Dia 508 | Estamos incrivelmente anestesiados | 23/05/20

Esse relato aí virou trilogia lá no podcast:

Você ouve os episódios lá na Central3: [Central3]

__/\/\/\/\/\/\__

Estamos incrivelmente anestesiados, completamente paralisados nessa bad trip escrota. Quando tava acabando de editar o dia de sexta soube pelos gritos nas janelas que o vídeo havia saído, exausto dei de ombros, fui fazer qualquer coisa menos ler sobre política. Mais tarde juntei coragem só pra ver o que estava sendo dito e descubro de forma inapelável que Bolsonaro estava reeleito,

O Problema não é o vídeo, porra, o problema foi a expectativa criada. A minha expectativa pelo vídeo versava sobre Abraham e os “11 filhos da puta do STF“ (e não, ele não falou essa frase), sobre as participaçoes de Salles e Ernesto, com aquela cabeça gigante, a retórica demencial do Guedes a portas fechadas (spoiler: é a mesmíssima retórica frente às câmeras) e ser surpreendido por pérolas como o Tarcísio comparando Bolsonaro a Roosevelt e Churchill, viado! Q que interessava sobre a denúncia do Moro já havia sido transcrito, há dias sabíamos de cor a fala presidencial transcrita pela AGU.

O que interessa são (1) os depoimentos comprometedores – teve general retificando depoimento, esquecido delegado pedindo pra depor uma segunda vez e contradizendo o Ramagem, que por sua vez disse não haver amizade com a famiglia presidencial, sendo dessa vez contradito pelo Heleno – e (2) a comprovação que trocas na segurança presidencial, sim, foram feitas, em BSB e RJ. Eu nem esperava por novidade mas a AGU malandramente omitiu da transcrição a fala ‘a minha inteligência pessoal funciona“, se tem uma  frase da reunião que corrobora a denúncia do Moro é essa. O presidente disse que sua “inteligencia pessoal funciona“, porra! Se isso não é gravíssimo eu não sei mais de nada.

Isso significa a queda do Bolsonaror? Não, nada nessa bad trip escrota faz sentido, em qualquer outro governo “tudo isso daí” seria mais que suficiente, nesse não. O mais absurdo é que esse papo de reeleição do cramulhão parte da maravilhosa premissa que vai ter eleição em 2022. O mais senil e diminuto dos generais soltou outra ameaça de golpe em papel timbrado do GSI, o miistro da Defesa achou de bom tom dizer que ele apoiava o Heleno (esse é o mesmo que esreveu duas notas do ministério da Defesa assegurando a normalidade democrática), os reservistas clamam pelo golpe e Bolsonaro sugeriu apenas e tão somente a prisão do Celsão. Pode ter golpe nessa semana e a galera cravando o vitorioso de 2022, queria ter essa ingenuidade.

Mas vamos à desgraça:

Essa reunião é a prova inequívoca que qualquer retardado pode ser general, ministro ou presidente da república, isso é legal pra auto-estima do braisleiro, você há de convir. E ouso dizer que apesar do esforço desmedido dos demais o grande personagem da reunião é o Braga Netto. A reunião versava sobre o Pró-Brasil e Braga Netto consegue ser mais constrangedor que Deltan apresentando os slides do Lula.

“Senhores, bom dia. É .. . é … essa reunião é por solicitação minha ao Presidente da República, porque … é … nós iríamos apresentar isso à imprensa que não foi apresentado e começaram uma série de especulações sobre esse plano de retomada. Então eu solicitei ao presidente uma reunião com os ministros, porque o plano não vai ter efeito se todos os senhores não nos ajudarem, cada um na sua área, é claro. Tá? Na hora que nós precisarmos das pessoas para a … a coordenação do plano, os minis …. o ministério que não colocar uma pessoa realmente que seja envolvida e tenha capacidade pra poder … é … coordenar e executar … o … esse ministério vai ficar mais fraco, e aí o plano todo f. .. fica meio capenga. Tá? É uma apresentação de dez minutos no máximo, somente isso. Eu pediria também aos senhores que … é … é .. . não é … a finalidade não é reunião de ministros para nós discutirmos nada. É simplesmente para apresentarmos o plano. Como é que saiu essa ideia? Tá … eu estava conversando com diversos ministros, entre eles Rogério Marinho, o Tarcísio, inclusive o nome do plano eu roubei de um plano do Tarcísio, não é Tarcísio, né? Pedi autorização a ele e roubei. É um Plano Marshall brasileiro, né? E … eu comecei a observar que tinha plano da …. ministério é … de Des … Desenvolvimento Regional, que a Economia tem plano, que a Saúde tem plano, e não estava havendo uma coordenação, um … uma sinergia. Então esse foi o motivo dessa reunião aqui. Os senhores podem observar o seguinte, é … eu conversei com o presidente. O problema, nó .. . nós távamos invertendo a … a questão duma lógica de raciocínio. Nós temos um problema, né? Nós temos desse problema, temos que ver quais são as consequências negativas desse problema? Todo mundo sabia, sanitárias e econômicas. Ninguém tem dúvida, com reflexo em todos os ministérios. Mas o foco não é em … na solução do problema. O foco, hoje, de uma maneira geral, é quem é o culpado, né? E nós queremos real. .. recolocar, é … é … rem … vamos dizer assim, readequar isso aí para como o governo deve reagir a este problema para achar uma solução para os dois, as duas consequências negativas que ocorrem.”

Caralho, viado, plena pandemia e o general me manda um “Mas o foco não é em … na solução do problema”! Que grande show de constrangimento, mas para o azar do general estava só começando, se delicie com esse diálogo:

Paulo Guedes: Eu queria fazer a primeira observação, é o seguinte, não chamem de Plano Marshall porque revela um despreparo enorme.

Braga Netto: Não, não, não, isso aqui foi só aqui e agora. É o Pró-Brasil.

Paulo Guedes: Então quan … quando se falou em Plano Marshall, Pró-Brasil é um nome espetacular. Dez, mil. Plano Marshall é um desastre. Eu… ma … revela despreparo nosso. Plano Marshall, por exemplo, os Estados Unidos podem fazer um Plano Marshall para nos ajudar. A China, [trecho cortado a pedido de Celso], deveria financiar um Plano Marshall para ajudar todo mundo que foi atingido. Então a primeira inadequação, a gente tem que tomar muito cuidado é o seguinte, é o plano Pró-Brasil

Braga Netto: Positivo. (Ininteligível)”

Pede pra sair, general, tá feião.

Paulo Guedes: Não se fala Plano Marshall, porque é um desastre. Vai revelar falta de compreensão das coisas. A segunda coisa é o seguinte, é super bem-vinda essa iniciativa, para nos integrarmos todos. Agora, não vamos nos iludir. A retomada do crescimento vem pelos investimentos privados, pelo turismo pela abertura da economia, pelas reformas. Nós já estávamos crescendo.  Voltar uma agenda de trinta anos atrás, que é investimentos públicos financiados pelo governo, isso foi o que a Dilma fez trinta anos. Então tá cheio de gente pensando nessa eleição agora, e botando coisa na p … na cabeça do … do … de todo mundo aqui dentro, que são governadores querendo fazer a festa, são às vezes ministros querendo aparecer, tem de tudo. E todo mundo vem aqui: “vamos crescer, agora temos que crescer, tem que ter a resposta imediata, porque o governo vai gastar”. O governo quebrou! O governo quebrou! Em todos os níveis. Prefeitura, governador e governo federal. Que que nós conseguimos fazer?”

Bem, o governo federal é define política monetária, né, seu imbecil?! É constrangedor, o FMI pede orçamento de guerra a todos os países e Guedes figne que não é com ele.

Paulo Guedes: Nós sinalizamos o contrário. Nós desalavancamos banco público, reduzimos endividamento, baixamos juros e o Brasil ia começar a voar. “

Sim, viado, a retórica interna do Guedes é a mesma retórica pras câmeras, estranhamente fascinante

Paulo Guedes: Então se a gente lançar agora um plano, é … todo o discurso é conhecido: “acabar com as desigualdades regionais”, Marinho, claro, tá lá, são as digitais dele. É bi … é bonito isso, mas isso é o que o Lula, o que a Dilma tão fazendo há trinta anos. Se a gente quiser acabar igual a Dilma, a gente segue esse caminho. Então, eu acho um discurso bom, mas nós temos que tomar cuidado e reequilibrar as coisas. Não pode ministro pra querer ter um papel preponderante esse ano destruir a candidatura do presidente, que vai ser reeleito se nós seguirmos o plano das reformas estruturantes originais. Então eu tenho que dar esse recado, nós vamos estar à disposição, nós vamos ajudar tudo, mas nós não podemos nos iludir. O caminho desenvolvimentista foi seguido, o Brasil quebrou por isso, o Brasil estagnou. A economia foi corrompi … a política foi corrompida, a economia estagnou através do excesso de gastos públicos. Então achar agora que você pode se levantar pelo suspensório, como é que um governo quebrado vai investir, vai fazer grandes investimentos públicos? Tarcísio sabe disso, conversamos sempre. Tarcísio sabe… Cadê o dinheiro do governo pra fazer isso? Num tem. Então quem tá sonhando, é sonhador. A gente aceita, politicamente a gente aceita. Vamos fazer todo o discurso da desigualdade, vamos gastar mais, precisamos eleger o presidente. Mas o presidente tem que pensar daqui a três anos. Não é daqui a um ano não. Tem muita gente pensando na eleição desse ano. É só a observação que eu faria.”

Completamente descolado da realidade, assustador.

Braga Netto tentou se explicar de forma constrangedora, tem que ver a auto-estima do general, hein…

Braga Netto: É… a… a. .. só um minutinho. A ideia aqui, ninguém falou em investimento público por enquanto. Inclusive nós falamos ali em investimento, opa.”

Locutor em off: sim, ele falou em dinheiro público.

Braga Netto: E … falamos inclusive em investimentos privado. O que tem que acontecer é o seguinte, eu tô vendo plano de tanto de gente, nós temos que sentar e aí. ..

Paulo Guedes: Isso. Não, fundamental essa coordenação.

Braga Netto: A im … a imprensa …

Paulo Guedes: Fundamental, fundamental.

Braga Netto: A .. . a … a Economia vai dar exatamente o que que pode, o que que não pode…

Paulo Guedes: Fundamental a coordenação.

Braga Netto: Aí nós vamos entrar .. .

Paulo Guedes: Até pra não sair na imprensa …

Braga Netto: .. . pra gente apresentar.

Paulo Guedes: … o que está saindo. Porque saiu na imprensa assim: “Plano Marshall, e Economia tá fora”. Quer dizer alguém …

Braga Netto: Só um minutinho, o Onyx pediu a palavra (se referindo a um terceiro)

Paulo Guedes: … alguém, foi para a imprensa e falou “Ó, vem um Plano Marshall aí e a economia tá fora”, que dizer … é … e … e .. . enfraquecer o nosso, o nosso discurso num momento desse é uma tolice, é um atentado contra nós mesmos.

Braga Netto: Entra transversal a isso …”

O que entrou transversal foi a mão aberta do Guedes na sua cara, general. Quando saíram as primeiras notícias desse programa eu jurei que os generais tinham se armado pra enfrentar o Guedes mas se depender dos fardados Guedes pode dormir despreocupado, é um mais mbecil que o outro. Imagine aí, os generais acharam que o Braga Netto era o cara pra colocar odem na zona, esses aí colocariam o Oscar Maroni pra cuidar da igreja, os Nardoni pra cuidade de creche e o Nabhan Garcia pra questões fundiárias… ops, deixa pra lá.

Bolsonaro interrompeu o general.

Bolsonaro: Pera um pouquinho, dá licença um pouquinho. A questão da imprensa. Eu acho que eu resumi hoje na frente do palácio em vinte segundos: “Eu não vou falar com vocês, porque vocês não deturpam, vocês inventam, e potencializam.”. Tem que ser o papel de cada um, não pode um sair daqui no cantinho “A, foi mais ou menos isso”, não pode falar nada. Tem que ignorar esses caras, cem por cento. Senão a gente não, não vai para frente. A gente tá sendo pautado por esses pulhas, pô. O tempo todo jogando um contra o outro. Até a Teresa Cristina contra mim (ininteligível). Mas para jogar a Teresa Cristina … jogam ela contra mim. O tempo todo, tá? Então se a gente puder falar zero com a imprensa é a saída.”

Imagine aí uma pessoa do governo incapaz de ignorar a imprensa? Pois é, o presidente. E a menção à Teresa Cristina versa sobre seu desespero com os repetidos ataques do governo à Chna, e segundo Bolsonaro é tudo invenção da imprensa. Então tá,

Passam a palavra ao Onyx

Rogério Marinho é convidado a falar e já foi logo respondendo a provocação do Guedes

Rogério Marinho: Bom, eu vou partir do princípio que todos que estão aqui são bem-intencionados e querem o bem do Brasil. Tá?”

Não poderia discordar mais, tá ok?

Rogério Marinho: Então eu não a … não acredito em teoria da conspiração nem que ninguém quer solapar os alicerces da República nem abalar a administração do presidente Bolsonaro, pelo contrário. E quero lembrar a todos que não existem verdades absolutas. Por favor, por favor, vamos refletir. O que tá acontecendo hoj e no mundo não tem parâmetro nos últimos cem anos.

Aproveite que vai aí a única fala razoável da reunião:

“O que tá acontecendo hoje no mundo, vai permitir de acordo com o FMI, que foi a previsão de uma semana atrás, de uma diminuição de quase três por cento do PIB mundial, e no caso do Brasil de mais de cinco por cento. Não tem paralelo. Em situações extraordinárias, remédios extraordinários de forna circunstancial. Isso não significa que nós tenhamos a necessidade de implantarmos uma política permanente. O … o ministro Braga Neto tá, na sua apresentação, ele estabelece inclusive o limite temporal e deixa claro que é uma política de Estado. O que eu peço é que nós tenhamos aqui as mentes abertas. E que os dogmas, quaisquer que sejam eles presidente, sejam colocados de lado nesse momento. Porque os governos do mundo certamente tem a capacidade de entender o que tá se passando. E eu tenho visto governos extremamente liberais preparando programas de reconstrução, levando em consideração a necessidade de que o Estado nacional passa a ter um papel diferente como tomador de risco nesse momento em que há uma queda abrupta da liquidez. O ministro Onyx fala com muita propriedade da Arábia Saudita, dos dez bilhões de dólares. É bom lembrar, tá aqui o ministro Bento, que tá se pagando para se retirar petróleo do mundo. Os países vão utilizar as suas respectivas liquidez para resolver os seus problemas de infraestrutura e de retomada das suas economias. Nós temos que ter segurança jurídica, senhor presidente. Respeito a contrato, senhor presidente. Capacidade de alavancar recursos privados com a inversão de recursos públicos sim!

É bom lembrar, que eu tenho ouvido falar, não sei se é verdade, depois a gente vai com … com … vai colocar na ponta do lápis, que a gente pode chegar a seiscentos bilhões de reais esse ano de ajuda a empresas e a pessoas físicas. Recursos do governo federal. Fruto de endividamento do governo. Desse governo, que vai terminar o ano com déficits quatro, cinco, seis vezes maior do que estava precificado no início do ano. Caiu um meteoro sobre as nossas cabeças. Então, por favor, nós não podemos começar uma discussão com verdades absolutas e com dogmas estabelecidos ao longo de cem anos, em função de uma catástrofe que se abateu sobre o mundo, e os governos de todo o mundo estão se debruçando sobre o assunto, entendendo que muda o papel do Estado. Senhor presidente, é bom lembrar que quando houve a unificação da Alemanha, eu acho que esse é um fato histórico irrefutável, o Estado alemão entendeu e fez um pacto de que de .. . haveria necessidade de investir em capital humano e infraestrutura na Alemanha Oriental para diminuir desigualdades regionais.

E esse é um pacto do Brasil. Essa pode ser uma catástrofe, que vai nos afundar, ou pode ser uma onda pra gente surfar, uma alavanca para recuperar o país. Todos os países do mundo estão submetidos ao mesmo processo. Vai depender, da nossa capacidade de termos uma opção clara de que forma vamos sair desse problema. Se vamos gastar seiscentos bilhões de reais para resolver uma situação que é emergencial e todos reconhecemos que é necessária e darmos segurança à população, no caso alimentar, para evitarmos o caos, para diminuirmos a mortandade das empresas, muito bem. Tá correto, essa é a boa direção. Porque não cinco, seis, sete por cento desse, desse total, dez por cento desse total, em obras de infraestrutura? Porque não termos a capacidade de alavancarmos emprego num momento em que a retomada, todos os economistas aqui reconhecem, vai ser muito lenta. Bom, eu só tô falando isso presidente, para que nós possamos ter essa discussão sem dogmas. Sem verdades absolutas. Sem a preocupação de que as coisas continuam como eram antes. Não são como eram antes. Aqui e no mundo inteiro. Era isso, senhor Presidente.”

O Marinho soa como um Einstein em meio a tanta demência, que quadra escrota da história…

Entra em cena o ministro do partido Novo, que passou um ano fingindo que Salles não fazia parte dos seus quadros e incapa duma mísera crítica:

Ricardo Salles: Presidente, eu tava assistindo atentamente a apresentação do colega, ministro Braga Neto, e … na parte final ali na, no slide da, das questões transversais tá o Meio Ambiente, mas eu acho que o que eu vou dizer aqui sobre o meio ambiente se aplica a diversas outras matérias. Nós temos a possibilidade nesse momento que a atenção da imprensa tá voltada exclusiva … quase que exclusivamente pro COVID, e daqui a pouco para a Amazônia, o General Mourão tem feito aí os trabalhos preparatórios para que a gente possa entrar nesse assunto da Amazônia um pouco mais calçado, mas não é isso que eu quero falar. A oportunidade que nós temos, que a imprensa não tá … tá nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação, todas as reformas que o mundo inteiro nessas viagens que se referiu o Onyx certamente cobrou dele, cobrou do Paul, cobrou da Teresa, cobrou do Tarcísio, cobrou de todo mundo, da … da segurança jurídica, da previsibilidade, da simplificação, essa … grande parte dessa matéria ela se dá em portarias e norma dos ministérios que aqui estão, inclusive o de Meio Ambiente. E que são muito difíceis, c nesse aspecto eu acho que o Meio Ambiente é o mais difícil, de passar qualquer mudança infralegal em termos de infraestru … e … é … instrução normativa e portaria, porque tudo que agente faz é pau no judiciário, no dia seguinte. Então pra isso precisa ter um esforço nosso aqui enquanto estamos nesse momento de tranquilidade no aspecto de cobertura de imprensa, porque só fala de COVID e ir passando a boiada e mudando todo o regramento e simplificando normas…”

Ricardo Salles: … de IPHAN, de ministério da Agricultura, de ministério de Meio Ambiente, de ministério disso, de ministério daquilo. Agora é hora de unir esforços pra dar de baciada a simplificação regulam … é de regulatório que nós precisamo, em todos os aspectos. E deixar a AGU – o André não tá aí né? E deixar a AGU de stand by pra cada pau que tiver, porque vai ter, essa semana mesmo nós assinamos uma medida a pedido do ministério da Agricultura, que foi a simplificação da lei da mata atlântica, pra usar o código florestal. Hoje já tá nos jornais dizendo que vão entrar com medi … com ações judiciais e ação civil pública no Brasil inteiro contra a medida. Então pra isso nós temos que tá com a artilharia da AGU preparada pra cada linha que a gente avança ter uma coi … mas tem uma lista enorme, em todos os ministérios que têm papel regulatório aqui, pra simplificar. Não precisamos de congresso. Porque coisa que precisa de congresso também, nesse, nesse fuzuê que está aí, nós não vamos conseguir apo … após . .. é … aprovar. Agora tem um monte de coisa que é só, parecer, caneta, parecer, caneta. Sem parecer também não tem caneta, porque dar uma canetada sem parecer é cana. Então, o … o … o … isso aí vale muito a pena. A gente tem um espaço enorme pra fazer.”

Os procuradores que combatem as demências do governo agradecem, a argumentação contra o governo tá toda aí em cima, folgo em saber.

Bolsonaro toma a palavra ao fim da fala do Salles:

Bolsonaro: A desgraça que vem pela frente, eu acho que o Paulo Guedes tá sendo até legal, hein Paulo Guedes?”

Até o Bolsonaro acha que Guedes tá sendo ridiculamente otimista, viado!

Bolsonaro: Eu não sou economista não. Vai ser uma porrada muito maior do que você possa imaginar. Não são apenas os informais. Eu acho que já bateu a dez milhões de carteira assinada, foi pro saco. E os governos estaduais não tem como pagar salário pros ca … não tem. Maio, metade dos estados não te .. . não vai ter como pagar salário mais. A desgraça tá aí. Eles vão querer empurrar essa … essa … essa trozoba pra cima da gente, esse pessoal aqui do lado vai querer empurrar, e a gente vai reagir porque aqui não é saco sem fundo. Tá?

Esse pessoal aqui do lado” não é quem estava do lado dele, mas o Congresso.

Bolsonaro: Então essa preocupação vamos ter. Paralelamente a isso tem aí OAB da vida, enchendo o saco do Supremo, pra abrir o processo de impeachment porque eu não apresentei meu … meu exame de … de … de … de vírus, essas frescurada toda, que todo mundo tem que tá ligado. Não é apenas é … cuidar do seu ministério nessas questões que estamos tratando aqui, é tratar da questão política também. Tá certo? Então é … essa é a preocupação temos que ter, porque a luta pelo poder continua. A todo … a todo vapor. E, sem neurose da minha parte, tá?”

“Sem neurose da minha parte”, disse o mais neurótico dos presidentes.

Bolsonaro: O campo fértil pra aparecer um … uns porcaria aí, né? Levantando a … aquela bandeira de … do … do povo ao meu lado, não custa nada.”

Esse  papo de “povo ao meu lado” é, literalmente, a mensagem do Bolsonaro, ele jura deve lealdade absoluta ao povo, o povo está com ele.

Bolsonaro: E o terreno fértil é esse, o desemprego, caos, miséria, desordem social e outras coisas mais. Então essa é a preocupação, todos devem ter, né? Não é “tá bom?”, o ministério fatura, “deu merda?” no colo do presidente. Não pode ser assim. Hoje eu vi o Magno Malta me defendendo. O Magno Malta, desculpa aí, foi tratado lá atrás para ser vice. Depois ele resolveu não ser, tudo bem. Depois foi ser tratado para ser ministro, tudo bem. Agora politicamente ele nunca me deu uma alfinetada e sempre tá defendendo com os problemas que ele tem.”

Bolsonaro fodeu com o Magno Malta – por conta da facada Magno largou sua campanha pela reeeição ao Senado pra viajar pelo Braisl representando Bolsonaro e acabou sem a vaga no senado e sem ministério – e tá usando o sujeito que esfaqueou pra exigir lealdade dos ministrs, que coisa. 

Bolsonaro: Então não é o ministro ir de peito aberto, enfrentar, entrar no covil dos leões, mas não pode, né? Por exemplo, quando se fala em possível impeachment, ação no Supremo, baseado em filigranas, eu vou em qualquer lugar do território nacional e ponto final! O dia que for proibido de ir. .. pra qualquer lugar do Brasil, pelo Supremo, acabou o mandato. E, espero que eles não decidam, ou ele, né? Monocraticamente, querer tomar certas medidas porque daí nós vamos ter um … uma crise política de verdade. E eu não vou meter o rabo no meio das pernas. Isso daí. .. zero, zero. Tá certo?”

As instituições estão funcionando!

Bolsonaro: Porque se eu errar, se achar um dia ligação minha com empreiteiro, dinheiro na conta na Suíça, porrada sem problema nenhum. Vai pro impeachment, vai embora. Agora, com frescura, com babaquice, não! Até em cima do que eu falei, em frente ao forte apache. Eu sou o chefe supremo das forças armadas. Ponto final. O pessoal tava lá, eu fui lá. Dia do exército. E falei algo que eu acho que num tem nada demais. Mas a repercussão é enorme. “Ó, o Al-5”. Cadê o Al-5? Ca .. . cabou com a … o AJ-5 não exis … não existe ato institucional no Brasil mais. É uma besteira. Artigo um, quatro, dois. É um pessoal que não sabe interpretar a Constituição. Agora em cima disso fazer uma onda? A “vamos ouvir deputados, empresários”, seja lá o que for. Agora, quando a Câmara faz lá dentro uma homenagem a Che Guevara, a Mao Tse-Tung e tudo mais, não tem problema nenhum. Quando o Partido Comunista do Brasil faz suas convenções e idolatram lá Fidel Castro, entre outros, não tem problema nenhum. Quando um coitado levanta uma placa de Al-5, que eu tô me lixando para aquilo, porque num .. . porque num existe AI-5. Não existe. Artigo um, quatro, dois: nós queremos cumprir o artigo um, quatro, dois, todo mundo quer cumprir o artigo um, quatro, dois. E havendo necessidade, qualquer dos poderes, pode, né? Pedir as forças armadas que intervenham pra reestabelecer a ordem no Brasil, naquele local sem problema nenhum.”

Eles juram que no artigo 142 tem as palavras caos e intervenção, mas adivinhe: não tem nem caos e nem intervenção na porra do artigo. repare quantas vezses Bolsonaro repetiu o número do artigo. E a gente, Costinha?!

Bolsonaro: Agora todos, né? Tem que se preocupar com a questão política, e a quem de direito, tira a cabeça da toca, porra! Não é só ficar dentro da toca o tempo todo não! “Tô bem, eu tô cuidando da minha imagem, a imagem tá aqui, eu sou bonitinho, e o resto que se exploda” . Não! Tem que fazer a sua parte. Então é isso que eu tento, ten … te … tenho falar com vocês, porque depois de em certo momento, onde chegar a … na … na … a cabeça dessas pessoas, fica difícil voltar atrás. Daí querem uma crise, é urna crise. Não tenho amor por essa … por essa … por esse mandato a … pe … pe … pela cadeira de Presidente. Ne .. . ne … zero, zero! Não vou provocar ninguém. E assim corno a defesa faz urna nota muito boa dizendo que vai cumprir a constituição, liberdade, e co … dez! E não aceita golpe, dez! Também não aceita um contragolpe dos caras, porra!”

Não vou provocar ninguém“, disse o Excelentíssimo Provoador da República. E que conceito de contragolpe é ese que o governo sofreria?! A nota do Heleno sugeriu que o golpe poderia ser uma contra-provocação, lembra?

Bolsonaro: Vai deixar alguns maluco aí, que eles sabem quem são, ficar aí naquela fervura de “Ó, o Presidente é irresponsável, ele é maluco, ele é genocida”. Não é assim. Não va … o que vale prum lado, vale pro outro, o que não vale prum lado, não vale pro outro. Essa é a nossa preocupação que devemos ter. Com isso que tá aqui, o Pró-Brasil, mas também com a questão política. Se nós começarmos a falar com propriedade, e tem gen … muita gente que fala muito melhor do que eu, e tem um conhecimento muito melhor do que eu, tem que falar, pô! Discretamente mas tem que falar, pra não deixar subir a temperatura, porque é só porrada o tempo todo em cima de mim. E vou continuar indo em qualquer lugar do Brasil e ponto final, é problema meu. Tá certo? Se eu não tiver esse direito de ir e vir. Prefeitinho lá do fim do mundo, um jaguapoca dum prefeito manda prender. Tem que a Justiça se posicionar. .. se posicionar sobre isso, porra! Tem que se posicionar sobre isso, abertamente! Não admitimos prisão por parte de prefeitos, e o decreto!  Tem que falar, não é ficar quieto. E quem de direito aqui, e todos os ministros tem que falar isso aí, não é só a Justiça. Todos tem que falar. Não é ficar, deixa o bo … toca o barco não e .. .. e vamos em frente. Tá? Então é isso que eu apelo a vocês, pô. Essa preocupação. Acordem para a política e se exponham, afinal de contas o governo é um só. E se eu cair, cai todo mundo… E nós sabemos, tá certo? Que nós temos um compromisso com a verdade.”

Bolsonaro: Eu jamais mentiria se não tivesse realmente um exame negativo. Jamais eu ia mentir a negativa deu positivo, ou vice-versa. Jamais. A verdade acima de tudo.  Então é um apelo que eu faço a todos, que se preocupem com política, pra não ser surpreendido. Eu não vou esperar o barco começar a afundar pra tirar água. Estou tirando água, e vou continuar tirando água de todos os ministérios no tocante a isso. A pessoa tem que entender. Se não quer entender, paciência, pô! E eu tenho o poder e vou interferir em todos os ministérios, sem exceção. Nos bancos eu falo com o Paulo Guedes, se tiver que interferir. Nunca tive problema com ele, zero problema com Paulo Guedes.”

Quem tem cu tem medo. Afijnou para o Guedes e não foi pouco não. E sim, ele tem problemas pra caralho com o Guedes, basta ver que ele autrizou aumento do funcionalismo público, com direito a líder do governo na Cãmara roniznaod o Guedes, e depois voltou atrás. Fora o Pró-Brasil, as cagadas na previdência e por aí vai.

Bolsonaro:  Agora os demais, vou! Eu não posso ser surpreendido com notícias. Pô, eu tenho a PF que não me dá informações. Eu tenho as … as inteligências das Forças Armadas que não tenho informações. ABIN tem os seus problemas, tenho algumas informações. Só não tenho mais porque tá faltando, realmente, temos problemas, pô! Aparelhamento etc. Mas a gente num pode viver sem informação. Sem info … co … quem é que nunca ficou atrás do … da … da … da … da … da … da … da porta ouvindo o que seu filho ou sua filha tá … tá comentando. Tem que ver pra depois que e … depois que ela engravida, não adianta falar com ela mais. Tem que ver antes … depois que o moleque encheu os cornos de … de droga, já não adianta mais falar com ele, já era. E informação é assim. Eu tava vendo, estudando em fim de semana aqui como é que o serviço chinês, \secreto, trabalha nos Estados Unidos. uai a preocupação nossa aqui? – . E simples o negócio. [trecho cortado a pedido de Celso]. “A, não deve publicamente” . Devo falar como? Tá todo mundo vendo o que tá acontecendo. [trecho cortado a pedido de Celso]. Tudo bem. Tá? [trecho cortado a pedido de Celso]. Você tira do [trecho cortado a pedido de Celso] porra, da [trecho cortado a pedido de Celso] tu não tira.”

As partes cortadas versam sobre a China

Bolsonaro: É uma realidade. Não adianta esconder mais, tapar o sol com a peneira, né? Tem, não é … em vá … em alguns ministérios tem gente deles plantado aqui dentro, né? Então não queremos brigar com [trecho cortado a pedido de Celso] zero briga com a [trecho cortado a pedido de Celso]. Precisamos deles pra vender? Sim. Eles precisam também de nós. Porque se não precisassem não estariam comprando a soja da gente não. Precisam. E é um negócio, pô. E devemos aliar com quem tem umas … alguma afinidade conosco. Pra gente poder faz … fazer valer a nossa vontade naquele momento. Não adianta se esconder aqui, depois tem um problema, daí liga pro tio, “O tio”. Vou falar “Pô cara, você me ignorou até hoje!”. Você só não me chamou de imperialista, igual a esquerdalha e o FHC falavam no passado, no resto … agora não dá mais. Então essa é a preocupação que temos que ter. A questão estratégica, que não estamos tendo. E me desculpe, o serviço de informações nosso, todos, é uma … são uma vergonha, uma vergonha! Que eu não sou informado! E não dá pra trabalhar assim. Fica difícil. Por isso, vou interferir! E ponto final, pô! Não é ameaça, não é uma … urna extrapolação da minha parte. É uma verdade. Como eu falei, né? Dei os ministérios pros senhores. O poder de veto. Mudou agora. ”

Mudou agora, simples assim. O sujeito promete carta branca e depois rasga essa mesma carta branca como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Bolsonaro: Tem que mudar, pô. E eu quero, é realmente, é governar o Brasil. Não, é o problema de todos aqui, como disse o Marinho, né? É o mesmo barquinho, é o mesmo barco. Se alguém cavar o fu … cavar no porão aqui, vai, vai todo mundo pro saco aqui, vai todo mundo morrer afogado. Então ess … isso que a gente precisa, é pensar além do que tem que fazer internan1ente aqui. Quando explodiu o INMETRO, conversei com o Paulo Guedes. Uma, desculpe o linguajar, uma putaria! Putaria o INMETRO! Trocar tacógrafo, trocar taxímetro, botar chip na bomba de combustível, putaria! Igualzinho a tomada de três pinos. Tá muito bem agora lá. A imprensa enfiou a porrada. “A, botou um coronel” . Coronel é formado pelo IME. Num ia botar um coronel sem u … sem uma formação, tá?”

O ódio que Bolsonaro tem do Inmetro é visceral, isso que dá ficar ouvindo áudio de taxista sem parar.

