Dia 505 | O mais verme dos vermes | 20/05/20

Logo menos atualizo o podcast por aqui. E Você ouve os episódios lá na Central3: [Central3]

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1. A fatídica reunião

Celsão tá putíssimo, folgo em saber:

“O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, ficou incrédulo com o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, segundo o Estadão apurou.” [Estadão]

O Medo e Delírio tem imagens excluisvas do Celsão assistindo à demência ministerial:

“Fontes que acompanham o caso avaliam que, hoje, a tendência do ministro é atender ao pedido do ex-ministro Sérgio Moro e levantar o sigilo da íntegra do vídeo do presidente Jair Bolsonaro com seus auxiliares, em nome do interesse público. Celso já destacou em uma decisão do início deste mês “não haver, nos modelos políticos que consagram a democracia, espaço possível reservado ao mistério”.”

“Celso de Mello é conhecido pelas decisões aprofundadas, elaboradas, repletas de grifos, negritos, trechos sublinhados e citações a especialistas e à jurisprudência da Corte. Em nota divulgada na última segunda-feira (18), o decano prometeu liberar a decisão sobre o sigilo até esta sexta-feira. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse ao Estadão que defende a divulgação integral do vídeo da reunião. “É princípio básico da administração a publicidade”, afirmou.”

Celsão deve ter ficado mais puto com o Aras que com a reunião:

“A posição de Aras é ainda mais restritiva, pró-Bolsonaro, do que a própria Advocacia-Geral da União (AGU), responsável pela defesa do presidente. A AGU se manifestou a favor da divulgação de todas as falas de Bolsonaro na reunião. “O procurador-geral da República não compactua com a utilização de investigações para servir, de forma oportunista, como palanque eleitoral precoce das eleições de 2022”, escreveu Aras.”

Sim, a PGR defendeu mais o presidente que a porra da Advocacia-geral da União, cujo papel é… defender o presidente!

Ah, dia desses eu apontei aqui que o número 2 da PF pediu para depor de novo, repare no pequenino detalhe que ele havia esquecido:

“As novas declarações do delegado Carlos Henrique Oliveira, diretor-executivo da Polícia Federal, indicam uma contradição nas versões de Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro no inquérito que apura as acusações feitas por Sergio Moro. O depoimento, nesta terça (19), sugere que Ramagem ocultou dos investigadores que a troca do comando no Rio estava definida. A mudança atendia o desejo do presidente e é considerada elemento importante da interferência na PF. Oliveira foi promovido a diretor-executivo pelo novo diretor-geral, Rolando de Souza, como seria também com Ramagem. O diretor da Abin foi perguntado se teria planos para mudar o Rio, mas deu resposta vaga. No depoimento desta terça, o delegado foi claro em dizer que além de ter sido procurado, aceitou o convite.” [Folha]

E o Ramagem, Costinha?!

Alguém ficou com o cu na mão e foi correndo retificar depoimento. E não foi só uma retificação não:

“Disse que, no segundo semestre de 2019, Ramagem o chamou para uma reunião com Bolsonaro no Planalto. Na época, ele chefiava a PF em Pernambuco e era cotado para o cargo no Rio. O encontro, noticiado pelo Painel na semana passada, foi fora dos padrões, uma vez que nem o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nem o então ministro da Justiça, Sergio Moro, compareceram. Além disso, os indicados para as demais superintendências não foram convidados para agenda com o presidente. Moro e Valeixo, segundo o depoente, foram comunicados da reunião e a autorizaram. Eles não teriam participado, segundo ele, porque estavam fora de Brasília. O número 2 da PF contou que estava na capital federal para um curso de formação de policiais, mas já havia um convite prévio de Ramagem para a agenda. Ele disse que já era público, na ocasião, que estava cotado para a PF no Rio. Afirmou que, em cerca de 30 minutos, Bolsonaro fez uma explanação de sua trajetória até a eleição e dos desafios que enfrentou. Questionado se o mandatário fez algum questionamento sobre investigações no Rio, Oliveira disse que não e que nenhum objetivo específico para a audiência lhe foi relatado. “Ramagem apenas pontuou que seria importante o depoente conhecer o presidente Bolsonaro”, diz transcrição da oitiva desta terça, à qual a reportagem teve acesso.” [Zero Hora]

“A oitiva também mostrou que os investigadores já buscam suspeitos do suposto vazamento para Flávio Bolsonaro. Perguntaram sobre policiais com relação com a família e também sobre o agente Bruno Malvacini, citado pelo delegado Alexandre Saraiva como intermediador de uma reunião com o presidente.”

Fico imaginando os policiais, seja o vazador ou não, correndo pra apagar todas as postagens pró-Bolsonaro. E repare na loucura, o nome desse Malvacini já havia sido citado pelo Alxandre Saraiva, outro delegado da PF:

“Saraiva relatou que, após Bolsonaro ter sido eleito, foi sondado para ser ministro do Meio Ambiente e que o responsável por fazer a ponte com o então presidente eleito foi Malvacini. Saraiva esteve Bolsonaro e ambos conversaram por volta de duas horas sobre temas ligados a questões ambientais”

Delegado no meio-ambiente, viado! Se bobear era melhor que o Salles.

Também teve depoimento do diretor de intligência da PF:

“Também prestou depoimento nesta terça-feira o diretor de inteligência da PF, Cláudio Ferreira Gomes. O diretor afirmou que nunca recebeu notícia sobre uma suposta falta de atuação da PF no fornecimento de informações de inteligência ao chefe do Executivo, como reclamou Bolsonaro em reunião em 22 de abril. Segundo ele, o departamento que chefia atendeu a todos os pedidos feitos pelo Sistema Brasileiro de Brasileiro de Inteligência, que conta com com a participação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.”

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Os generais mentiram pra caralho, não foi pouco não.

E Bebianno continua aterrorizando os Bolsonaros:

“O ex-ministro Gustavo Bebianno, que morreu em março, já tinha revelado a autoridades de quem era amigo que um delegado da Polícia Federal tinha vazado informações de investigações que envolviam Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, ao filho do presidente Jair Bolsonaro na época da campanha eleitoral. Uma das autoridades afirmou à coluna que Bebianno contou a história com a mesma riqueza de detalhes da narrativa feita agora pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro, à Folha. Em dezembro, Bebianno revelou ao UOL que a investigação sobre Flávio tinha sido “brecada” para não causar prejuízos eleitorais. E disse: “Sobre isso vou falar na hora certa”.” [Folha]

Encerro com o Gaspari:

“A entrevista do empresário Paulo Marinho à colunista Mônica Bergamo recolocou no centro da mesa a mesma pergunta: por que o presidente Jair Bolsonaro demitiu seu chevalier servant, o ex-PM Fabrício Queiroz, no dia 15 de outubro de 2018, uma semana depois do primeiro turno da eleição e duas semanas antes do segundo? Quando o Ministério Público investigava suas atividades, Queiroz queixou-se da falta de ajuda, sentindo-se ameaçado. Achava que os procuradores tinham um objeto “do tamanho de um cometa para enterrar na gente”. O que seria uma história de 2018 juntou-se a uma encrenca de hoje, com a denúncia do ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF do Rio de Janeiro, onde havia servido o delegado Alexandre Ramagem. Ele cuidou da Operação Cadeia Velha, que investigava malfeitorias na Assembleia Legislativa.” [Folha]

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2. R$ 600

Esses gênios da raça humana não entenderam que o auxílio emergnecial terá que durar muito mais que 3 meses.

“Vamos tornar mais robusto e focalizado os programas sociais. Vamos agora jogar mais R$ 600 aí. Agora, quando acabar esse prazo, em vez de tirar de uma vez só, vamos fazer um phase out (eliminação em fases). Não é que nós vamos prorrogar, porque não temos fôlego financeiro para fazer a gastança que está aí, mas vamos ter que suavizar a queda. Em vez de cair tudo de uma vez, nós vamos descer mais devagar um pouco” [UOl]

Eu adoro o uso do verbo “jogar”, mostra bem a mentalidade dele. E Guedes é incapaz de entender o conceito de orçamento de guerra, expressão usada pelo FMI. é óbvio que o governo tem dinheiro. Ora, não fazemos parte dum bloco como a UE, imprimimos dinheiro, definimos política monetária e por aí vai, não fode.

