruta pelo estudante e comprovante de situação de pessoa com deficiência, quando essas informações já estiverem presentes em bancos de dados do governo.”

Haddad diz que mudanças no Prouni feitas por Bolsonaro são ‘um nojo’
“”Foram quase 3 milhões de jovens, pobres, pretos e periféricos beneficiados. O Arthur Lira [presidente da Câmara dos Deputados] deveria devolver para o Planalto esse lixo”, afirmou Haddad à coluna. Ele afirma também que Bolsonaro fez ainda pior: acabou com a regulamentação das entidades filantrópicas ao revogar o artigo 10 da lei que criou o Prouni. Ela estabelecia regras para o enquadramento de instituições que, sendo consideradas filantrópicas, têm isenção de impostos. Entre outras coisas, elas tinham que dar uma bolsa a cada nove estudantes pagantes e investir 20% de sua renda bruta em gratuidade. Agora, vão poder funcionar sem regras objetivas, diz o ex-ministro. “É a volta da ‘pilantropia’, termo que não era usado há décadas no Brasil”, afirma.”

Mais 34 pesquisadores ligados à Capes renunciam e total chega a 114
“Um novo grupo de pesquisadores renunciou às atividades relacionadas à Capes, o órgão do governo federal responsável pela pós-graduação no país. Ligado ao MEC (Ministério da Educação), a Capes sofre com renúncias desde o fim de novembro por descontentamento com as lideranças. Três coordenadores e 31 consultores da área de Engenharia divulgaram carta na noite desta terça-feira (7) anunciando o desligamento. Com isso, já são 114 os pesquisadores que se afastaram. A informação foi revelada pelo jornal O Globo. Esses profissionais trabalham nos processos de avaliação do sistema de pós-graduação do país, organizado por áreas de pesquisa. Os coordenadores são nomeados pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) após indicação da comunidade científica para mandatos de quatro anos. Eles indicam outros dois coordenadores de cada área e os assessores. Eles não são servidores da Capes, mas têm importância central no processo de avaliação. Essa é a quarta área de avaliação atingida pela debandada. Nos últimos dias, pediram renúncia coletiva os coordenadores e consultores das áreas de astronomia/física, matemática/probabilidade e estatística e química. A engenharia é dividida em quatro subáreas e a renúncia desta terça refere-se a um agrupamento que abriga as engenharias aeroespacial, mecânica, naval e oceânica e de produção. Os pesquisadores criticam pressão para acelerar ações de abertura de novos cursos, para aprovar ofertas a distância e um suposto descaso das lideranças da Capes na retomada da avaliação dos programas. A avaliação quadrienal da pós-graduação foi interrompida por decisão judicial mas, na última quinta (2), a Justiça autorizou sua retomada. “Esta decisão decorre da convicção, por esta equipe, de que não há condições, neste momento, de se produzir uma avaliação dos programas de pós-graduação com a qualidade necessária para o cumprimento de seu papel de orientadora das políticas públicas para o desenvolvimento da pós-graduação brasileira”, diz carta da área de Engenharias III. Na carta, o grupo ataca sobretudo as indefinições que cercam o processo de avaliação, que compreende o período de 2017 a 2020. A decisão judicial permitiu a retomada dessas atividades, mas não a sua divulgação. “A falta de garantia de que o resultado da avaliação será tornado público fere os princípios da transparência e do respeito à comunidade acadêmica, que sempre nortearam os trabalhos desta Comissão”, diz o texto, que também aponta demora da Capes no recurso à decisão judicial que travou a avaliação e ausência do PNPG (Plano Nacional de Pós-Graduação) para o decênio 2021-2030. “A falta do PNPG coloca o Sistema Nacional de Pós-Graduação à deriva, sem condições que deem previsibilidade aos programas de pós-graduação quanto aos rumos a serem seguidos.” 1 12 Ministério da Educação com Milton Ribeiro”

Médica negacionista faz palestra antivacina no Clube Militar e diz que o ‘Ministério da Saúde precisa ser investigado’
“A médica otorrinolaringologista Maria Emília Gadelha Serra faz neste momento uma palestra antivacina no Clube Militar do Rio de Janeiro. O evento é intitulado Passaporte Sanitário: eventos adversos das vacinas contra Covid-19 e os riscos para a segurança nacional. A médica é presidente da Sociedade Brasileira de Ozonioterapia Médica (Sobom), que defende o tratamento precoce para pacientes de Covid-19. No Instagram do Clube Militar do Rio, 15 seguidores acompanham a palestra ao vivo. Entre as declarações negacionistas, ela já afirmou que “o Ministério da Saúde precisa ser investigado” por indicar as vacinas de Covid-19 à população. Ao longo da palestra, a médica apresenta dados de pessoas que tiveram reações após terem se imunizado com as vacinas disponíveis no País. Depois de considerar um absurdo o incentivo à vacinação no País “diante de situações adversas”, a médica disse que o Ministério da Saúde deveria se chamar ‘Ministério da Doença’’.”

Daniel Silveira apresenta projeto que cria entrave para vacinação de crianças e adolescentes
Enche o cu de anabolizante e remédio pra cavalo e vem questionar vacinação, porra?!

Governo Bolsonaro vacinou contra Covid apenas 44% dos indígenas
“Por muito tempo, as fake news fizeram Patkore Kayapó ter medo da vacina da Covid-19. Delia Benites temeu morrer, mesmo imunizada, após a filha adolescente carregar o vírus para casa. Já Edney Samias se preocupa com os parentes evangélicos não vacinados. Os três personagens ouvidos pela Repórter Brasil vivem em diferentes partes do Brasil, mas compartilham uma experiência comum: assistem diariamente ao fracasso do governo federal em imunizar os indígenas contra a Covid. Quase um ano após o início da campanha, o Ministério da Saúde ainda não completou a imunização nem da metade dos 755 mil que vivem em Terras Indígenas (TIs), mesmo eles sendo parte do grupo prioritário. Apenas 44% de quem vive em aldeias receberam as duas doses da vacina contra a Covid, segundo levantamento da reportagem com base no monitor de vacinação indígena e no informe epidemiológico da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), ambos do ministério. Não há dados sobre doses de reforço. O baixo ritmo de imunização dos indígenas deve-se às fake news, à influência de igrejas evangélicas nas TIs e ao discurso antivacina do presidente Jair Bolsonaro (PL), de acordo com lideranças, organizações indígenas e especialistas em saúde. Além disso, eles apontam a incapacidade do Ministério da Saúde em barrar essa onda negacionista e sua lentidão com a vacinação dos adolescentes indígenas, iniciada com atraso. A resistência de Patkore e de outros indígenas está relacionada aos discursos negacionistas atuais e ao contexto político. Isso porque, historicamente, a vacinação costuma ser bem aceita entre indígenas. A pesquisadora Ana Lúcia Pontes, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), lembra que, na campanha contra influenza em 2020, foram vacinados 94% dos indígenas acima de 6 meses em 90 dias.”