Bolsonaro: E assim nós devemos agir. Como tava discutindo agora. O IPHAN, não é? Tá la vinculado a Cultura. Eu fiz a cagada em escolher, nu … não escolher uma , ‘ uma pessoa que tivesse o … também um outro perfil. E uma excelente pessoa que tá lá, tá? Mas tinha que ter um outro perfil também. O IPHAN para qualquer obra do Brasil, como para a do Luciano Hang. Enquanto tá lá um cocô petrificado de índio, para a obra, pô! Para a obra. O que que tem que fazer? Alguém do IPHAN que resolva o assunto, né? E assim nós temos que proceder. E assim, cada órgão, como eu falei da Teresa Cristina, que mudou uma Instrução Normativa, revogou uma Instrução Normativa, ajudou quatrocentos mil pessoas no Vale do Ribeira – parabéns a ela – assim são outras decisões. A questão de armamento, né? As questões de … mas por quê? Espera aí! Ministro da Justi … senhor ministro da Justiça, por favor. Foi decidido a pouco tempo que não podia botar algema em quase ninguém. Por que tão botando algema, em cidadão que tá trabalhando, ou mulher que tá em praça pública, e a Justiça não fala nada? Tem que falar, pô! Vai ficar quieto até quando? Ou eu tenho que continuar me expondo? Tem que falar, botar pra fora, esculachar! Não pode botar algema! Decisão do próprio Supremo. E vamos ficar quieto até quando? Fica humilhando nosso povo, por quê? Isso tá crescendo. Pessoal fica apontando pra mim, “votei em você pra você fazer alguma coisa!”, “votei em você pra você tomar decisões, pra você brigar! “. E é verdade. Eu tô me lixando com a reeleição.”

Verdade acima de tudo“, disse o sujeito que jurou não tentar a reeleição e desde o primeiro ano de governo fala em reeleição.

Bolsonaro: Eu quero mais que alguém seja re … seja eleito, se eu vier candidato, tá?

Bolsonaro: Pra eu ter. .. eu quero ter paz no Brasil, mais nada. Porque se for a esquerda, eu e uma porrada de vocês aqui tem que sair do Brasil, porque vão ser presos. E eu tenho certeza que vão me condenar por homofobia, oito anos por homofobia. Daí inventam um racismo, como inventaram agora pro Weintraub. Desculpa, desculpa o … o desabafo: puta que o pariu! O Weintraub pode ter falado a maior merda do mundo, mas racista? Vamos ter que reagir pessoal, é outra briga.”

O caso do Abraham é MUITO racismo, e eu adoraria um close no Abraham nessa hora

Bolsonaro:  Tem que ser um governo com a … com altivez. Se expor, mostrar que nós temos o povo do nosso lado. Que nós somos submissos ao povo. Nós queremos realmente, é como disse, se não me engano Magareth Tacher, né? Ou Reagan, não sei? Pra se . .. tem que ser conduzido pela povo brasileiro, e ponto final. Onde o povo tá, vamos estar junto. Eu não convidei ninguém pra ir pra frente do pa .. . da … do forte apache, ninguém, zero! Tava na casa do meu filho, fiquei sabendo: “Vô pra lá”! A imprensa tá falando agora que, o … não sei … que dois ministros militares aí não aceitaram meu convite. O dia que … ou eu convido o ministro pra um churrasquinho em casa, ou pago uma missão!  Tá? Não sei, tá? Ou eu pago uma missão. Se a missão for absurda, o ministro fala “ó, tchau, tô fora”, tá certo? Ou vai e fica puto, mas vai, pô! E jamais eu vou pagar uma missão escrota pra quem quer que seja, nem no quartel eu fazia isso com recruta, nem no quartel, tá certo? Quem dirá o nosso convívio aqui que é muito bom, é … partir pra essa linha.”

Ô, convívio maravilhoso!

Bolsonaro: Não estamos em desespero, nós estamos bem. ”

Bolsonaro: Não somos acusados de desvio, de corrupção, nada. Na se … nada, tá zero!

Bolsoanro e sua famiglia são acusados duma PORRADA de coisas, caralho!

Bolsonaro: Temos problema pela frente. Vamos tentar solucionar, como eu tenho conversado com vários ministros. E vamos solucionar, porque o destino do Brasil tá na mão desse grupo privilegiado que tá aqui. E eu não seria nada sem vocês. Vocês não seriam ministro sem . .. sem eu … duvido! Dificilmente alguém ia ser ministro se tivesse um Haddad aqui. Eu duvido! ”



Bolsonaro rapidamente percebeu a merda, o que é raríssimo, e tentou consertar:

Bolsonaro: Poderia aceitar por alguns dias, né? Depois ver a sacanagem que ia ser, não ia ser diferente do que foi os dois anos anteriores do PT, não é?  Ia pedir pra sair. Então um apelo pra vocês, todo mundo se preocupe com o futuro do Brasil, com a questão política, criticar um ato de uma pessoa ou outra não é .. . não é criticar o Congresso ou de … criticar o Supremo Tribunal Federal. É … é uma … quem não fica . .. quem não ficou revo … vi o Moro ficou revoltado com a .. . com a liberdade desse pessoal. Por causa de … de … de … de vírus, botou os estuprador pra fora. Imagina se estivesse estuprado uma filha nossa, um filho da puta desses ser posto em liberdade. Agora temos que se colocar no lugar dessas pessoas, desse pai que tem a filha estuprada, e o .. . e vagabundo foi posto na rua. Com uma decisão, fada-se de quem seja, tem que jogar pesado em cima aí. .. pesado em cima disso. Não é um desabafo, pessoal. É uma realidade. O nosso barco tá indo, mas não sabemos ainda, no momento dado o último caso, ess … vírus, pra onde tá indo nosso barco. Pode tá indo em direção a um iceberg.”

Bolsonaro: A gente vai pro fundo.”

Bolsonaro: Então vamos se ligar, vamos se preocupar. Quem de direito, se manifesta, com altidez com palavras polidas, tá? Mas coloca uma posição! Porque não pode tudo, tudo, veio pra minha retaguarda, tudo tá? E vocês tem que apanhar junto comigo, logicamente quando tiver motivo pra apanhar, ou motivo pra bater.”

“Vocês têm que apanhar junto comigo”, que frase!

Entra em cena o engolidor de sapos:

Sérgio Moro: Não, é … bem … primeiro a questão do plano ali que foi apresentado, fica aqui o registro do meu elogio. Certo que ele tem que ser preenchido ai nos detalhes,”

Até o Moro iroznizando o Braga Netto, pede pra sair, general! E Moro falou e não disse um ai sobre os esporros dados por Bolsonaro minutos antes, que maravilha!

E não é que Montezano, o brother do Eduardo Bolsonaro que ganhou o BNDES de presente, subsevreveu a fala espantosa da porra do Salles?!

Gustavo Montezano: Segundo aqui eu subscrevo as palavras do ministro Salles. É o que a gente tem observado nos projetos e concessões e etc. Um da … uma parte crítica é essa legislação, ou funcionamento da máquina pública. É um momento muito oportuno pra gente aproveitar isso, e isso faz uma baita diferença no preço de um projeto, na velocidade, faz muita diferença. Então eu subscrevo aqui as palavras do … do ministro Salles.”

Gustavo Montezano: E por último ministro, é … quando eu assumi o banco em julho, o banco tava montado como uma fábrica de empréstimo, e o banco durante quinze anos foi uma fábrica de. .. de empréstimo. ”

Essa é literalmente a função do BNDES, porra?!

Gustavo Montezano: De julho até hoje a gente fez uma reestruturação completa no banco, é … montando o que eu acho que .. . acredito hoje, ser já, o maior banco de investimento do Brasil em pessoas, e um banco de investimento de serviços focado em planejamentos econômico-setoriais, e estruturação de projetos, tá? “

Aham, BNDES nunca fez isso, foi idéia do amigo do Eduardo, tá ok?! E não são esses dementes que defendem estado mínimo?! E ninguém ali dentro é capaz de reparar  na contradição, fascinante…

Gustavo Montezano: O banco já tá atuando dessa forma. Temos um vasto conhecimento setorial, um vasto conhecimento de planejamento. Já está rodando a contento, e esse BNDES de hoje se parece muito mais com um BNDES de vinte anos atrás. Que era o BNDES que planejava e estruturava esses projetos pro Brasil. “

Falei lá em cima que o Marinho era o único razoável dessa convenção de hospício mas a verdade é que o saudoso ministro Rubens até que foi bem, apesar de ter começado sua intervenção com um… “alô“:

Nelson Teich: Alô. Bom, eu tô chegando aqui então é importante que eu .. . que eu coloque pra vocês como é que a gente vai trabalhar, né? É… a saúde ela é fundamental, porque enquanto a gente não mostrar pra a sociedade que a gente tem o controle da doença, da saída dela, qualquer tentativa econômica vai ser ruim, porque o medo vai impedir que você trate a economia como uma prioridade. Então controlar a doença hoje é fundamental. E controlar a doença não significa que a gente vai curar a doença em uma semana, mas que a gente não é um barco a deriva e que a gente tem uma estratégia pra trabalhar essa a doença, né? Então são três coisas que a gente vai trabalhar. Primeiro a informação, pra entender o que que é a doença, qual é a evolução dela, como é que tá infraestrutura pra cuidar da doença, porque u .. . u … u … um dos grandes problemas que a gente tem hoje, se a gente olhar o Brasil hoje, ele é um dos melhores países em número em relação a mortalidade. O que assusta é você ver que o hospital não consegue atender, é gente do frigorífico, é gente que tá abrindo cova em algum lugar pra enterrar, e isso traz medo. E o medo impede que qualquer outra atividade tenha sucesso.”

Eu elogioei o Nelson lá em cima, foi? Esquece. Porra, o problema é abrir cova?! Qujeria o quê, que os corpos se empilhassem para deleite dos urubus?! Porra, não fode… Do nada Braga Netto interrmpe o ministro e fala, vai ver todo general agora acha que pode falar de saúde…

Braga Netto: Por quê?”

Ninguém te perguntou nada, brother, fica na tua!

Braga Netto: Porque se eu tiver os hospitais funcionando, eu vou ter os pacientes tratados, eu não tenho a sensação da crise, o medo melhora e o restante pode entrar. E a terceira coisa é a gente deixar claro um programa de saída do isolamento, do distanciamento. Não é que vá sair amanhã, mas a gente tem que ter um planejamento. Porque aí a gente realmente mostra que a … a situação tá na nossa mão. Pode ser que demore um pouco, mas a gente tá controlando esse processo, que a gente não tá sendo um barco a deriva. Então, basicamente eu queria fa … falar para você essa que é a forma como a gente vai tratar e vou … a gente vai tá interagindo com todos os ministérios que forem necessários para que isso aconteça da forma mais rápida possível, basicamente é isso e prazer tá aqui com vocês.”

Caralho, Nelson foi tutelado pelo Bragga Netto até em reunião ministerial. Na coletiva é controle de narrativa, mas em reunião interna?! Braga Netto falou umas baboseiras e Bolsonaro pediu a palavra para protagonizar a intervenção mais vil dessa reunião:

Braga Netto: Sim senhor (dirigindo-se a Jair Bolsonaro).

Jair Bolsonaro: Ontem eu liguei pro Diretor-Geral da Polícia Rodoviária Federal. Chegou ao meu conhecimento, urna nota, que era dele, sobre o passamento de um patrulheiro. E ele enfatizou que era COVID-19. Eu liguei pra ele… “Por favor, o que mais? Ele era obeso, era isso, era” .. . bem, tinha … como é que é? (dirigindo-se a Braga Netto)

Braga Netto: Como .. . comorbidades.

Jair Bolsonaro: Comorbidades. Mas ali na nota dele só saiu CODIV-19. Então vamos alertar a quem de direito, ao respectivo ministério, pode botar CODJV- 19, mas bota também tinha fibrose nu … montão de coisa, eu não entendo desse negócio não. Tinha um montão de coisa lá, pra exatamente não levar o medo à população.”

Jair Bolsonaro: Porque a gente olha, morreu um sargento do exército, por exemplo. A princípio é um cara que tá bem de saúde, né? Um policial federal, né? Seja lá o que for, e isso daí não pode acontecer. Então a gente pede esse cuidado com o colegas, tá? A quem de direito, ao respectivo ministério, que tem alguém encarregado disso, né? Pra tomar esse devido cuidado pra não levar mais medo ainda pra população.

Nelson Teich: É que cê perguntou, em relação … ele perguntou quanto tempo levaria para mostrar um plano, alguma coisa.

Rogério Marinho: (Ininteligível) apresentar um plano, se tem alguma perspectiva (ininteligível).

Nelson Teich: Eu acredito que …

Braga Netto: O que?”

Cala a boca, caralho!

Rogério Marinho: Um plano para (ininteligível)…  apresentar um plano, se tem alguma perspectiva (ininteligível).

Nelson Teich: Eu acredito que …

Braga Netto: O que?

Rogério Marinho: Um plano para (ininteligível).

M: Um plano de transição.

Braga Netto: Não, não … já … já … nós já conversamos hoje.

Rogério Marinho: Mas se ele tem essa ideia de tempo.

Braga Netto: Não, nós já conversamos hoje sobre isso (dirigindo-se a Nélson), (ininteligível) junto com a saúde, tá? Eu não posso dizer, tá?

Nelson Teich: A gente tá tra … a gente tá trazendo um reforço .. .

Braga Netto: É … A gente tá fazendo, isso aí.”

Se o Nelson tivesse um mínimo de dignidade tinha arremessado o copo e o mcrofone no Braga Netto, é preciso algum brio, porra! Nelson conseguiu enfim retormar a palavra:

Nelson Teich: Enquanto a gente não conseguir controlar a percepção que a gente hoje tem condição de cuidar das pessoas, vai ser difícil, né? E o problema da doença é que cê pega um sistema que se você falar em eficiência, os hospitais tem que ser eficientes. Então quando você fala em eficiência, voe … você vai quase no limite do cuidado. Cê não tem … cê não tem sobra, cê não tem gordura.”

O que ele tá dizendo é que pra dar lucro hospitais não podem operar com ociosidade, é preciso operar no limite pra extrair cada centavo, e aí quando dá uma merda como essa é esse pega pra capar. É esse pessoal que até pouco tempo atrás queria o fim do SUS:

Nelson Teich: Quando você pega uma doença que chega, que é muita gente ao mesmo tempo, você não consegue ter agilidade pra preparar o sistema para cuidar dela. E a gente tem um problema adicional que a gente tem que tomar cuidado, que é o seguinte, como você tem os hospitais com pouca … você tem muita gente falando de COVID, mas os hospitais estão diminuindo muito o atendimento. O que significa que eles vão ter problema fi nanceiro. Se isso prorroga, esses hospitais vão ter cada vez mais dificuldades, você vai poder ter um hospital mais sucateado ou um hospital fechado.  O que que tá acontecendo hoje? Vamos botar em números hoje, que a gente tenha quatro milhões de pessoas hoje com a COVID. Brasil hoje tem duzentos e doze milhões de pessoas. Tem duzentos e oito milhões que tão, que não estão … não tão tendo atenção necessária. Proce … é câncer, cardiovascular. Isso tudo tá represado, é demanda reprimida. Quando você controlar a COVTD, o não COVTD vai chegar com tudo, e você pode pegar uma estrutura sucateada. Aí vai ser. ..

Braga Netto: Vai ser o caos.”

Cala a boca, brother, fica na tua insignificãncia aí, porra! Não dá uma dentro e quer ficar de comentarista, porra?! Nelson fala um pouco mais e…

Braga Netto passa a palavra ao Tarcísio e vem mais humilhação para o general:

Tarcísio de Freitas: Não, só pra louvar a iniciativa, acho que é importante essa coordenação da – Casa Civil. Tenho certeza que é o que a sociedade …

Braga Netto: Foi ideia sua cara …

Tarcísio: Não, não … a sociedade espera isso de nós. “

Tarcísio enrola, enrola e conlcui de foma inacreditável:

Tarcísio de Freitas: Então eu acho que é essa linha que nós precisamos ter, né? E … tivemos aí dois caras aí na história recente que pegaram terra arrasada e entraram pra História. Um foi o Roosevelt, o outro foi o Churchill. O terceiro vai ser o Bolsonaro.”

Porra, praticamente se ajoelhou aos pés do presidente e abriu o zíper presidencial…

A palavra é passada ao presidente da Caixa Econômica:

Pedro Guimarães: São só cinco pontos muito rápidos. Primeiro, presidente, o maior programa da história do mundo de inclusão social digital, que nós estamos fazendo nesse governo.”

Pedro Guimarães: Pessoas que tomavam dinheiro a vinte e cinco por cento ao mês. Quer dizer, todos os ladrões lá, PT, PMDB, PSDB, aquela ladroagem toda, vinte e cinco por cento ao mês. E ninguém se indigna. Esse governo que se indignou, o governo dos liberais.”

Tem que manter isso aí, viu? Governo dos liberais, nunca nos esqueçamos disso. O que o Bolsonaro fará pelo descrédito de Deus, das forças armadas e dos liberais será uma enormidade.

Pedro Guimarães: Então, assim, acho que a gente tá com um problema de narrativa. Hoje de manhã por exemplo, o pessoal da Band queria dinheiro. O ponto é o seguinte, vai ou não vai dar dinheiro pra Bandeirantes? A, não vai dar dinheiro pra Bandeirantes?”

Datena ficou putíssimo!

 

Pedro Guimarães: Passei meia hora levando porrada, mas repliquei. E falei: “Olha vocês tão em casa? Eu tenho trinta mil funcionário na rua. Não tem esse negócio, essa frescurada de home office. Eu já visitei quinze agências, e você em casa?”. Aí o pessoal ficou um pouco mais calmo. Quer dizer, eu posso ter trinta mil brasileiros nas agências lá … sabe quantas pessoas a caixa está pagando hoje? Sete milhões de pessoas, e todo mundo em home ojjice. Que porcaria é essa? Desculpa o meu ponto, presidente, quando o senhor falou, pô, o … eu vo … eu vou me emocionar. O Luiz Lima, que nadou com meu pai, foi atleta olímpico, teve a esposa e a filha de catorze anos presa ontem, no camburão. Que porra é essa? Desculpa .. Que porra é essa? O cara vai pro camburão com a filha. Se fosse eu, ia pegar minhas quinze armas e .. . ia dar uma … eu ia se … eu ia morrer. Porque se a minha filha fosse pro camburão, eu ia matar ou morrer.”

Reunião repleta de generais e o sujeito falando em matar policiais, viado!

Pedro Guimarães: Que isso? Tava nadando na … na … é uma atleta olímpica. “

E daí que era atleta olímpica? Se não fosse atleta olímpica tava de boa?! Que porra de raciocínio é esse?!

Pedro Guimarães:  Você tira a pessoa, a pessoa tá nadando com catorze anos. Eu tenho uma filha Maria de catorze anos. Se a minha filha fosse pro camburão ou eu matava ou morria. Que isso?”

Sim, ele reptiu! E olha o naipe do diálogo, alguém sugeriu uma carteirada!

M: É, e a esposa do Luiz Lima nem usou o fato de ser esposa de um deputado federal.

Pedro Guimarães: Mas assim ..

M: Ela foi calada e saiu calada .. .

Pedro Guimarães: E aquele governador roubando …

M: Mas ele tá revoltado.

Pedro Guimarães: … pra direito, tá … pra tudo quanto é lado. Então o governador rouba, aí ele sai prendendo todo mundo, e fica tudo isso por isso mesmo.”

Eu acho fascinante como eles mistura pandemia com corrupção. E eles falaram mais da família do Luiz Lima que os mortos pela pandemia, viado! É uma inversão de prioridade absolutamente desconcertante

Pedro Guimarães: Ai a gente faz o maior programa da história da humanidade de inclusão de pessoas que recebiam vinte e cinco por cento ao mês, cobravam, PSDB, PT, PMDB, aquela … aquele grupo todo. Na hora de privatizar, todo mundo, porra .. .”

Maior programa da humanidade, que lisertgia escrota…

Pedro Guimarães: E se o senhor precisar, obviamente o meu chefe é o ministro Paulo Guedes, ele decide. Não tem problema. Inclusive, porque o que acontece é o seguinte, se roubar eu vou ligar pro ministro Moro pra prender.”

Não, o Moro não manda prender ninguém, caralho, isso nao cabe ao ministério da justiça, como são burros, puta que pariu…

Pedro Guimarães: Mas, assim, eu acho que a gente tá levando muita porrada, presidente, e … de novo, eu não to dizendo de ninguém daqui não. A gente só leva porrada. Agora tem um limite. Desculpa. É, o … todo lugar que eu vou, as pessoas normalmente são educadas, mas o … a paciência chega num limite, obviamente não dessa maneira, eu acho que tem um ponto. Nós estamos emprestando cento e cinquenta e quatro bilhões de reais, mas só um ponto que eu acho importante … Tarcísio é super meu amigo e ele é muito esperto. Qual que é a … o grande ponto que a gente tem que evitar? O cara que tá quebrado, já estava quebrado antes e quer a nossa molezinha. Então, assim, claramente tem que ajudar e eu concordo, tanto que nós emprestamos quarenta e três bilhões de reais pro segmento imobiliário. Um milhão e meio de pessoas deixaram … ser demitidas. Agora, não é pra todo mundo não! Aquela empresa que já estava quebrada antes, por que que a gente vai dar molezinha? Então, este ajuste fino é importante, os bancos tem que fazer, por quê? Último ponto que eu falo. Já estou sendo processado também, vamos nós dois juntos pra cadeia, por causa do auxílio emergencial. Sabe que que tem? Tem gente do TCU dizendo que a gente tá {dando} muito e tem gente dizendo que a gente tá {dando} pouco. Ferrou. Ou seja, tem gente querendo me prender, porque tá dizendo que a gente tá {dando} muito e tem gente querendo me prender, que são aqueles caras lá que tavam antes, {dando} pouco. Vou acabar sendo preso, mas o que que gente não vai fazer? “

Locutor em off: não, ninugém quer prender esse demente porque ele deu muito opu puco dinheiro.

Pedro Guimarães: Então, é só o meu recado dizendo o seguinte: a Caixa é o banco de todos os brasileiros. Poxa, a gente tá com trinta mil pessoas. Eu passo ligando quarenta e cinco bra .. . é … pessoas na Caixa tiveram coronavírus. Dois fa … faleceram, um na verdade com setenta anos, que já tava aposentado e outro. A pessoa é .. . é … eu chorei mais do que a pessoa, a mãe. “

Ele tá dizendo que ele chorou mais que a mãe do falecido?!

Pedro Guimarães: É, uma pessoa em trinta mil que estão o dia inteiro. Eu já falei pra minha esposa: se tiver qualquer coisa vou lo … tomar um litro de hidroclorixisquina, aquelas coisas todas. Então assim, eu acho que a gente tá, só o último ponto, num, numa questão de histeria coletiva.”

O sujeito falou duas vezes em matar policiais e aponta histeria alheia, fascinante.

Pedro Guimarães: Agora, realmente meu ponto é: é inaceitável, foi a primeira vez que aconteceu, eu conheço a, a Milena .. . Milene Comine, atleta olímpica. Quer dizer, uma atleta olímpica, esposa atleta olímpica e a filha de catorze anos num camburão? Eu não sei se eles botaram atrás ou no meio.”

Pelo que eu entendi se não fosse uma família olímpica não teria problema.

Se prepare que lá vem Ernesto e sua cabeça (cheia de merda) despropocional:

Ernesto Araújo: É … rapidamente, é … Sobre o plano. A dimensão internacional do plano, evidentemente é fundamental, já tá ali contemplada. Eu queria mencionar o seguinte, eu acho que é fundamental que essa dimensão internacional não seja simplesmente hã … uma adaptação nossa ao cenário internacional, mas que ela leve em conta a capacidade que o Brasil hoje tem de influir no desenho de um novo cenário internacional. Eu tô cada vez mais convencido de que o Brasil tem hoje as condições, tem a oportunidade de se sentar na mesa de quatro, cinco, seis países que vão definir a nova ordem mundial.”

Caralhoooo, que grande show de demência e arrogância. Vamos lá, quatro ou cinco: Eua, Israel, Hungria, Índia e quem mais? N  twtter alguém chutou Filipinas e o Duderte é um belíssimo chute.

Ernesto Araújo:  É, outro dia a … na conversa do presidente com o primeiro ministro da Índia, o indiano disse que vai ser tão diferente o pós-coronavírus do pré quanto pós segunda guerra do pré. Eu acho que é verdade e assim como houve um conselho de segurança que definiu a ordem mundial, cinco países depois da… da segunda guerra, vai haver uma espécie de novo é … conselho de segurança e nós temos, dessa vez, a oportunidade de tá nele e acreditar na possibilidade de o Brasil influenciar e forma … ajudar a formatar um novo é … cenário. E esse cenário é, … eu acho que ele tem que levar em conta o seguinte é … tamos aí revendo os últimos trinta anos de globalização. Vai haver uma nova globalização. Que que aconteceu nesses trinta anos? Foi uma globalização cega para o tema dos valores, para o tema da democracia, da liberdade. Foi uma globalização que, a gente tá vendo agora, criou é … um modelo onde no centro da economia internacional está um país que não é democrático, que não respeita direitos humanos etc., né?”

Disse o sujeito incapaz de criticar o príncipe saudita que esquartejou um jornalista…

Ernesto Araújo: É … essa nova globalização acho que não pode ser cega, né? É, tem que ser uma globalização, tem que ser uma estrutura, é, que leva cm conta, claro, a dimensão econômica, mas também essa dimensão da, da liberdade, dos valores. E é, da mesma maneira, acho que o plano e, tá apontando pra isso, no nosso e, é a nossa dimensão nacional, também não pode ser um plano cego para, a, essas dimensões do, daquilo que nos traz, né? Que traz o projeto do, do presidente, que é não simplesmente a eficiência, a pujança, o crescimento econômico, mas, hã … liberdade, hã … hã .. . o combate a corrupção, o… a … a re … reinvenção de um Brasil, é .. . livre, de um Brasil _livre dessas, é… mazelas que nós conhecemos. Obrigado.”

O presidente do BC falou e deu uma leve alfinetada no Guewdes e sua tara pro investimenro privado:

Roberto Campos: A gente tem feito reunião entre … reuniões entre os banqueiros centrais de vários países do mundo, é … quase todas as semanas. E eu acho que tem três pontos que são importantes. Primeiro, existe um consenso, hoje, é … que o mundo privado tá com muito medo de tomar risco. Então, que não vai … que não vai ter como ter uma saída rápida sem que o governo não entre, de alguma forma, tomando risco. Porque o mundo privado tá com medo de tomar risco pelo fator medo. Que é o fator que o doutor mencionou que eu acho que é muito importante. Se amanhã você permitir todo mundo ir num estádio de futebol ver um jogo, será que todo mundo vai sair de casa e vai?”

Bolsonaro não deve ter gostado nada dessa parte.

Braga Netto paassa a palavra para a Damares:

Damares Alves: É, ministro, parabéns pela ideia, mas eu preciso lembrar, é… e … e eu preciso fazer sempre isso pra que a gente não perca o foco. A questão de valores, ministro. A. .. esse governo tem o pilar dos valores. Não se pode construir nada neste governo sem a gente trazer valores. Nós estamos sabendo, e a gente tá falando o tempo todo, que nós não seremos mais os mesmo depois dessa pandemia. O mundo não será mais o mesmo. Nós não seremos mais o mesmo e nós vamos ter que fazer uma revisão de políticas públicas, no mundo todo e no Brasil. Nós vamos ter que nos reinventar, com certeza. Neste momento, que que nós estamos vendo aqui no nosso comitê? Nós estamos buscando dados e não estamos encontrando dados. Nós recebemos um governo que não tinha dados, os dados que nós tínhamos eram falsos, mentirosos. Um Brasil de achismo, um Brasil de talvez, “eu acho que é”, ” talvez sim, talvez não”. Políticas públicas construída até agora nessa nação em cima de talvez e de achismo. Nós vamos ter que rever muita coisa. É um país plural. Quando a gente foi buscar os povos tradicionais agora pra gente construir o enfrentamento ao coronavírus, nós descobrimos, ministros, que nós temos um milhão e trezentos mil ucranianos no Brasil e ninguém nunca falou de ucranianos pra nós no Brasil. Com o seu, com a sua cultura totalmente preservada no Brasil. Nós tamos com um milhão e quinhentos mil ciganos e eu falava de um milhão e trezentos mjl, e são um milhão e quinhentos mil ciganos… Então presidente, nós vamos ter que rever muita coisa na aplicação da nossas políticas públicas no Brasil. Os nossos seringueiros são em números maiores do que a gente imagina no Brasil. Então, tudo que nós fomos construir, nós vamos ter que ver, ministro, a questão dos valores tan1bém. A questão, os nossos quilombos estão crescendo e os … e os meninos estão nascendo nos quilombos e seus valores estão lá. Então, tudo vai ter que ver a questão dos valores. “

Damares Alves: Então, tudo isso tem que vir pra este pacote. Nós vamos ter que fazer algumas revisões de políticas públicas no Brasil, então por favor, ministro, coloque aí a questão de valores. E quando eu falo valores aí eu quero olhar pro nosso novo ministro aqui da saúde e dizer: ministro, valores estão lá no seu ministério também. Neste momento de pandemia a gente tá vendo aí a palhaçada do STF trazer o aborto de novo para a pauta, e lá tava a questão de … as mulheres que são vítima do zika vírus vão abortar, e agora vem do coronavírus? Será que vão querer liberar que todos que tiveram coronavírus poderão abortar no Brasil? Vão liberar geral? O seu ministério, · ministro, tá lotado de feminista que tem uma pauta única que é a liberação de aborto. Quero te lembrar ministro, que tá chegando agora, este governo é um governo pró-vida, um governo pró-família. Então, por favor. “

Ministro Rubens é enquadrado até pela Damares, puta que pariu… E eles acham absurdo abortos em caso de Zika, inacreditável.

Damares Alves: E eu quero citar aqui o exemplo da política indigenista como este governo estava construindo. Todo mundo começou a dizer, a esquerda começou a falar que o coronavírus iria dizimar os povos indígenas no Brasil. O primeiro óbito, dia doze de abril, sabe o que que é isso? A forma como nós estávamos conduzindo a política indígena no Brasil. Primeiro óbito: dia doze de abril. E eu fui lá pra Amazônia, em Roraima, junto com o presidente da Funai e o secretário nacional de saúde indígena pra acompanhar o primeiro óbito. A forma como a gente conduziu deu muito certo. Vamos ter que melhorar? Vamos ter que melhorar. E por que que nós fomos lá, presidente? Porque nós recebemos a notícia que haveria contaminação criminosa em Roraima e Amazônia, de propósito, em índios, pra dizimar aldeias e povos inteiro pra colocar nas costas do presidente Bolsonaro. Eu tive que ir pra lá com o presidente da Funai e me reuni com generais da região e o superintendente da Polícia Federal, pra gente fazer uma ação ali meio que sigilosa, porque eles precisavam matar mais índio pra dizer que a nossa política não tava dando certo. Idosos estão sendo algemados e jogado dentro de camburões no Brasil. Mulheres sendo jogadas no chão e sendo algemadas por não terem feitos nada … feito nada. Nós estamos vendo padres sendo multados em noventa mil reais porque estavam dentro da igreja com dois fiéis. A maior violação de direitos humanos da história do Brasil nos últimos trinta anos está acontecendo neste momento, mas nós estamos tomando providências. “

Deiuxando o absurdo de lado, reparou que ela falou nos últimos 30 anos?! Chupem que é de uva, generais, Damares tá falando da ditadura.

Damares Alves: A pandemia vai passar, mas governadores e prefeitos responderão processos e nós vamos pedir inclusive a prisão de governadores e prefeitos. “

Damares Alves: E nós tamo subindo o tom e discursos tão chegando. Nosso ministério vai começar a pegar pesado com governadores e prefeitos. Nunca vimos o que está acontecendo hoje… Então, nós estamos fazendo um enfrentamento, mais de cinco procedimentos o nosso ministério já tomou iniciativa e nós tamos pedindo inclusive a prisão de alguns governadores.”

Para deleite da bancaa da evangélica é chegada a parte dos cassinos na voz do pilantra do Turismo:

Marcelo Alves: o ministério do Turismo agora tem que ter um planejamento, um plano de atração de investimentos, que é o que gera emprego, renda, é o que ajuda, obviamente, a economia do Brasil. E pra isso presidente, eu acredito que o momento propício nesse planejamento da retomada, discutir os resorts integrados. Não é legalização de jogos, não é bingo, não é caçaniquel, não é … são resorts integrados. Obviamente, presidente, uma pauta que precisa de ser construída a – Damares tá olhando com cara feia pra mim – uma pauta que precisa de ser construída com as bancadas da Câmara, tanto a evangélica, quanto a católica, mostrando ou desmistificando vários mitos que giram em torno disso. Não sei se o ministro Paulo Guedes, é … concorda. Nós ternos a possibilidade de atrair pelo menos quarenta bilhões de dólares pro Brasil só de outorgas, de investimentos imediatos com essa pauta. Mas o que precisa ser feito, presidente, é realmente desmistificar a questão de evasão de divisas, de lavagem de dinheiro, de tráfico de drogas e pra isso eu sugeriria que nesse debate podia con .. . podi … pudéssemos contar com o ministério da Justiça, através da Polícia Federal, o Ministério Público na mesa, a Receita Federal, os órgãos de controle, mas obviamente, presidente, uma pauta que só levaríamos pra frente se a gente conseguir é … pacificar, ou nos fazermos enten … nos fazer entender pelas bancada evangélica, pela bancada católica, pra que não haja uma distorção, é … na comunicação disso. Tem que ser um projeto muito bem feito que eu acredito que pode ser e nesse processo da retomada, uma grande oportunidade pro Brasil atrair grandes complexos dos quais apenas três por cento são utilizados para os cassinos. E outra, isso não tem impacto diretan1ente nenhum na família dos trabalhadores brasileiros.”