“Guedes aposta que o país vai registrar uma trajetória de crescimento em V após a crise do coronavírus. O formato, no entanto, seria semelhante ao do logotipo da Nike (com a segunda perna do V mais deitada), indicando uma recuperação mais lenta da atividade. “É um V da Nike. Sobe devagar. Ainda acho que o Brasil está nessa posição, ainda tem capacidade de fazer recuperação relativamente rápida. Isso é o que acredito. Mas vamos ter que entrar em campo para fazer isso acontecer daqui a 30 dias”, disse.” [Folha]

Porra, o símbolo da Nike não é um V nem fodendo, não faz nem sentido comparar a marca do NIke com qualquer tipo de gráfico, porra, simplesmente porque se o eixo horizontal for temporal a marca começa num ponto temporal e volta na porra do tempo, caralho!

Do Vinícius Torres Freire:

“Os auxílios emergenciais de R$ 600 e o gasto estimado pelo governo com seguro-desemprego extra devem somar uma despesa de R$ 52,3 bilhões por mês, em uma hipótese conservadora. É o equivalente a 25% de toda a massa de rendimentos mensais do trabalho de março de 2020, segundo dados da Pnad, do IBGE… Note-se de passagem que não temos a menor ideia de quanto foi a perda de rendimentos nem mesmo em abril passado, que dirá nos três meses em que, por ora, vão valer os benefícios emergenciais e de seguro-desemprego extra. As perdas serão pavorosas, mas não há por enquanto nenhuma medida nem mesmo indireta do tamanho do desastre. Pode ser que o pagamento de benefícios seja ainda maior. Este primeiro cenário se baseia no número de pessoas que já foi autorizada a receber o auxílio emergencial, cerca de 58,7 milhões. Nas contas da Instituição Fiscal Independente (IFI), pode ser que quase 79,9 milhões de pessoas recebam o auxílio emergencial, uma despesa mensal média de R$ 51,5 bilhões. É o cenário-base da IFI, órgão independente de acompanhamento e análise das contas públicas, ligado ao Senado. Somadas à despesa média com seguro-desemprego (na estimativa do governo), seriam R$ 68,5 bilhões. Equivale a mais de 32% da massa mensal de rendimentos de março. Nesta terça-feira (19), o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, também disse que o auxílio pode chegar a 80 milhões de pessoas. Ele e outros integrantes do Ministério da Economia dizem que não será possível prorrogar o programa, nesses termos e valores, além de três meses.” [Folha]

Esses dementes não têm a menor idéia do tamanho do buraco em que estamos enfiados, até o mansueto, o mais são da equipe econômica, tá fazendo cosplay de stevie wonder:

“Não temos nem plano federal de lidar com a epidemia, só ideias lunáticas e perversas que a tornam ainda pior.”

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3. Covid-17

Bolsonaro é simplesmente o mais verme dos vermes:

“No dia em que o Brasil registrou 1.179 novas mortes em 24 horas por Covid-19, o governo federal ignorou a escalada de óbitos em propaganda oficial ao destacar o que chama de “placar da vida”. A resposta veio em críticas de internautas nas redes sociais. “Com mais de 106,7 mil brasileiros curados da Covid-19, o Brasil avança no combate ao #coronavírus. Até 19h desta terça-feira (19), foram registrados também 146.863 casos em tratamento. A batalha do Governo Federal para salvar vidas continua”, diz o texto na conta da Secom (Secretaria de Comunicação) no Twitter. Na publicação, compartilhada também pelo Ministério da Saúde, há ainda uma imagem onde se lê “Placar da Vida” e a hashtag #NinguémFicaPraTrás.” [Folha]

Bem, TODOS os mortos ficaram para trás. E eis o único comentário possível:

“Goebbels aplaude vocês da comunicação desse governo”, publicou outro, fazendo referência a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista.”

Lembrando que Bolsonaro não queria dimitir o nazistinha que emulou Goebbels ao som de Wagner.

“Na quarta-feira (18), a Secom já havia ignorado o número de mortes no país por causa do coronavírus em duas publicações. Na mesma linha de alguns ministros do Palácio do Planalto, a comunicação do governo também criticou os que “focalizam a morte”. “Hoje o Brasil comemora 100 mil vidas salvas em meio à crise mundial. Mais precisamente, 100.459 pessoas curadas em todo o país. Enquanto muitos focalizam a morte, o Governo do Brasil trabalha pela vida e celebra a vida”, diz o texto da Secom, também alvo de críticas.”

Bolsonaro, o julgamento que jurou menos de 800 mortes no TOTAL, nada falou sobre as mais de mil mortes por dia:

“Nesta terça, Bolsonaro não falou com os jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada. Em uma entrevista na internet, não fez qualquer comentário sobre o recorde de mortes, mas fez piada sobre a politização acerca do uso da hidroxicloroquina —medicamento sem comprovada eficácia contra a doença. “Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, ironizou, referindo-se a uma marca de refrigerante.”

Repito, o mais verme dos vermes, o suejito que jura ser um milagre ambulante em missão divina, o que me leva a essa imagem:

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Sim…

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“Bolsonaro afirmou que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinará na manhã desta quarta-feira (20) novo protocolo que permitirá o uso da cloroquina em pacientes em estágio inicial de contágio do coronavírus.​”

Imagina que louco se um general tivesse culhão de socar a mesa e mandar o Bolsonaro à merda…

E Bolsonaro, pra loucura dos poucos milicos lúcidos, já avisou que o general fica onde está:

“Ele [Pazuello] vai ficar por muito tempo, esse que está lá. Não vai mudar não. Ele é um bom gestor, vai ter uma equipe boa de médicos abaixo dele”

O sujeito enchendo o ministério de militares e o presidente tem a cara de pau de dizer isso. E o general ai ficar lá porque le é capaz de proezas como liberar uso de cloroquina para casos leves, a falta que faz um bom advogado…

“Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clinicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da COVID-19. Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, conforme modelo anexo.”

Veja com seus olhos o tal documento: [Poder360]

E o Exército cheio de cloroquina, como não dá pra fingir que nada aconteceu é preciso enfiar os comprimidos goela abaixo dos brasileiros pra não dr meda para o governo.

O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFex), que usualmente produz 250 mil comprimidos a cada dois anos, criou um estoque de 1,25 milhão em menos de um mês. Em termos absolutos, só a Apsen teve um aumento maior de estoque, passando de 5,1 milhões para 8,3 milhões. O estoque disponível no país de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina aumentou 30% em menos de um mês, de acordo com dados da indústria farmacêutica e do Exército compilados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Marinha, que já atua na confecção de embalagens, agora avalia também entrar na produção. Exército e Ministério da Saúde não responderam quanto já gastaram com a produção e compra de cloroquina, hidroxicloroquina e insumos.” [O Globo]

Tá explicada a MP absolvendo autoridades de erro durante a pandemia.

Encerro com esse lindo tuíte:

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4. Sobre a imunidade de rebanho

Textaço do Gonzalo Vecina:

“Mas como acabar com uma epidemia? Basicamente há três maneiras:

1) O vírus deixa de circular. É a estratégia de Wuhan. Um lockdown violento, ninguém se move por 14 dias e quem estava infectado ou morre ou se cura e o vírus diminui sua circulação. A partir daí se estabelece uma política de testagem agressiva e se controla quem sai e entra de forma muito rigorosa.

2) Se cria uma vacina eficaz e segura.

3) Se alcança a imunidade de rebanho. Aqui significa conseguir que ao menos cerca de 70% da população tenha a doença. No Brasil, algo como 147 milhões de pessoas. Com essa massa de pessoas imunizadas – tiveram a doença e morreram ou a derrotaram e, portanto, estão imunes por algum tempo – se estima que o vírus para durante algum tempo de circular. Com novos nascimentos e a entrada de migrantes a situação tende a se reverter.