Damares interompeu:

Damares: Pacto com o diabo!

Marcelo Alves: (Risos). Não. Não é bem isso não, né? Vou ter que começar a desmistificar pra Damares aqui. Tô … tô vendo isso.”

Prepare sua pisquê daí que é chegada a hora do Abraham:

Abraham Weintraub: Tem três anos que, através do Onyx, eu conheci o presidente. Nesses três anos eu não pedi uma única conselho, não tentei promover minha carreira. Me ferrei, na física. Ameaça de morte na universidade. E o que me fez, naquele momento, embarcar junto era a luta pela … pela liberdade. Eu não quero ser escravo nesse país. “

“Escravo”, viado! E Onyx escolhe bem demais sua equipe…

“E acabar com essa porcaria que é Brasília. Isso daqui é um cancro de corrupção, de privilégio. Eu tinha uma visão extremamente negativa de Brasília. Brasília é muito pior do que eu podia imaginar. As pessoas aqui perdem a percepção, a empatia…”

Caralho, o ministro de Eucação que vive agredindo pessoas no twitter, que já se referiu a mãe de um internauta como “égua sarnenta desdentada” falando em empatia, porra!

Abraham Weintraub: Eu tive o privilégio de ver a … a mais da metade aqui desse time chegar. Eu fui secretário-executivo do ministro Onyx. Eu acho que a gente tá perdendo um pouco desse espírito. A gente tá perdendo a luta pela liberdade. É isso que o povo tá gritando. Não tá gritando pra ter mais Estado, pra ter mais projetos, pra ter mais .. . o povo tá gritando por liberdade, ponto. Eu acho que é isso que a gente tá perdendo, tá perdendo mesmo. A ge … o povo tá querendo ver o que me trouxe até aqui. Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF. E é isso que me choca. “

Abraham Weintraub: Era só isso presidente, eu … eu … realmente acho que toda essa discussão de “vamos fazer isso”, “vamos fazer aquilo”, ouvi muitos ministros que vi … chegaram, foram embora. Eu percebo que tem muita gente com agenda própria.”

Beijo, Moro!

Abraham Weintraub: Eu percebo que tem, assim, tem o jogo que é jogado aqui, mas eu não vim pra jogar o jogo. Eu vim aqui pra lutar. E eu luto e me ferro. Eu tô com um monte de processo aqui no comitê de ética da presidência. Eu sou o único que levou processo aqui. Isso é um absurdo o que tá acontecendo aqui no Brasil. A gente tá conversando com quem a gente tinha que lutar. A gente não tá sendo duro o bastante contra os privilégios, com o tamanho do Estado e é o … eu realmente tô aqui de peito aberto, como cês sabem disso, levo tiro … odeia … odeio o prutido comunista [trecho cortado a pedido de Celso]”

Caralho, os ministros se revezaram nessa demência constrangedora e o Abraham acha pouco, por ele era papo de incendiar o STF e o Congresso, qualquer outra opção é frouxidão

Agora é puro suco de fascismo, se prepare:

Abraham Weintraub: Ele tá querendo transformar a gente numa colônia. Esse país não é … odeio o termo “povos indígenas”, odeio esse termo. Odeio. O “povo cigano”. Só tem um povo nesse país. Quer, quer. Não quer, sai de ré. É povo brasileiro, só tem um povo.”

Um só povo, só faltou mandar um Heil Hitler.

Abraham Weintraub: Pode ser preto, pode ser branco, pode ser japonês, pode ser descendente de índio, mas tem que ser brasileiro, pô! Acabar com esse negócio de povos e privilégios. Só pode ter um povo, não pode ter ministro que acha que é melhor do que o povo. Do que o cidadão. Isso é um absurdo, a gente chegou até aqui. O senhor levou uma facada na barriga. Fez mais do que eu, levou uma facada. Mas eu também tô levando bordoada e tô correndo risco. E fico escutando esse monte de gente defendendo privilégio, teta. Tendeu? É isso. Negócio. Empréstimos. A gente veio aqui pra acabar com tudo isso, não pra manter essa estrutura. E esse é o meu sentimento extremamente chateado que eu tô vendo essa oportunidade se perder.”

Abraham esculachou todos os demais ministros e chamou Bolsonaro de frouxo, que coisa…

Abraham Weintraub: Eu sou, evidentemente, eu tô no grupo dos ministros que tá mais ligado com a militância. Evidente, porque eu era um militante. Eu tava militando de peito aberto, continuo militando. “

Um governo técnico, sem ideologia, tá ok? O ministro milita mas não tem ideologia.

Abraham Weintraub: Do ponto de vista de carreira, eu poderia ter quem … tentando me dar bem.”

Disse o sujeito que passou num concurso que só ele disputou e maltrata o portugês de forma sádica..

Abraham Weintraub: Não foi isso que eu fiz. Não foi isso que eu fiz. Sei que isso daqui é um palácio, existem intrigas palacianas – estou sendo muito franco. E a gente pode sim perder a liberdade, perder esse país. Ninguém vai se dar bem se a gente perder esse país. Quem vai se dar bem são poucos, pouquíssimas famílias. Pouquíssimas famílias. Não se iludam. Não se iludam. Era isso.”

Ele tá falando dos Marinho, dos Frias, Dos Mesquita, que doença… Bolsonaro complementa:

Bolsonaro: Deixa eu complementar aqui. O que o Weintraub tá falando – eu tô com sessenta e cinco anos – a gente vai se aproximando de quem não deve. Eu já tenho que me policiar no tocante a isso daí. São pessoas aqui em Brasília, dos três poderes, que não sabem o que é povo. Eu converso com alguns, não sabe o que é o feijão com arroz, não sabe o que é um supermercado. Esqueceu. Acha que o dinheiro cai do céu. “Eu tô com os meus privilégios garantidos, meus cem mil por mês”, em média, cem mil por mês que essa galera ganha, né? Legalmente.”

Disse o sujeito que construiu um patrimônio imobiliário com auxílios-moradia e até o caseiro dele era pago com verba pública – na verdade a esposa era contratada pra pagar o salário do marido.

Bolsonaro: E acha que isso não vai acabar nunca. Como alguns acham que a liberdade a … a … qua .. . “qual é desse cara, tá maluco?”. Eu tô vendo o mais antigo aqui, o General Heleno aqui. Ele sabe o que é meia, o que foi meia quatro. Muitos aqui não sabem. Essa cambada que tentou chegar no poder em meia quatro, se … se tivesse chegado, a gente tava fodido todo mundo aqui. Cortando … ia tá felicíssimo se tivesse cortando cana, ganhando vinte dólar por mês. Não pode esquecer disso. Nós não podemos esquecer o que é esse povo. É convite, não é … não é missão não. Convite. Pra ver como é que tá o cara na … na … na esquina. Pra vir uns merda pra falar aí, né? Uns merda de sempre. “A, o cara rompeu o isolamento. Tá dando um péssimo exemplo.”. Tá .. . péssimo exemplo é o cacete, pô! Pior é tá passando fome! Tá na merda, porra! Sentir o cheiro de povo, como eu falei, lá. É uma experiência pra todo político sentir! Ir lá ver como é que tá o negócio. “

Bem, algo me diz que Bosloanro agora não vaui furar tanto o isolamento…

 

 

Bolsonaro: Ou a gente tem que tá, como se fosse, né, ô? Um general na … na retaguarda e deixar a tropa se ferrar na frente. Não! O general tá, tá na frente, o coronel tá na frente, o capitão tá na frente. Nossos heróis da segunda guerra mundial tiveram na frente de campo de batalha. Se precisar que, tenho certeza, nossas forças armadas vão cumprir com seu papel, mas, né?”

Bolsonaro: Nós temos que dar exemplo e mostrar que o Brasil não é – eu sou mais educado que o Weintraub, até me poli muito, né?”

Caralho, então fica assim, o ministro da Educação consegue a proeza de ser mais deselgante que o Bolsonaro, porra!

Bolsonaro: No linguajar que ele usou – mas não é isso que o pessoal pinta por aí. Se reunindo de madrugada, pra lá, pra cá. Sistemas de infom1ações: o meu funciona. O meu particular funciona. Os ofi… que tem oficialmente, desinforma. “

Oi?! Inteligência pessoal funciona?!

A AGU malandramente deixou isso de fora da transcrição, eu pra entendr porque Celsão fez questão de ver o vídeo inteiro? E na noite do dia 22 de maio, pouco depois do vídeo ser publicado, Bolsonaro falou loucamente durante 50 minutos e aprofundou essa confissão maravilhosa:

 

“… O tempo todo vivendo sob pressão, operação de busca e apreensão na casa de filho meu, onde provas seriam plantadas, levantei isso, graças a deus eu tenho amigos policais civis e militares no Rio de Janeiro, que tava sendo armado pra cima de mim. Moro, eu não quero que você me blinde, mas eu nao quero que você me blinde, mas vc tem a missao de nao deixar eu ser chantageado, nunca tive sucesso pra nada, é obrigação dele me defnder, nao é me defender de corrupção, não é de dinheiro no exterior, é pra que o presidente possa ter paz.”

Como é burro, como é burro, puta que pariu! Imagine o desespero dos amigos policiais do Bolsonaro depois dessa! E Boslonaro tava sendo chantageado, é?  E é fascinante ele achar que cabe ao ministro da Justiça impedir que o presidente seja chntageado, ele não tem a menor idéia da função de ministro da Justiça. Mas a melhor frase é “nunca tive sucesso pra nada“.

Voltando à fatídica reunião e ao desabafo presidencial:

Bolsonaro: E voltando ao … ao tema: prefiro não ter informação do que ser desinformado por sistema de informações que eu tenho. Então, pessoal, muitos vão poder sair do Brasil, mas não quero sair e ver a minha a irmã de Eldorado, outra de Cajati, o coitado do meu irmão capitão do Exército de … de … de … lá de Miracatu se foder, porra!  Como é perseguido o tempo todo. Aí a bosta da Folha de São Paulo, diz que meu irmão foi expulso dum açougue em Registro, que tava comprando carne sem máscara. Comprovou no papel, tava em São Paulo esse dia. O dono do … do restaurante do … do pa … de … do açougue falou que ele não tava lá. E fica por isso mesmo. Eu sei que é problema dele, né? Mas é a putaria o tempo todo pra me atingir, mexendo com a minha família.”

Qual a solução proposta? Que os agentes da ABin intimidem os jornalistas? Que tipo de proteção ele quer?!

Bolsonaro: Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro, oficialmente, e não consegui! E isso acabou. Eu não vou esperar foder a minha família toda, de sacanagem, ou amigos meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence a estrutura nossa. Vai trocar! Se não puder trocar, troca o chefe dele! Não pode trocar o chefe dele? Troca o ministro! E ponto final! Não estamos aqui pra brincadeira.”

Olha pra onde Bolsonaro estava olhando nesse momento:

 

E os generais que mentiram em depoimento, Costinha?!

Disse o Bolsonaro que fez VÁRIAS trocas em sua segurança pessoal nas semanas anterirores. E olha pra onde ele estava olhando nessa hora:

Bolsonaro: O que esses filha de uma égua quer, ô Weintraub, é a nossa liberdade. Olha, eu tô, como é fácil impor uma ditadura no Brasil. Como é fácil. O povo tá dentro de casa. Por isso que eu quero, ministro da Justiça e ministro da Defesa, que o povo se arme!”

Sim, ele pediu aos ministros da Justiça e ao da Defesa que armem a população. Se o Lula tivesse feito algo do gênero seria guerra civil, viado! De tanto temerem uma Venezuela vão transformar Bras[ilia em Caracas

Bolsonaro: E se eu fosse ditador, né? Eu queria desarmar a população, como todos fizeram no passado quando queriam, antes de impor a sua respectiva ditadura. Aí, que é a demonstração nossa, eu peço ao Fernando e ao Moro que, por favor, assine essa portaria hoje que eu quero dar um puta de um recado pra esses bosta! Por que que eu tô armando o povo? Porque eu não quero uma ditadura! E não da pra segurar mais! Não é? Não dá pra segurar mais.”

Aham, vai ver Chávez desarmou a população…

Bolsonaro: É. Quem não aceitar a minha, as minhas bandeiras, Damares: família, Deus, Brasil, armamento, liberdade de expressão, livre mercado. Quem não aceitar isso, está no governo errado. Esperem pra vinte e dois, né? O seu Álvaro Dias. Espere o Alckmin. Espere o Haddad. Ou talvez o Lula, né? E vai ser feliz com eles, pô! No meu governo tá errado! É escancarar a questão do armamento aqui. Eu quero todo mundo armado! Que povo armado jamais será escravizado. E que cada um faça, exerça o teu papel. Se exponha. Aqui eu já falei: perde o ministério quem for elogiado pela Folha ou pelo Globo! Pelo Antagonista! Né?”

Idade metal não passa dos 5 anos nem fodendo.

Bolsonaro:  Então tem certos blogs aí que só tem notícia boa de ministro. Eu não sei como! O presidente leva porrada, mas o ministro é elogiado. A gente vê por aí. “A, o governo tá, o … o ministério tá indo bem, apesar do presidente.”. Vai pra puta que o pariu, porra! Eu que escalei o time, porra! Trocamos cinco. Espero trocar mais ninguém! Espero!”

De lá pra cá ele saíram Moro e Nelson e não demora muito e cai o Abraham.

Bolsonaro: Mas nós temos que, na linha do Weintraub, de forma mais educada um pouquinho, né? É … de se preocupar com isso. Que os caras querem é a nossa hemorroida! É a nossa liberdade! Isso é uma verdade. O que esses caras fi zeram com o vírus, esse bosta desse governador de São Paulo, esse estrume do Rio de Janeiro, entre outros, é exatamente isso. Aproveitaram o vírus, tá um bosta de um prefeito lá de Manaus agora, abrindo covas coletivas. Um bosta. Que quem não conhece a história dele, procura conhecer, que eu conheci dentro da Câmara, com ele do meu lado! Né? E nós sabemos o … o que, a ideologia dele e o que ele prega. E que ele sempre foi. O que a … tá aproveitando agora, um clima desse, pra levar o terror no Brasil. Né? Então, pessoal, por favor, se preocupe que o de há mais importante, mais importante que a vida de cada um de vocês, que é a sua liberdade. Que homem preso não vale porra nenhuma.”

Essa parte do pai do Virgílio é surreal! O sujeito foi preso em plena ditadura e nem o fato do filho ser um tucano histórico diminui a paranóia presidencial, inacreditável

A palavra é passada ao Paulo Guedes:

Paulo Guedes: Ô presidente, esses valores e esses princ1p10s e o alerta aí do Weintraub é válido também, como seu … sua evocação é que realmente nós estamos todos aqui por esses valores. Nós tamos aqui por esses valores. Nós não podemos nos esquecer disso. Nós podemos conversar com todo mundo aqui, porque é o establishment, é porque nós precisamos dele pra aprovar coisa, mas nós sabemos que nós somos diferentes. Nós temos noção que nós somos diferentes deles. E quando eles cruzam a linha a gente solta a mão e sai andando sozinho. Enquanto eles tiverem no trilho, conosco, no caminho de fazendo as reformas que nós prometemos, nós tamo junto. Na hora que o cara soltou a mão e passou pro lado de lá, a gente deixa o cara ir sozinho e a gente continua sozinho e vai procurar outra conversa, em outro lugar. Então, eu acho que manter essa ideia que nos trouxe aqui, e eu tenho dito isso em todo lugar, e lá fora eu converso.”

Ó o papo do sujeito!

Paulo Guedes: Semana passada eu conversei com os ministros da fazenda de 020, conversei com os ministros, é … também de economia, é … dos BRICS e a mensagem que eu levo é sempre a mesma: o Brasil vai surpreender o mundo. Vocês duvidavam da nossa democracia, duvidavam do nosso presidente, nosso presidente é democrata e vai fazer as mudanças.”

Já estão todos surpreendidos, boquiabertos, estupefatos, seu bobinho.

Paulo Guedes: E aprovamos a reforma da previdência o ano passado, enquanto os franceses fizeram passeatas contra a reforma da previdência.”

Sim, essa é pra gente, constrangido, vestir a carapuça.

Paulo Guedes: Agora, a mesma coisa, eu tô dizendo: nós vamos continuar aprofundando as reformas, nós vamos seguir. É … eu conheço todas as histórias de reconstrução por ter, por profissão, obrigado a estudar isso.”

Que mentiroso do caralho!

Paulo Guedes: A reconstrução da Alemanha, a reconstrução da Alemanha na segunda guerra, na primeira guerra com o Schacht. A segunda guerra com o Ludwig Erhard, é … a reconstrução da economia do Chile com os, os caras de Chicago. É … todos os ca … o caso da fusão das duas Alemanhas. Eu conheço profundamente, no detalhe, não é de ouvir falar. É de ler oito livros sobre cada reconstrução dessa. Então, eu li Keynes, é … três vezes no original antes de eu chegar a Chicago.”

Ele mencionou o número de livros que ele leu, viado, que desgraça! Tá pra nascer alguém mais pedante que o babaca do Guedes. E ele errou tudo sobre a Alemanha, o textpo é do josé Oreiro::

“Paulo Guedes, arrotando arrogância, disse no vídeo da reunião ministerial que leu vários livros sobre a reconstrução da Alemanha DEPOIS da primeira guerra mundial. Ele citou o MINISTRO Schacht. Bem, ele não era ministro, mas presidente do Banco Central da Alemanha. Segundo que quem reergueu a Alemanha depois da primeira guerra foi Stressman. Por fim, mas não menos importante Schacht que foi o cerébro dos planos econômicos da Alemanha Nazista. Aí vem o sujeito e o seu chefe dizer que (sic) defendem a liberdade. Sobre a economia Alemã no Terceiro Reich sugiro a Guedes ler Adam Tooze. O Preço da Destruição. Quem sabe assim ele aprende alguma coisa sobre a história da Alemanha e pare de falar besteira em público.” [Facebook]

Recomendo essa thread:

 

Voltando ao Guedes:

Paulo Guedes: Então pra mim não tem música, não tem dogma, não tem blá-blá-blá. Tem estudo sobre todas essas ocasiões. E nós demos uma demonstração disso quando nós távamos indo numa direção norte, com as reformas estruturantes e, de repente, em três semanas e meia, nós fomos pro sul. E nós somos elogiados hoje lá fora – semana passada todo mundo elogiando, fazendo referência – que o Brasil tá à frente de todos os emergentes e pari passu ali, só tá atrás um pouquinho dos Estados Unidos, porque o Estados Unidos está naquele caso que é o cara que tem a moeda forte, emitiu um trilhão pra cada problema que ele tem e ninguém reclama. Fizemos vários programas antes dos alemães, vários programas antes dos ingleses. Várias programas. De todo tipo. Então, se não existe algo aqui é dogma. Existe capacidade de trabalho com um grupo extraordinário que eu tenho.”

Fiemos vários prorgamas antes dos alemães?! Do que ele tá falando?! Esse aí é o sujeito que confessouq ue sua ficha só caiu entre o fim de fevreiro e março, que antes disso dizia por aí “aniquilo o vírus com 4, 3, 5 bilhões“.

“Então, nós atacamos em todas as direções. Primeiro, o Campos foi lá e reduziu os compulsórios em duzentos bilhões. Logo depois nós não tínhamos espaço constitucional, fizemos antecipações de benefícios e diferimento de impostos, porque não tinha espaço constitucional. Logo depois tivemos espaço pelo Supremo e pelo, e pelo Congresso, entramos nas constitucionais. Gastamos trezentos e poucos bilhões, que não é muito. Pra terem uma ideia, o último deficit do governo Temer foi cento e sessenta. Nós gastamos trezentos. Não é? E não gastamos tanto assim, mas atingimos cinquenta milhões de brasileiros como diz lá o Pedro.”

Nem fodendo isso foi feito antes dos alemães, nem fodendo!

“Llançamos essa camada pros mais frágeis. É, pegamos os idosos. Pegamos as empresas, microcrédito, depois de te … de … de zero a dez, de … a … trezentos e sessenta mil e depois de trezentos e sessenta mil a dez milhões. Montamos um comitê de bancos, estamos lá com o Montezano agora fazendo justamente a reestruturação. Não vai ter molezinha pra empresa aérea, pra nada disso. É dinheiro que nós vamos botar usando a melhor tecnologia financeira lá de fora. Nós vamos botar dinheiro, e … vai dar certo e nós vamos ganhar dinheiro. Nós vamos ganhar dinheiro usando recursos públicos pra salvar grandes companhias. Agora, nós vamos perder dinheiro salvando empresas pequenininhas.’”

Agora adivinhe quem emprega 80% dos trabalhadores brasileiros. As micro e pqeunas empresas.

Olha o naipe do diálogo:

Paulo Guedes: Então, pra ter uma ideia, o ano passado pra esse ano, cento e vinte bilhões a menos de juros. Um Plano Marshall por ano …

Braga Netto: Sem Marshall {no nome} (ininteligível).

Onyx Lorenzoni: Sem (ininteligível). (Risos).”

Não basta ser sacaneado pelo Guedes, tem que ter rrisada do Onyx pra completar a humilhação. E é constrangedr como o Braga Netto abaixa a cabeça pro Guedes, eu juerei que ele tinha lançado o programa pra peitar o Guedes mas não é nadda disso, meteu uma de João-sem-braço e afinou ao primeiro grito do Guedes.

Paulo Guedes: Então nós sabemos e é nessa confusão toda, todo mundo tá achando que tão distraído, abraçaram a gente, enrolaram com a gente. Nós já botamo a granada no bolso do inimigo. Dois anos sem aumento de salário. Era a terceira torre que nós pedimos pra derrubar. Nós vamos derrubar agora, também. Isso vai nos dar tranquilidade de ir até o final. Não tem jeito de fazer um impeachment se a gente tiver com as contas arrumadas, tudo em dia. Acabou! Não tem jeito. Não tem jeito.”

Alguém acha que as contas estarã arrumadas nos próximos anos? Pois é.

Paulo Guedes: E o presidente tá no ponto futuro, porque o presidente falou o seguinte: tudo bem, tem a primeira onda, que é a da saúde, mas tem a segunda que é a da economia, e uma vem agarrada com a outra. “

O presidente é um visionário, viado, durma com essa.

Paulo Guedes: Nós tamo ainda tentando sair da primeira, po … a segunda já tá querendo bater. Eu ainda acho que nós tamo preservando os sinais vitais da economia brasileira. Ela pra mim ainda é um urso hibernando. Cê baixa sua energia pra zero, consumo de energia pra quase zero, só respira, mas quando cê sai da gruta, cê sai pra comer o primeiro bicho que passar. Cê tem força. “

Que comparação! E ele realmente acredita nisso, que troço bizarro.

Paulo Guedes: A comida tá chegando. As exportações tão seguindo. A China é aquele cara que cê sabe que cê tem que aguentar, porque pro cês terem uma ideia, pra cada um dólar que o _ Brasil exporta pros Estados Unidos, exporta três pra China.

Hamilton Mourão: [trecho cortado a pedido de Celso]”

Que beleza, o vice também cuspiu na china. Agora já temos presidente, vice e ministro agredindo o maior parceiro comercial.

Paulo Guedes: É, [trecho cortado a pedido de Celso]. Você sabe que ele é diferente de você. Cê sabe que geopoliticamente cê tá do lado de cá. Agora, cê sabe o seguinte, não deixa jogar fora aquilo ali não porque aquilo ali é comida nossa. Nós tamo exportando pra aqueles cara. Não vamos vender pra eles ponto crítico nosso, mas vamos vender a nossa soja pra eles. Isso a gente pode vender à vontade. Eles precisam comer, eles precisam comer. A Índia também vai precisar comer, vai ser o trading da água. Eles vão dizer que é a melhor trading da água. Outro dia alguém comentou comigo. Acho que foi o Campos, não foi Campos?

Roberto Campos: Foi.

Paulo Guedes: É, é o trading da água, quer dizer, os caras precisam de alimento, não tem água, nós temos muito mais água do que eles tem. Então eles vão ter que abrir mão da agricultura pra fazer outras coisas e nós vamos poder, é … exportar pra eles também”

Exportar água, vai dar certo sim.

Paulo Guedes: Então nós temos um mapa de voo bom, nós temos uma equipe jovem, preparada. Todo mundo trabalhando juntos. Todo mundo trabalhando juntos. E nós não vamos perder o rumo. Nós não podemos perder o rumo. Então vai ter muita conversa: “vamos pra cá, vamos pra lá, vamos fazer isso, vamos fazer aquilo”. Não vamos perder o rumo não. Pode dar vestimenta. Bota peruca loura, bota pe … é . .. passa batom vermelho, faz uma porção de coisa que for necessário politicamente, mas não vamo perder o rumo econômico não. Nós sabemos onde nós tamo indo. Então, eu tô só dando uma mensagem de tranquilidade pra todo mundo aqui que é o seguinte: nós tamo fazendo nada, é … exótico, dogmático, nada disso! Nós tamos indo numa direção. Fizemos o que o mundo inteiro fez. Em três semanas e meia nós fizemos o que o mundo inteiro fez, só que nós não vamos perder o rumo não.”

Olha que papo esquisito:

Paulo Guedes: Nós sabemos pra onde nós vamos voltar já, j á. Tá certo? E se o mundo for diferente, nós vamos ter capacidade de adaptação. Por exemplo: eu já tenho conversado com o ministro da Defesa, já conversamos algumas vezes. Quantos? Quantos? Duzentos mil, trezentos mil. Quantos jovens aprendizes nós podemos absorver nos quartéis brasileiros? Um milhão? Um milhão a duzentos reais, que é o bolsa família, trezentos reais, pro cara de manhã faz calistenia, faz é… fa… né? Aprende ci … civil. .. organização social e como é que é o? OSPB, né?

M: (Ininteligível)

Paulo Guedes: Organização Social e …

Hamilton Mourão: Política.

Paulo Guedes: … Política, né?

Paulo Guedes: Faz ginástica, canta o hino, bate continência. De tarde, aprende, aprende a ser um cidadão, pô! Aprende a ser um cidadão. Disciplina, usar o … usar o tempo construtivamente, pô.

Paulo Guedes: Nós sabemos pra onde nós vamos voltar já, já. Tá certo? E se o mundo for diferente, nós vamos ter capacidade de adaptação. Por exemplo: eu já tenho conversado com o ministro da Defesa, já conversamos algumas vezes. Quantos? Quantos? Duzentos mil, trezentos mil. Quantos jovens aprendizes nós podemos absorver nos quartéis brasileiros? Um milhão? Um milhão a duzentos reais, que é o bolsa família, trezentos reais, pro cara de manhã faz calistenia, faz é… fa… né? Aprende ci … civil. .. organização social e como é que é o? OSPB, né?

M: (Ininteligível)

Paulo Guedes: Organização Social e …

Hamilton Mourão: Política.

Paulo Guedes: … Política, né?

Paulo Guedes: Faz ginástica, canta o hino, bate continência. De tarde, aprende, aprende a ser um cidadão, pô! Aprende a ser um cidadão. Disciplina, usar o … usar o tempo construtivamente, pô.  É … voluntário pra fazer estrada, pra fazer isso, fazer aquilo. Sabe quanto custa isso? É duzentos reais por mês, um milhão de cá, duzentos milhões, pô! Joga dez meses aí, dois bi. Isso é nada! Então, nós vamos pegar na reconstrução, nós vamos pegar um bilhão, dois bilhões e contrata um milhão de jovens aqui. A Alemanha fez isso na reconstrução. “

Sim, ele quer pagar 200 pra jovens abrirem estradas!

Paulo Guedes: O cara vem, é… fazem convenções … olha, a … o … o turismo saiu de cinco milhões em Cingapura pra trinta milhões por ano. O Brasil recebe seis. Uma pequena cidade recebe es … trinta milhões de turistas. O sonho do presidente de transformar o Rio de Janeiro em Cancún lá, Angra dos Reis em Cancún. Aquilo ali pode virar Cancún rápido. Entendeu? Macau recebe vinte e seis milhões hoje na … na China. Só por causa desse negócio. É um centro de negócios. É só maior de idade. O cara entra, deixa grana lá que ele ganhou anteontem, – ele deixa aquilo lá, bebe, sai feliz da vida. Aquilo ali num,.trapalha ninguém. Aquilo não atrapalha ninguém. Deixa cada um se foder. Ô Damares. Damares. Damares. Deixa cada um … Damares. Damares. O presidente, o presidente fala em liberdade. Deixa cada um se foder do j eito que quiser. Principalmente se o cara é maior, vacinado e bilionário. Deixa o cara se foder, pô! Não tem … lá não entra nenhum, lá não entra nenhum brasileirinho.”

Paulo Guedes: Campos falou duas coisas interessantes ali, uma é o seguinte: o … o estrangeiro pra vir, pra fazer os investimentos, eu tive … eu re .. . eu recebi {embaixador} e já reportei isso pro presidente. Eu recebi o embaixador dos Estados Unidos e ele veio conversar conosco. E a mensagem maior dele era uma só. Assim olha: “nós queremos um bom ambiente de negócios. Nós vamos colocar centena de bilhões de dólares aqui. O mundo inteiro quer investir no Brasil. Agora, nós precisamos de um bom ambiente de negócios” .”

Sabe aquele papo que os EUA tinham centenas de bilhões prontos pra investir no Brasil assim que Bolsonaro subisse a rampa? Guedes continua metendo esse caô.

Guedes fala da OCDE e Brgaa Netto interrompe:

Brgaa Netto: Só um … só uma informação sobre isso aí. O, eu tive, eu fiz uma reunião com o pessoal da OCDE essa semana agora … foi semana passada, né? Semana passada. Falando do nosso interesse, eles falaram que sim, já nos consideram da OCDE”

Aham, estamos no fim da fila pra entarar mas estamos na ocde, tá ok?

Brgaa Netto: É. O presidente da OCDE disse que realmente o Trump .. . a … a … o … o Estados Unidos que era, vamos dizer assim, uma … tinha uma certa objeção, agora já está favorável. Isso é real.”

Reunião quase acabando e o mudo Mourão resolve fazer uma contribuição.

Damares Alves: Oitenta e oito por cento tem o ensino domiciliar. Então, a gente vai entrar com a MP hoje lá, tá?

Hamilton Mourão: Homeschooling.

Damares Alves: Homeschooling.”

Tereza Crstina fala cita a dependência da importação de trigo, Bolsonaro faz uma pergunta e o trsite Onyx se intromete:

Bolsonaro: Onde seria mais apropriado o trigo no Brasil (ininteligível)?

Onyx Lorenzoni: Sul.

Tereza Cristina: … nós temos dois milho … não (dirigindo-se ao Onyx). Nós temos dois milhões … no sul também (dirigindo-se ao Onyx). Mas, nós temos dois milhões de hectares na … ali no Matopiba, prontos, inclusive com a Embrapa com variedades superprodutivas pra poder investir lá. Precisa de dinheiro. E uma última coisa, nã .. . dinheiro, dinheiro que volta, inve. .. é … é … é. .. é financiamento. O que nós precisamos é baixar o juros. A agricultura não aguenta nove por cento de juros, é muito alto pra ela.”

É lindo como Tereza dá uma cortada nele, percebe e depois tenta consertar. Mas só fala de Matopiba, que fica no Nordeste.

Bolsonaro pergunta se o presidente do BB não vai falar e Guedes aproveita a deixa

Paulo Guedes: O banco do Brasil não é tatu nem cobra. O Banco do Brasil não é tatu nem cobra. Porque ele não é privado, nem público. Então se for apertar o Rubem, coitado. Ele é super liberal, mas se apertar ele e falar: “bota o juro baixo”, ele: “não posso, senão a turma, os privados, meus minoritários, me apertam.” . Aí se falar assim: “bota o juro alto”, ele: “não posso, porque senão o governo me aperta.”. O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização.

Jair Bolsonaro: (Risos).

Paulo Guedes: É um caso pronto e a gente não tá dando esse passo. Senhor já notou que o BNDE e o … e o … e a Caixa que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer. Banco do Brasil a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo.

Jair Bolsonaro: Vamos dispensar o Rubem da próxima reunião aí, pô.

Rubem Novaes: Ape … apesa … apesar de todo …”

O presidente do BB engata uma explicação qualquer, falando que BB tá emprestando bastante dinheiro

Rubem Novaes: Então, nós não tamos tendo problemas que outros bancos tão tendo de … de preocupação com … com a liquidez do banco, com a higidez do banco. É … e na nossa, a … a … na nossa formação de … de … de resultado, as pessoas físicas tem um, um papel preponderante dentro do Banco do Brasil e nós temos a felicidade, nesse momento, de contar com folhas de pagamento de … de … de empresas públicas, das forças armadas, (balbuciando) que … que … em termos relativos estão numa situação mais segura do que o cidadão comum, que … que não participa de … de … de .. . de … de empresas públicas.

Paulo Guedes: Mas só confessa o seu sonho.

Rubem Novaes: Hein?

Paulo Guedes: Confessa o sonho.

Bolsonaro: Deixa pra depois, confessa não.

Rubem Novaes: Agora …

Paulo Guedes: Confessa o seu sonho.

Rubem Novaes: Privati . .. em … em relação a privatização …

Bolsonaro: Faz assim: só em vinte e três cê confessa, agora não.”

O final é à altura da reunião:

“Rubem Novaes: Agora, eu … eu que .. . se me permitem, eu queria fazer uma observação rápida sobre a área de … de … de .. . de medicina. Eu, eu acompanho os números diariamente. Eu vejo que a … os óbitos, , eles chegaram a … a diários, passaram de duzentos durante algum …

M: Período.

Rubem Novaes: … alguns dias. Quatro, cinco dias.”

Porra, até que enfim alguém resolveu falar dos mortos, aquela altura 2.924 mil vidas perdidas, certo? Mais ou menos:

Rubem Novaes: Mais .. . mais de … de duzentas pessoas sendo mortas. De uns quatro, cinco dias pra cá, esses óbitos caíram bastante. Já não chegam mais na casa de duzentos.

Rubem Novaes: : A minha sensação, de quem não é especialista no negócio, mas que observa os números, é que o tal do pico, o tal do famoso pico, que gerava tantas preocupações, a minha sensação é que esse pico já passou, né? Agora …

Braga Netto: É que o senhor não viu o número que nós mostramos lá em cima, agora, mas isso é outra história. Senhores, sem querer cortar, muito obrigado a todos porque senão vou .. . não termina. (Risos).”

Disse o general que junto com seus colegas passou 45 minutos fazendo figuração em coletiva presidencial em plena pandemia.

Ainda tem muito mais coisa sobre o fim de semana, em especial os milcios fazendo teaser de golpe sem parar, mas fica pra um outro post, assim como a repercussão da reunião.

 

 

Dia 507 | “Inconcebível e, até certo ponto, inacreditável” | 22/05/20

Logo menos atualizo o podcast por aqui. Os episódios estão lá na Central3: [Central3]

__/\/\/\/\/\/\__

1. Vai dar merda

Esse 1 minuto e 56 segundos de Bia Kicis emulando Ives Gandra Martins, o pai, na tribuna da Câmara nem fodendo será menos absurdo que as duas horas da reunião ministerial:

“Nossa Constituição previu sim um poder moderador que alguns, talvez por desconhecimento, atribuem ao STF, mas a correta interpretação do texto constitucional foi relembrada foi relembrada pelo maior constitucionalista vivo, doutor Ives Gandra Martins…”

Amiga, hoje em dia até a Janaina do Brasil é mais jurista que esse escroto, olha o que essa mulher me obriga a escrever…

“… pelo artigo, 142, são as Forças Armadas que tem que repor a Lei e a Ordem, não romper a ordem, mas repô-la.”

“Apesar disso inúmeras vozes têm tratados como criminosos os que não veem outra solução no desespero que não pedir ao chefe do Executivo pedir o emprego do Artigo 142, como se tal dispositivo não fizesse parte da Constituição. Tratam um dispositivo constitucional como pauta ilegítima, como clamor pelo golpe. Isso é uma mentira e nós aqui sabemos disso. É por isso que e preciso parar essas usurpações para que a intervenção não seja o último remédio constitucional que permita um presidente atender livremente o povo que o elegeu. Pois a paciência do povo, mesmo de um povo pacífico como o brasileiro, não deve ser testado ao último limite”

Vamos à porra do artigo 142:

“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.

   § 1º Lei complementar estabelecerá as normas gerais a serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.

   § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.

   § 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:

I –  as patentes, com prerrogativas, direitos e deveres a elas inerentes, são conferidas pelo Presidente da República e asseguradas em plenitude aos oficiais da ativa, da reserva ou reformados, sendo-lhes privativos os títulos e postos militares e, juntamente com os demais membros, o uso dos uniformes das Forças Armadas;

II –  o militar em atividade que tomar posse em cargo ou emprego público civil permanente, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, será transferido para a reserva, nos termos da lei;

III –  o militar da ativa que, de acordo com a lei, tomar posse em cargo, emprego ou função pública civil temporária, não eletiva, ainda que da administração indireta, ressalvada a hipótese prevista no art. 37, inciso XVI, alínea c, ficará agregado ao respectivo quadro e somente poderá, enquanto permanecer nessa situação, ser promovido por antiguidade, contando-se-lhe o tempo de serviço apenas para aquela promoção e transferência para a reserva, sendo depois de dois anos de afastamento, contínuos ou não, transferido para a reserva, nos termos da lei;

IV –  ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

V –  o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos;

VI –  o oficial só perderá o posto e a patente se for julgado indigno do oficialato ou com ele incompatível, por decisão de tribunal militar de caráter permanente, em tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra;

VII –  o oficial condenado na justiça comum ou militar à pena privativa de liberdade superior a dois anos, por sentença transitada em julgado, será submetido ao julgamento previsto no inciso anterior;

VIII –  aplica-se aos militares o disposto no art. 7º, incisos VIII, XII, XVII, XVIII, XIX e XXV, e no art. 37, incisos XI, XIII, XIV e XV, bem como, na forma da lei e com prevalência da atividade militar, no art. 37, inciso XVI, alínea c;

IX –  (Revogado).

X –  a lei disporá sobre o ingresso nas Forças Armadas, os limites de idade, a estabilidade e outras condições de transferência do militar para a inatividade, os direitos, os deveres, a remuneração, as prerrogativas e outras situações especiais dos militares, consideradas as peculiaridades de suas atividades, inclusive aquelas cumpridas por força de compromissos internacionais e de guerra.”

Procure aí em cima a palavra intervenção ou a palavra caos, o Ives Gandra as tirou da bunda, só pode.

Passo ao Lenio Streck:

“Há limites na interpretação. Não podemos, no Direito, agir como o personagem Humpty Dumpty (imagem acima da capa do livro Alice Através do Espelho) e dizer: “— eu dou ao artigo 142 da CF o sentido que quero”. Lembra o jurista Michael Stolleis que, quando da edição das leis de Nuremberg, em 1935, os nazistas utilizaram-se exatamente do sistema jurídico como ferramenta de poder, fazendo com que ele fosse nada mais que um instrumento do Führer e seus objetivos. Instrumentalizam as leis e a Constituição. Aplicação da lei aos objetivos do regime. Qual é o ponto? Exatamente a expressão utilizada por Michael Stolleis1, que o faz recorrendo à obra de Bernd Rüthers, para definir o que ocorreu naquele período: a interpretação do Direito não fora constrangida (limitada). E cita o livro de Rüthers, denominado justamente Die unbegrenzte Auslegung — uma interpretação não-constrangida.2 No Brasil isso pode se encaixar perigosamente como uma luva.” [Conjur]

A quadra da história é tão escrota que a comparação com o nazismo faz sentido.

“Por isso, insisto: a interpretação dada por Ives Gandra ao artigo 142 da CF aqui no Conjur (há também um vídeo que circula nas redes) é, sendo um pouco eufemista e generoso com o estimado Professor paulista, muitíssimo perigosa. Para ele, as forças armadas poderiam intervir para restaurar a ordem democrática. Não encontrei aquilo que Gandra quis mostrar. Aliás, o artigo cheirou a uma ameaça ao STF, do tipo “cuidado com as decisões, porque isso pode dar problema”. Permito-me, com toda lhaneza, dizer: isso não é adequado em termos acadêmicos. O pior de tudo é termos que insistir no fato de que a interpretação do Direito não comporta relativismos. Ora, se o artigo 142 pudesse ser lido desse modo, a democracia estaria em risco a cada decisão do STF e bastaria uma desobediência de um dos demais Poderes. A democracia dependeria dos militares e não do poder civil. Seria um haraquiri institucional.

Ou seja, as interpretações simplificadoras-distorcidas do artigo 142 devem ser abortadas ab ovo. O artigo 142 não permite intervenção militar. Qualquer manual de direito constitucional ensina o que é o princípio da unidade da Constituição. Por qual razão o constituinte diria que todo poder emana de povo, com todas as garantias de sufrágio etc. e, de repente, dissesse: ah, mas as forças armadas podem intervir a qualquer momento, como uma espécie de “poder moderador”. Como funciona essa Unidade da CF? Simples. O artigo 142 diz que As Forças Armadas, sob a autoridade suprema do Presidente da República, destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. Pois bem. O dispositivo trata simplesmente da exceção na missão das FA, isto é, elas — as forças armadas — podem ser usadas também na segurança pública. Nada mais do que isso!

E tem mais uma coisa: para que as FA possam ser usadas na segurança pública, têm vários requisitos. Isso se depreende dos artigos 34, III, 136 e 137 da CF. Na verdade, essa “intervenção das FA” está já regulamentada pela GLO, que tem justamente o nome de Garantia da Lei e da Ordem, bem assim como diz o artigo 142 (basta ver a LC 97/99 e o Decreto 3.897). Simples assim. Ademais, há sempre possibilidade de rigoroso e amplo controle legislativo e jurisdicional. Basta ler, com boa vontade, os dispositivos. Portanto, não basta “chamar as FA” para intervirem, como querem fazer notar Ives Gandra, Mourão e alguns outros políticos e pessoas da área jurídica.

Portanto, muita calma na interpretação da Constituição. Quando o personagem Humpty Dumpty disse à Alice que ela poderia ter “364 desaniversários” em vez de um aniversário e, assim, receber 364 presentes em vez de apenas um, Alice respondeu: não pode ser assim. E deve ter brandido a Constituição do reino nas barbas de Humpty Dumpty. Na “Constituição” do reino de Alice estava escrito que cada habitante tem só um aniversário por ano.

Recuperando o sentido original do diálogo de Alice com Humpty Dumpty:

“— Quando eu uso uma palavra — disse Humpty Dumpty num tom escarninho — ela significa exatamente aquilo que eu quero que signifique … nem mais nem menos.
— A questão — ponderou Alice — é saber se o senhor pode fazer as palavras dizerem coisas diferentes”.

Por aqui, no reino brasileiro, temos de repetir que x é x. Por quê? Porque parte da comunidade jurídica pensa que se pode dar às palavras o sentido que bem pretender.

__/\/\/\/\/\/\__

2. Vai dar merda, parte 2

Caralho, esses generais são inacreditáveis.

O Celsão pediu à PGR, como é praxe, a apreensão dos telefones do Bolsonaro e do Tonho da Lua

“O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para a Procuradoria Geral da República (PGR) três notícias-crimes apresentadas por partidos e parlamentares que pedem novos desdobramentos na investigação sobre a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal. Entre as medidas solicitadas estão o depoimento do presidente, e a busca e apreensão do celular dele e de seu filho, Carlos Bolsonaro, para perícia. Em despachos enviados nesta quinta-feira (21) à PGR, o ministro ressaltou ser dever jurídico do Estado promover a apuração da “autoria e da materialidade dos fatos delituosos narrados por ‘qualquer pessoa do povo’”. [G1]

Mas não comemore não, tenha sua calma que isso depende do Aras, o procurador-geral que defende mais o presidente que a porra da AGU:

“É praxe que ministros do STF enviem esse tipo de ação para manifestação da PGR, que é responsável por propor investigação do presidente perante o STF. Celso de Mello é relator do inquérito proposto pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, que investiga os fatos narrados por Moro. Aras já defendeu em outros pedidos feitos no mesmo inquérito por deputados que a competência para esse tipo de linha investigação cabe ao MPF.”

E olha a sutileza do mais senil e diminuto dos generais:

genheleno

Bem, a nota “É INCONCEBÍVEL E, ATÉ CERTO PONTO, INACREDITÁVEL”. Vontade de sair no soco com um general, né, minha filha?

idoso

E que porra é essa?! A reunião e o telefone viraram provas dum crime denunciado pelo insuspeito Sérgio Moro, o ídolo do general e do capitão, até não muito tempo atrás o símbolo da moralidade tupiniquim. O que o general queria? Que Celsão deixasse o telefone do Boslonaro para lá?! Fizesse vista grossa como um certo procurador-geral?!

E sabe quem vive tentando, com afinco desmedido, comprometer a hoarmonia entre os pdoeres? O capitão em quem os generais deram o mais alucinado dos “all-in“.

E esse final, viado?! Villas-Bôas fez escola, o STF vive de ser tutelado pelos generais nos últimos anos, um troço constrangedor. De novo, espero do Celso de Mello nada menos que o remake brasiliense de Um Dia de Fúria. E reza a lenda que Celsão divulgará tudo, menos a parte sobre a China.

E que detalhe delicioso da fatídica reunião ministerial, Brasil!

“Uma parte da reunião ministerial que deve ser suprimida do vídeo a ser liberado pelo ministro Celso de Mello se refere à China, mas não às críticas feitas pelo chanceler Ernesto Araújo já de conhecimento público. O que preocupa assessores do Palácio do Planalto é a parte em que o presidente, ao reclamar da falta de informações do serviço de inteligência da Polícia Federal, revela que o presidente Trump havia lhe dado acesso a relatórios de inteligência relacionados à China.” [O Globo]

“O temor de assessores do presidente Bolsonaro é que o presidente Trump tenha que desmentir a informação, mesmo que ela seja verdadeira. Mas a desconfiança é de que seja mais uma bazófia de Bolsonaro.”

Em condições normais seria caô, mas se tratando do presidente americano que já tuítou imagens de satélite espião – a resolução era tão absurda que só poderia ser dum satélite espião, para absoluto desespero da inteligência americana – eu não duvido de nada. E o trouxa aqui jurando que Trump já tinha apagado o tweet mas continua lá, viado, que distopia escrota do caralho:

E o senil e diminuto general está deveras fodido:

“A Polícia Federal expediu um ofício pedindo informações ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) sobre as trocas na equipe de segurança pessoal do presidente Jair Bolsonaro e de seus familiares, para verificar se a versão de defesa de Bolsonaro no inquérito sobre interferências indevidas na PF é verdadeira. No pedido de informações, a PF solicita que o GSI informe todas as trocas de comando na chefia da segurança pessoal de Bolsonaro e todas as trocas de comando na chefia do escritório do GSI no Rio de Janeiro. Pede ainda que seja informado se houve alguma dificuldade para trocar ou nomear pessoas escolhidas para a equipe de surança pessoal de Bolsonaro e de seus familiares.” [O Globo]

E lá vai o GSI ser obrigado a elencar as várias trocas na segurança presidencial, contrariando a versão mentirosa dos generais que o esporro presidencial se dava por dificuldade em… realizar essas mesmas trocas, grande dia!

E taí algo que eu não me toquei, na reunião Bolsonaro falou em proteger familiares e amigos, e desde quando a segurança pessoal do presidente versa sobre seus amigos?!

“Um último ponto chamou atenção dos investigadores e também se tornou objeto de questionamento. Bolsonaro citou a necessidade de proteger não apenas familiares, mas também amigos, e não existe previsão legal para que o governo federal forneça segurança para amigos do presidente –apesar de a lei permitir que sejam fornecidos serviços de segurança para alguns membros do alto escalão do governo. Por isso, no último questionamento, a PF pede ao GSI que informe se o órgão realizou segurança para amigos do presidente ou outras pessoas que não estão enquadradas na previsão legal, o que poderia significar alguma irregularidade. Na resposta, o GSI deve fornecer provas documentais sobre essas trocas e indicar eventuais testemunhas sobre os fatos.”

__/\/\/\/\/\/\__

3. Bolsonaro largou mão do Abraham

A distopia é tão escrota que quem vai derrubar o Abraham será o… Centrão!

“O ministro Abraham Weintraub (Educação) entrou na mira das reclamações do presidente Jair Bolsonaro. As queixas reacenderam o incômodo da ala militar do governo e a antipatia de congressistas. Com o incômodo de Bolsonaro, auxiliares presidenciais e parlamentares retomaram movimento para convencê-lo a demitir Weintraub após o arrefecimento da pandemia do novo coronavírus. Em conversas reservadas, relatadas à Folha, o presidente se queixou da resistência do ministro em ceder espaço para indicados do centrão e em adiar o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio)​.” [Folha]

Isso só mostra o quão fodidos estamos. Abraham foi, de longe, o mais absurdo dos ministros, e olha que do lado dele tem figuras do naipe dum Ernesto Araújo, na mais importante das pastas, e ninugém conseguiu derrubá-lo. Quanto mais batiam nele mais Bolsonaro o defendia, num paradoxo deveras mindfuck. E quem vai conseguir derrubar esse escroto do caralho são os pilantras do Centrão.

Mas não é só isso, se Bolsonaro quisesse manter o Abraham era so enquadrar o almirante que manda na pasta de infra-estrutura e dar algum cargo com polpudos investimentos pra satisfazer o apetite do centrão, o problema é esse aqui, viado:

“Além disso, Bolsonaro avaliou que Weintraub passou do ponto em crítica feita ao STF (Supremo Tribunal Federal) em reunião ministerial realizada no fim de abril.”

Tem mais riso:

Bolsonaro, eu aposto, deve ter adorado a fala do Abraham mas agora que Celsão viu tá afetando indignação.

“O mal-estar foi visto como uma oportunidade tanto pelo núcleo militar como pelo centrão de pressionar por uma troca. O desempenho do MEC é criticado pelos dois grupos desde o ano passado. Congressistas passaram a apostar na troca do comando do MEC após a pandemia. Na tentativa de pressionar por uma mudança, integrantes do governo têm citado pesquisas de opinião que demonstram uma queda na avaliação pública do ministro, bem como uma insatisfação com a educação pública do país. A ideia é que elas sejam apresentadas ao presidente. Em reuniões nas últimas semanas, ministros palacianos têm afirmado a deputados aliados que o governo identifica fragilidades em Weintraub. “

Abraham está no governo dese 9 de abril do ano passado e 1 ano depois eles começam a identificar fragilidades.

“Segundo auxiliares presidenciais, Paulo Guedes (Economia), Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) já reclamaram da postura do colega. Recentemente, o ministro da Educação colocou entraves para liberar a nomeação de indicados pelo centrão no FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação). Ele reclamou que, no ano passado, teve problemas com indicações políticas no órgão federal. O ex-presidente do FNDE Rodrigo Dias, demitido em dezembro, tinha a chancela do PP e do DEM, principalmente do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Weintraub já disse a interlocutores que demitiu Dias porque suspeitava de que ele estaria prestes a fazer “coisa errada” no FNDE. O ministro também dizia que a gestão da estrutura teria de ser correta. Por essa razão, Weintraub resistiu inicialmente a atender o pedido de siglas como PP, PL e Republicanos para abrir espaço não apenas na presidência do órgão, mas também em diretorias estratégicas. Na semana passada, Garigham Amarante Pinto foi nomeado para a chefia da Diretoria de Ações Educacionais. Ele é nome de confiança do ex-deputado federal Valdemar Costa Neto, que comanda o PL. Weintraub chegou a sugerir que o ministro da Casa Civil, Walter Braga Netto, assumisse a gestão do FNDE para dividir a responsabilidade com ele. O general rejeitou a proposta. Sob o risco de ser demitido caso não concordasse —possibilidade que Weintraub ouviu do próprio presidente—, o ministro da Educação cedeu. “

E o que é pior que um Weintraub?!

“Desde então, a cúpula fardada voltou a defender a necessidade de que o presidente demita o ministro e também o irmão dele, Arthur Weintraub, que atua na assessoria especial de Bolsonaro. Aliados do presidente atribuem a Arthur forte influência sobre o mandatário e dizem acreditar que ele acaba influenciando nas decisões de Bolsonaro com teses radicais.”

“O episódio do Enem também passou a ser exemplo citado por deputados governistas. Weintraub resistia ferrenhamente em ceder e adiar a data da prova, mesmo com a reclamação de professores e estudantes e de sinais de que poderia sofrer uma derrota no Congresso. Em reunião na semana passada, Maia conversou sobre o assunto com Bolsonaro. O presidente, naquela ocasião, ficou de avaliar o adiamento. Internamente, Weintraub bateu o martelo de que não seria possível adiar a prova. Em um contraponto, ministros palacianos e o próprio presidente se mostraram mais maleáveis. Mas, ainda assim, diante da iminente derrota no Senado, o ministro Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo) trabalhou junto a líderes do centrão para jogar a discussão sobre o assunto na Câmara para agosto. Inicialmente, alguns líderes partidários demonstraram disposição em trabalhar por essa alternativa, até em retribuição pelo fato de Weintraub ter cedido no FNDE. Dentro do próprio grupo, porém, não havia consenso e houve a avaliação de que o projeto seria aprovado. Em reunião com congressistas, o ministro ouviu o diagnóstico de que perderia no Congresso. Ele avaliou se antecipar e divulgar antes o adiamento da prova. Ainda assim, ele estava resistente. O martelo, então, só foi batido quando Maia telefonou para Bolsonaro, nesta quarta-feira (20), e avisou que o governo ia perder. Naquele momento, o presidente determinou que Weintraub adiasse a prova. Em conversas reservadas, reclamou da insistência do ministro. O gesto, para congressistas próximos do governo, foi mais uma demonstração de que,​ nas quedas de braço internas, o ministro da Educação sempre perde e acaba apenas gerando desgastes.”

__/\/\/\/\/\/\__

4. Covid-17

Semana que vem seremos o epicentro da pandemia. “Lamento, paciência, não sou coveiro“, diria o mais vil e repuslivo dos presidentes.

E pensar que Bolsonaro e Osmar Terra juraram de pé junto que não morreriam nem 800 pessoas no total. Só hoje foram mais de mil, e semana que vem serão mais de dois mil por dia. Imagine a forma mais macabra de ensinar a um país o que é uma curva exponencial, é o que vai acontecer com a gente.

exponencial3

“Uma prova da velocidade exponencial da pandemia no país está no tempo que levou para atingir as marcas de ontem: foram necessários 68 dias até que a Covid-19 chegasse a 100 mil contágios. Depois, 11 dias para dobrar. E, agora, sete dias para atingir 300 mil casos.” [O Globo]

E ontem eu falei sobre pico virar platô e não reparei que os EUA talvez sejam o único país do mundo em que o pico foi o começo de um platô, repare no grafico do Ian Bremmer. Algo me diz que o nosso será ainda pior. veja o caso do Rio:

“De acordo com a estimativa da prefeitura, em menos de duas semanas, a Cidade Maravilhosa deve ultrapassar a marca dos 40 mil infectados. O gráfico, atualizado nesta quinta-feira, e baseado em informações do Instituto de Matemática da UFRJ, liderado pelo professor Heudson Mirandola, aponta que, já do dia 29 para o dia 30 de maio, há tendência de que seja diagnosticado um número próximo aos 2 mil casos confirmados por dia. Neste cenário, a marca dos 30 mil atingidos pela doença pode ser atingida do dia 28 para o dia 29 de maio. Entre os dias 2 e 3 de junho, esse número já ultrapassaria os 40 mil.” [O Globo]

E o que fazem Crivella e Bolsonaro?!

“Apesar dos números projetados, nesta quinta-feira o prefeito Marcello Crivella afirmou, após se reunir com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto, em Brasília, que submeterá ao “conselho científico” do município nesta sexta um plano elaborado com empresários para retomar principalmente o setor do comércio e parte do setor de serviços do Rio de Janeiro, em meio à pandemia do novo coronavírus. — Agora estamos no estudo da retomada. Se Deus quiser, nos próximos dias vamos começar a reabrir as coisas —declarou Crivella, na saída da reunião, realizada a convite de Bolsonaro, que pediu informações sobre a capital fluminense. Cabe ressaltar que a prefeitura do Rio passou, no início desta semana, a não divulgar mais o número e o detalhamento sobre as mortes no município, como vinha fazendo. Na ferramenta, uma mensagem avisa que “as informações de óbitos estão sendo atualizadas”.”

Palavra do presidente:

“Hoje conversei com prefeito (do Rio, Marcelo) Crivella sobre questões que são de competência dele, não minhas. Uma conversa muito boa. Estamos na iminência de abrir, com responsabilidade, é lógico, o comércio para que a miséria não faça a valer no Brasil. A pessoa desempregada não tem saúde”

Do Eduardo Affonso:

“Nossa tendência ao paradoxo é tanta que, em vez de o vírus contaminar o Brasil, foi o Brasil que contaminou o vírus, e vivemos uma pandemia de Schrödinger. Daquelas que paralisam o mundo, provocam centenas de milhares de mortes, conduzem a uma recessão monumental, e não passam de uma gripezinha. Dependendo do lado pelo qual se olhe, os hospitais estão simultaneamente lotados e às moscas. O tratamento é caro, demandando uso de respiradores, tomógrafos, unidades de terapia intensiva, criação emergencial de novos leitos, mas se resolve com um comprimido que custa R$ 0,20.

O PIB da China despencou 6,8%, o Papa rezou para uma praça sem vivalma, os Jogos Olímpicos de Tóquio foram adiados, a Índia botou 1,2 bilhão de pessoas em casa — tudo orquestrado pela nossa esquerda, só para prejudicar o presidente do Brasil. O número de casos da Covid-19 está subnotificado (pode ser dez vezes maior, porque a população não foi testada em massa) e supernotificado (parafraseando o pistoleiro Frederico Evandro, de “Lisbela e o prisioneiro”, o corona só atira: quem mata é Deus, e as mortes mandadas por Deus não contam).” [O Globo]

Que texto, senhoras e senhores.

“A pandemia adquiriu aqui esse caráter dúbio por sermos um país avacalhado pelos seus e ambivalente por natureza. Queremos uma imprensa livre, desde que não fale mal do governo — imprensa crítica põe em risco a democracia. Dos três poderes, só um pode — os outros apenas atrapalham. Somos a Federação na qual os estados gozam de uma autonomia que dura até as decisões locais irem contra as do governo central — aí a República Federativa torce o rabo. Quem pode ficar em casa e ajudar a reduzir a propagação do vírus é visto como um narcisista (e de esquerda, ainda por cima). Quem não tem escolha, e precisa correr risco de vida para poder sobreviver, é chamado de irresponsável.

Chegamos ao ponto de manifestantes saírem às ruas com bandeiras onde se lê “Ordem e Progresso” — para pedir desordem e retrocesso. Esse país de Schrödinger tem um governo que foge da pecha de fascista, mas evoca o lema dos campos de concentração ao propagandear que “O trabalho, a união e a verdade vos libertará” (sic). E na oposição ao insensível “E daí?” para o número de mortos encontra o “Ainda bem” de quem não pode ver um cadáver que já monta o palanque.”

Passemos ao mais verme dos vermes:

“O governo federal faz o que é possível para entender o nosso povo na situação que vive com a questão do coronavírus. Se bem que, no meu entender, houve uma propaganda muito forte em cima disso. Trouxe o pavor para o seio da família brasileira. E, obviamente, nós sabemos da gravidade das pessoas idosas e daqueles que têm algumas doenças, uma vez sendo acometido pelo vírus. Estamos na iminência de abrir, com responsabilidade, é lógico, o comércio, para que a miséria não faça a valer no Brasil. A pessoa desempregada não tem saúde. A população tem que ir entendendo aos poucos o que é esse vírus. Ele realmente é muito perigoso para quem tem certa idade ou alguma doença. Para a juventude, não tem esse perigo todo.”

E taí algo importantíssimo: uma coisa é o escroto que pode fazer quarentena e fica por aí fingindo que tá tudo normal. Outra completameente diferente é quem nao tem condições e ainda tem que lidar com uma dupla desgraça, a pandemia e esse governo inpeto do caralho.

E depois do Mandetta falar em Corona Trip para uma emissora americana, é a vez do Doria sambar em cima do cadáver presidencial – como eu escrevi aqui há algumas semanas, Bolsonaro mórreu mas o velório vai ser longuíssimo, vai demorar meses, o cadáver vai começar a feder, a putrefar, mosca pra caralho…

E olha que história esquisita:

“O responsável pela nomeação de Zoser Hardman de Araújo para o cargo de assessor especial do ministro virou mistério para integrantes do Ministério da Saúde. O fato de ele ser advogado criminalista causou mais estranheza. Araújo começou a trabalhar ainda na gestão de Nelson Teich na Saúde. Na administração de Luiz Henrique Mandetta, os auxiliares tinham carreira na área do direito público. Como criminalista, já defendeu milicianos do Rio e um ex-PM condenado pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli em 2011. O Painel procurou Pazuello, a assessoria do Ministério da Saúde, Teich e o advogado, mas ninguém respondeu quem foi o responsável pela indicação.” [O Globo]


“No site do TSE, Araújo aparece ainda como filiado ao PRTB, partido do vice-presidente Hamilton Mourão. Em nota, o ministério disse que ele não se filiou à legenda. A pasta afirmou ainda que o cargo tem sido ocupado por bacharéis em direito.”

E como tem 171, puta que pariu…

“A fala do médico Francisco Cardoso num julgamento da Justiça Federal do Piauí, de que os que não prescreverem cloroquina aos doentes do coronavírus lavarão as mãos com o sangue das vítimas, causou espécie entre colegas do Emílio Ribas. Cardoso foi identificado como integrante do instituto. Em nota, o Emílio Ribas informou que ele não trabalha no hospital há três anos e que sua opinião não reflete o que pensa o corpo clínico.” [Folha]

Enquanto isso, em um mundo em que a ciência é levada a sério:

Sim, o estudo mais abrangente, envolvendo 6 continentes, apontou 35% a mais de mortes por contra da cloroquina, apenas isso.

E as cenas de Quito já começaram a se repetir por aqui:

“Valnir da Silva morreu na rua de um bairro pobre do Rio no sábado (16). Seu corpo ficou estendido na calçada por 30 horas, de acordo com parentes e vizinhos. Pode ser que nunca tenham certeza, mas eles suspeitam de que o homem de 62 anos seja uma vítima não contada do coronavírus que se espalha pelas comunidades marginalizadas do Rio, levando os serviços públicos ao limite. A reportagem da Reuters estava cobrindo uma operação policial no domingo (18) quando ficou sabendo do corpo na favela da Arara. Quando a reportagem chegou ao local por volta das 7h, achou o corpo de Silva no mesmo local onde, segundo moradores, ele havia morrido na manhã de sábado —entre uma fileira de carros estacionados e uma pequena quadra de futebol. Um grupo de moradores em um bar próximo disse que a vida de Silva começou a se deteriorar depois da morte de sua mulher há alguns meses, depois do que ele passou a viver na rua. No sábado, quando Silva reclamou de que não conseguia respirar, moradores disseram que chamaram uma ambulância, mas que ele morreu antes de o socorro chegar.

A ambulância chegou por volta das 16h de sábado, segundo moradores, mas foi embora sem levar o corpo. Paramédicos anotaram sua morte como parada cardíaca e outra causa incerta, de acordo com a certidão de óbito vista pela Reuters. O serviço de ambulâncias disse que não era responsável por remover o corpo e não esclareceu se Silva foi testado para coronavírus. Na manhã seguinte, o enteado de Silva, Marcos Vinicius Andrade da Silva, 26, tentou achar outra autoridade para levar o corpo. Ele disse que falou com policiais, que alertaram a 21a Delegacia de Polícia Civil, próxima dali, mas nada aconteceu. Um porta-voz da polícia disse que ela é responsável por remover corpos só em caso de crimes. Depois de passar o dia ao telefone, o enteado disse que uma equipe funerária chegou às 17h de domingo. “Ficamos aliviados por o terem levado… mas também muito tristes pelo que aconteceu”, disse ele. Na segunda-feira, Silva foi enterrado em uma cerimônia à qual assistiram quatro pessoas, entre elas Marcos e sua mãe.” [Folha]

Ah, e ontem eu apontei por aqui que ao invés de encher o ministério da Saúde de milicos era melhor o general contratar uns advogados. Pois bem:

“O responsável pela nomeação de Zoser Hardman de Araújo para o cargo de assessor especial do ministro virou mistério para integrantes do Ministério da Saúde. O fato de ele ser advogado criminalista causou mais estranheza. Araújo começou a trabalhar ainda na gestão de Nelson Teich na Saúde. Na administração de Luiz Henrique Mandetta, os auxiliares tinham carreira na área do direito público. Como criminalista, já defendeu milicianos do Rio e um ex-PM condenado pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli em 2011.” [Folha]

__/\/\/\/\/\/\__

5. “Uma brincadeira saudável alí, né?”

Do Lauro jardim:

“Jair Bolsonaro hoje resolveu mirar suas piadas de gosto duvidoso na direção de Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, seu desafeto.

Em reunião com lideranças religiosas, terminada há pouco, contou ter caçoado da forma física dos dois homens mais poderosos do Congresso.

Disse Bolsonaro aos religiosos:

— Até brinquei com os dois: 20 arrobas de poder. Nós três, juntos, pesamos 300 quilos. Uma brincadeira saudável alí, né?

Não foram ouvidas risadas…” [O Globo]

__/\/\/\/\/\/\__

0. Ainda há empresários em Berlim

Demoraram demais a se manifestar mas antes tarde do que nunca:

“Acionistas das maiores empresas do Brasil são taxativos ao dizer que não é papel dos empresários pressionar governadores pela flexibilização do distanciamento social adotado para conter o coronavírus, como sugerido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na semana passada em reunião com membros da Fiesp. O presidente disse que “é guerra” e que o setor empresarial precisa “jogar pesado” com os governadores. “Os senhores, com todo o respeito, têm que chamar o governador e jogar pesado. Jogar pesado, porque a questão é séria, é guerra”, disse Bolsonaro na ocasião.

O pedido do presidente, no entanto, não encontrou eco no setor. “Neste momento, não é guerra. É união”, diz a empresária Luiza Helena Trajano, do Magazine Luiza. “Não estou contra o governo federal, eu também estou divulgando medidas que são boas.” O empresário Pedro Passos, cofundador da Natura e hoje copresidente do conselho de administração da empresa, diz que empresário não tem que pressionar governador. “Essa é uma medida que tem ser tomada baseada na opinião de especialistas. Não faz muito sentido uma convocação para empresários pressionarem governadores. Ao contrário, os empresários deveriam estar apoiando.”