No caso do Brasil as saídas 1 e 2 não fazem parte do cenário de curto prazo. Só resta a saída 3. Mas para que 147 milhões de pessoas tenham a doença, temos de levar em conta que 15% serão internados em hospitais e 5% em UTIs. No total serão 29,4 milhões de pessoas. O SUS interna algo como 20 milhões/ano. O impacto de mais uma vez e meia as internações de um ano seria insuportável para o sistema de saúde. E ainda existem as mortes – levando em conta uma das taxas de letalidade mais baixas citadas nos estudos que é de 0,36%, teremos cerca de 529 mil mortes! A questão é em quanto tempo: um ano, dois? Depende de nossa capacidade de impor o isolamento social, do contrário iremos discutir a falência dos cemitérios.

De qualquer forma, começam a aparecer as primeiras estimativas de número de pessoas imunes na sociedade e, por mais atrevidas que sejam, não passam de 5%. Ou seja cerca de 11 milhões de brasileiros estão imunes. O que fazer até a vacina chegar sem passar por um genocídio? Isolamento social até ocorrer queda consistente do número de casos e mortes por duas semanas e daí relaxa aos poucos e, se o número voltar a aumentar, deixar as regras mais duras de novo até chegar a vacina, pois não creio que vamos chegar à imunidade de rebanho.

Paralelamente a isso, fortalecer a capacidade de gestão dos leitos do SUS estaduais e municipais organizados em um fila única e incorporando leitos privados contratados e ou requisitados. Fortalecer e pôr para funcionar a atenção primária à saúde para atender os casos que estão no início por meio de estratégias inovadoras baseadas em telemedicina e na presença dos agentes comunitários de saúde adequadamente protegidos por EPIs e realizando testagem em larga escala.

Exige-se aprimoramento de nossos sistemas de acompanhamento epidemiológico. Muita difusão de informação sobre medidas de higiene, sobre o comportamento social – uso de máscaras e distanciamento – e principalmente, criar adequadas políticas de proteção social de pobres e marginalizados.” [Folha]

E a gente, Costinha?

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5. Toma-lá-dá-cá virtuoso

Que leitura deliciosa:

“Em julho de 2018, Carlos Jordy, em franca campanha para ser eleito deputado federal e querendo pegar carona no discurso antiestablishment do então candidato Jair Bolsonaro, escolheu um adversário para atacar no Congresso. “Olha o centrão buscando manter tudo como sempre foi. Interferência estatal para manter as pragas dos sindicatos que apenas servem para sugar impostos e levantar bandeira político-partidária. Esse é o [Geraldo] Alckmin e a aliança de centro.” A manifestação dizia respeito a negociações de Alckmin, na época presidenciável pelo PSDB, com líderes de partidos do chamado centrão para formalizar uma ampla aliança eleitoral. Menos de dois anos depois, na aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o mesmo centrão, Jordy, hoje deputado federal do PSL eleito pelo Rio de Janeiro, teve uma mudança de paradigma. “Não vejo problemas na aproximação com o centrão”, afirmou. “Precisamos trabalhar com as peças do tabuleiro.” [Folha]

Entendeu? Esse virtuoso governo está se aliando por necessidade, vai ver Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer negociavam com essas figuras pelo prazer de ser extorquido.

“Jordy, por exemplo, defende que Bolsonaro rompeu com o presidencialismo de coalizão de outros governos. “Isso era feito no início do mandato pelo chefe do Executivo, que pegava partidos com maioria na Câmara e loteava estatais para que os partidos votassem com ele.” Para o parlamentar, o governo Bolsonaro adota critérios técnicos nas nomeações.”

Tão técnico que dois ministros da saúde foram demitidos em plena pandemia e no lugar entrou um general especialista em… logística.

“Jordy não é o único bolsonarista a sair em defesa da aproximação. O também deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) diz que é preciso fazer algumas ressalvas ao tema. “Tem muito exagero e muita fake news envolvendo essa história”, afirma, em referência à notícia de que o Porto de Santos estaria envolvido nas negociações. À Folha o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), confirmou que houve oferta de cargos por apoio. “Me ofereceram o porto de Santos e eu não vou aceitar, não vou para o governo uma hora dessas”, afirmou. Barros também recorre à analogia de peças do tabuleiro para justificar a aproximação com o centrão. “As peças do tabuleiro quem coloca é a população. E o presidente tem que conversar com todas as peças desse tabuleiro”, diz. “‘Ah, o presidente está conversando com Arthur Lira’. Tá, mas ele foi eleito. Então da próxima vez as pessoas não o elejam. Se existe um carguinho aqui ou outro acolá na base do parlamentar, esse carguinho primeiro que não tem ingerência nenhuma sobre a vida política do ministério.Qual é o impedimento que um parlamentar tem em fazer uma indicação técnica? Nenhum.”

E o Bob Jeff, hein?!

“Na verdade, o presidente não está se aproximando exclusivamente do Roberto Jefferson, está abrindo diálogo com várias figuras de centro para tentar governar”, avalia o deputado Cabo Junior Amaral (PSL-MG), ilustrando a crise existencial do bolsonarismo-raiz. “Infelizmente, algumas dessas pessoas que eu desprezo, e aí não estou me referindo exclusivamente ao Roberto Jefferson, mas a algum deles que prefiro não nominar, o presidente precisa trazer para perto. Já o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) conjectura que a aproximação com Jefferson é “totalmente investigativa” e busca descobrir o que o centrão está articulando contra Bolsonaro. “Você se aproximar para poder sugar todas as informações, sugar tudo o que as pessoas estão precisando saber, acho que é normal. A aproximação não é institucional nem profissional. O fato de estar levantando as questões, não sei se são ilações ou se são verdade, mas ele tem um know-how [conhecimento] muito extenso para poder falar. Acho que está se aproximando para poder entender o que está acontecendo”, afirma. Ainda assim, há dentro do grupo de bolsonaristas aqueles que não queiram minimamente se associar ao delator do mensalão. “Para mim não faz sentido algum [a aproximação de Bolsonaro com Jefferson]. Não aceito apoio nenhum do Roberto Jefferson. Para mim, apoio dele não me serve”, afirma o deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS).​”

Enqaunto isso, no palácio:

“Ministros das áreas econômica, de infraestrutura, de energia e ciência pediram ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (19) apoio do chamado centrão à agenda de privatizações e concessões de suas pastas. Ao longo do dia, Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Assessores do governo afirmam que Guedes articula amarrar a troca de cargos por apoio a Bolsonaro no Congresso ao engajamento dos novos aliados à agenda de desestatização. O esforço ainda seria uma forma de reduzir o impacto dos gastos futuros das negociações com o centrão. O ministro quer atrair votos de congressistas integrantes de partidos como PL, PP e Republicanos.” [Folha]

Eu AMO essa ingenuidade comovente do Guedes…

“Verbas que estavam bloqueadas no Orçamento foram liberadas para o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional). Essas obras já funcionariam como contrapartida pelo apoio neste momento. A venda de estatais enfrenta resistência tanto na ala militar do governo quanto no Congresso. A Eletrobras foi incluída no Plano Nacional de Desestatização há cerca de quatro anos e o processo está congelado até hoje. A estatal sempre foi um reduto de distribuição de cargos em todo o país. Nas conversas ocorridas no Planalto nesta terça, foram discutidos assuntos diversos relacionados às privatizações.”

Os caras tinham que estar se matando pra oxigenar a porra da economia pelos próximos dois anos e tão falando em… pivatizações! Vender na baixa é uma ótima idéia, seus gênios do caralho!

E se prepare pra um grande show de demência:

“Além de outros entraves de natureza técnica para a licitação do 5G, Pontes também discutiu com Guedes e Bolsonaro quais rumos tomar na privatização dos Correios que, a exemplo da Eletrobras, sempre ajudou politicamente na construção de base de apoio no Congresso por meio de cargos. O que se discute, ainda nos bastidores, seria a viabilidade de uma privatização parcial da estatal. Enquanto isso, cargos de comando poderiam ser destinados ao centrão.”