Para Horácio Lafer Piva, acionista e membro do conselho de administração da Klabin, o pedido de Bolsonaro é um absurdo. “É inacreditável ele pedir para os empresários pressionarem os governadores. Está lidando com gente séria, não um bando de criança.” Lafer Piva diz ainda que não entende o pedido do presidente. “Ele parte do princípio de que governadores não sabem o que fazem e que, portanto, precisam de um puxão de orelha. Todos foram eleitos como ele foi. São gestores da máquina pública”, diz. Segundo ele, os governadores estão se comportando bem. “Não só os que liberaram [o comércio] como os que seguraram também. Tudo o que existe de malfeito está vindo do governo federal.”” [Folha]

Malditos comunistas!

“Luiza Helena também usa como exemplo a experiência de outros países acometidos pelo surto de coronavírus. “Países que entraram no isolamento horizontal foram mais bem-sucedidos no pico da doença.” Para ela, a falta de um esclarecimento adequado para a população acabou dividindo o país. “O inimigo não é o isolamento, é o vírus. O que se sabe até agora é que a proporção de contágio é muito alta. Se não fosse, não teria adiado Olimpíada ou fechado Nova York.” A divisão de opiniões chama a atenção de Lafer Piva, da Klabin. “Está muito próximo entre os que acham que devem liberar e os que acham que devem segurar. Sou pró-vida e acho que vamos pagar um preço mais alto com vidas se a gente liberar de qualquer maneira.” Segundo ele, no entanto, uma volta agora seria irresponsável. “Pequenos empresários do setor de serviços estão muito ansiosos pela volta. Está difícil captar dinheiro para as pequenas empresas.”

Ele diz que compreende o desespero dos pequenos empresários. “Obviamente venceram todo período de férias coletivas e estão começando a demitir. Mas é uma questão de convicção. Quando você mantém um isolamento, está cuidando de você e do outro. E o ente público tem que olhar floresta inteira, não os interesses individuais”, diz. Luiza Helena afirma estar em contato com o governo na tentativa de minimizar essas perdas econômicas. “Em primeiro lugar é saúde. Eu estou lutando muito e o governo fez medidas muito boas. Elas podem não estar chegando até os pequenos empresários, mas sei que o governo tem se esforçado para acabar com esse problema”. João Ometto, da São Martinho, segue a mesma linha de raciocínio. “A gente tem que prezar pela vida das pessoas. A vida acaba, mas a economia dá para a gente ir acertando depois.”​”

__/\/\/\/\/\/\__

6. Um Guedes Muito Louco

O que o Guedes tem de vil ele tem de cretino:

“Um novo embate surgiu entre governadores e o Ministério da Economia na discussão sobre o plano de socorro financeiro aos estados e municípios por causa da crise causada pelo novo coronavírus. Os governadores resistem em perder repasse do FPE (fundo pelo qual o Tesouro transfere dinheiro para os estados) em troca de a União pagar dívidas com bancos internacionais. A equipe econômica defende que, mesmo na pandemia, essa regra não mude: se um estado deixar de pagar um banco multilateral, como o Banco Mundial, o Tesouro cobre as parcelas, mas, como contrapartida, retém uma parte dos repasses via FPE.” [Folha]

Ora, os Estados estão quebrados, arrecadação em queda livre, é óbvio que a prioridade não é pagar os bancos gringos. Aí vai o guedes e quer diminuir uma das principais fontes de receitas de estados e municípios. FMI clamando por uma “economia de guerra” e o demente insistindo num ajuste fiscal insano.

“Um trecho aprovado no plano de auxílio financeiro aos governadores e prefeitos permite que os gestores não tenham prejuízo caso suspendam o pagamento das dívidas com organismos multilaterais. Guedes quer que isso seja vetado. “O impedimento da execução das dívidas é um dos pontos mais importantes do programa de socorro emergencial”, disse, em nota, o Comsefaz (Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda). Escolhido para ser o primeiro governador a falar no encontro e expressar a opinião do grupo, Reinaldo Azambuja (PSDB), que comanda Mato Grosso do Sul, pediu que Bolsonaro não vete o artigo que trata das regras em caso de suspensão das dívidas com bancos internacionais. Se o trecho não for vetado, a União fica impedida de reter parte dos repasses do FPE para compensar os custos que terá ao arcar com as dívidas contraídas pelos governadores.”

Viviam falando em “Menos Brasil Mais Brasília” mas na hora do pega pra capar…

“Para os governadores, isso inviabilizaria a suspensão do pagamento das dívidas com organismos multilaterais, que traria um alívio de R$ 10,7 bilhões. Técnicos do Ministério da Economia dizem que, com o veto, a suspensão ainda seria permitida, mas os estados perderiam parte dos recursos transferidos pelo FPE. Segundo a equipe de Guedes, o projeto não prevê uma forma de compensar a União pelo custo de honrar as dívidas internacionais. Bolsonaro ficou de analisar o pleito dos governadores. Alguns já falam em trabalhar para que o Congresso derrube eventual veto a essa parte do plano de socorro.”

O projeto tá na mesa do Bolsonaro desde 6 de maio esperando o autógrafo presidencail e…

“Bolsonaro anunciou que irá sancionar o pacote de socorro financeiro aos estados e municípios em breve, mas não previu uma data. O prazo final é 27 de maio.”

“Ele queria sancionar ainda nesta quinta, mas o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), pediu que antes sejam adotadas medidas que beneficiam policiais federais e policiais rodoviários federais.”

Bolsonaro agradece, pelo visto a presão da PF deu certo. E repare na loucura:

“O veto declarado por Bolsonaro é a um artigo que ele mesmo apoiou, durante a votação da proposta no Congresso. Esse movimento expôs uma disputa interna do governo sobre o controle de gastos públicos. A articulação da ala política do governo foi contrária à orientação de Guedes por permitir reajuste a algumas corporações, como policiais federais, Forças Armadas, profissionais da saúde e professores, mesmo durante o período de crise econômica. Após repercussão negativa, o presidente recuou e prometeu vetar esse trecho, para reincluir as categorias ao congelamento salarial.”

Apóia num dia, veta no outro.

“Governadores pedem que o auxílio seja liberado ainda em maio. Mas a equipe econômica diz que esse prazo depende de condicionantes, como a necessidade de que estados abram mão de ações contra a União para, então, receberem o socorro.”

Pandemia e o governo lida com os estados como se fossem reféns.

__/\/\/\/\/\/\__

7. Flavinho Desmaio

“O Ministério Público Federal vai requisitar imagens das câmeras de TV da casa e da rua onde vive o empresário Paulo Marinho, no Rio de Janeiro. A intenção é comprovar, por meio das imagens, que a reunião relatada por ele à Folha, em que Flávio Bolsonaro contou que recebeu informação privilegiada da Polícia Federal, realmente existiu. BAÚ Segundo Marinho, no dia 13 de dezembro Flávio disse a ele que um delegado da PF repassou a informação de que Queiroz estava sendo investigado em esquema de “rachadinha” e desvio de recursos da Assembleia Legislativa.” [Folha]

“A bancada do PSOL na Câmara enviou ofício ao ministro da Justiça, André Mendonça, solicitando informações sobre a atuação da Polícia Federal a partir das denúncias feitas por Paulo Marinho sobre vazamento na operação Furna da Onça. O partido quer saber se Flávio Bolsonaro será chamado para prestar depoimento e quais medidas foram tomadas pela PF para identificar o suposto delegado que, segundo o empresário, teria antecipado os dados.” [Folha]

__/\/\/\/\/\/\__

8. Impeachment

Do Reinaldo Azevedo

“Vale a pena ler a petição. Tem um caráter didático. O número de agressões à ordem legal é assombroso. Alguns dos atos do presidente lá relacionados também são exemplos flagrantes de crimes tipificados pelo Código Penal, pela Lei de Segurança Nacional (7.170) e pela Lei das Organizações Criminosas (12.850). Isso significa dizer, a propósito, que já dá para afirmar que Augusto Aras, procurador-geral da República, entrará para a história como exemplo de omissão. O parecer do doutor sobre a divulgação ou não da íntegra da reunião ministerial tarja-preta do dia 22 de abril sai da pena de quem parece engajado num esforço que não tem a Constituição como horizonte último.” [Folha]

Seu único horizonte é o STF.

“Há em seu texto uma nefasta linguagem de quem tem uma agenda política. E o doutor nem toma cuidado com a lógica elementar. Se a publicação da íntegra da reunião se presta à exploração eleitoral, por que seria diferente com a não publicação? No comando do Ministério Público, Aras escolheu um lado, é isso? O rebaixamento intelectual a que estamos submetidos não é o menor dos nossos males.”

Eu discordo do Reinaldo no que vai abaixo mas tem lá seu sentido:

“Sim, é preciso apresentar à mancheia denúncias por crimes de responsabilidade contra Bolsonaro. Mas não vejo nem constitucionalidade nem inteligência em tentar forçar Rodrigo Maia a decidir se arquiva no lixo os pedidos ou os põe em tramitação. Nada obriga o presidente da Câmara a decidir num prazo determinado. Se o STF lhe impusesse tal decisão, tratar-se-ia de óbvia ingerência do Judiciário no Legislativo. Se obrigado, tanto o arquivamento como a tramitação, neste momento, contribuiriam para fortalecer o combalido Jair Bolsonaro. Se Maia arquiva, isso sugeriria que está num campo ideológico que não é o seu —e seria pouco inteligente relegá-lo a tal nicho. Se põe um pedido para tramitar e não se conseguem os 342 votos necessários, o que se tem é o enfraquecimento do presidente da Câmara em benefício de um Bolsonaro que, por óbvio, não reúne qualidades intelectuais e morais para governar o país. Ocorre que a ausência desses dois atributos não é sinônimo de falta de condições políticas. Sei que o isolamento deixa a todos aflitos, mas convém que se leia com cuidado o noticiário, que se consultem os especialistas em economia, que nos voltemos todos a algumas lições básicas de política. A crise está apenas no começo. Não se depõe um presidente a partir de sacadas e janelas. Por mais indignados que estejamos. Por mais líricos que sejamos.”

Sobre o PSOl eu fico com o Caio Almendra:

“Uma parte do PSOL fez um pedido de impeachment há mais de um mês. Foi ameaçada de expulsão pela outra parte. Agora, essa outra parte entrou com um pedido de impeachment, junto com o PT. A guerra semiótica entre os dois pedidos de impeachment está de doer os olhos. É cada adjetivo perdido para dizer que o “meu impeachment é melhor que o seu”. “Assine online o impeachment POPULAR do Bolsonaro”. Pára que tá feio. Tem vestiário masculino de adolescentes de 17 anos com competições de tamanho de bilau menos patéticas que isso.” [Facebook]

E eu gostei desse ângulo do Rogério Gentille:

“Bolsonaro, lá atrás, cometeu o erro estratégico de escolher um general para ser o seu vice. Achava que isso dificultaria um eventual impeachment, pois o Congresso, com o trauma da ditadura, não iria querer devolver o poder aos militares. Dezenove meses depois da eleição, ninguém demonstra se preocupar com isso. Por mais leal que seja um vice, ele é aquele que tem a expectativa íntima de assumir. E, se houver impeachment, o general Mourão e os militares vão querer passar por um novo desgaste histórico e enfrentar a crítica internacional para manter à força o capitão amalucado no cargo? Ou vão preferir retomar o poder pelas vias democráticas e com o apoio da sociedade civil? A lógica ainda é uma das forças motrizes da política.” [Folha]

Entra em cena Janaina do Brasil – balançando a bandeira do Brasil com os olhos injetados de ódio:

“Os juristas e advogados que assinaram e participaram da elaboração do pedido de impeachment de Jair Bolsonaro, apresentado na quinta (21) por partidos de oposição, nada receberam pelo trabalho. “Nem mesmo sanduíche de mortadela”, diz, brincando, o tributarista Marco Aurélio de Carvalho. Em 2016, a advogada Janaina Paschoal, hoje deputada, recebeu R$ 45 mil do PSDB para fazer um parecer pelo afastamento de Dilma Rousseff.” [Folha] R$ 45 mil pra Janaína escrever parecer jurídico, puta que pariu…

__/\/\/\/\/\/\__

9. “Em análise

Que relato desesperador do Fábio Zanini:

“​No extremo sul de São Paulo, a expressão “em análise” ganhou contornos dramáticos para os moradores de bairros como Parelheiros, Vargem Grande e Engenheiro Marsilac. Significa que algo deu errado no pedido de auxílio emergencial de R$ 600 mensais anunciado pelo governo federal. Quem se depara com essas duas palavras sabe que frequentemente são um eufemismo para dinheiro negado sem maiores explicações. Na última segunda-feira (18), cerca de 60 pessoas enfrentavam a manhã fria e a neblina típicas do bairro de Vargem Grande, nas proximidades da serra do Mar, para receber cestas básicas e kits de higiene doados pela Associação ProBrasil, ONG que atua há 21 anos na região. Muitos dos que ali estavam buscavam os produtos após verem frustrada a promessa de conseguir o auxílio do governo. Eram trabalhadores informais que perderam sua renda ou pessoas que já estavam desempregadas mesmo antes da crise do coronavírus.

“Estamos na análise, como eles dizem. Não dão a opção de saber por quê”, disse Elizabeth de Paula, desempregada, que aguardava sua vez de pegar a cesta contendo arroz, feijão, sal, leite, macarrão, sardinha e óleo, entre outros produtos. Já o kit vem com pasta de dente, sabão, sabonete e papel higiênico. “Se um dia eu pegar esses R$ 600 quero ir no atacadão encher o carrinho de arroz e feijão”, afirmou. Sem renda, a doação da ONG virou o único meio de sobrevivência até a crise passar. “A gente pega a cesta e ainda divide com alguém que precisar”, disse o marido dela, José Izael, que fazia trabalhos esporádicos como fiscal de obras, todos agora suspensos. Cícera Jucivânia é outra que teve de recorrer à ajuda após fracassar na tentativa de sacar o auxílio emergencial. “Não fui aprovada porque disseram que alguém já tinha pego”. Mas essa hipótese, afirma ela, é impossível. Monitora de uma van escolar, ela se viu sem trabalho quando as aulas foram suspensas. Sem registro, trabalhava como autônoma. Jucivânia mora com um irmão, também desempregado pela pandemia, e um sobrinho de 18 anos, que está tentando pegar o auxílio, sem sucesso até o momento.

“A gente percebe realmente como aumentou a demanda por cesta básica”, disse Uwe Weibrecht, 49, um ex-frade dominicano alemão que preside a ONG. Levantamento feito pela Associação ProBrasil em abril e maio com 890 famílias atendidas pela no extremo sul da capital mostra como essa população depende do auxílio governamental durante a pandemia. Apenas 32% responderam que têm na família algum membro com emprego formal, em tese mais protegido na crise. Outros 25% do universo são famílias com desempregados ou que declararam não ter nenhuma renda. As restantes são formadas por autônomos ou pessoas que têm em programas sociais sua única fonte de renda. Dos que responderam ao levantamento da ONG, 72% afirmaram que não têm tido qualquer tipo de trabalho no período de quarentena, o que é um dado preocupante, dada a grande quantidade de autônomos na região. Desde o início de abril, a ONG já distribuiu 2.700 cestas e kits, das quais 882 foram compradas a partir de convênio com a prefeitura e o restante com recursos de doações privadas.

Muitos dos moradores da região com quem a Folha conversou se disseram confusos sobre a orientação que vem das autoridades, especialmente em razão das mensagens conflitantes entre o presidente Jair Bolsonaro, defensor da flexibilização da quarentena, e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que advoga a manutenção de políticas mais estritas de isolamento. Dono de um bar no bairro Jardim dos Alamos, Francisco Assis da Silva, 46, declarou que concorda com o presidente, “apesar de ele fazer umas coisas embaçadas”. “Abri o bar às 11h30 e estou indo embora daqui a pouco [por volta de 14h]. Não dá pra trabalhar, né?”, disse. “Se não abrir logo o comércio, quem não morrer de doença vai morrer de fome. As contas seguem chegando”, afirmou. Tanto ele como sua mulher receberam a temida mensagem de que os pedidos de auxílio emergencial estão ”em análise”. “As autoridades estão deixando muito a desejar. A população fica meio perdida. Se o presidente, que é a maior autoridade, fala uma coisa, e o governador fala outra, como é que fica?”, disse Jackson Douglas, 29, que trabalhava como autônomo numa empresa de eventos. “O presidente é muito inteligente, só não está sabendo usar a inteligência dele”, afirmou.” [Folha]

__/\/\/\/\/\/\__

10. O bebê e o BB

“O Banco do Brasil pode rever a decisão de suspender a veiculação de propaganda no “Jornal da Cidade”, um site acusado de publicar e compartilhar fake news. Ontem, o BB cancelou os anúncios, mas publicamente tanto Carlos Bolsonaro quanto Fabio Wajngarten, chefe da Secom, condenaram a atitude do banco. Ambos classificaram o site como “mídia independente”. Há hoje dentro do banco um grupo estudando o que fazer, mas internamente admite-se que a decisão de ontem pode ser alterada. Cita-se o exemplo de outros bancos, como Caixa e Santander, que também publicam anúncios no “Jornal da Cidade” — qualificado pelo site de checagem “Aos Fatos” como uma “rede articulada de desinformação”.” [O Globo]

E adivinha quem estava no meio da decisão que agradou Tonho da Lua:

“O Banco do Brasil informou que restabeleceu a verba na quarta (20) mesmo. A área técnica, da qual faz parte o filho do general Mourão, Antônio Mourão, considerou excessivo o veto ao site por produção de conteúdo falso. O presidente do banco, Rubem Novaes, defendeu o desbloqueio.” [Folha]

“Objeto de uma campanha contra notícias falsas na internet, o site Jornal da Cidade Online tem divulgado informações inverídicas ou distorcidas pelo menos desde as eleições de 2018. Verificações feitas por agências jornalísticas especializadas no tema, como Aos Fatos e Lupa, mostram que o portal já publicou incorreções a respeito do poder Judiciário, mais precisamente sobre a Justiça Eleitoral, e de personalidades da política. Os conteúdos veiculados pelo site têm sido alvo de campanha nas redes sociais — o perfil do Twitter Sleeping Giants Brasil, inspirado num similar americano, conclama empresas públicas e privadas a retirar publicidade de sites suspeitos de promover fake news. Entre as marcas acionadas via rede social, estão bancos públicos, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, ambos com anúncios exibidos no Jornal da Cidade Online.” [O Globo]

E que do caralho é esse Sleeping Giants, e o mais hilário é que os bolsonaristas viviam pedindo boicote à Globo e outros veículos e agora que e o cu deles na reta eles vêm balbuciar denúncias conra a liberdade de expressão.

“Nesta quarta-feira, após a campanha ganhar força na internet, o Banco do Brasil anunciou que a propaganda da instituição, distribuída automaticamente, não seria mais autorizada a aparecer no portal suspeito. Depois, empresas privadas como o McDonald’s e a Philips Brasil fizeram o mesmo. Convidada publicamente a tomar a mesma atitude, a Caixa Econômica ainda não anunciou medidas nesse sentido para seus anúncios. A suspensão anunciada pelo Banco do Brasil provocou críticas do vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho do presidente Jair Bolsonaro. O parlamentar afirmou que o “marketing do Banco do Brasil pisoteia em mídia alternativa que traz verdades omitidas”. Diante da reclamação, o secretário de comunicação do governo, Fabio Wajngarten, indicou que poderia reverter a decisão. O BB, no entanto, não respondeu ao GLOBO se pretende alterar a diretriz de propaganda e retomar os anúncios suspensos. A Secom também não se manifestou.”

As agências jornalísticas de checagem discordam que o teor do conteúdo divulgado pelo Jornal da Cidade Online seja apenas “alternativo” e o classificam, em geral, como falso ou duvidoso. Em 17 de setembro de 2018, por exemplo, o portal publicou matéria com o título “Tribunal Superior Eleitoral entregou códigos de segurança das urnas eletrônicas para a Venezuela e negou acesso para a auditores brasileiros”. Compartilhada 60 mil vezes em uma rede social, a informação estava distorcida e tratava sobre uma licitação cancelada quatro meses antes, que não chegou sequer ser concluída. Publicada em 24 de outubro de 2018, a matéria “Ciro Gomes volta da Europa e vota em Bolsonaro” foi compartilhada 9 mil vezes e classificada como falsa pela agência Aos Fatos. Àquela altura, Ciro, derrotado em primeiro turno, tinha declarado apoio crítico ao candidato do PT, Fernando Haddad, junto com seu partido, o PDT. Não havia sinal de que ele apoiaria Bolsonaro. Para a Agência Lupa, é falsa notícia publicada pelo portal em 5 de dezembro de 2019. Com o título “Fundador e ex-deputado do PT denuncia envolvimento de Lula e do partido com o narcotráfico”, a matéria incluía um texto do ex-deputado estadual de Sergipe Ismael Silva no qual ele embasava suas afirmações a um áudio comprovadamente falso atribuído ao petista.”

Ah, e adivinhe quem começou a apagar as provas…

“Cerca de uma semana depois de Aos Fatos publicar reportagem que apontava indícios de que o site bolsonarista Jornal da Cidade Online publicava textos com assinaturas de repórteres que utilizavam identidades falsas, os jornalistas Otto Dantas e Amanda Acosta tiveram suas imagens de perfil deletadas e pararam de publicar textos no portal. Os perfis de Dantas e Acosta também foram excluídos do Facebook, onde costumavam republicar textos do site. Otto ainda mantém conta no Twitter, onde nunca houve grande movimentação: a última postagem é de 13 de dezembro de 2018. Em reportagem publicada no dia 4 de julho, Aos Fatos mostrou que o Jornal da Cidade Online, notabilizado pela difusão de conteúdo enganoso em favor de Jair Bolsonaro nas últimas eleições, usava os perfis de Dantas e Acosta em publicações que traziam ataques e desinformação a respeito de políticos, desembargadores e até ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Os dois, no entanto, apresentam diversos indícios de serem apócrifos — usam imagens alteradas digitalmente e, nos processos em que foram incluídos como réus, nunca foram encontrados pela Justiça para a entrega de notificações. Além dos dois repórteres, Lívia Martins, outra articulista do site, também teve sua imagem de perfil antiga (ver abaixo) tirada do ar na última semana. Da mesma maneira que Dantas e Acosta, ela possui um e-mail oficial do Jornal da Cidade Online, e sua foto parecia ser editada.” [Aos Fatos]

Mas não bastam boas intenções:

“Os projetos de lei do senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES) que propõem a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet têm sofrido com ataques de bolsonaristas e com críticas de especialistas no tema a partir de um ponto em comum: restrição à liberdade de expressão. O projeto do senador está na pauta da reunião de líderes desta sexta-feira (22) e sua expectativa é a de que seja votado na próxima semana. Especialistas no tema criticam a limitação de liberdade de usuários de utilizar as redes anonimamente, de usar pseudônimos (prática que, argumentam, nem sempre está vinculada à disseminação de notícias falsas) e uma suposta vagueza do texto que poderia levar empresas como Twitter e Facebook a restringirem conteúdos publicados por temerem punições na Justiça. Os bolsonaristas, que possuem diversos núcleos de disseminação de fake news, dizem que o projeto propõe censura, e têm atacado os parlamentares nas redes. “Não existe absolutamente nenhum risco para a liberdade de expressão. Pelo contrário, quando o projeto veda a possibilidade do uso de robôs não identificados e de contas inautênticas, ele está tirando as ferramentas utilizadas para desinformação em massa, privilegiando a manifestação das pessoas reais, que preservam seu direito constitucional de livre manifestação de seu pensamento e opinião, desde que não anônima”, diz o senador Alessandro Vieira.” [Folha]

Que tem que acabar com essa máquina dedisseminação de fake newa resta óbvio, mas proibir qualquer tipo de anonimato é doideira.

O Pedro Dória escreveu sobre:

“No entanto, a Lei das Fake News, como está, é uma ideia terrível. O primeiro problema dela é que o texto foi escrito de forma apressada. Na Câmara dos Deputados, Tábata e Rigoni abriram para consulta pública. No Senado, Vieira decidiu meter o pé no acelerador. E, neste momento, o Congresso Nacional está funcionando sem comissões: os projetos vão direto a plenário. Se os líderes o puserem na pauta da semana, não terá havido consulta pública, tampouco debate interno. Piora. Boa parte dos parlamentares são vítimas de notícias falsas. Os Bolsonaro e seus aliados não são benquistos. Eles são daquele tipo de gente que recusa o diálogo, que pede fechamento do Congresso, e todos sabem que operam uma máquina de criar estas notícias falsas. A intenção dos autores é a melhor possível: afinal, o problema que enxergam é real. A máquina de desinformação criada por grupos políticos, que já cria um ambiente de dano real à democracia, em tempos de pandemia é pior. Ao confundir desorienta as pessoas. Mata.

Só que o problema não é apenas brasileiro — é mundial. Grupos populistas e nacionalistas, em geral de direita mas nossos vizinhos venezuelanos lembram sempre que também existem na esquerda, estão tomando de assalto as democracias por toda parte. E todos têm por estratégia explorar as fraquezas das plataformas de comunicação digital. Geram confusão e, na confusão, se infiltram. Ainda assim, há um motivo para nem a União Europeia, nem os EUA, terem ainda uma lei que tente regulamentar fake news. É porque o problema é complexo. O projeto em discussão no Senado altera o Marco Civil da Internet. Hoje, as plataformas não são responsáveis pelo que cada um publica nelas. Em todas as democracias é assim. Se virar lei, passarão a ser. A definição de desinformação é vaga — “conteúdo em parte ou no todo, inequivocamente falso ou enganoso, passível de verificação, colocado fora de contexto, manipulado ou forjado, com potencial de causar danos individuais ou coletivos, ressalvado o ânimo humorístico”. Certo. Quem definirá é cada juiz em cada caso. As plataformas terão um grande incentivo a, na dúvida, impor uma censura draconiana.” [O Globo]

Exato, o projeto é uma solução simples para um problema complexo.

“Liberdade de expressão não tem nada de trivial — é matéria para filósofos. Definir quando algo tirado do contexto é do jogo ou não é, quando houve intenção de enganar ou não, decidir o que é ou não é verificável, cada passo desses mergulha em debates mil. O que este projeto periga fazer, em nome de uma causa justa, é instaurar a censura na internet brasileira. Precisa ser discutido. As plataformas não têm nada de inocentes, são pouco transparentes. Mas se os especialistas têm uma convicção, é a seguinte: a melhor arma contra desinformação digital é ir atrás de quem a financia. Tem gente pagando pela fraude. Até lá, o melhor caminho para este projeto é jogar luz nele e deixar que a democracia atue. Que se permita o debate público e aberto com a sociedade civil.”

__/\/\/\/\/\/\__

12. Maduro agradece

Agradece ao Trump, ao Boslonaro, ao Ernesto, ao Filipe Martins e por aí vai…

“A frustrada tentativa de invasão à Venezuela por mercenários, no início de maio, abriu um racha na oposição e serviu de alívio para Nicolás Maduro, que encontrou na operação a desculpa ideal para distrair o país de seus principais problemas: as crises econômica e humanitária e a pandemia de coronavírus. A liderança de Juan Guaidó, presidente da Assembleia Nacional (AN), de maioria opositora, e reconhecido por mais de 50 países como presidente interino da Venezuela, está abalada. Foram necessários 15 dias após o episódio para que o Parlamento debatesse e, ao final, aceitasse assinar uma carta de apoio a ele. Ainda assim, sob críticas de membros de partidos aliados, como a Ação Democrática e Primeiro Justiça. O incômodo gerado pelo possível envolvimento da principal figura da oposição venezuelana na operação que buscava capturar Maduro e levá-lo aos EUA persiste. No contrato com o grupo mercenário, exibido pelo chefe da investida, o ex-militar das Forças Armadas dos EUA Jordan Goudreau, há uma suposta assinatura de Guaidó —ele nega que seja verdadeira.” [Folha]

Será que o Guaidó seria burro a ponto de autografar a prova do crime?! Bem, dado que ele fuigiu do tema por duas semanas…

“O presidente da AN passou as últimas duas semanas desviando do episódio, enquanto comentava outras diversas questões da Venezuela. Denunciou, numa teleconferência da ONU, a chegada de barcos e aviões enviados pelo Irã com combustível para tentar sanar a falta de gasolina em postos de todo o país. Disse que os veículos trariam também armas encomendadas por Maduro e pagas com dinheiro do narcotráfico. Também conversou com os chefes de Estado de Peru, Equador e Honduras e atacou a saída da Venezuela do serviço de TV a cabo DirecTV, provido pela companhia americana AT&T.”

E veja que ironia maravilhosa:

“A empresa tomou a decisão a pedido do presidente Donald Trump como parte das sanções impostas pelos EUA ao regime venezuelano. O serviço exibia os canais governistas da PDVSA (Petróleos de Venezuela) e Globovisión, que pertence a um amigo de Maduro e tem linha editorial favorável ao governo. Guaidó culpou o ditador por deixar o país ainda mais isolado com a saída da empresa, que tinha 45% do mercado de canais a cabo na Venezuela.”

Entendeu? A empresa saiu por um pedido do Trump e a culpa é do… Maduro!

“Por outro lado, Maduro e membros do regime não param de falar da Operação Gideon, batizada assim em referência a um personagem bíblico do Velho Testamento, Gideão, na versão em português. Com um Exército de apenas 300 homens, ele executou um ataque surpresa e derrotou os midianitas —grupo que oprimia os israelitas e roubava suas colheitas e gado. Após o episódio, o ministro das Comunicações, Jorge Rodríguez, fez vários pronunciamentos nos quais afirma que dia após dia aparecem mais evidências de que o desembarque dos mercenários foi contratado por Guaidó. Também envolve a ex-procuradora-geral Luisa Ortega Díaz, uma dissidente do chavismo vivendo no exílio, que teria ajudado no planejamento da ação.”

Atenção que lá vem absurdo:

“A primeira-dama do país, Cilia Flores, com grande influência no poder Judiciário…”

“… também foi à TV estatal para dizer que “dificilmente Guaidó sairá dessa”. Maduro não perde a chance de usar a palavra “terroristas” e aproveitou para conectar o rival a uma rede conspiratória liderada por EUA, CIA e Colômbia. Os governos dos dois países negam participação no caso. Por fim, o procurador-geral, Tarek William Saab, diz que a operação teria custado o equivalente a R$ 1,1 bilhão, pagos parcialmente com recursos da petrolífera estatal congelados nos EUA. O restante do dinheiro teria vindo de contas venezuelanas bloqueadas por outros países.”

1 bilhão pra dar esse golpe ridículo anunciando na véspera pelo twitter!?

“Assim, reapareceu o fantasma de uma possível prisão de Guaidó, aventada várias vezes desde que ele se proclamou presidente, em janeiro de 2019. Para Luis Vicente León, do instituto Datanálisis, o episódio “certamente significará um desgaste na imagem do líder opositor, esteja ele ligado à Operação Gideon ou não”. “Porque, no final, o desenlace da ação foi vergonhoso.”

A negativa do Guaidó é MARAVILHOSA:

“Questionado durante a teleconferência da ONU sobre a operação, Guaidó disse que sua equipe está realizando uma investigação paralela do ocorrido e que “não é uma característica de seu governo apostar em ações violentas, ainda mais contratando serviço de mercenários”. De todo modo, pouco se sabe sobre o episódio além do espetáculo algo amador exibido na mídia local. Duas lanchas desembarcaram na costa venezuelana e caíram numa emboscada das Forças Armadas. Oito pessoas foram mortas e outras 40 foram detidas, entre as quais dois norte-americanos, Alexander Denman e Airan Berry, ex-combatentes do Exército dos EUA no Iraque e no Afeganistão. Maduro disse que surpreendeu os invasores por meio de espiões, que teriam se infiltrado no grupo.

Além da assinatura de Guaidó, o contrato exibido pelo mercenário Goudreau, dono da empresa Silvercorp, estaria firmado também por Sergio Vergara, um dos braços direitos do opositor, e J.J. Rendón, marqueteiro conhecido pelo envolvimento em casos de corrupção e de conexão com o narcotráfico. Rendón foi o responsável pelas campanhas exitosas à Presidência de Juan Orlando Hernández (Honduras), Enrique Peña Nieto (México) e Juan Manuel Santos (Colômbia). Vergara e Rendón se afastaram de Guaidó, segundo quem os dois aliados tinham autorização apenas para realizar uma investigação de cenários para provocar a saída de Maduro. Rendón devolveu a acusação, afirmando em entrevistas ao Washington Post e à CNN em Espanhol que o autoproclamado presidente da Venezuela tinha conhecimento da ação.”

__/\/\/\/\/\/\__

>>>> Algumas pessoas perguntaram se haveria alguma retrospectiva dos 500 dias e, eu digo com todo carinho do mundo, que NEM FODENDO eu teria coragem de fazer um troço desse, já é difícil dar conta de 24 horas de notícia, imagina condensar 500 dias de demência. Deus me dibre.