O Correios tem uma porrada de defeitos, mas querer privatizar a empresa é duma demência sem paralelo. Quem vai fazer entregas nos milhares de municípios deficitários? A iniciativa privada?! Papai Noel mandou lembranças. O que mais me deixa puto é que a resposta desses dementes liberais é privatizar a parte que dá lucro! A parte que dá lucro ajuda a financiar a atuação em municípios deficitários e os caras querem entregar o filé mignon no colo da iniciativa privada!

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6. Enem

Caralho, como é burro…

Isso, democracia direta só com quem tem internet e conta no twitter. E vai ver Abraham pediu ao Jack Dorsey que só pudesse votar quem fosse estudante que vai fazer o Enem desse ano.

PORQUE NEM TODO ESTUDANTE TEM INTERNET, SEU ARROMBADO DO CARALHO!

Esse demente também retuítou a enquete do… Terça Livre, viado!

O irmão do Abraham também retuítou o Terça Livre, que família lamentável:

Enquanto isso, na vida real…

“Para pressionar o governo Jair Bolsonaro e o MEC (Ministério da Educação), os senadores aprovaram um projeto de lei que determina o adiamento das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em razão da pandemia do coronavírus. O texto, de autoria da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), recebeu nesta terça-feira (19) o aval de 75 senadores. O único voto contrário foi o de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).” [Folha]

Um só, viado! Um único voto contrário!

“Agora, a proposta será encaminhada à Câmara. Se houver alterações, o projeto volta ao Senado antes de ir à sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O Senado aprovou o texto poucas horas depois de o ministro Abraham Weintraub (Educação) anunciar, em redes sociais, a realização de uma consulta pública para ouvir estudantes sobre um possível adiamento.”

E Alcolumbre mandou recado ao presidente:

“Durante a votação, o presidente do Senado foi instigado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) a reunir um consenso de todos os Poderes em torno de ações para o combate à pandemia do novo coronavírus. Alcolumbre afirmou que é preciso que Bolsonaro levante “a bandeira branca”. “É chegada a hora de uma reflexão profunda do governo federal. O governo federal precisa, na figura do presidente da República, fazer uma reflexão diante do momento que estamos vivendo. A gente precisa, concretamente, levantar uma bandeira branca”, disse Alcolumbre. Segundo ele, este não é o momento de se colocar interesses individuais acima dos coletivos. “Esses são gestos que podem, no futuro, ser reconhecidos como de grandeza, porque homens e mulheres públicos que têm autoridade e que exercem cargos importantes neste momento precisam ter a consciência de que, de fato, os nossos interesses individuais, os nossos interesses partidários, as nossas questões ideológicas, temos de deixar bem de lado, bem distante e pensar no interesse comum, que é o interesse do Brasil e dos brasileiros, que estão sofrendo, em especial hoje, com os mais de 1.170 homens, mulheres, brasileiros, de todas as regiões do Brasil, que perderam a sua vida.”

bozo

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7. Vai, STF!

“O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu mudar a estratégia na análise de decisões consideradas potencialmente sensíveis para o presidente Jair Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus. De última hora, menos de 24 horas antes da sessão desta quarta-feira, 20, foi incluído na pauta o julgamento da medida provisória do governo que criou um “salvo-conduto” a gestores públicos – o que inclui o próprio chefe do Executivo – por eventuais irregularidades em atos administrativos relacionados à covid-19, como contratações fraudulentas ou liberação de dinheiro público sem previsão legal. Em vez de decidir sozinho sobre o tema, o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, optou por encaminhar diretamente ao plenário o pedido para suspender a vigência da medida. Dessa forma, a decisão na análise de seis ações – da Associação Brasileira de Imprensa e dos partidos Rede, Cidadania, PDT, PSOL e PC do B – não será apenas de Barroso, mas compartilhada pela maioria dos integrantes da Corte, privilegiando, assim, o espírito da colegialidade.” [Estadão]

“Ao optar por uma decisão colegiada no caso de hoje, o Supremo age para se blindar das críticas recebidas pelo excesso de decisões monocráticas (individuais) proferidas por cada gabinete. E também fica mais difícil para Bolsonaro não “engolir” um entendimento formado não por um, mas pela maioria dos ministros do STF. Segundo o Estadão apurou, o movimento foi acertado entre Barroso e o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que vem procurando sustentar um discurso conciliatório e de harmonia entre os Poderes com o chefe do Executivo. Dentro da Corte, a medida provisória editada pelo governo caiu mal – integrantes do Supremo defendem limitar os efeitos do texto, criando regras para esclarecer o seu alcance, ou até mesmo derrubá-lo por considerá-lo inconstitucional. No próprio governo, a equipe jurídica do presidente avalia que essa “pauta súbita não é um bom indicativo” para o resultado do julgamento.”

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8. Hora de concordar com o Guedes, viado!

Não sei se estou pronto para isso…

“O ministro Paulo Guedes (Economia) prevê que o Estado vai se tornar acionista de companhias aéreas por causa da crise provocada pelo coronavírus. Em sua visão, essa será a consequência do modelo de socorro público a ser dado ao setor. “É dinheiro público. Vamos botar um dinheiro lá, vamos comprar um pedaço da empresa. E lá na frente, quando a empresa estiver recuperada, vamos ver que ganhamos dinheiro para preservar as companhias aéreas”, disse em reunião com empresários nesta terça-feira (19).” [Folha]

E o que trava o apoio federal às companhias aéreas é que elas não aceitam diluição com a entrada do governo, não fode, porra!

“Nos bastidores, o governo prepara um consórcio de bancos a ser composto pelo BNDES e instituições privadas que daria recursos às empresas usando instrumentos conversíveis em ações. “Vamos resolver nesta semana o problema das aéreas, elas vão receber os recursos. Elas serão diluídas [por meio de] debêntures conversíveis”, completou.”

Nunca te critiquei seu lunático arrogante bronzeado do caralho!

“Os planos de Guedes para mitigar a crise também incluem o lançamento de um programa de desoneração total da mão de obra para incentivar a geração de empregos após o pico da pandemia do coronavírus. O lançamento do programa seria feito em 30 a 40 dias. “Na retomada vamos falar de encargos trabalhistas e possibilidade de contratar pessoas sem incidência de impostos sobre mão de obra. Sem recolher impostos. Isso é um negócio que estamos estudando, vamos fazer. Vamos ter que lançar isso agora”, disse.”

Vem aí mais uma reforma trabalhista, eu já perdi as contas.

“Embora não tenha deixado claro como a conta vai ser paga, o ministro nesse momento mencionou um imposto sobre transações (o que lembra sua ideia de emplacar a nova CPMF). “Varias associações comerciais diziam preferir imposto sobre transações do que imposto sobre mão de obra”, disse. Apesar disso, Guedes nega que queira a volta da CPMF e brinca que o último que falou nisso caiu (referência ao antigo secretário da Receita, Marcos Cintra). Pessoas presentes na reunião entenderam que o ministro defende a criação de um imposto sobre operações digitais, algo já mencionado pelo ministro. Ele rejeitou mais uma vez uma retomada por investimentos públicos, como membros do governo defendem. “O caminho é investimento privado. E é geração de emprego pelo setor privado”, afirmou. “Se eu tiver R$ 100 bilhões, em vez de gasto público, eu prefiro reduzir impostos”, disse.”

Como é limitado…

Mas vamos concordar de novo com o Guedes?! Ele simplesmente comparou o momento atual com o fim do governo Dilma – e não, não dá pra comparar o governo Bolsonaro com nenhum outro governo da história, mas é hilário ver Guedes fazendo essa comparação.

“O titular da equipe econômica criticou movimentos por aumento de salários no serviço público em meio à crise. Em sua visão, isso seria mal visto pela opinião pública e ampliaria a máquina pública. “Aí todo mundo começa a acreditar que estamos indo para aquele caminho do fim do governo Dilma, com muita briga política, inflação subindo, confusão”, disse.”

Que coisa…

“Apesar das medidas tomadas durante a crise, Guedes reafirmou o compromisso com a agenda liberal. “Estamos com bússola na mão e não vamos mudar a direção”, disse.”

Hoje tá puxado, é hora de concordar com a porra do Toffoli:

“O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, fez críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião com líderes sindicais nesta terça-feira (19). Em tom duro, segundo participantes do encontro, ele disse que Guedes se ausenta na condução da crise provocada pela pandemia da Covid-19. Toffoli afirmou que o país está há dois meses sem respostas e cobrou responsabilidade do ministro, lembrando que a pasta assumida por ele é a fusão de três antigos ministérios (Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior, além de setores do Trabalho), conforme relatos colhidos pela Folha. O presidente do STF disse a certa altura na videoconferência, segundo interlocutores, que se pergunta “cadê o Paulo Guedes?” e ironizou que o Posto Ipiranga, alcunha dada ao auxiliar pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não está resolvendo os problemas.

A conversa com representantes de centrais sindicais foi restrita aos participantes e não pôde ser gravada. De acordo com um relato da reunião publicado pelo site do STF, Toffoli afirmou que o ministério “pode contribuir mais” e deve ser acionado pelas entidades dos trabalhadores para dialogar sobre as demandas. “Estamos há dois meses sem perspectiva, essa é a verdade”, disse ele, segundo o texto. “Falta coordenação, falta orientação, faltam medidas que nos deem tranquilidade. Estou convicto de que a sociedade, tendo os sindicatos como representantes dos trabalhadores, deve apresentar uma proposta.” A notícia na página do STF informou ainda que, para o magistrado, “a falta de coordenação no combate à Covid prejudica a retomada da economia”.” [Folha]

Ainda bem que o Meddo e Delírio NUNCA criticou o pulha do Toffoli, tá ok? Que homem!

“Segundo participantes, Toffoli emendou as críticas a Guedes após escutar reclamações da comitiva sobre o que foi chamado de desgoverno de Bolsonaro no encaminhamento da crise. Ele disse, então, que não se pode culpar exclusivamente o presidente da República. E, em tom enfático, cobrou atitudes de Guedes.”

Caralho, ele cirticou o Guedes só pra sair em defesa do Bolsonaro, esse aí não decpeciona nem quando tem razão.

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9. Flavinho Desmaio em looping

Se a sua quarentena tá ruim imagine a de Flavinho Desmaio:

“A pedido do senador Flávio Bolsonaro (RJ), hoje no Republicanos, o PSL nacional contratou em fevereiro de 2019 o escritório de advocacia de um ex-assessor que hoje tem o nome envolvido no suposto vazamento de informações da Polícia Federal em benefício da família do presidente da República. Foram 13 meses e meio de contrato, com custo aos cofres públicos de ao menos R$ 500 mil.” [Folha]

Que coincidência danada.

“As notas fiscais da prestação de contas do PSL nacional relativas a 2019 mostram que o escritório do advogado Victor Granado Alves (Granado Advogados Associados, do qual Victor é sócio) foi contratado com dinheiro do fundo partidário —a verba pública que abastece as legendas no país— para prestar serviços jurídicos ao diretório do Rio, comandado por Flávio, a partir de fevereiro do ano passado. O valor mensal pago foi de R$ 40 mil. Uma das sócias do escritório, Mariana Teixeira Frassetto Granado, figura como assessora parlamentar do gabinete de Flávio no Senado, com salário bruto de R$ 22.943,73. De acordo com o site da Transparência do Senado, ela foi contratada em março de 2019, o mês seguinte à contratação, pelo PSL, do Granado Advogados Associados. Victor, assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, foi citado pelo empresário Paulo Marinho, em entrevista a Mônica Bergamo, colunista da Folha, como um dos assessores do senador que teriam recebido de um delegado da Polícia Federal a informação de uma operação envolvendo pessoas do gabinete de Flávio.”

E tem chocolate no meio, é claro:

“Victor também já foi advogado da franquia de chocolate de Flávio suspeita de ser usada para lavar dinheiro desviado no esquema de “rachadinha” operado por Queiroz. Como mostrou nesta segunda-feira (18) o Jornal Nacional, da TV Globo, o próprio advogado é proprietário de duas franquias da mesma rede de chocolate. As lojas são investigadas. A Folha analisou 30 processos envolvendo o senador desde 2007 e encontrou dois casos defendidos por Victor Granado Alves. Num dos processos, iniciado em 2016, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) acusou Flávio, então seu adversário à Prefeitura do Rio, de ter promovido debate eleitoral no Facebook “com claro intuito difamatório”. No processo, consta uma postagem na qual o senador divulgou uma pesquisa na qual 57% dos entrevistados concordaram com a frase “bandido bom é bandido morto”. Em seguida, Flávio Bolsonaro perguntou aos internautas: “Que tal começar por Marcelo Freixo?”

Que verme.

“O senador Flávio Bolsonaro contestou na noite desta terça título de reportagem da Folha, afirmando não ter repassado recursos públicos ao escritório de Victor. Ele disse que o dinheiro foi pago pelo diretório nacional do PSL, seu ex-partido. A contratação da banca pelo PSL nacional, no entanto, foi feita a pedido de Flávio, afirma o partido, informação não contestada pelo senador.”

“Em nota divulgada na madrugada desta quarta-feira (20), o vice-presidente do PSL, deputado federal Júnior Bozzella (SP), afirmou que o partido irá cobrar do senador Flávio Bolsonaro (ex-PSL, hoje no Republicanos-RJ) a devolução de cerca de R$ 500 mil de recursos públicos direcionados ao escritório de advocacia de um ex-assessor. De acordo com o PSL —partido pelo qual a família Bolsonaro foi eleita em 2018, mas com o qual rompeu no final de 2019—, houve desvio de finalidade na aplicação do dinheiro do fundo partidário, além de Flávio ter mentido nas explicações que deu, em redes sociais, na noite desta terça-feira (19). “O maior indício de desvio de finalidade é o Flávio ter falado que o advogado foi contratado para regularizar os diretórios municipais do RJ, e os diretórios municipais não terem sido regularizados no período de vigência do contrato. E também o fato do serviço não ter sido prestado para o PSL conforme contratado, porém o advogado atuou para o senador em outras ações, não para atender o PSL, como na loja de chocolate”, disse.” [Folha]

Como é pilantra o filho menos maluco do presidente.

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10. Era uma vez a fascistinha do Brasil

A Fascistinha caiu mas comecemos pelo noticiário anterior à saída dela:

“Em meio a processo de fritura, a atriz Regina Duarte recorreu a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) para tentar construir uma saída honrosa da Secretaria Especial da Cultura. Regina está trabalhando desde a semana passada num projeto para a produção de vídeos que têm como objetivo apresentar as atividades já executadas na pasta. Ela tomou posse em março. Além de Zambelli, de quem Regina é amiga, ela conta com o apoio do secretário de Assuntos Especiais da Presidência da República, contra-almirante Flávio Rocha.” [Folha]

Pra onde você olha tem milico, é inacreditável. E ser tutelado pela Zambelli é o mais triste dos finais de carreira.

“A deputada federal deverá indicar nomes para a Cultura, uma vez que as escolhas feitas por Regina foram derrubadas por ela mesma ou pelo presidente Jair Bolsonaro…. De acordo com um ex-aliado da atriz, Regina tem agido de maneira intempestiva e se isolado dos seus principais apoiadores. No fim de semana passado, deixaram a Secretaria Especial da Cultura o secretário-adjunto Pedro Horta e a assessora de imprensa Renata Giraldi, que foram demitidos. Segundo relatos feitos à reportagem os dois aliados se desentenderam após a entrevista de Regina à emissora CNN Brasil. Nela, a conversa foi interrompida, após o que a secretária chamou de chilique. Pessoas próximas à secretária dizem que Regina está construindo uma saída elegante do governo do presidente. Bolsonaro tem deixado claro que a secretária está em processo de fritura pública. A atriz foi aconselhada a passar por um processo de “media training”. Contudo, este treinamento será feito por um advogado criminalista, e não um profissional de comunicação.”

“Fique leve, vamos ser leves”, mas na vida real tá tendo media trainning com advogado criminalista!