>>>> Moratória técnica hermana – e certo tá o governo argentino: “Apesar de querer evitar o termo “moratória”, o governo argentino anunciou, na noite de quinta-feira (21), que não pagará o vencimento de juros da dívida externa que vencem nesta sexta-feira (22), no valor de US$ 503 milhões. Em acordo com os credores, o país prorrogou as negociações até dia 2 de junho. No total, o país tem uma dívida de US$ 65 bilhões. O ministro da economia, Martín Guzmán, prefere falar em “reestruturação” ou em “default técnico”. A Argentina pediu aos credores três anos de “graça”, ou seja, sem pagar nada, e um desconto de 62% dos juros e de 5,4% de capital. Um dos fundos para quem a Argentina deve, o Greylock, afirmou, por meio de teleconferência, que “é visível que existe um desejo de resolver as negociações”, e que isso era bem visto pelos outros fundos. Em visita à província de Santiago del Estero, o presidente Alberto Fernández afirmou que vem lendo nos jornais que a Argentina corre o risco de entrar em moratória, mas que “já está em moratória desde meses atrás, antes mesmo de assumir a Presidência”. O mandatário tem colocado à frente da questão econômica a luta contra a pandemia do coronavírus, decretando uma quarentena severa em 20 de março, agora prorrogada até, pelo menos, dia 7 de junho. “Uma economia morta pode-se levantar, um corpo morto, não”, tem repetido quando indagado sobre a situação do país –que vem emitindo dinheiro para ajudar a população carente que ficou sem trabalho– e já vinha de uma desaceleração de 2,2% do PIB e uma inflação de 55%, desde 2019. “Não vamos aumentar tarifas nem submeter os argentinos a um sofrimento pelo qual não devem passar”, disse.” [Folha]

 

 

Dia 506 | O pico vai virar platô e “até papagaio bate continência” | 21/05/20

Taí o podcast de ontem. O texto é de Pedro Daltro e a edição é do Cristiano Botafogo:

Os episódios tão lá na Central3 [Central3]

__/\/\/\/\/\/\__

1. “Até papagaio bate continência

Que vontade louca de socar um general, estou revoltado com essa matéria sobre o mais senil e diminuto deles:

“Os militares não vão dar golpe. Isso não passa na cabeça dessa nossa geração, que foi formada por aquela geração que viveu todos aqueles fatos, como estar contra o governo, fazer uma contrarrevolução em 1964” [Folha]

calaboca

Bem, como diz o sincero chefe dele “quem quer dar golpe não fala que vai dar golpe“, próxima. E CONTRARREVOLUÇÃO DE CU É ROLA, CONTRARREVOLUÇÃO É A MINHA MÃO NESSA SUA CARA DE BABACA EM LOOPING!

E a geração que ele fala é a geração dele e do Villas-Bôas, que louvam figuras como Ulstra e Curió, e´a geração do Bolsonaro, que numa comissão sobre as ossadas do Araguaia disse “quem procura osso é cachorro”. A geração que o senil general se refere é a do Mourão, que na ativa ousou criticar a comandante-em-chefe, sabe como é, hherarquia militar de cu é rola.

“Para ele, “não passa [pela cabeça] ditadura, intervenções, isso são provocações feitas por alguns indivíduos que não têm coragem de dizer quais são suas ideologias, que ficam provocando os militares para ver se nós vamos reagir”.”

tenor (1)

Se eles derem o golpe não é porque eles quiseram, coitados, mas apenas uma contra-provocação, tá ok?!

“O general, conselheiro de campanha de Jair Bolsonaro e um dos três com assento no Palácio do Planalto, disse que deve isso aos “nossos instrutores, vacinados por toda aquela trajetória de militares se intrometendo de uma forma pouco aconselhável, mas muitas vezes necessária, na política”.”

Um general desse governo demencial falando que aprendeu com instrutores que se intrometeram na política de forma “pouco aconselhável“, incareditável, não aprendeu foi nada então, ele tá falando dele próprio e é incapaz de perceber, senilidade é uma merda. Digamos que o Exército deu all-in no mais vis dos presidentes de forma “pouco aconselhável“.

“Ele falou como um representante de sua classe, sem diferenciar no discurso serviço ativo e a ala militar do governo –que ele rejeita como definição. “Eu fico revoltado quando ouço essas duas palavrinhas”, disse.”

“Ele defendeu a presença de egressos das Forças na administração. “Nós não somos todos brilhantes, temos alguns brilhantes, mas temos uma dívida com o país”.”

ernesto_3

Disse o brilhante chefe do GSI que publicou na internet seu RG e CPF.

E haja dívida, general, no mínimo umas dezenas de condenações de fardados que mandavam e desmandavam na ditadura. Mas não vai ter segunda Lei de anistia não, seu arrombado do caralho!

“Na hora de apresentar os fatos, a gente percebe. É uma total contaminação dessa parte da imprensa. Só pode ser para derrubar o presidente da República. Não tem outra explicação. [A mídia] só procura as coisas para falar mal do governo. Isso é lamentável, porque é contra a nossa visão de democracia e liberdade de imprensa.” “Não tem nenhum reconhecimento, é duro. Mas vamos lá, eles não vão conseguir baixar o moral da gente.”

Imagine general Heleno questionando se o noticiário negativo no governo petista era a imprensa tentando derrubar Lula e Dilma, conseguiu imaginar? Pois é, difícil, né? E imprensa criticando governo vai contra liberdade de expressão, é?

“Um entrevistador, o consultor Gustavo Heck lembrou que o presidente Getúlio Vargas estimulava o jornal Última Hora para se defender e perguntou se o governo não faria o mesmo. “Temos um instrumento que são as redes sociais”, disse Heleno, queixando-se especificamente da TV. “A gente mexe pra lá, mexe pra cá, zapeia, e acaba vendo Animal Planet. Chega a um ponto em que não dá, melhor ver suricato e leão atacando veadinho da floresta”, disse. Aí o general deu sua receita ante as críticas. Para ele, as universidades “foram vítimas de verdadeira lavagem cerebral”, com “formação dirigida para esse fanatismo ideológico” associado à esquerda. “A única solução é colocar a educação como grande instrumento de formação do cidadão, para ele ser um grande profissional, e não um militante político. Será criminoso fazer isso de um lado ou de outro. [Ele deve] construir sua família, prezando a democracia, prezando a família, a pátria”. Não será fácil recuperar o terreno perdido. A educação precisa ser profundamente reformulada nesse país”

Esse aí deve ser fã do Abraham. E um subordinado do Bolsonaro denunciando “fanatismo ideológico alheio” é por demais acintoso.

“Ao fim, o organizador do grupo, o palestrante Paulo Zottolo, elogiou o governo, mas criticou sua comunicação. Sobre isso, Heleno disse que não iria concordar ou discordar. “Estamos juntos”, finalizou.”

Fico na dúvida se a crítica foi para o 171 da Secom, para o Tonho da Lua ou para os dois.

Os milicos dominaram a porra toda:

“Segundo levantamento mais recente deste jornal, feito no fim de 2019 por meio da Lei de Acesso à Informação, eram 2.500 militares em cargos de chefia ou assessoramento no governo, um recorde desde a redemocratização do país. O número, possivelmente maior hoje, não inclui o próprio presidente Jair Bolsonaro, um tenente indisciplinado e conspirador que se tornou capitão ao ser obrigado a deixar as fileiras do Exército, seu vice, general Hamilton Mourão, e 9 de seus 22 ministros atuais. O caso da Saúde é o mais visível. Causa alarme a presença cada vez maior de fardados numa pasta que deveria ser o centro científico e estratégico do combate à pandemia que vitimiza e empobrece uma geração no Brasil e no mundo. Ao trocar a experiência na coisa pública pela obediência cega e a priorização da logística, Bolsonaro nem sequer disfarça seu objetivo de fazer do ministério um empório de distribuição da cloroquina e da hidroxicloroquina, suas obsessões irracionais”

Tem mais milico ministro no Brasil que na Venezuela, viado!

Passo ao Ascânio Seleme:

“Nunca, desde abril de 1985, as Forças Armadas foram usadas de maneira tão escancarada em favor de um projeto político. E nunca, em toda a história do Brasil, cederam tão docilmente. A ocupação das estruturas do Executivo por militares já depõe sobre a subserviência das forças ao presidente Bolsonaro. Não se trata de disciplina, de obediência ao comandante em chefe, que podem ser até a desculpa oficial, mas é porque há uma compensação. Com esse loteamento de cargos, Jair Bolsonaro interfere à vontade em todas as instâncias de poder militar, sobretudo no Exército. Não fosse assim, sua ordem para a revogação de três portarias do Comando Logístico do Exército que estabelecem controle, identificação e rastreabilidade de armas e munições jamais passaria. Passou e foi mais um dos muitos ataques de Bolsonaro ao Estatuto do Desarmamento, que o Ministério Público Federal denunciou por inconstitucional. O presidente já baixou diversos decretos autorizando porte, aumentando volume de compra de munições, reduzindo idade e ampliando áreas para uso de armas de fogo. Quase todos foram revogados depois de reconhecidas suas inconstitucionalidades.

Um desses decretos aumentava de 50 para 5.000 o número de munições que poderiam ser compradas anualmente por qualquer pessoa que tivesse arma registrada. Ela autorizava a compra de pouco mais de 2 bilhões de balas por ano, permitindo que se dessem quase 6 milhões de tiros a cada dia no Brasil. Caiu, claro. Em outro, Bolsonaro flexibilizava de tal forma a lei de compra de armas que um cidadão como você e eu poderia ir ao mercado e comprar um fuzil para defesa pessoal. Há quem veja nisso apenas o atendimento de uma pauta da turma da bala. Ma há os que veem mais do que isso. Haveria um projeto em curso para armar e municiar pessoas e grupos que apoiam o presidente? O fato é que as pessoas estão cada vez mais à vontade para portar armas. No acampamento paramilitar da Esplanada dos Ministérios há gente armada, como revelou a líder do grupo, Sara Winter. Ela disse que as armas servem para o grupo se defender. Se defender de quê? Todos os acampados de Brasília são radicais antidemocráticos e atacam sistematicamente o Congresso, o Supremo e a imprensa, e muitos são membros efetivos ou reformados de forças militares.

Nesse sentido, os milhares de cargos federais entregues a militares, suas famílias e seus amigos se transformam em motivadores do apoio a Bolsonaro. Além de membros das três Forças Armadas, há cargos ocupados por oficiais e praças da ativa ou da reserva das forças auxiliares estaduais, como PMs e Bombeiros, e por delegados e agentes das polícias Civil, Federal e Rodoviária. A aposta é consolidar de tal maneira a presença militar e policial nas estruturas do poder que qualquer solavanco que ameace esses empregos se transforme num gatilho de defesa do governo. Eles estão por todos os lados, nos ministérios, nas autarquias, nas estatais, nos bancos oficiais. Mas o caso do Ministério da Saúde é exemplar. Lá há tantos militares em cargos de chefia, 18 segundo contabilidade do GLOBO, que até papagaio bate continência. A expressão é do falecido escritor Joel Rufino, se referia à antiga CBD, Confederação Brasileira de Desportos e dava conta da militarização da seleção brasileira sob o comando do almirante Heleno Nunes. Na Saúde do general Pazuello ocorre o mesmo.” [O Globo]

__/\/\/\/\/\/\__

2. O silêncio que precede a gravação

Reza a lenda que amanhã Celsão publica a íntegra, já estou mentalmente preparado pra encarar duas horas da mais demencial das reuniões para que você não tenha que passar por esse sofrimento.

E o timing dessa novela é sempre maravilhoso,a PF chegava perto do 03 e lá ia o pai tentar intervir na PF:

“A defesa de Fabrício Queiroz, amigo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), foi informada em agosto do ano passado sobre a existência de um inquérito sigiloso da Polícia Federal no Rio de Janeiro que mencionava o policial militar aposentado. O presidente, naquele mesmo mês, decidiu demitir o então chefe da superintendência da corporação no Rio e chegou a tentar emplacar um nome de sua escolha, o que não conseguiu. Nessa investigação sigilosa, Flávio e Queiroz são citados em relatório federal do Coaf, órgão de inteligência financeira, sobre movimentações suspeitas. Nenhum dos dois, contudo, é alvo da investigação.” [Folha]

Eles mesmo se entregam, repare:

“O inquérito em questão, instaurado na PF em fevereiro de 2019 pelo delegado Acen Amaral Vatef, a pedido do Ministério Público Federal, apurava especificamente crimes de evasão de divisa praticados, em tese, por um advogado do Rio Grande do Sul, também citado no relatório do Coaf. No curso dessa investigação, em 29 de agosto do ano passado, o então advogado de Queiroz, Paulo Klein, solicitou acesso ao inquérito, apontando a menção ao seu cliente nos autos. A juíza Adriana Cruz negou o pedido, afirmando que o PM aposentando não era investigado nos autos, mas concedeu cópia do relatório que o menciona. Naquele momento, não havia ocorrido nenhuma oitiva formal de testemunhas ou investigados, apenas algumas diligências, como envio de ofícios a órgãos públicos e também um pedido de informação para uma empresa que teria recebido dinheiro do alvo do Rio Grande do Sul. Até ali, o inquérito tinha passado, além da PF, pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal. Em maio, três meses antes, dois advogados de investigados pediram e tiveram acesso aos autos. O pedido à juíza, contudo, mostra que a defesa de Queiroz teve conhecimento sobre a menção ao PM aposentado em inquérito sob sigilo que não se referia a ele.”

caetano

Vão ser burros assim lá na casa do caralho!

“No relatório, o Coaf afirma que a renda do senador não amparava, na ocasião, a movimentação. O órgão federal, contudo, considerou apenas o salário dele como deputado estadual, sem levar em conta eventuais dividendos de sua empresa. O pedido do advogado de Queiroz à Justiça foi feito em 29 de agosto do ano passado. Duas semanas antes, no dia 15, Bolsonaro atropelou o comando da PF e afirmou que iria trocar o superintendente do Rio de Janeiro, à época Ricardo Saadi. A fala foi o estopim da crise na corporação que culminou, em abril deste ano, na saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça. O ex-ministro afirma que Bolsonaro insistia em ter alguém de sua confiança comandando a PF no Rio de Janeiro.”

Paulo Marinho depôs ontem por 5 horas:

“Mais tarde, em uma rede social, ele escreveu que “por mais de cinco horas, trouxe detalhados elementos que vão auxiliar a investigação, indo ao encontro do que o @SF_Moro [Sergio Moro] trouxe à tona. Por ordem da autoridade policial, não posso revelar o teor do meu testemunho”.” [Folha]

Tá um pega-pra-capar pra descobrir quem é o delegado X-9, folgo em saber:

“O delegado Márcio Derenne, citado pelo ex-chefe da PF do Rio como pessoa próxima à família Bolsonaro, vai confirmar a investigadores que é amigo de Flávio, se for chamado no inquérito do STF. Ele vai dizer ainda que não teve acesso a informações da Furna da Onça nem sabia da sua existência, e que não tem conhecimento de que o amigo tenha tido acesso a dados sigilosos. A investigação iniciada com as acusações de Sergio Moro agora também busca suspeitos do suposto vazamento.” [Folha]

E aconteceu outra coisa chata com Flavinho Desmaio:

“O inquérito eleitoral que investiga se o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) cometeu lavagem de dinheiro e falsidade ideológica eleitoral ao declarar seus bens para a Justiça Eleitoral não será arquivado, como pretendia a Polícia Federal (PF) na conclusão do inquérito, em março. O promotor Alexandre Themístocles, titular do Ministério Público do Rio (MP-RJ) junto à 204ª Zona Eleitoral (Santo Cristo), discordou do relatório da PF e vai dar sequência à investigação.Este é o único caso que se saiba até agora em que um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro tenha sido investigado pela Polícia Federal no Rio — a superintendência fluminense é pivô do inquérito que apura eventual interferência indevida de Bolsonaro na PF. Como próximo passo, Themístocles vai pedir auxílio ao Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) na investigação. Os promotores já investigam o senador por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Alerj devido às suspeitas da prática de “rachadinha”, a devolução de salário por parte dos funcionários do gabinete. Os procedimentos tratam do patrimônio do senador. A parte que seguiu para o MP estadual apurar é sobre a suspeita de falsidade ideológica eleitoral devido às discrepâncias nas declarações de bens em diferentes eleições nos últimos anos.” [‘G1]

Uma investigação minuciosa precedeu o pedido de arquivamento pela PF, preste atenção:

“O delegado Erick Blatt, da PF do Rio, era o responsável pela investigação, que correu durante a gestão do ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo. No relatório do inquérito, em março, o delegado informou não ter encontrado indícios dos crimes. O EXTRA apurou que a PF concluiu o caso sem fazer quebras de sigilo fiscal e bancário.”

__/\/\/\/\/\/\__

3 Bolsonaro, os governadores e o funcionalismo

Bolsonaro cospe nos governadores e agora quer dividir com eles o veto presidencial pra congelar salário dos servidores, é cada uma…

“”Bem como nesse momento difícil que o trabalhador enfrenta, alguns perderam seus empregos, outros tendo salário reduzido, os informais que foram duramente atingidos nesse momento, buscar maneiras de, ao restringirmos alguma coisa até 31 de dezembro do ano que vem, isso tem a ver com servidor público da União, Estados e municípios, nós possamos vencer essa crise. O mais importante: se possível sair uma proposta aqui por unanimidade de nós, ao vetarmos quatro dispositivos, um que é de extrema importância, que esse veto venha a ser mantido por parte do parlamento. Porque é assim que vamos construir nossa política, nos entendendo cada vez mais.A cota de sacrifício dos servidores, pela proposta que está aqui, é não ter reajuste até 31 de dezembro do ano que vem” [G1]

Ele convidou os governadores pra dividir o prejuízo de imagem. Bolsonaro, de tão desesperado, chegou ao ponto de dirigir essas palavras ao Doria:

“Senhor governador João Dória, obrigado pelas palavras, e parabéns pela posição de vossa excelência”

Mas os governadores não são trouxas, isso cabe ao governo federal e ao congresso, não aos governadores.

“Apesar dos sucessivos ataques que vêm sofrendo, governadores planejam dizer a Jair Bolsonaro nesta quinta (21) que não pretendem interferir em sua decisão sobre o veto do reajuste de servidores. A posição contraria a expectativa do presidente, que buscava dividir o ônus do congelamento salarial. Em reunião prévia nesta quarta (20), a maioria opinou que o veto é prerrogativa exclusiva do presidente. A expectativa dos governadores é pelo artigo que permite à União congelar repasses em caso de calote de dívidas.” [Folha]

Mas os milicos garantiram seu aumento, claro:

“Aumentos já haviam sido garantidos para policiais do Distrito Federal e outras categorias do funcionalismo público nos Estados. As Forças Armadas também já tinham sido preservadas antes mesmo da proposta ter sido apresentada pelo relator do projeto, o próprio presidente do Senado. O acordo foi feito pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.”

E só agora, com um atraso de mais de mês, o governo fez o óbvio:

“O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que vai sancionar o projeto que libera socorro financeiro de R$ 60 bilhões a estados e municípios em decorrência da pandemia do coronavírus. Ele disse que vetará alguns pontos, mas não detalhou quais. O único consenso é de que será vedada a possibilidade de conceder aumento a servidores públicos até o final do ano que vem, atendendo a um pedido do Ministério da Economia e dos estados. O texto está na mesa do presidente para sanção ou veto desde o dia 6 de maio.” [UOL]

Ah, nessa reunião estavam TODOS com máscara, menos um filho da puta:

Folgo em saber que Bolsonaro ficará putíssimo com esse gestual do Maia rodando por aí.

__/\/\/\/\/\/\__

0. Covid-17

Como diria a Fascistinha do Brasil, “Pra frente Brasil, salve a seleção… vamos ser leves, vamos viver, estamos vivos…

covid-17

E a fase de pico ainda nem chegou, ao contrários dos EUA. E se prepare que enquanto os demais países têm um pico nós teremos um mórbido platô, vai ser muito feio.

“Em vez de uma curva que atinge um pico e depois começa a cair, um platô, uma situação de “pico contínuo”. A nova metáfora apareceu no noticiário na segunda-feira (19), após pesquisadores alertarem sobre a possibilidade de isso vir a ocorrer em São Paulo, estado mais populoso e mais afetado pela pandemia do novo coronavírus. A situação equivaleria ao registro de casos e mortes estacionado no alto, com impactos devastadores para o sistema de saúde.” [Nexo]

Passo ao Sílvio Pedrosa e a brutal sub-notificação:

“Entre fim de março e início de maio, Brasil registrou 9 mil mortes em excesso (“excess deaths” é o termo utilizado internacionalmente) segundo reportagem detalhando o mesmo número para vários países (os dados brasileiros se referem apenas a São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza, Manaus e Recife) publicada no New York Times. Até 1° de maio foram registradas 6.412 mortos no Brasil (e nesse intervalo foram registrados 3.322 mortes nessas cidades, ou seja, as “mortes em excesso” foram quase o triplo). Vinte dias depois seremos mais de 20.000 quando os números forem atualizados hoje. Imaginem o número de mortes em excesso que não deve ter havido nesses últimos vinte dias. Não seria absurdo especular que já estamos próximos de cinquenta mil mortes decorrentes da pandemia (embora não diretamente causadas pelo coronavírus).” [Facebook]

Que tragédia. Enquanto isso, o general da Saúde enfiou goela abaixo do ministério uma dezenas de milicos:

“Um dos nove militares nomeados por Jair Bolsonaro para o Ministério da Saúde na terça (19), Giovani Camarão, futuro coordenador de Finanças do Fundo Nacional de Saúde, publicou foto nas redes sociais em que aparece em festa com ao menos 17 pessoas no começo de abril. Na legenda, ele escreveu “niver do gerson 03/04/2020”.” [Folha]

O que mais me espanta não é nem ir à porra da festa, mas postar isso como se fosse a coisa mais normal do mundo. Era pra ser algo escondido, na encolha…

“A postura vai no sentido contrário às orientações da OMS, mas pode agradar ao presidente, que relativiza a importância do isolamento social. Um dos seguidores de Camarão fez o alerta: “olha a aglomeração”. Nas redes, os debutantes mostram posicionamentos que contrastam com diretrizes técnicas baseadas em estudos científicos. Nomeado como diretor de monitoramento do SUS, o militar Angelo Denicoli comemorou que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou que estava tomando hidroxicloroquina, que estudos científicos indicam não ter eficácia contra o coronavírus, mas que é propagandeada por Bolsonaro.

Nas redes, os debutantes mostram posicionamentos que contrastam com diretrizes técnicas baseadas em estudos científicos. Nomeado como diretor de monitoramento do SUS, o militar Angelo Denicoli comemorou que o presidente dos EUA, Donald Trump, revelou que estava tomando hidroxicloroquina, que estudos científicos indicam não ter eficácia contra o coronavírus, mas que é propagandeada por Bolsonaro. Denicoli compartilha informações distorcidas sobre adversários de Bolsonaro e usa termos pesados para se referir a eles. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é chamado de “verme”. A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) é comparada a uma porca. Já o militar André Botelho, que será coordenador de contabilidade, compartilhou texto (não de sua autoria) sobre um suposto arrependimento de uma pessoa que teria lutado contra a ditadura militar. “Peço perdão ao Brasil pela porcaria que fiz. Deveria ter ficado em casa”.”

E repare que ironia MARAVILHOSA:

“Nomeações feitas pelo governo mostram que Bolsonaro rasgou o decreto que editou em 2019 sobre critérios para ocupação de cargos. Entre os pontos estão: possuir experiência profissional de no mínimo dois anos, ser especialista, mestre ou doutor e cursos de capacitação.”

bolsonaro_fogos

E agora vai, hein viado!

“Quase dois anos depois de se mudar para Boa Vista para ajudar no acolhimento dos refugiados venezuelanos, o bilionário Carlos Wizard Martins se volta agora para Brasília. Ele diz que vai auxiliar o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, a buscar fornecedores e a negociar as compras dos respiradores e insumos de cloroquina para abastecer a demanda nacional na pandemia. Foi em Roraima que o empresário conheceu o general, na época coordenador da operação. Martins afirma que, com o novo protocolo do Ministério da Saúde, cada brasileiro vai querer ter uma cloroquina em casa. “Depende de insumo da Índia, e o governo está em contato para importação de 10 toneladas”, diz ele.” [Folha]

“O empresário, que tem marcas como KFC e Pizza Hut no Brasil, afirma que não tem pretensão política e que acaba de negar o convite de João Doria para se candidatar a prefeito de Campinas. Também rejeita a conversa de que poderia ir para a Educação, área que conhece e onde fez fortuna com a rede de idiomas. Questionado pela coluna sobre como ele avalia a postura de Bolsonaro diante das mortes da pandemia, como o “e daí”, dito pelo presidente, o empresário evitou opinar. “Deixo para cada eleitor, cada um que votou no presidente, que faça a sua própria avaliação”, afirma ele.”

O tamanho do buraco:

“A decisão de Jair Bolsonaro de mudar o protocolo e ampliar o uso da cloroquina para casos leves de Covid-19, formalizada pelo Ministério da Saúde, atropelou estudos da droga no Brasil —e pode dificultar o término das pesquisas que já estão sendo realizadas. O maior problema, segundo médicos e cientistas ouvidos pela coluna, será selecionar os pacientes ambulatoriais, que têm sintomas leves, para o grupo dos que não vão tomar o remédio. Como o medicamento está sendo recomendado pelo próprio governo, a possibilidade maior é a de que a grande maioria dos doentes já faça uso da cloroquina, mesmo que não tenha necessidade.” [Folha]

E o que mais tem é gente tomando cloroquina como se fosse refrigerante:

“Antes mesmo de o governo Jair Bolsonaro (sem partido) mudar o protocolo de tratamento da Covid-19 e ampliar o uso da cloroquina também para casos leves da doença nesta quarta-feira (20), bolsonaristas já vinham se automedicando com hidroxicloroquina, azitromicina e ivermectina diante dos primeiros sintomas respiratórios. Os medicamentos, receitados por um grupo de “médicos do bem”, e comprados em grandes quantidades, são distribuídos aos apoiadores do presidente. Foi o caso da designer gráfica Marley Oliver, 33, que conta ter sentido febre, forte dor de cabeça e no corpo, perda de paladar e olfato no fim abril. Sem fazer teste para confirmar a suspeita da Covid-19 ou procurar um hospital, ela recebeu um mix das três substâncias de colegas de acampamento. Há dois meses, Marley e cerca de 60 bolsonaristas têm acampado próximo à Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para manifestar apoio ao Bolsonaro e repúdio ao governador João Doria (PSDB). Eles pedem o impeachment do tucano por decretar quarentena e impedir a volta ao trabalho nos serviços não essenciais. “Um vai passando pro outro [os comprimidos]. É uma corrente do bem. No segundo dia já senti melhora e depois de quatro dias fiquei totalmente perfeita”, afirma ela.” [Folha]

Daqui a pouco perde a visão e não sabe porque…

“Marley ri ao dizer que topou ser cobaia da cloroquina e que prefere isso a buscar ajuda médica. “Olha, se a gente vai no hospital, corre o risco de entrar com uma topada e sair com Covid-19. A partir do momento que a maioria toma e diz que surtiu o efeito… É a maioria que tem razão”, diz ela, para quem os governadores “estão potencializando o vírus.” “Tem uma guerra política. Eles estão agravando [o estado de saúde] das pessoas para apavorar a população”, afirma Marley, que ainda assim usa álcool em gel e máscara no acampamento. A aglomeração, claro, vai contra as recomendações do Ministério da Saúde e da OMS. Ela diz que só sairá da barraca quando Doria deixar o Palácio dos Bandeirantes. No Facebook, a designer, que está desempregada, pede: “saiam de casa. Vamos trabalhar”. Evangélica, ela também publica”não espalhe medo, espalhe fé e esperança”.

A advogada Eliane Maffei, 53, visita o acampamento e bate ponto nas manifestações pró-Bolsonaro. Ela conta que tem vários colegas bolsonaristas tomando cloroquina “na clandestinidade”. “Está um Deus nos acuda, cada um por si. Eu tive sintomas e ouvi de um amigo médico: ‘não vá no pronto socorro porque até seu caixão já foi comprado'”, diz. Ela conta que em 10 de abril começou a tossir e deixou de sentir cheiros. No mesmo dia, tomou por conta própria o remédio antiparasitário (usado contra vermes e parasitas, como piolhos, pulgas, sarna e filariose em humanos e em animais) ivermectina, que ainda está sendo testado contra o coronavírus. Ela diz que já tinha os comprimidos em casa. “Em 48h, passou. Se os hospitais estivessem dando cloroquina e ivermectina, não estaríamos tendo tantas mortes”, afirma.”

E ao invés de encher o ministério de militares o general devia era encher de advogado, é como se ninguém no ministério tivesse trocado idéia com um bom advogado:

“A secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, citou nesta quarta-feira (20) o “CLAMOR” da sociedade por respostas no combate à Covid-19 como uma das motivações para a elaboração da nova regra que permite o uso da cloroquina mesmo em casos leves. O ministério não apresentou estudos recentes como justificativa para adoção do medicamento. A secretária Mayra Pinheiro afirmou que não é possível esperar evidências científicas do “tipo A”, ou seja, estudos conclusivos. “A motivação da confecção dessa nota informativa vem da necessidade de resposta da população”, disse Mayra Pinheiro. “Já temos mais de 18 mil mortes. Há um clamor da sociedade que chega ao Ministério da Saúde”, disse a secretária. “Estamos falando hoje em orientação, e não em protocolo”, disse Mayra. “Não estamos nos afastando da ciência. Estamos nos aproximando da necessidade de garantir a vida em tempo de guerra.”” [G1]

Se tinha uma justificativa que eles não podiam dar era a porra do clamor popular, inacreditável, podia inventar qualquer merda, menos confessar isso.

“A secretária ainda afirmou que o ato garante “acesso oportuno e precoce ao único tratamento que nós temos contra essa doença”. O relato da secretária que afirma que a cloroquina é o “único tratamento” não encontra respaldo nas principais entidades científicas mundiais, entre ela a OMS, que repetidamente afirma que ainda não há medicamento com eficácia comprovada contra a Covid-19.”

A mulher mente descaradamente mas “conhcereis a verdade” e bla bla bla.

“Sem ministro da saúde efetivo, o interino general Eduardo Pazuello não participou da apresentação. Os representantes do Ministério da Saúde foram questionados sobre o posicionamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é contra o uso da droga por falta de evidências científicas da eficácia contra a Covid-19. O secretário-Executivo Substituto, Élcio Franco, disse que não é possível esperar por estudos. “Todos sabemos que estudos científicos levam tempo. Se nós esperarmos que sejam seguidos todos os passos para que tenhamos evidências para iniciar algum tratamento terapêutico, já vai ter acabado a epidemia e milhares de pessoas morrerão” – Élcio Franco, secretário-Executivo Substituto”

E o Mandetta disse que o governo queria mudar a bula da cloroquina, viado! Lembra a reunião ministerial em que ele foi levado a uma sala com dois médicos indicados pelo presidente, um troço suspeitíssimo?

“O presidente se assessorava ou se cercava de outros profissionais médicos. E eu me lembro de quando, no final de um dia de reunião de conselho ministerial, me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista, que estavam com a redação de um provável ou futuro, ou alguma coisa do gênero, um decreto presidencial. E a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid.O próprio presidente da Anvisa se assustou com aquele caminho, disse que não poderia concordar. Eu simplesmente disse que aquilo não era uma coisa séria e que eu não iria continuar naquilo dali; que o palco daquela discussão tem que ser no Conselho Federal de Medicina. Então é lá que esse debate tem que se dar. Não adianta fazer um debate de uma pessoa, que seja especialista na área que for, com um presidente da República, que não é médico. A disparidade de armas, já que a frase está em voga, é muito difícil” [O Tempo]

Macapá entrou em colapso e a respiração que deveria ser por máquina é feita de forma manual em casos graves:

“O prefeito de Macapá, Clécio Luis (Rede), informou na noite desta quarta-feira (20) que o sistema de saúde do município entrou em colapso. A situação, de acordo com ele, é dramática. Há pacientes mantidos vivos apenas com respiradores manuais por falta de equipamentos e leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva). “As nossas unidades estão lotadas. Não há respirador. Em alguns casos, estamos usando um aparelho chamado ambu para fazer uma ventilação manual, que não é adequada. É um equipamento usado apenas para socorro imediato”, disse o prefeito. Ele comunicou que há 26 doentes internados em unidades saúde de atenção básica da rede municipal à espera de um leito de UTI. Todo o estado do Amapá tem 800 mil habitantes. Só em Macapá, vivem 500 mil pessoas. O Amapá é o estado com maior incidência do coronavírus. Foram confirmados 4.459 casos de pessoas infectadas e 142 mortes. Em Macapá, são 2.912 testes positivos e 82 óbitos. O prefeito afirma que não há médicos suficientes para a quantidade de pacientes. Duas mil pessoas com sintomas da Covid-19 procuram a rede municipal de saúde todos os dias. A capital amapaense não dispõe de leitos de terapia intensiva.” [Folha]

Uma cidade com 500 mil pessoas sem leitos de terapia intensivo. Tivesse algo que se assemelhasse a um governo isso teria sido identificado em Janeiro e dede março já teria uma dúzia de respiradores por lá.

Enquanto iso, em NY:

“Os exames dão uma medida do peso da desigualdade na pandemia. Enquanto 20% dos moradores de Manhattan apresentaram anticorpos para o novo coronavírus, no Bronx, onde vivem mais negros e hispânicos, 34% da população tem anticorpos.” [Folha]

Agora extrapole isso pra cá e chore comigo.