“Essa saída foi desenhada com o auxílio de Zambellli e Rocha para que Regina esteja preparada a responder a questionamentos. Isso leva em conta argumentos jurídicos. De acordo com pessoas próximas à pasta, a Secretaria Especial da Cultura está vivenciando uma espécie de intervenção da deputada bolsonarista. Na visão da ala ideológica do governo, Regina não atendeu às expectativas de retirar nomes ligados à esquerda do setor cultural. Esse é um tema caro a Bolsonaro e aos olavistas. Com a tutela de Zambelli, a ideia é criar um ambiente de transição para que Regina saia do governo de forma pacífica. ​Para isso, a deputada aceitou o suporte de duas alas importantes do governo –a ideológica, representada pela secretária, e a militar, com Rocha. Regina chegou a fazer uma apresentação para Bolsonaro sobre seus planos para a cultura. Ela, no entanto, não convenceu o presidente sobre sua gestão. Na visão dele, a atriz, por não intensificar a guerra cultural e ideológica, não o satisfez.”

Bem, vamos à queda:

O traficante da Regina tá de parabéns, só droga de qualidade! Olha as caras e bocas desse mulher:

“Regina, toda semana tem um ou dois ministros que, segundo a mídia, estão sendo fritados. O objetivo é sempre desestabilizar a gente e tentar jogar o governo no chão. Não vão conseguir. Jamais eu ia fritar você.”

O presidente que fritou Bebianno, Santos Cruz e Moro?! Jamais fritaria a facistinha do Braisl, imagina. E ele fala que a Cinemateca fica ao lado do apartamento da Regina Duarte em São Paulo, eu juro, viado! Ela ganhou a CInemateca como prêmio de consolação porque é DO LADO DA CASA DELA, porra!

“Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro: o convite para fazer Cinemateca, que é um braço da Cultura que funciona lá em São Paulo e é um museu de toda a filmografia brasileira. Ficar ali, secretariando o governo, dentro da Cultura, na Cinemateca. Pode ter um presente melhor que este? Obrigado, presidente.”

Quando acabar essa quarentena eu quero ficar tão louco quanto a Regina:

O final é inacreditável:

E Regina continua sem ter a menor idéia do mundo a sua volta:

“A Cinemateca Brasileira, sediada em São Paulo, que Regina Duarte passa a dirigir, foi considerada por ela “um presente” dado por Jair Bolsonaro. De fato, a Cinermateca é um colosso. Conta com um acervo de 250 mil rolos de filmes e cerca de 1 milhão de documentos sobre o audiovisual do país — mereceria de qualquer governo um tratamento à altura. Mas o “presente” é também um abacaxi: sem recursos, a instituição vive a maior crise de sua história, sem verbas para a manutenção do seu rico acervo. Sua gestão estava a cargo da Acerp, cujo contrato com o governo federal venceu há seis meses. Na Cinemateca, Regina terá que mostrar o que não conseguiu na Secretaria de Cultura de Bolsonaro: foco, capacidade de gestão, de conseguir verbas e de montar equipes.” [O Globo]

E ninguém da Cinemateca foi avisado:

“A direção e o corpo técnico da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, foram surpreendidos pelo anúncio da futura nomeação da atriz Regina Duarte para dirigir a principal instituição de memória do cinema brasileiro. A reportagem apurou que funcionários da instituição e até mesmo o atual superintendente, Roberto Barbeiro, não sabiam da negociação. Até esta terça-feira (19), Barbeiro ainda mantinha o diálogo com a secretaria e com a equipe da atriz para encontrar uma saída para a falta de repasse de verbas para a Cinemateca neste ano, cujo orçamento anual beira os R$ 12 milhões. Os funcionários da instituição não foram informados sobre qual cargo será assumido por Regina. Nos bastidores, cogitam até a possibilidade da criação de um cargo novo para a atriz na Cinemateca.” [Folha]

Inacreditável, é tudo na base do improviso, feito nas coxas.

E mais uma vez o Congresso tem que ocupar o vazio deixado pelo mais inepto dos governos:

“Agora, artistas e gestores se apoiam em iniciativas do Congresso para buscar uma solução para o meio, fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus. Nesse contexto, a Folha publicou na terça (18) que artistas passaram a conversar com congressistas para levar adiante a aprovação do que vem sendo chamado de Lei Emergencial da Cultura. A proposta relatada pela deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) é a junção de quatro projetos que estavam no Congresso. A iniciativa vem sendo articulada por Jandira e um grupo de congressistas com a participação de artistas e de secretários estaduais e municipais de Cultura de todo o país. Entre as propostas estão auxílios para artistas, repasses de R$ 10 mil para centros culturais e modificações nos prazos de prestação de contas, pagamento de tributos, além da concessão de crédito a juro zero e com prazo de até três anos para pagamento. Há ainda um plano para a descentralização dos recursos, ou seja, repasse direto para as secretarias de Cultura de estados e municípios”

Não era esse governo que vivia falando em “Menos Brasília, Mais Brasil”?! Chupa que é de uva.

“O presidente Jair Bolsonaro levou o ator Mário Frias para um almoço com presidentes de Flamengo e Vasco na tarde desta terça-feira (19). Apoiador do presidente, Frias tem sido cotado como o substituto de Regina Duarte à frente da Secretaria Especial da Cultura do governo federal. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, também participou do encontro Duarte tem passado por um processo de fritura no governo. Desde o fim de abril, aliados do presidente têm feito ataques à condução da pasta por parte de atriz, com aval de Bolsonaro. Na manhã desta terça (19), Bolsonaro compartilhou em seu perfil numa rede social o vídeo de uma entrevista de Mário Frias, no qual ele se coloca à disposição de Bolsonaro “para o que ele precisar”. “Pro Jair, cara, o que ele precisar eu tô aqui. Eu torço demais pra Regina, eu sou fã dela, mas pelo Brasil eu tô aqui, o que for preciso. Respeito o Jair demais, vejo o Brasil com chance de finalmente ser respeitado”, disse o ator à CNN no começo de maio, sobre a possibilidade de assumir a Secretaria Especial da Cultura no lugar de Regina Duarte. Procurado, o ator confirmou sua presença no almoço, mas disse que não gostaria de fazer comentários.” [Folha]

Eu sou flamenguista e tenho um orgulho fodido de ter cancelado meu sócio torcedor no momento em que o clube, lá no começo de 2019, presenteou o escroto do deputado que rasgou a placa da Marielle.

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11. Virou Caracas

De tanto temerem uma Venezuela transformaram Brasília em Caracas:

Que baita e inapelável paralelo.

“O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, nomeou mais quatro militares para ocupar cargos de confiança em sua pasta. Mesmo sem ser efetivado no cargo, Pazuello já levou outros 13 oficiais para postos no Ministério da Saúde.” [O Globo]

A chance de dar certo é nenhuma, imagine a alegria do pessoal especializado do ministério vendo os fardados tomarem a pasta de assalto.

E Bolsonaro já avisou que o general lá ficará por um bom tempo, pra desespero dos militares que entendem a loucura que é um militar da ativa no comando da Saúde em plena pandemia.

“Políticos do centrão próximos ao governo também vêm aconselhando Bolsonaro a manter Pazuello na pasta pelo período da pandemia. O argumento é que, por ser um militar, Pazuello seguiria as ordens impostas por Bolsonaro sem questionamentos, ao contrário de um médico, como foram os dois ministros anteriores.”

Do Merval – que fase, Brasil!

“Para corroborar a ideia de que os militares aderiram sem restrições à marcha da insensatez de Bolsonaro, o General de Exército Luiz Eduardo Ramos, que ocupa a chefia da Secretaria de Governo, participou da manifestação de domingo na rampa do Palácio do Planalto, e teve o braço levantado para a aglomeração pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, assumindo a condição de político, embora seja um general da ativa. Nada menos que 2897 militares integravam em março o governo Bolsonaro, dos três ramos das Forças Armadas, número que pode ter crescido exponencialmente, como o de infectados pela Covid-19, pois somente ontem o General Pazuello levou nove militares para trabalharem com ele no ministério da Saúde. A mesma militarização ocorre nos segundo e terceiro escalões dos demais ministérios, especialmente nos oito em que militares estão à frente. A presença de militares no governo encontra ainda um problema administrativo sério no que se refere ao salário. O limite para vencimentos dos servidores públicos é de R$ 39 mil, e o ministério da Defesa reivindica que o teto constitucional seja aplicado separadamente sobre os rendimentos daqueles que recebem, além do salário de carreira, uma gratificação pela função que exercem.” [Folha]

Tudo vagabundo, cadê o Guedes gritando para que os milicos “não assaltem o Brasil“? Ou só vale pra servidor público que hganha pouco?!