Bem bolada essa do Merval:

“Nos anos 1970 chegou ao Brasil uma figura polêmica internacional, o futurólogo Herman Kahn, físico, matemático, escritor e estrategista militar, que trabalhou no projeto da Bomba H e foi consultor de diversos governos dos Estados Unidos. Considerado um gênio, dirigiu o Hudson Institute e foi da RAND Corporation. Obeso, seu peso de 150 quilos só era menor do que seu QI 200. Foi o criador da tese da “destruição mútua assegurada”, MAD, que garantia que um ataque da União Soviética geraria uma reação da mesma proporção, base da estratégia dos Estados Unidos durante a Guerra Fria. Pois Herman Kahn chegou ao Brasil para expor um projeto chamado “Grandes Lagos”, percebido como um primeiro passo para a internacionalização da Amazônia tanto pela esquerda brasileira quanto pelos militares. Uma barragem no Baixo Amazonas transformaria a bacia amazônica em um lago gigante que desenvolveria o comércio com outros países, facilitando o transporte de minérios e outras comoditties.

A revolta foi tamanha que uma foto sua saindo da piscina do Copacabana Palace, com aquele corpanzil, foi usada para um grande outdoor com as palavras: “Ciclamato nele!”. Foi um outdoor criado pelo publicitário Marcus Pereira. O jornal O Pasquim, à época, fez muitas críticas ao futurólogo americano. Naquele momento, pesquisas indicavam que o adoçante com ciclamato fazia mal à saúde. Hoje, Bolsonaro mereceria um meme com a frase: “Cloroquina nele!”. O protocolo para o uso da cloroquina desde os primeiros sinais da Covid-19, assinado pelo ministro interino da Saúde General Eduardo Pazuello sem a validação de médicos, pode ser considerado uma ameaça à saúde pública, e certamente será questionado nos tribunais, sobretudo no Supremo Tribunal Federal que, aliás, ontem começou a tomar posição sobre tema análogo, a Medida Provisória que busca isentar de culpa o agente público que cometer erros durante o período da pandemia.” [O GLobo]

E o STF já está fodendo com o governo, folgo em saber:

“Ontem, no inicio do julgamento da constitucionalidade da polêmica Medida Provisória que é vista como uma tentativa de livrar autoridades, sejam da área administrativa ou da saúde, em caso de fraudes em licitações como já ocorrem hoje, ou de erro médico na administração de remédios como a cloroquina, o relator do caso no STF, ministro Luís Roberto Barroso, deu o caminho que parece será seguido pela maioria. Defendeu a punição para agentes públicos cujas decisões não sigam critérios científicos, ou não observem os princípios da precaução e da prevenção, tanto em relação à vida e à saúde da população quanto às decisões econômicas, como Barroso deixou claro ao ser questionado pelo ministro Ricardo Lewandowski. O relator sugeriu, especialmente no que se refere à definição de “erros grosseiros”, os seguintes acréscimos à Medida Provisória, sem invalidá-la “1. Configura erro grosseiro o ato administrativo que ensejar violação ao direito à vida, à saúde ou ao meio ambiente equilibrado, por inobservância: (i) de normas e critérios científicos e técnicos; ou (ii) dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção. 2. A autoridade a quem compete decidir deve exigir que as opiniões técnicas em que baseará sua decisão tratem expressamente: (i) das normas e critérios científicos e técnicos aplicáveis à matéria, tal como estabelecidos por organizações e entidades médicas e sanitárias, internacional e nacionalmente reconhecidas; e (ii) da observância dos princípios constitucionais da precaução e da prevenção, sob pena de se tornarem corresponsáveis por eventuais violações a direitos”. A questão da cloroquina está bem encaminhada no Supremo Tribunal Federal, seguindo jurisprudência ditada por decisão da ministra Rosa Weber relativa ao uso do amianto.”

Encerro com o mais verme dos vermes:

“Nesta quarta (20), Bolsonaro divulgou vídeo em seu Whatsapp com paródia de música de Tiririca para exaltar a cloroquina, apesar de cientistas dizerem que o remédio não faz efeito. No vídeo, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta é alvo de deboche quando dizem que caiu por ter seguido conselhos de Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).” [Folha]

Não achei o vídeo pra postar aqui, só achei no site da Folha, e no fim das contas é melhor eu nem ter achado mesmo, de tão escroto que é.

__/\/\/\/\/\/\__

4. “Viva La Muerte

Textaço do Cícero Castro

“”Nós queremos glorificar a guerra –única higiene do mundo– o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos libertários, as belas ideias pelas quais se morre e o desprezo pela mulher.” – Marinetti, Manifesto Futurista, 1909

Ao contrário do que pode parecer à primeira vista, é provável que Bolsonaro, no seu íntimo, não seja negacionista. Sabemos que ele é anticiência e anti-inteligência, mas é preciso entender que o buraco é mais embaixo. Estamos diante da mais pura celebração da morte. Precisamos entendê-lo, porque parece que esquecemos que essa gente existe – essa gente que celebra a morte como uma ação purificadora, como Marinetti na epígrafe acima. Normalmente eles agem em silêncio. Bolsonaro é a voz alta dessa gente.” [Folha]

Alta e irritanetmente estridente. E não será a primeira nem a última vez que o Millán-Astray dará as caras por aqui:

“Na Espanha de Franco havia uma figura folclórica, José Millán-Astray, um militar mutilado cujo lema era “Viva la Muerte!” Coisa rara: os agentes da morte são muitos, mas poucos têm a coragem de celebrá-la em voz alta. Se estivesse vivo, Millán-Astray talvez recebesse alguma medalha da família do presidente, ou seria convidado para um churrasco, trabalhar no gabinete, morar na vizinhança. Diferentemente de Millán-Astray, lobo assumido, Bolsonaro ainda se apresenta sob pele de cordeiro para muitos de seus apoiadores, sobretudo os religiosos. Isso porque, para se tornar presidenciável, ele começou a disfarçar, em alguns círculos, a franqueza franquista, apesar de uma vida inteira dedicada à celebração da morte.

Neste caso, eu recomendaria ler a dica da Bíblia (Mateus 7:15-16) sobre como identificar os falsos profetas (ou o falso Messias). Para não ser enganado por uma pele de cordeiro, preste atenção não nas suas palavras, mas na obra de sua vida. Preste atenção nos frutos: não se colhe uvas de um espinheiro. Uma laranjeira não começa, de repente, a dar maçãs. Bolsonaro pregou a morte durante toda a sua carreira –matar é sua obsessão, seu credo e sua vocação. É a obsessão dos seus amigos, seus vizinhos, seus filhos. O seu gesto-símbolo, a arminha com as mãos, é exatamente o contrário do sinal da cruz: é o gesto de quem crucifica, não de quem é crucificado. É o prego, não a cruz. É pura e simplesmente o símbolo da morte, a sua grande missão. Quem pregou a Guerra e a Morte durante a vida inteira, é compreensível que abrace agora também a Peste e a Fome.

Bolsonaro não vai recuar. Vai para o tudo ou nada. É importante entendermos essa mentalidade do culto da morte para estimarmos qual é o tamanho do núcleo duro que vai acompanhar esta Campanha da Morte até o fim. O que motiva essa gente, qual é a sua fé ou racionalidade? Alguns dos apoiadores mais sensatos ou com maior apego à vida já abandonaram o barco. Mas há um núcleo fanático que vai segui-lo até o precipício. Ainda sobre o franquismo, Unamuno disse que ele “poderia vencer, mas não vai convencer”. Ou seja, o tirano pode ter uma vitória política circunstancial por meio da força, mas não convence a inteligência. E, eu adicionaria, não convence tampouco o nosso gosto pelo amor e pela vida. Bolsonaro foi o momento da vitória de tudo que é “anti”: a raiva, o ressentimento, a tristeza. Mas isso não tem como durar. Em uma discussão com Unamuno, dizem que Millán-Astray ampliou o seu lema para, além de celebrar a morte, condenar a razão: “Abaixo a inteligência, viva a morte!”. A inteligência nós já sabíamos que estava do nosso lado –agora temos certeza que estamos também do lado da vida. O navio começa a afundar, logo aparecerão os ratos. Bolsonaro vai cair, e quando ele cair, é bom não esquecermos de quem estava ao lado dele. Depois do falastrão, os agentes da morte continuarão trabalhando debaixo dos panos, entocados, na boca pequena.”

Passo para o Guga Chacra e a tosquice inabalável da nossa direita:

“Lideranças de países governados pela direita e pela centro-direita internacional se diferenciam de Jair Bolsonaro no combate à Covid-19 por seguirem as recomendações da ciência. Sabem que a luta contra a pandemia não é algo da direita ou da esquerda e sim um desafio de saúde pública para tentar conter o avanço deste vírus responsável pela morte de ao menos 325 mil pessoas em todo o planeta. O conservador premier australiano, Scott Morisson, conseguiu resultados excelentes ao deixar claro que a ciência determinaria as suas decisões nesta pandemia, tendo sempre ao seu lado Brendan Murphy, principal autoridade médica do país. Com 25 milhões de habitantes, a Austrália tem 100 mortos. Proporcionalmente, levando em conta a população, equivale a menos de um vigésimo do total de mortes do Brasil.” [O Globo]

Isso porque o premiê foi duramente criticado logo no começo, mas fio inteligente o bastante pra mudar de rumo – o problema é que ele culpou a China pelo vírus e os chineses estão pistola, taxando loucamente os produtos de exportação da Austrália e se recusando a atender os integrantes do govenro de lá. Em breve num govenro perto de você…

“Outros governantes de direita e centro-direita que seguem a ciência no combate à pandemia, com diferentes graus de sucesso, são o britânico Boris Johnson, o indiano Narendra Modi, a alemã Angela Merkel, o chileno Sebastián Piñera, o colombiano Iván Duque e até mesmo o israelense Benjamin Netanyahu, idolatrado por Jair Bolsonaro. Para ficar claro, não foi apenas na direita. Na esquerda e centro-esquerda, muitos governantes também adotaram as recomendações científicas com algumas das melhores performances do mundo, como Jacinda Ardern, na Nova Zelândia, e Moon Jae-In, na Coreia do Sul. Bolsonaro, na realidade, não costuma ser classificado como direita e muito menos centro-direita no resto do mundo. Descrevem normalmente o presidente brasileiro como extrema direita.”

Você já viu Bolsonaro ser classificado pela imprensa como extrema-direita?! Pois é.

“Não é um conservador típico. Não há nada em comum entre o atual ocupante do Planalto e figuras como Winston Churchill. O líder brasileiro é algo quase inédito na política internacional por ser um adepto de teorias conspiratórias e posturas anticiência. Nem mesmo outros membros da extrema direita como o húngaro Viktor Orbán se comportam desta maneira, especialmente durante a pandemia. O exemplo para Bolsonaro parece ser o seu ídolo Donald Trump. O presidente do Brasil, embora sem o mesmo talento para a comunicação e o histórico empresarial do líder americano, tenta copiá-lo. O ocupante da Casa Branca, de fato, também questiona a ciência, mas sabe que precisa de cientistas neste momento mesmo quando fala barbaridades nas suas coletivas. Entende também que a Covid-19 é grave. Não comparece a manifestações nas ruas, por exemplo. Já o brasileiro ignora as recomendações de seu próprio Ministério da Saúde. Para completar, sua cópia de Trump é caricata. Sua tentativa infeliz de fazer piada ao dizer que “direita toma cloroquina, esquerda, Tubaína” no dia em que mais de mil pessoas morreram de Covid-19 no Brasil é impensável no restante do mundo democrático. Mesmo Trump não diria algo tão insensato. Aos poucos, como diz o correspondente da Globonews em Buenos Aires, Ariel Palacios, Bolsonaro, que já era um “pária ambiental”, se transforma em um “pária pandêmico”, com reflexos não apenas na saúde como também na economia, além de desgastar a imagem do Brasil. Este isolamento tende a se agravar se Trump não for reeleito em novembro.”

__/\/\/\/\/\/\__

5. Economia em tempos de panemia

Mas tenha sua calma e voltemos para 2018 para colocar a desgraça atual em perspecctiva:

“A importação de bens e serviços pelo Brasil soma 14,3% do PIB (Produto Interno Bruto), colocando o país à frente apenas de Cuba, Turcomenistão e Sudão na lanterna do ranking mundial do indicador. O dado foi atualizado esta semana pelo Banco Mundial, cuja série histórica agora vai de 1960 a 2018, última aferição disponível. Para cubanos, o índice é de 12,6%. Turcomenos registram 12,5% e sudaneses, 12,3%.” [Folha]

O mais louco é que esse dado, apresentado esta semana pelo Banco Mundial, versa sobre 2018 – Bolsonaro ainda nem tinha subido a rampa do Palácio, viado!

“Os três países são bastante isolados, seja pelo bloqueio à ilha caribenha pelos EUA, pela política na Ásia Central ou pela guerra que amputou o sul da nação africana.”

“No mundo, o peso das importações no PIB total, aferido em 218 países pelo Banco Mundial, foi de 29,3%. Somando-se o peso das importações ao das exportações (14,8% em 2018), chega-se a 29,1% do PIB —metade da média mundial, de 60,1%.”

E o governo tá perdidinho:

“Os pacotes de socorro apresentados pelo governo a grandes setores afetados pela pandemia do novo coronavírus são considerados insuficientes para empresas e entidades de classe. As queixas compreendem o volume de recursos oferecidos e incertezas com relação às exigências propostas. Na estratégia de oferecer pacotes setoriais, o governo tenta trazer o setor privado para oferecer instrumentos de mercado às grandes empresas, evitando, assim, questionamentos sobre o uso de recursos públicos subsidiados ou críticas sobre direcionamento da ajuda.” [Folha]

Eles acham que o setor privado é panacéia, nada poderia ser mais distante da realidade. Eles esntrangulam a economia e depois nao entendem porque o prometido investimento privado não dá as caras.

“Para o setor de energia, a proposta foi elaborada pela área econômica do governo e envolve a concessão de empréstimo às distribuidoras de eletricidade, processo no qual o BNDES deve participar apenas como coordenador. O decreto que cria as bases para o empréstimo foi divulgado na segunda (19). Para empresas do setor, embora avance em relação ao socorro de curto prazo, mantém incertezas sobre a solução de questões como a queda no consumo e o aumento da inadimplência. O empréstimo joga para 2021 em diante o pagamento, em parcelas, de itens que encareceriam a conta de luz neste ano, como os impactos da desvalorização cambial na energia de Itaipu, o início das operações de novas linhas de transmissão e o aumento de encargo chamado CDE (Conta de Desenvolvimento Energético). Em vez de receberem esses valores adicionais nas tarifas já em 2020, as distribuidoras negociarão entre R$ 12 bilhões e R$ 15 bilhões com um sindicato de bancos. O crédito resolve o problema de liquidez de curto prazo em um setor que viu o faturamento cair cerca de 30% após o início da pandemia.”

Eu fali aqui que o pacote de 1 bi do governo – agora passou pra 2 bilhões – para as empresas aárea era uma piada, e só faria sentido se fosse uma parte do socorro.

“Ayoub, que acompanhou a recuperação judicial da Varig, afirma que propor soluções de mercado no socorro às empresas aéreas pode dificultar o acesso a crédito. “Não é fácil as empresas irem a mercado para captar. O BNDES deveria abrir o caixa mesmo”, afirma.”

As epresas querem dinheiro do BNDEs mas não querem ser diluídas, não querem que o BNDES se torne sócia delas, o que me leva a ficar do lado do Paulo FREAKING Guedes, que coisa…

Ah, e a tara do govenro pelos bancos privados leva a juros altíssimos:

“Em entrevista na semana passada, o diretor-executivo da Mercedes-Benz no Brasil disse, porém, que a discussão com os bancos privados e o BNDES “não está fácil”. Ele citou a taxa de juros proposta pelos bancos privados como um dos entraves para um acordo. Para o vice-presidente da Associação Comercial do Rio de Janeiro, Hélio Ferraz, o governo deveria usar fundos públicos e dar mais garantias do Tesouro em créditos a empresas. “Há fundos públicos que poderiam ser usados para alavancar financiamento com garantia do Tesouro. Se depender só do sistema de crédito, não vai responder a essa necessidade [de liquidez das empresas]. Nas empresas menores, com menor estrutura de capital, o risco deveria ser assumido pelo Tesouro”, diz.”

É simples: coloca garantia pública e em troca um naco acionário da empresa, que será vendida na alta, nem difícil é, porra!

Vamos á moumental burrice do Guedes – texto do Vinícius Torres Freire:

“Paulo Guedes tem dito a empresários que prefere reduzir impostos a gastar mais dinheiro público, em particular cortando tributos sobre a folha de pagamentos das empresas: assim seriam criados mais empregos. Foi o que disse também faz dois meses, no início do pânico da epidemia. É o que diz desde 2019. Etc. É o que se diz desde 2017, aliás, desde Michel Temer. Se esse é o plano, falta mostrar como, quanto, quando. Assim posto, não faz sentido.” [Folha]

“Em qualquer futuro, próximo ou remoto, da reabertura econômica, parte das famílias estará desempregada, endividada ou apavorada. Parte remediada deve tentar recompor suas reservas financeiras ou evitar despesas: quase todos terão medo do futuro ainda incerto por falta de controle efetivo da Covid-19 (por remédios que evitem as mortes ou vacinas que evitem a infecção). Note-se ainda que, embora Guedes tenha sugerido que pode prorrogar uma versão reduzida do auxílio emergencial, a redução em dois terços desse programa tira de imediato e por baixo 0,3% do PIB, por mês, de poder de consumo das famílias. Uma enormidade.”

E Guede sontem falou em “phase out” como se estivesse fazendo a porra dum favor, e a vontade de estapear aquela cara bronzeada e grisalha?!

“Parte de alguns setores econômicos estará destruída ou lentamente voltará à atividade (afora no caso de haver logo vacina para todos): restaurantes e bares, serviços pessoais, entretenimento, turismo de lazer e negócios, aviação, combustíveis, eletricidade. Haverá capacidade ociosa de sobra nas fábricas, não apenas porque a renda terá sido reduzida em nível de depressão. Espaços comerciais vão sobrar. Investimentos em energia serão atrasados: haverá sobra aí também. Quem vai querer certas concessões em transporte, dada a demanda reduzida? Estão querendo na verdade devolver as que levaram. Com otimismo rosa, talvez resistam investimentos em 5G e saneamento, se a barafunda regulatória for resolvida. É o que parece sobrar daquela expectativa de investimentos maiores que havia no final de 2019, que já se frustrava de modo evidente no início desde 2020. Como se não bastasse tanta desgraça, Jair Bolsonaro aprofunda a crise política e administrativa que desde sempre foi o seu governo. Nessa situação, quanto emprego novo será criado para cada real extra de baixa de imposto sobre a folha salarial?”

A resposta é a mesma lá de 2017, quando prometiam que choveria emprego por conta da reforma trabalhista e a redição dos custos trabalhistas.

__/\/\/\/\/\/\__

0. A Nova Era

Num dia uma bolsonarista agride com uma bandeira uma jornalista e pede desculpas rindo. no outro…

“O repórter cinematográfico Robson Panzera, da equipe da TV Integração, afiliada da Rede Globo em Barbacena (MG), foi agredido verbal e fisicamente no fim da manhã esta quarta-feira enquanto fazia imagens da Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar), na cidade. A repórter Thais Fulin, colega de Robson, filmou a agressão, feita por um homem identificado e já detido, Leonardo Rivelli. Rivelli está na delegacia da cidade. Quando Panzera estava fazendo imagens da escola para uma reportagem, o agressor se aproximou e começou a ofender a equipe de jornalistas. Ele tentou pegar a câmera de Panzera para impedi-lo de filmar, e o cinegrafista tentou impedi-lo, protegendo o equipamento. Rivelli começou a bater em Panzera, tentando tomar o equipamento. As imagens de Fullin mostram Panzera tentando se desvencilhar e apanhando com socos. Em um determinado momento, o agressor pega o tripé de Panzera e desfere golpes contra ele. A polícia foi chamada e prendeu em flagrante o agressor. Panzera teve a mão fraturada e foi encaminhado ao Hospital Regional de Barbacena para receber atendimento médico. A reportagem era sobre uma denúncia publicada nesta terça na imprensa local de que sete integrantes da Epcar estão com Covid-19.” [Época]

__/\/\/\/\/\/\__

0. Carlo Cippola e Bolsonaro

Do Contardo Calligaris:

“Lamento não ter conhecido Carlo Cipolla. Quando lecionei na Universidade da Califórnia em Berkeley, em 1996, ele já tinha se aposentado. Restava a inevitável influência de uma obra admirável por inteligência, generosidade e elegância. Cipolla (morto em 2000) foi um dos maiores historiadores da economia da segunda metade do século passado. Eu, professor convidado de antropologia médica em 1996, descobri em Berkeley as contribuições de Cipolla à história da medicina (por exemplo, sobre a gestão da saúde na Europa nos séculos da grande peste). Também descobri na época um livrinho de Cipolla que acaba de ser publicado em português: ”As Leis Fundamentais da Estupidez Humana” (Planeta). Cuidado, não se deixe enganar: não é apenas uma brincadeira. Sim, o texto é curto e quase jocoso, mas nele Cipolla, que era um racionalista convicto, quer mesmo dar conta da relevância dos estúpidos na história da espécie humana. Para Cipolla, os estúpidos são uma constante “sempre e inevitavelmente” subestimada —ao ponto que os não estúpidos sempre esquecem que, “sob quaisquer circunstâncias, lidar e/ou se associar a pessoas estúpidas infalivelmente acaba sendo um erro que custa caro”. Minha pequena discordância com Cipolla é um efeito de minha confiança na cultura. Para ele, a estupidez não depende de nenhuma caraterística específica e é constante em todos os subgrupos humanos. Eu tendo a pensar (ou esperar) que ao menos uma parte da estupidez possa ser atenuada, por exemplo, pelo estudo.” [Folha]

Aham, por esse raciocínio a elite não seria estúpida, e a elite – em especial a brasileira – é incrivelmente estúpida.

“Mas vamos ao essencial: como se define a estupidez? Quem são os estúpidos? Como reconhecê-los? Definição de Cipolla: “Uma pessoa estúpida é uma pessoa que causa prejuízo a outra pessoa ou a um grupo de pessoas enquanto ela mesma não obtém ganho e, possivelmente, incorre em perdas”.”

Alguém aí pensou em cloroquina?

“A irracionalidade dessa conduta é a marca da estupidez. O bandido (que é outra categoria do humano) causa prejuízo a outros, mas é para obter um ganho; por isso, o bandido pode produzir transferências de riqueza sem empobrecer a sociedade como um todo. Já o estúpido empobrece a todos pois produz danos sem ele ganhar com isso. Com o número de estúpidos sendo sempre subestimado, não vai ser difícil encontrar um exemplo. No dia 12 de maio, o Brasil ultrapassava 12 mil mortos de Covid-19 e atingia a marca de 881 mortes em 24h. Diante desse pesadelo sanitário e econômico, um presidente poderia ser “inteligente” (outra categoria de Cipolla), ou seja, planejar medidas que favorecessem o bem comum ou atenuassem o sofrimento da nação; outro poderia ser bandido, ou seja, inventar maneiras de transferir dinheiro público para o bolso dele. Mas não foi nada disso que Bolsonaro fez: ele escolheu causar prejuízos a outras pessoas mesmo que isso não lhe trouxesse vantagem alguma —ou seja, nos termos de Cipolla, ele foi estúpido.

Em frente ao Alvorada, ele declarou que seu governo providenciaria, “com urgência constitucional”, uma lei federal para proibir a “ideologia de gênero”. Sem perder tempo repetindo trivialidades, vale a definição de Drauzio Varella: “Ideologia de gênero é um termo inventado por preconceituosos que não aceitam a diversidade do comportamento sexual humano”. Uma lei contra a suposta “ideologia de gênero” é apenas uma lei para coagir, inibir e punir os que, por razões biológicas ou psíquicas, não são enquadrados pelas categorias sumárias de homem e mulher. Ou seja, é uma lei para danificar um grupo de pessoas, para comprometer seu direito de viver livremente de acordo com sua natureza. Para Cipolla, essa é uma estupidez, pois significa causar prejuízo sem ganhar nada em troca. Eu tendo a pensar que a estupidez não é só uma forma de irracionalidade: ela se explica quase sempre por algum ganho secundário. A estupidez, na minha experiência clínica, tem uma função escusa e importante para o estúpido: ela lhe permite coagir, inibir e punir desejos, fantasias e inspirações que estão nele mesmo, que ele condena, mas não consegue reprimir, e contra os quais, portanto, prefere lutar nos outros.”

__/\/\/\/\/\/\__

0. 72 tiros

Depois dos 111 tiros de fuzil, os 72 tiros na casa de uma família.

“A violência da ação policial que resultou na morte do menino João Pedro Matos Pinto, de 14 anos, atingido por um tiro de fuzil na segunda-feira enquanto brincava com dois primos dentro de casa, em Itaoca, em São Gonçalo, pode ser vista nas paredes do imóvel. O local tem pelo menos 72 marcas de disparos. A contagem foi realizada por líderes comunitários da região. Ontem, o pai do adolescente, o comerciante Neilton Matos, voltou a afirmar que a Polícia Civil forjou uma versão sobre a ação. Em entrevista virtual ao programa “Encontro com Fátima Bernardes”, da TV Globo, ele negou que criminosos tenham invadido a residência, como sustentam os policiais que participaram da operação. — A polícia quer forjar uma situação. Não tinha bandido. Entraram na casa e atiraram duas granadas. Além dos tiros. Só tinha adolescentes de família — afirmou.

— Quem tirou o sonho do meu filho foi a polícia. João Pedro não estava na rua em confronto. Estava dentro de uma casa, de um lar. Ninguém tem o direito de entrar na casa de alguém e tirar a vida de um jovem de 14 anos — lamentou, acrescentando que acredita que os culpados serão punidos. — Creio na justiça, principalmente na de Deus. Se, aqui, a justiça não for feita, a de Deus será, mas esperamos que seja cumprida aqui. Meu filho tinha sonhos, já sabia o que queria. Queria ser advogado e ele tinha condições para isso. Um filho com notas boas, sem notas vermelhas, um menino 100%.” [Extra]

Passo ao Caio Almendra:

“Toda vez que eu olho a foto do menino João Pedro, meu estômago revira. Um absurdo a polícia assassinar uma criança assim. Além disso, não é um absurdo naturalizarmos que o Rio de Janeiro é uma cidade onde a polícia atira de cima de helicópteros? Pensem nisso, gente. Significativa parte das denúncias de crime de guerra são praticados por uso de helicópteros contra população. É o caso dos ataques de 12 de Julho de 2007 em Bagdá, cuja denúncia rendeu a prisão de Chelsea Manning. Um helicóptero é instável, a pontaria é dificultada pelo sacolejo, pelo vento provocado pelas próprias hélices. A visibilidade é limitada. Não há nenhuma certeza do que se atira. O governador do Estado, Wilson Fisk Witzel, participou pessoalmente de uma operação que metralhou uma tenda de oração evangélica do alto de um helicóptero. Se nem o governador, o responsável final pela PM, consegue garantir que “erros” assim não ocorram, alguém me explica como isso é visto como seguro ou razoável? No caso do menino João Pedro, metralharam a casa do avô de uma das crianças que brincavam com ele. Se morreu apenas o João Pedro, não é absurdo chamar de sorte ou de intervenção divina. Poderia ter sido ainda pior. É absolutamente indefensável mesmo para quem defende o uso da força na guerra às drogas. Mesmo se você acredita no enfrentamento militar de traficantes, acha razoável que um helicóptero passe metralhando uma favela? Não consigo entender como naturalizamos isso.” [Extra]

ah, e Bolsonaro não falou um ai, assim como o ministro da Justiça e a Damares. Estão muito indignados com a “violência” policial contra os dementes que desrespeitam medidas restritivas, prioridades.

__/\/\/\/\/\/\__

0. Exército vs Ibama

E veja o estrago que os milicos fazem no governo:

“A inauguração das ações de fiscalização ambiental coordenadas pelo Exército mobilizou 97 agentes, dois helicópteros e dezenas de viaturas em Mato Grosso para uma operação que terminou sem multas, prisões ou apreensões. O Ibama havia sugerido outro alvo na região, com evidências de ilegalidades, mas foi ignorado. A Operação Verde Brasil 2 foi inaugurada na última segunda-feira (11) com presença de jornalistas e gravação de vídeo oficial, com ações em Rondônia, Pará e Mato Grosso. Em vez de apoiar os órgãos especializados na fiscalização ambiental, como acontecia nos anos anteriores, as Forças Armadas passaram a comandar as operações, conforme o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) publicado no início de maio.

A Folha teve acesso a um relatório da operação enviado por e-mail à sede do Ibama e conversou com agentes de forças estaduais e federais em campo na operação em Mato Grosso, onde os alvos escolhidos foram uma área de exploração madeireira na Estação Ecológica Rio Ranuro, em Nova Ubiratã (MT), e também uma serraria na região, indicada pela polícia civil. A operação reuniu 80 oficiais do Exército, seis policiais civis, dois fiscais ambientais estaduais, um agente do ICMbio, seis fiscais do Ibama e dois peritos criminais do estado do Mato Grosso. “O representante do Ibama informou que o alvo de Nova Ubiratã já teria sido atendido pelo Ibama duas semanas atrás, onde foi constatada exploração de madeira, no entanto, com atividades já paralisadas”, diz o relatório.

“Dessa forma, [o agente do Ibama] sugeriu ao comando um outro alvo localizado a aproximadamente 70 km da Estação Rio Ranuro, precisamente uma exploração ilegal de madeira no interior do Parque Indígena do Xingu”. “Na oportunidade foram entregues mapa e rota de acesso georreferenciados e navegáveis até o alvo. O comandante da operação ficou de analisar o alvo apresentado”, continua o documento, que mais adiante descreve a operação realizada e informa que “o alvo indicado pelo Ibama não foi atendido”. “Quem comanda é a vice-presidência. O Exército é só uma mão-de-obra”, disse à Folha a assessoria de imprensa do Exército, por telefone. A reportagem tentou contato com a vice-presidência da República por email e por telefone para saber sobre o critério de escolha dos alvos, mas não obteve retorno.” [Folha]

Como assim quem comanda é a vice-presidência?! Que porra é essa?

“O Exército ainda ressaltou em nota que o material encontrado nas operações “não será destruído pelo Exército, mas será apreendido, retirado do local e/ou mantido sob custódia”.”

Se você não achou esse caõ do exército estranho você errou feio, errou rude:

“A orientação foi questionada em um grupo de Whatsapp que reúne agentes de diversos órgãos de fiscalização envolvidos na Operação Verde Brasil. Eles argumentaram que a apreensão e transporte de grandes equipamentos em áreas remotas é inviável, além da inutilização ser uma forma eficaz de coibir as atividades ilegais. Em resposta, uma orientação da sede do ICMBio sugeriu aos agentes, ainda pelo Whatsapp, a “inutilização sem uso de fogo”. No ano passado, a decisão sobre destruir equipamentos apreendidos causou atrito entre o Exército e o Ibama durante a primeira Operação Verde Brasil, quando as Forças Armadas, ainda sem poder de comando das operações, ausentou-se das ações que envolviam destruição de materiais. A demanda para que os equipamentos apreendidos em atividades ilegais não sejam destruídos vem de garimpeiros e madeireiros e é apoiada pelo presidente Bolsonaro. Já o vice-presidente, Hamilton Mourão, tem outro objetivo: ele busca retomar a confiança internacional sobre o compromisso de conservação da Amazônia, principalmente de Noruega e Alemanha, países doadores do Fundo Amazônia, bloqueado desde o ano passado. A propaganda oficial da Operação Verde Brasil 2, com imagens da operação em Mato Grosso, tem tradução para o inglês.”

Vai dar muito certo, Mourão. E o que não falta é dinheiro para o Exército, chove dinheiro em cima dos fardados:

“Ao minimizar o peso do conhecimento técnico e da expertise de servidores especialmente treinados para identificar e combater crimes ambientais e alijá-los dos processos de planejamento e coordenação das ações de fiscalização ambiental, a Operação Verde Brasil 2 corre o risco de se transformar num grande e oneroso fiasco”, diz em nota a Associação Nacional dos Servidores de Meio Ambiente (Ascema). Embora ressalve que o apoio das Forças Armadas é necessário, a associação pontua que o custo mensal da operação das Forças Armadas é próximo do orçamento do Ibama para todo o ano. “A GLO versão 2020 pretende gastar em um mês R$ 60 milhões, com previsão de mobilizar 3,8 mil militares das Forças Armadas, enquanto o Ibama tem cerca de 700 fiscais em todo o país e um orçamento anual de cerca de R$ 70 milhões para atender à fiscalização de todo o território nacional”, compara.”

__/\/\/\/\/\/\__

0. Os 500 bilhões da UE

Do Gilles Lapouge

“O montante mirabolante de € 500 bilhões é quanto a União Europeia reunirá para ajudar os países mais martirizados pela fúria da covid-19. Parece que entramos na caverna de Ali Babá. Para tomar essa decisão bastaram duas pessoas, a chanceler alemã e o presidente francês, como se o “motor franco-alemão”, apagado há um ou dois anos, tivesse sido ligado bruscamente por um milagre. Essa façanha irá beneficiar os dois que a idealizaram: a bem da verdade, Angela Merkel estava no seu crepúsculo havia um ano, mas está novamente no centro do jogo. Quanto a Emmanuel Macron, ele prega há três anos em favor da União Europeia, só que até agora pregava no deserto. De passagem, Merkel deu uma mãozinha à sua amiga, Ursula von der Leyden, a nova presidente da Comissão Europeia em Bruxelas, que encontra dificuldade para se impor. Ocorre que a União Europeia não é composta apenas por dois países, França e Alemanha. E o acordo sobre o fundo de € 500 bilhões terá de ser submetido aos 27 membros da EU.