“Os militares sempre defenderam a tese de que não existem ministros militares, mas ministros que têm origem militar, assim como outros são engenheiros, advogados, ou mesmo políticos. Mas o fato de que, assim como o PT aparelhou o governo nos seus 15 anos com sindicalistas e políticos fisiológicos do centrão, Bolsonaro esta aparelhando o seu com o mesmo tipo de políticos e militares, e eles não podem mais se escusar de fazer parte de um governo populista de baixa qualidade técnica e moral.”

Sim, ele comparou os aparelhamentos, e eu acho hilário como o raciocínio deixa implícito que o aparelahamnto da máquina estatal começou em 2003, fascinante.

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12. Economia em tempos de pandemia

Do Martin Wolf:

“A pandemia foi comparada a uma guerra, embora contra uma doença, e não outros seres humanos. Assim como uma guerra, ela está reformulando economias e exigindo enormes aumentos dos gastos públicos e suporte monetário. Certamente ela demandará uma dívida pública muito maior e balanços dos bancos centrais. Isso quer dizer que a pergunta sobre se esse longo ciclo de dívida deve acabar em inflação tem de ser respondida na afirmativa? Não, mas é possível. Depois da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha afastou sua dívida interna da guerra com a hiperinflação de 1923. Depois da Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido surgiu com uma dívida fiscal de 250% do PIB. Uma inflação modesta ajudou a desgastar parte dela. E o que poderá acontecer agora? Precisamos começar pelas condições iniciais. Entramos nesta crise com altos níveis de dívida privada, baixas taxas de juros e uma inflação persistentemente baixa. No grupo dos sete países de maior renda, nenhum tem uma dívida próxima daquela do Reino Unido em 1945. Mas a dívida líquida do Japão antes da crise era de 154% do PIB e a da Itália, 121%.

O impacto econômico da Covid-19 é diferente do de uma grande guerra. As guerras reestruturam as economias e destroem o capital físico. O coronavírus encolheu as economias suprimindo ao mesmo tempo a oferta e a demanda que dependem de contato humano próximo. O impacto imediato, como afirma Olivier Blanchard, do Instituto Peterson para Economia Internacional, parece fortemente deflacionário: o desemprego disparou, os preços das commodities despencaram, muitos gastos desapareceram e as poupanças precaucionárias subiram muito. Os padrões de consumo mudaram tanto que os índices de inflação são insignificantes. Durante mais de uma década, os histéricos afirmaram que os balanços expandidos dos bancos centrais são precursores de hiperinflação. Os seguidores de Milton Friedman sabiam que isso estava errado: a expansão do dinheiro do banco central compensava a contração do dinheiro apoiado por crédito. As medidas gerais de oferta de dinheiro cresceram lentamente desde a crise de 2008.

Mas desta vez é realmente diferente. Nos últimos dois meses, a medida US M2, que inclui demanda, poupança e depósitos por períodos de tempo fixos, e a Divisia M4, um índice mais amplo que sopesa componentes por seu papel nas transações, ambas mostram grandes saltos em crescimento. Para um monetarista, como Tim Congdon, a combinação de produção restrita com rápido crescimento monetário anuncia um salto da inflação. Mas é possível que a pandemia tenha reduzido a velocidade da circulação: as pessoas podem segurar esse dinheiro, e não gastá-lo. Mas não se pode ter certeza. Eu não esqueço o aumento da inflação quase universalmente inesperado nos anos 1970. Pode acontecer de novo. E em longo prazo? Blanchard sugere que provavelmente teremos mais do mesmo: demanda estruturalmente fraca, baixa inflação e taxas de juros ultrabaixas –a situação do Japão há uma geração. A mudança da China para o crescimento mais lento e investimentos mais fracos acrescenta tons cinzentos a essa imagem. Blanchard sugere três motivos pelos quais a inflação poderá surpreender pelo lado bom: aumentos na proporção de dívida pública muito maiores que os 20 a 30 pontos percentuais esperados hoje; um grande salto nas taxas de juros necessário para manter as economias operando perto da produção potencial; e “dominação fiscal”, ou a subordinação do banco central às exigências do governo por finanças baratas.

O aumento na proporção das dívidas não pode ser descartado. Mas, na situação atual, os países que parecem mais expostos fiscalmente são o Japão e a Itália. O primeiro não consegue aumentar a inflação há anos. O último está, por enquanto, contido na zona do euro. Sobre as taxas de juros, Charles Goodhart, da London School of Economics, e o economista empresarial Manoj Pradhan afirmam que haverá enormes mudanças estruturais. O ambiente deflacionário criado pelo aumento das exportações chinesas e a globalização acabou. A pressão dos salários aumentará. Quando o surto de gastos alimentado pela bonança fiscal e monetária transbordar em inflação, será considerada temporária, ou apenas bem-vinda, enquanto o peso real da dívida é erodido. Entre os beneficiários dessa erosão do peso real da dívida estarão os governos, segundo os autores. Os políticos ficarão furiosos se os bancos centrais aumentarem as taxas de juros acima do crescimento nominal do PIB, e forçarem a contenção fiscal além do necessário para conter os enormes deficits fiscais criados (apropriadamente) pelos programas anticrise. A resistência popular à repetição dos cortes de gastos públicos que ocorreram depois da crise financeira será intensa. Como também será a resistência aos aumentos de impostos necessários para encolher os deficits fiscais enquanto o pleno emprego é restabelecido.

Então os governos provavelmente pedirão finanças baratas ao banco central, provavelmente reforçadas por outras formas de repressão financeira, incluindo controles de capital. Elas serão justificadas como uma expressão desejável de soberania nacional. Algo disso é inevitável? Certamente não. Os governos sensíveis devem financiar toda a sua dívida pelas taxas ultrabaixas de hoje, com as maturidades mais longas possíveis. Se e quando a economia se recuperar, eles também devem aumentar os impostos para os que podem pagá-los. As mudanças estruturais adversas imaginadas por Goodhart e Pradhan são possíveis. Mas uma maior erosão da posição da força de trabalho, conforme a automação se acelera, e a continuidade do excesso de poupança, enquanto os investimentos atingidos pela crise continuam fracos, parecem ainda mais prováveis. A independência do banco central poderá sobreviver. Muitos ainda o apoiam. Muitos países que não podem contrair empréstimos em suas próprias moedas certamente entrarão em moratória, com membros da zona do euro em um centro de reabilitação. Além disso, o futuro é incerto. Sim, a pandemia criou algumas características de uma economia de guerra. As probabilidades de inflação podem ter aumentado. Mas ainda são modestas. Proteja-se disso. Não aposte suas calças.” [Folha]

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13. Um Trump Muito Louco

Eu tô boquiaberto que Trump e os republicanos inventaram um tal de Obamagate em plena campanha eleitoral, e a Fox só fala disso, até agora eu não entendi quais são os crimes, Trump e seus porta-vozes são incapazes de responder perguntas nesse sentido. E ainda tem isso ó:

“President Donald Trump won’t be unveiling former President Barack Obama’s portrait at the White House, breaking a 40-year tradition, NBC News reported on Tuesday. Obama would also not be interested in attending such an event, according to the report, which cited people familiar with the matter. The White House and a representative for Obama did not immediately respond to requests for comment from Insider. For decades, first-term presidents have held ceremonies in the East Room to unveil the portraits of their immediate predecessors. Obama did so for former President George W. Bush in 2012, for example. “George, you went out of your way to make sure that the transition to a new administration was as seamless as possible,” Obama said at the time. Trump and Obama have perhaps the most contentious relationship of any current and former presidents in modern US history. In recent days, Trump has made baseless allegations that Obama committed an unspecified crime. Before his transition from reality TV to politics, Trump spent years perpetuating a racist conspiracy theory regarding Obama’s place of birth. Despite their rocky past, Obama wrote Trump an Inauguration Day letter in 2017 and left it in the desk drawer in the Oval Office; Trump said it was “beautiful.” But that detente did not last long. Trump has frequently blamed Obama for various issues he’s faced as president, including for issues with COVID-19 testing.” [Business Insider]

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>>>> Os bolsonaristas fizeram a festa hoje com essa espantosa fala do Lula: “Eu, quando eu vejo os discursos dessas pessoas falando… Quando eu vejo essas pessoas acharem que tem que vender tudo que é público e que tudo que é público não presta nada… Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus. Porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar, que apenas o estado é capaz de dar solução a determinadas crises” [O Globo]

>>>> Sobre a fala do Lula eu, mais uma vez, acompanho a relatoria do Franciel Cruz:  “Não é a primeira nem será a última vez que Lula fala merda. Ele é useiro e vezeiro. E esta sua declaração sobre o coronga e o estado é infame. E não só pode como deve ser criticada, com veemência. Agora, usar isso pra fazer equivalência entre ele e o genocida é apenas má-fé de gente desonesta, pra ficarmos nos bons modos. Segue o baile.” [Facebook]

>>>> Lula se desculpou: “Eu, na verdade, se tivesse falando infelizmente em vez de ainda bem… Tentei usar uma palavra para explicar, que no menosprezado SUS, é no auge da crise que a gente começa a descobrir a importância da instituição. Eu sei uma frase totalmente infeliz que não cabia. Eu sou ser humano movido a coração, eu sei o sofrimento que causa a pandemia, não poder enterrar seus parentes, eu não saio de casa do dia 12 até agora. Nasceu netinha minha eu não fui ver. Acredito piamente que enquanto não tiver remédio a melhor solução para não pegar a doença é ficar em casa. Se algumas pessoas ficaram ofendidas eu peço desculpas porque a frase não cabia naquilo que eu queria falar. Eu queria dizer que o Estado – e somente o Estado – é capaz de resolver questões que o mercado não vai resolver. 63% de todos os leitos do SUS foram construídos no meu governo e da Dilma [Rousseff]. Peço desculpa pela expressão ainda bem, mas também não posso aceitar que a partir daí digam que eu tava comemorando a pandemia”, defendeu-se. “Eu quero aproveitar e ser solidário a todas as pessoas que têm parentes que morreram. Espero que depois dessa desgraça toda e a gente possa ressurgir com um pouco mais de humanismo” [UOL]

>>>> Mas essa fala do Lula é na mosca: “ Imagina quando Roosevelt teve que agir na guerra. Você acha que ele estava preocupado com orçamento? Não! Ele tinha que fazer armas para vencer a guerra. Na guerra contra o coronavírus, eles não cumprem sequer a promessa de dar R$ 600 reais para as pessoas ficarem em casa e se protegerem” [O Globo]

>>>> Mais um sapo para Moro degustar: “A Rede Nos EUA pela Democracia no Brasil, grupo de acadêmicos que trabalham em universidades de renome nos Estados Unidos, publicou carta pedindo que supostos crimes cometidos por Sergio Moro não sejam esquecidos após sua saída do Ministério da Justiça. Eles lembram das orientações do então juiz Moro a procuradores da Lava Jato por aplicativos de mensagem, por exemplo, e dizem que enquanto chefiou a pasta da Justiça “nunca demonstrou nenhum desacordo com a agenda da extrema-direita de Bolsonaro”, ainda que agora busque, segundo eles, “se apresentar como guardião do estado de direito e da democracia no Brasil”. A carta, intitulada “Ninguém está acima da lei, nem mesmo Sergio Moro”, é assinada por figuras como James Green (Brown) e Sidney Chalhoub (Harvard).” [Folha]

moro

>>>> Eleições em dezembro: “Líderes do centrão costuram para que as novas datas da eleição municipal deste ano sejam adiadas para 6 de dezembro (1º turno) e 20 de dezembro (2º turno). “Acho que o momento da definição sobre necessidade ou não de adiamento será meados de junho”, afirmou o ministro Luís Roberto Barroso, futuro presidente do TSE. “Se vier a ser inevitável o adiamento, talvez seja melhor ter uma janela de tempo em que o TSE, em consulta com os presidentes do Senado e da Câmara, marcasse a data. Mas tudo depende de uma deliberação política do Congresso”, disse Barroso.” [Folha]

>>>> Hang, o escroto: “A rede de lojas Havan, conhecida por vender itens de utilidade para o lar, passou a incluir alimentos como arroz, feijão, macarrão e óleo em suas prateleiras e briga na Justiça para ser considerada atividade essencial durante a pandemia do novo coronavírus. A nova linha de produtos é adotada no momento em que o presidente Jair Bolsonaro conclama empresários a “jogar pesado” contra as medidas de restrição decretadas por prefeitos e governadores. A rede Havan pertence ao empresário Luciano Hang, aliado do presidente. Além da inclusão de alimentos da cesta básica em seu portfólio, a estratégia da empresa para se manter operando, enquanto estados e municípios decretam distanciamento, inclui ações judiciais e protestos de funcionários nas portas de prefeituras. A Folha apurou com funcionários da Havan que alimentos como arroz e feijão passaram a figurar nas prateleiras da loja há cerca de duas semanas, já em meio à pandemia e à determinação do fechamento de serviços não essenciais. O estoque disponível nas lojas, contudo, é sempre baixo. Na unidade de Ribeirão Preto, ao lado do setor de produtos de acampamento, havia nas prateleiras, nesta segunda-feira (18), 20 pacotes de feijão, 18 de arroz, 12 garrafas de óleo, 21 de milho verde, 17 de ervilha, 12 de molho de tomate e cinco de salsicha. Na gôndola ao lado, itens como detergente e papel higiênico estavam à disposição dos clientes, mas, no período em que a reportagem esteve na loja, nenhum consumidor sequer parou para olhar os produtos que ali estavam. Estes produtos também não estão disponíveis para venda no site da Havan. Os únicos alimentos vendidos na loja virtual são chocolates e cápsulas de café. A pressão pela reabertura de lojas da Havan tem sido acompanhada de protestos de funcionários. Mobilizações foram registradas, na última semana, em diferentes cidades do país, como Petrolina (PE), Vitória da Conquista (BA), Marília, Botucatu e Franca (SP). Mesmo em cidades que distam milhares de quilômetros uma da outra, o padrão da manifestação é sempre o mesmo: os funcionários vestem as mesmas camisas, com a mesmas mensagens, e entoam até os mesmos gritos de guerra.” [Folha]

>>>> Como discutir com uma argumentação demencial desse naipe?! E é surreal como conservadores falam abertamente em desobediência civil;

>>>> Resposta palestina: “O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou nesta terça-feira (19), o fim dos acordos do governo palestino com Israel e com os EUA. “[O governo palestino] está liberado, a partir de hoje, de todos os acordos e entendimentos com o governo americano e israelense, e de todas as obrigações baseadas nestes acordos, incluindo os relacionados à segurança”, disse Abbas, em reunião com outros líderes palestinos em Ramallah, capital administrativa da ANP. A declaração de Abbas vem após um novo governo ter tomado posse em Israel no último domingo (17). Uma coalizão entre o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, e Benny Gantz, membro do partido centrista Azul e Branco, assumiu o parlamento do país, marcando o fim de 500 dias de impasse político. A anexação do vale do Rio Jordão e de assentamentos espalhados pela Cisjordânia é uma das promessas de campanha de Netanyahu. O novo governo planeja começar a debater em julho a extensão de sua soberania sobre essas áreas, medida que é apoiada pelos EUA. Na semana passada, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitou Israel e disse que a anexação deveria ser feita de acordo com o plano de paz para a região elaborado por Washington. Mas Mahmoud Abbas afirma que a medida arruinaria qualquer possibilidade de paz entre Israel e Palestina, impossibilitando a criação de dois Estados na região. Abbas já havia ameaçado colocar fim nos acordos entre os três países. Na semana passada, o presidente afirmou que qualquer anexação culminaria no rompimento dos acordos. Mahmoud Abbas não deu detalhes sobre o significado prático da declaração desta terça.” [Folha] E ainda ousam chamar de plano de paz.

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