Acredita-se que será aprovado, mas ao preço de numerosos encontros, de uma perda de tempo e de energia. Quando o líder chinês Xi Jinping quer impor uma decisão crucial, consulta um milhão de delegados, para não dizer nada, depois de que, o pensamento de Xi (como outrora o pensamento de Mao) se impõe. Por precaução, aliás, o pensamento de Xi figura na Constituição. Quanto aos Estados Unidos, Donald Trump comunica suas decisões ao mundo inteiro, mas também ao país, e até aos seus colaboradores mais próximos por meio de tuítes. A China e os EUA de Trump têm a mesma vantagem: a rapidez e a recusa de toda contradição. O procedimento da União Europeia é mais delicado, mais pesado, mais lento. Quinhentos bilhões de euros a serem divididos entre 27 países não é uma tarefa fácil. O mais complicado é que essa União Europeia é desunida e disparatada. e está em pedaços, muitas vezes incompatíveis. Que lembrança da história, que idiossincrasia todos esses países terão de colocar numa mesma cesta? Um camponês esloveno e um pescador bretão?

Na União Europeia, há o grupo do Sul, apelidado ironicamente de “Club Med”, pretensamente mais dotados para o ‘far niente’, a poesia, o sonho desperto do que para reduzir os déficits orçamentários (Itália, Grécia, Espanha). A Itália diz que se encontrou só, durante a pandemia. Ela será bem tratada. Todos esses países do Sul se beneficiarão de cuidados atenciosos. Outro grupo é composto pelos chamados “sovinas”: Suécia, Holanda, Dinamarca e a outrora Alemanha de Merkel. Esses são considerados “agarrados aos seus trocados”, principalmente quando esses trocados são “bilhões de euros”. Já Macron, depende. Como ele muda frequentemente de opinião, podemos colocá-lo, conforme os dias, no Club Med, ou com os sovinas. Devemos esperar discussões bastante agitadas. E depois, há o grupo dos países do Leste, ao redor da Hungria e da Polônia. Esses detestam a União Europeia, mas deverão ter uma parte da grana. Em princípio, portanto, o acordo Macron/Merkel deverá ser aprovado, mas quanto tempo vai levar e com quantas mutilações? É o preço que a União Europeia paga por seus princípios democráticos. Essa é uma de suas fragilidades. E é sua virtude.” [Estadão]

__/\/\/\/\/\/\__

0. Um Trump Muito Louco

Esqueci de postar essa do Trump de terça-feira:

“Estamos considerando isso. Não quero pessoas vindo para cá e infectando nosso povo. Também não quero que as pessoas fiquem doentes por lá. Estamos ajudando o Brasil com respiradores… O Brasil está tendo problemas, não há dúvida sobre isso.” [O Globo]

E depois do Trup foi a vez do Pence, que consegue a proeza de ser mais escroto que o Trump:

“O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, reforçou a declaração de Donald Trump de terça (19) e disse que Washington observa com cuidado a situação do Brasil enquanto avalia impor restrições a viagens. “Estamos acompanhando de perto o que está acontecendo na América do Sul, incluindo o Brasil, onde vimos que houve um aumento considerável nos casos”, disse Pence, depois que um jornalista lhe perguntou na Flórida se o governo considerava impor novas restrições. “O presidente deixou claro que estamos considerando restrições a viagens não apenas para o Brasil, mas também para outros países”, acrescentou.” [Folha]

As coletivas do Trump estao cada vez mais inacreditáveis:

Na vida real…

“Se os Estados Unidos tivessem começado a impor medidas de distanciamento social uma semana antes, em março, cerca de 36 mil pessoas a menos teriam morrido por causa do novo coronavírus, segundo novas estimativas da Universidade Columbia. Os pesquisadores afirmam ainda que, se o país tivesse começado a adotar o isolamento social em 1º de março, duas semanas antes do que fizeram os estados mais atingidos inicialmente, poderia ter evitado cerca de 83% das mortes, ou seja, 54 mil vidas seriam poupadas. Até agora, a pandemia já matou  93.400 pessoas nos EUA, e deixou mais de 1,5 milhão de infectados. Em  cidades como Nova York, onde o vírus chegou cedo e se espalhou rapidamente, as ações restritivas foram tomadas tarde demais, avalia o grupo de pesquisadores. — É uma grande, grande diferença — disse Jeffrey Shaman, epidemiologista de Columbia e líder da equipe de pesquisa. —  Esse pequeno espaço de tempo teria sido incrivelmente crítico na redução do número de mortes.

A equipe de Shaman projetou o que teria acontecido se essas mesmas mudanças tivessem ocorrido uma ou duas semanas antes e estimou a disseminação de infecções e mortes até 3 de maio nos dois cenários. Em um comunicado divulgado na noite de quarta-feira, em resposta às novas estimativas, a Casa Branca reiterou a afirmação de Trump de que as restrições de viagens provenientes da China em janeiro e da Europa, em meados de março, atrasaram a propagação do vírus. Em 9 de março, no entanto, enquanto países como a Itália e a Coreia do Sul já haviam começado a tomar medidas restritas agressivas contra a propagação do vírus, o presidente Trump resistia ao cancelamento de comícios de campanha ou a pedir que os americanos ficassem em casa. “Nada vai fechar, a vida e a economia continuam”, tuitou o presidente à época, sugerindo que uma gripe era pior que o coronavírus. “Neste momento, existem 546 casos confirmados de coronaVirus, com 22 mortes. Pense sobre isso!”, escreveu ele no Twitter.” [O Globo]

Think about that“, viado! “So sad!

E vem mas merda por aí:

“Os resultados da pesquisa mostram ainda que, à medida que os estados reabrem — todos os 50 estados diminuíram as restrições até quarta-feira — os surtos podem facilmente sair do controle, a menos que as autoridades monitorem de perto os infectados. Segundo a equipe da Universidade Columbia, isso se daria devido ao atraso entre o momento em que as infecções ocorrem e o momento em que os sintomas começam a aparecer, além da falta de testagem em massa em toda a população. Somente na área metropolitana de Nova York, 21.800 pessoas morreram até 3 de maio. Menos de 4.300 teriam morrido até essa data se medidas de controle tivessem sido implementadas e adotadas em todo o país apenas uma semana antes, em 8 de março, estimaram os pesquisadores de Columbia.”

E Trump avisou que em breve parará de tomar cloroquina mesmo não tendo sido infectado, fascinante:

“O presidente dos EUA, Donald Trump, disse na quarta-feira (20) que pararia de tomar o medicamento anti-malária hidroxicloroquina em um ou dois dias. Trump revelou na segunda (18) que estava tomando o remédio como forma de prevenção contra a Covid-19, apesar das advertências médicas sobre possíveis efeitos colaterais graves e dúvidas sobre sua eficácia. “Tenho tomado [o medicamento] há uma semana e meia. Uma pílula por dia”, afirmou Trump a repórteres na segunda. O presidente americano diz que não apresentou efeitos colaterais ao uso.” [Folha]

E não, Trump não está tomando cloroquina, o que torna tudo mais louco, ele é um mentiroso compulsivo, isso sim.

__/\/\/\/\/\/\__

>>>> O Congresso forçou e o Bolsonaro, depois de muito relutar, aceitou adiar o Enem mas o Maia deu uma linda paulada no Abraham: “Após o Ministério da Educação anunciar, nesta quarta-feira (20), que adiará “entre 30 e 60 dias” a realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou em plenário que manterá em pauta o projeto de lei que obriga o governo a postergar a data do exame e que o texto será votado caso o presidente Jair Bolsonaro não anuncie, oficialmente, o adiamento. Segundo Maia, o presidente ficou de anunciar o adiamento numa reunião com ele na semana passada. O líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), alertou, em plenário, que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, já tinha feito a divulgação. “Me desculpa, [mas] não posso acreditar nesse ministro”, respondeu o presidente da Câmara. “O que eu proponho é que a gente vote a urgência [do projeto] e espere a posição do presidente da República, até porque vamos ter que votar de qualquer jeito [para permitir o adiamento]”, continuou Maia.” [Valor]

>>>> A Globonews agradece: “A exemplo do que havia ocorrido na saída de Luiz Henrique Mandetta e de Sergio Moro do ministério de Jair Bolsonaro, a despedida do ministro da Saúde Nelson Teich, na sexta-feira (15), rendeu um expressivo crescimento de audiência à GloboNews, agora de 65% em relação à sexta-feira anterior, mantendo o canal na liderança da TV paga na média total do dia. Com base nos dados da Kantar Ibope, o canal contabilizou cerca de 263 mil pessoas passando por lá ao longo do dia, com saldo 180% acima do segundo canal de notícias do line up, no caso, a CNN Brasil. Entre 15 de março e 17 de maio, a GloboNews liderou 40 vezes o ranking da TV por assinatura, consolidando o primeiro lugar do ranking na média geral do período, segundo índices do PNT (Painel Nacional de TV, que mensura as 15 maiores regiões metropolitanas do país). Em número de cabeças, isso significa que 22 milhões de pessoas acompanharam o canal nessa temporada, com ingredientes de sobra a respeito da crise na saúde, na economia e na política. Na falta de novela inédita, o enredo da vida real não deixa espaço para a monotonia, com direito a desfechos inesperados diariamente.” [Folha]

>>>> A prafa falando da praga: “O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM), da bancada evangélica, reagiu à declaração do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, de que há um projeto em estudo para autorizar cassinos no Brasil. “O novo coronavírus está destruindo milhares de famílias no Brasil. Agora vem o ministro com essa praga para destruir ainda mais nossas famílias? Inacreditável”, disse o parlamentar a O Antagonista. Cavalcante, que é da Assembleia de Deus, lembrou que, no fim de março, em entrevista ao programa do Ratinho, no SBT, Jair Bolsonaro disse que, no governo dele, não seria discutida a legalização de cassinos. “Acho que o ministro não viu a entrevista do presidente Bolsonaro ao Ratinho: o presidente é terrivelmente contrário à legalização.” Segundo o deputado, a “ampla maioria” da Frente Parlamentar Evangélica é contra esse tema. “Vamos derrotar essa praga no voto, se preciso.”” [Não lincamos Antagonista]

>>>> A pilantragem da Whitney: “Em uma conversa telefônica interceptada pela força-tarefa da Lava-Jato, dois acusados de integrar uma quadrilha de fraudadores da área de saúde do estado fizeram menções ao governador Wilson Witzel. No grampo ao qual O GLOBO teve acesso, realizado em 9 abril, Luiz Roberto Martins, acusado pelos procuradores da República de ser o operador financeiro de um esquema chefiado pelo empresário Mário Peixoto, conversa com Elcy dos Santos, ex-diretor da Organização Social (OS) IDR, sobre denúncias de compras superfaturadas. Elcy diz que foi Witzel quem determinou sigilo sobre todos os contratos emergenciais firmados pelo estado durante a pandemia do coronavírus. “Hoje, o governador do Rio propôs sigilo em todos os documentos de contratação de emergência lá”, afirma Elcy. Luiz Roberto pergunta: “Pediu sigilo?”. Elcy responde: “Impôs sigilo, não pediu, não! Impôs! Naqueles contratos que fizeram de emergência com o governo do estado, impôs sigilo”. De fato, quando as denúncias começaram a vir à tona, o acesso público aos contratos foi suspenso. Na época, após receber críticas, Witzel afirmou que isso ocorreu devido a um erro de um servidor da Secretaria de Saúde e disse que abriu uma sindicância para apurar o fato. Logo em seguida, o sistema voltou a permitir consultas. Ontem, por meio de sua assessoria, Witzel voltou a dar a mesma explicação. Na mesma conversa, Luiz Roberto comenta sobre a contratação emergencial de 1.400 leitos em hospitais de campanha, chamando a atenção para o fato de o Iabas, outra OS, ter sido escolhido para prestar o serviço. “Você sabe que fizeram agora um chamamento para a construção de 1.400 leitos de campanha. Você sabe quem foi escolhido? O Iabas. Você sabe por quanto? Oitocentos e cinquenta milhões de reais”, conta. Elcy se surpreende com o fato de o Iabas estar prestando serviço ao estado e lembrou que a OS teria tido R$ 1,5 bilhão em contratos na gestão do ex-prefeito do Rio Eduardo Paes. Ele sugere que a entidade pode ter sido ajudada a “voltar por cima”. Nessa parte do diálogo, Luiz Roberto afirma que havia pessoas no estado querendo notas fiscais de R$ 250 mil para respiradores que custam R$ 32 mil. “Depois todo mundo vai preso, depois de passar isso aí, nós vamos ter uma nova Lava-Jato”, observa.” [O Globo]

>>>> Vive um drama o Imtamaraty, amigo (ler na voz do Galvão): “O Itamaraty disparou para os servidores um convite para participar de seminários sobre “pós-pandemia” da Funag, fundação de pesquisa do ministério. Palestraram dois influenciadores olavistas: Flávio Morgenstern e Bernardo Kuster.” [Estadão]

>>>> O supra-sumo da humilhação: “A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) disse à CNN Brasil que o presidente Jair Bolsonaro indicou Regina Duarte para comandar a Cinemateca Brasileira com o objetivo de não deixar a atriz “desamparada”. Zambelli contou que foi ela que gravou o vídeo em que o presidente e a então secretária de Cultura falam sobre a mudança no cargo. E disse ao canal de notícias: “Posso dizer com toda certeza. A Regina Duarte ainda não fez a saída dela. Houve a comunicação que a Regina gostaria de voltar para São Paulo e o presidente, preocupado com o fato de ela ter rompido com a TV Globo e para que ela não ficasse desamparada, conversou sobre a possibilidade de ela assumir uma função em um local importantíssimo e que hoje está muito em segundo plano, que é a Cinemateca.” Ainda segundo a deputada, Regina Duarte estava “triste”. “Entendo algumas criticas, realmente dá impressão que a Regina não fez muita coisa, mas estamos vivendo uma pandemia, não deu para fazer as viagens que ela gostaria, por exemplo”. Zambelli também defendeu a indicação do ator Mario Frias para o cargo. “Ele realmente esteve no Palácio do Planalto ontem com o presidente. Acho que eles estão se conhecendo ou, como diria o presidente, talvez estejam namorando para ver se vai rolar um noivado, mas o martelo não está batido ainda. Ao que tudo indica, ele é a pessoa mais cotada”, declarou.” [UOL]

>>>> A última do 171 da Secom: “Fabio Wajngarten, o secretário de Comunicação do Planalto, sugeriu no Twitter que o governo está revendo a decisão do Banco do Brasil de parar de anunciar em um site condenado na Justiça pela difusão de fake news, o Jornal da Cidade Online. O financiamento do BB ao site de fake news foi apontado pela versão brasileira do Sleeping Giants, movimento criado nos Estados Unidos para minar a sustentação econômica de sites e canais ligados à extrema direita. Respondendo a um militante olavista, escreveu Wajngarten: “Estamos cientes da importância do jornalismo independente (referindo-se ao site condenado na Justiça). Nem toda a comunicação do que é público depende de nós, mas já estamos contornando a situação. Agradecemos pelo retorno e pode contar com o governo na defesa da liberdade de expressão. Os jornais independentes são muito importantes e devem ser valorizados no exercício da liberdade de expressão. O Jornal da Cidade Online foi condenado na Justiça a pagar R$ 150 mil de indenização a Felipe Santa Cruz por publicar fake news com o objetivo de atingir a reputação do presidente da OAB. Wajngarten respaldou o trabalho do site condenado por propagar informação falsa: “O Jornal da Cidade Online faz um trabalho seríssimo. As máscaras estão caindo. A censura ideológica usa vários disfarces, e os mais comuns hoje são as agências de checagem e o jornalismo dito progressista”, afirmou.” [Época]

>

Dia 505 | O mais verme dos vermes | 20/05/20

Logo menos atualizo o podcast por aqui. E Você ouve os episódios lá na Central3: [Central3]

__/\/\/\/\/\/\__

1. A fatídica reunião

Celsão tá putíssimo, folgo em saber:

“O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, ficou incrédulo com o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, segundo o Estadão apurou.” [Estadão]

O Medo e Delírio tem imagens excluisvas do Celsão assistindo à demência ministerial:

“Fontes que acompanham o caso avaliam que, hoje, a tendência do ministro é atender ao pedido do ex-ministro Sérgio Moro e levantar o sigilo da íntegra do vídeo do presidente Jair Bolsonaro com seus auxiliares, em nome do interesse público. Celso já destacou em uma decisão do início deste mês “não haver, nos modelos políticos que consagram a democracia, espaço possível reservado ao mistério”.”

“Celso de Mello é conhecido pelas decisões aprofundadas, elaboradas, repletas de grifos, negritos, trechos sublinhados e citações a especialistas e à jurisprudência da Corte. Em nota divulgada na última segunda-feira (18), o decano prometeu liberar a decisão sobre o sigilo até esta sexta-feira. O ministro Marco Aurélio Mello, do STF, disse ao Estadão que defende a divulgação integral do vídeo da reunião. “É princípio básico da administração a publicidade”, afirmou.”

Celsão deve ter ficado mais puto com o Aras que com a reunião:

“A posição de Aras é ainda mais restritiva, pró-Bolsonaro, do que a própria Advocacia-Geral da União (AGU), responsável pela defesa do presidente. A AGU se manifestou a favor da divulgação de todas as falas de Bolsonaro na reunião. “O procurador-geral da República não compactua com a utilização de investigações para servir, de forma oportunista, como palanque eleitoral precoce das eleições de 2022”, escreveu Aras.”

Sim, a PGR defendeu mais o presidente que a porra da Advocacia-geral da União, cujo papel é… defender o presidente!

Ah, dia desses eu apontei aqui que o número 2 da PF pediu para depor de novo, repare no pequenino detalhe que ele havia esquecido:

“As novas declarações do delegado Carlos Henrique Oliveira, diretor-executivo da Polícia Federal, indicam uma contradição nas versões de Alexandre Ramagem e Jair Bolsonaro no inquérito que apura as acusações feitas por Sergio Moro. O depoimento, nesta terça (19), sugere que Ramagem ocultou dos investigadores que a troca do comando no Rio estava definida. A mudança atendia o desejo do presidente e é considerada elemento importante da interferência na PF. Oliveira foi promovido a diretor-executivo pelo novo diretor-geral, Rolando de Souza, como seria também com Ramagem. O diretor da Abin foi perguntado se teria planos para mudar o Rio, mas deu resposta vaga. No depoimento desta terça, o delegado foi claro em dizer que além de ter sido procurado, aceitou o convite.” [Folha]

E o Ramagem, Costinha?!

Alguém ficou com o cu na mão e foi correndo retificar depoimento. E não foi só uma retificação não:

“Disse que, no segundo semestre de 2019, Ramagem o chamou para uma reunião com Bolsonaro no Planalto. Na época, ele chefiava a PF em Pernambuco e era cotado para o cargo no Rio. O encontro, noticiado pelo Painel na semana passada, foi fora dos padrões, uma vez que nem o então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, nem o então ministro da Justiça, Sergio Moro, compareceram. Além disso, os indicados para as demais superintendências não foram convidados para agenda com o presidente. Moro e Valeixo, segundo o depoente, foram comunicados da reunião e a autorizaram. Eles não teriam participado, segundo ele, porque estavam fora de Brasília. O número 2 da PF contou que estava na capital federal para um curso de formação de policiais, mas já havia um convite prévio de Ramagem para a agenda. Ele disse que já era público, na ocasião, que estava cotado para a PF no Rio. Afirmou que, em cerca de 30 minutos, Bolsonaro fez uma explanação de sua trajetória até a eleição e dos desafios que enfrentou. Questionado se o mandatário fez algum questionamento sobre investigações no Rio, Oliveira disse que não e que nenhum objetivo específico para a audiência lhe foi relatado. “Ramagem apenas pontuou que seria importante o depoente conhecer o presidente Bolsonaro”, diz transcrição da oitiva desta terça, à qual a reportagem teve acesso.” [Zero Hora]

“A oitiva também mostrou que os investigadores já buscam suspeitos do suposto vazamento para Flávio Bolsonaro. Perguntaram sobre policiais com relação com a família e também sobre o agente Bruno Malvacini, citado pelo delegado Alexandre Saraiva como intermediador de uma reunião com o presidente.”

Fico imaginando os policiais, seja o vazador ou não, correndo pra apagar todas as postagens pró-Bolsonaro. E repare na loucura, o nome desse Malvacini já havia sido citado pelo Alxandre Saraiva, outro delegado da PF:

“Saraiva relatou que, após Bolsonaro ter sido eleito, foi sondado para ser ministro do Meio Ambiente e que o responsável por fazer a ponte com o então presidente eleito foi Malvacini. Saraiva esteve Bolsonaro e ambos conversaram por volta de duas horas sobre temas ligados a questões ambientais”

Delegado no meio-ambiente, viado! Se bobear era melhor que o Salles.

Também teve depoimento do diretor de intligência da PF:

“Também prestou depoimento nesta terça-feira o diretor de inteligência da PF, Cláudio Ferreira Gomes. O diretor afirmou que nunca recebeu notícia sobre uma suposta falta de atuação da PF no fornecimento de informações de inteligência ao chefe do Executivo, como reclamou Bolsonaro em reunião em 22 de abril. Segundo ele, o departamento que chefia atendeu a todos os pedidos feitos pelo Sistema Brasileiro de Brasileiro de Inteligência, que conta com com a participação do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.”

bolsonaro_fogos

Os generais mentiram pra caralho, não foi pouco não.

E Bebianno continua aterrorizando os Bolsonaros:

“O ex-ministro Gustavo Bebianno, que morreu em março, já tinha revelado a autoridades de quem era amigo que um delegado da Polícia Federal tinha vazado informações de investigações que envolviam Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, ao filho do presidente Jair Bolsonaro na época da campanha eleitoral. Uma das autoridades afirmou à coluna que Bebianno contou a história com a mesma riqueza de detalhes da narrativa feita agora pelo empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio Bolsonaro, à Folha. Em dezembro, Bebianno revelou ao UOL que a investigação sobre Flávio tinha sido “brecada” para não causar prejuízos eleitorais. E disse: “Sobre isso vou falar na hora certa”.” [Folha]

Encerro com o Gaspari:

“A entrevista do empresário Paulo Marinho à colunista Mônica Bergamo recolocou no centro da mesa a mesma pergunta: por que o presidente Jair Bolsonaro demitiu seu chevalier servant, o ex-PM Fabrício Queiroz, no dia 15 de outubro de 2018, uma semana depois do primeiro turno da eleição e duas semanas antes do segundo? Quando o Ministério Público investigava suas atividades, Queiroz queixou-se da falta de ajuda, sentindo-se ameaçado. Achava que os procuradores tinham um objeto “do tamanho de um cometa para enterrar na gente”. O que seria uma história de 2018 juntou-se a uma encrenca de hoje, com a denúncia do ex-ministro Sergio Moro de que Bolsonaro tentou interferir no trabalho da PF do Rio de Janeiro, onde havia servido o delegado Alexandre Ramagem. Ele cuidou da Operação Cadeia Velha, que investigava malfeitorias na Assembleia Legislativa.” [Folha]

__/\/\/\/\/\/\__

2. R$ 600

Esses gênios da raça humana não entenderam que o auxílio emergnecial terá que durar muito mais que 3 meses.

“Vamos tornar mais robusto e focalizado os programas sociais. Vamos agora jogar mais R$ 600 aí. Agora, quando acabar esse prazo, em vez de tirar de uma vez só, vamos fazer um phase out (eliminação em fases). Não é que nós vamos prorrogar, porque não temos fôlego financeiro para fazer a gastança que está aí, mas vamos ter que suavizar a queda. Em vez de cair tudo de uma vez, nós vamos descer mais devagar um pouco” [UOl]

Eu adoro o uso do verbo “jogar”, mostra bem a mentalidade dele. E Guedes é incapaz de entender o conceito de orçamento de guerra, expressão usada pelo FMI. é óbvio que o governo tem dinheiro. Ora, não fazemos parte dum bloco como a UE, imprimimos dinheiro, definimos política monetária e por aí vai, não fode.

“Guedes aposta que o país vai registrar uma trajetória de crescimento em V após a crise do coronavírus. O formato, no entanto, seria semelhante ao do logotipo da Nike (com a segunda perna do V mais deitada), indicando uma recuperação mais lenta da atividade. “É um V da Nike. Sobe devagar. Ainda acho que o Brasil está nessa posição, ainda tem capacidade de fazer recuperação relativamente rápida. Isso é o que acredito. Mas vamos ter que entrar em campo para fazer isso acontecer daqui a 30 dias”, disse.” [Folha]

Porra, o símbolo da Nike não é um V nem fodendo, não faz nem sentido comparar a marca do NIke com qualquer tipo de gráfico, porra, simplesmente porque se o eixo horizontal for temporal a marca começa num ponto temporal e volta na porra do tempo, caralho!

Do Vinícius Torres Freire:

“Os auxílios emergenciais de R$ 600 e o gasto estimado pelo governo com seguro-desemprego extra devem somar uma despesa de R$ 52,3 bilhões por mês, em uma hipótese conservadora. É o equivalente a 25% de toda a massa de rendimentos mensais do trabalho de março de 2020, segundo dados da Pnad, do IBGE… Note-se de passagem que não temos a menor ideia de quanto foi a perda de rendimentos nem mesmo em abril passado, que dirá nos três meses em que, por ora, vão valer os benefícios emergenciais e de seguro-desemprego extra. As perdas serão pavorosas, mas não há por enquanto nenhuma medida nem mesmo indireta do tamanho do desastre. Pode ser que o pagamento de benefícios seja ainda maior. Este primeiro cenário se baseia no número de pessoas que já foi autorizada a receber o auxílio emergencial, cerca de 58,7 milhões. Nas contas da Instituição Fiscal Independente (IFI), pode ser que quase 79,9 milhões de pessoas recebam o auxílio emergencial, uma despesa mensal média de R$ 51,5 bilhões. É o cenário-base da IFI, órgão independente de acompanhamento e análise das contas públicas, ligado ao Senado. Somadas à despesa média com seguro-desemprego (na estimativa do governo), seriam R$ 68,5 bilhões. Equivale a mais de 32% da massa mensal de rendimentos de março. Nesta terça-feira (19), o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, também disse que o auxílio pode chegar a 80 milhões de pessoas. Ele e outros integrantes do Ministério da Economia dizem que não será possível prorrogar o programa, nesses termos e valores, além de três meses.” [Folha]

Esses dementes não têm a menor idéia do tamanho do buraco em que estamos enfiados, até o mansueto, o mais são da equipe econômica, tá fazendo cosplay de stevie wonder:

“Não temos nem plano federal de lidar com a epidemia, só ideias lunáticas e perversas que a tornam ainda pior.”

__/\/\/\/\/\/\__

3. Covid-17

Bolsonaro é simplesmente o mais verme dos vermes:

“No dia em que o Brasil registrou 1.179 novas mortes em 24 horas por Covid-19, o governo federal ignorou a escalada de óbitos em propaganda oficial ao destacar o que chama de “placar da vida”. A resposta veio em críticas de internautas nas redes sociais. “Com mais de 106,7 mil brasileiros curados da Covid-19, o Brasil avança no combate ao #coronavírus. Até 19h desta terça-feira (19), foram registrados também 146.863 casos em tratamento. A batalha do Governo Federal para salvar vidas continua”, diz o texto na conta da Secom (Secretaria de Comunicação) no Twitter. Na publicação, compartilhada também pelo Ministério da Saúde, há ainda uma imagem onde se lê “Placar da Vida” e a hashtag #NinguémFicaPraTrás.” [Folha]

Bem, TODOS os mortos ficaram para trás. E eis o único comentário possível:

“Goebbels aplaude vocês da comunicação desse governo”, publicou outro, fazendo referência a Joseph Goebbels, ministro da Propaganda na Alemanha nazista.”

Lembrando que Bolsonaro não queria dimitir o nazistinha que emulou Goebbels ao som de Wagner.

“Na quarta-feira (18), a Secom já havia ignorado o número de mortes no país por causa do coronavírus em duas publicações. Na mesma linha de alguns ministros do Palácio do Planalto, a comunicação do governo também criticou os que “focalizam a morte”. “Hoje o Brasil comemora 100 mil vidas salvas em meio à crise mundial. Mais precisamente, 100.459 pessoas curadas em todo o país. Enquanto muitos focalizam a morte, o Governo do Brasil trabalha pela vida e celebra a vida”, diz o texto da Secom, também alvo de críticas.”

Bolsonaro, o julgamento que jurou menos de 800 mortes no TOTAL, nada falou sobre as mais de mil mortes por dia:

“Nesta terça, Bolsonaro não falou com os jornalistas ao chegar ao Palácio da Alvorada. Em uma entrevista na internet, não fez qualquer comentário sobre o recorde de mortes, mas fez piada sobre a politização acerca do uso da hidroxicloroquina —medicamento sem comprovada eficácia contra a doença. “Quem é de direita toma cloroquina. Quem é de esquerda toma Tubaína”, ironizou, referindo-se a uma marca de refrigerante.”

Repito, o mais verme dos vermes, o suejito que jura ser um milagre ambulante em missão divina, o que me leva a essa imagem:

jb1

Sim…

jb2

“Bolsonaro afirmou que o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, assinará na manhã desta quarta-feira (20) novo protocolo que permitirá o uso da cloroquina em pacientes em estágio inicial de contágio do coronavírus.​”

Imagina que louco se um general tivesse culhão de socar a mesa e mandar o Bolsonaro à merda…

E Bolsonaro, pra loucura dos poucos milicos lúcidos, já avisou que o general fica onde está:

“Ele [Pazuello] vai ficar por muito tempo, esse que está lá. Não vai mudar não. Ele é um bom gestor, vai ter uma equipe boa de médicos abaixo dele”

O sujeito enchendo o ministério de militares e o presidente tem a cara de pau de dizer isso. E o general ai ficar lá porque le é capaz de proezas como liberar uso de cloroquina para casos leves, a falta que faz um bom advogado…

“Apesar de serem medicações utilizadas em diversos protocolos e de possuírem atividade in vitro demonstrada contra o coronavírus, ainda não há meta-análises de ensaios clinicos multicêntricos, controlados, cegos e randomizados que comprovem o beneficio inequívoco dessas medicações para o tratamento da COVID-19. Assim, fica a critério do médico a prescrição, sendo necessária também a vontade declarada do paciente, conforme modelo anexo.”

Veja com seus olhos o tal documento: [Poder360]

E o Exército cheio de cloroquina, como não dá pra fingir que nada aconteceu é preciso enfiar os comprimidos goela abaixo dos brasileiros pra não dr meda para o governo.

O Laboratório Químico e Farmacêutico do Exército (LQFex), que usualmente produz 250 mil comprimidos a cada dois anos, criou um estoque de 1,25 milhão em menos de um mês. Em termos absolutos, só a Apsen teve um aumento maior de estoque, passando de 5,1 milhões para 8,3 milhões. O estoque disponível no país de medicamentos à base de cloroquina e hidroxicloroquina aumentou 30% em menos de um mês, de acordo com dados da indústria farmacêutica e do Exército compilados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Marinha, que já atua na confecção de embalagens, agora avalia também entrar na produção. Exército e Ministério da Saúde não responderam quanto já gastaram com a produção e compra de cloroquina, hidroxicloroquina e insumos.” [O Globo]

Tá explicada a MP absolvendo autoridades de erro durante a pandemia.

Encerro com esse lindo tuíte:

__/\/\/\/\/\/\__

4. Sobre a imunidade de rebanho

Textaço do Gonzalo Vecina:

“Mas como acabar com uma epidemia? Basicamente há três maneiras:

1) O vírus deixa de circular. É a estratégia de Wuhan. Um lockdown violento, ninguém se move por 14 dias e quem estava infectado ou morre ou se cura e o vírus diminui sua circulação. A partir daí se estabelece uma política de testagem agressiva e se controla quem sai e entra de forma muito rigorosa.

2) Se cria uma vacina eficaz e segura.

3) Se alcança a imunidade de rebanho. Aqui significa conseguir que ao menos cerca de 70% da população tenha a doença. No Brasil, algo como 147 milhões de pessoas. Com essa massa de pessoas imunizadas – tiveram a doença e morreram ou a derrotaram e, portanto, estão imunes por algum tempo – se estima que o vírus para durante algum tempo de circular. Com novos nascimentos e a entrada de migrantes a situação tende a se reverter.

No caso do Brasil as saídas 1 e 2 não fazem parte do cenário de curto prazo. Só resta a saída 3. Mas para que 147 milhões de pessoas tenham a doença, temos de levar em conta que 15% serão internados em hospitais e 5% em UTIs. No total serão 29,4 milhões de pessoas. O SUS interna algo como 20 milhões/ano. O impacto de mais uma vez e meia as internações de um ano seria insuportável para o sistema de saúde. E ainda existem as mortes – levando em conta uma das taxas de letalidade mais baixas citadas nos estudos que é de 0,36%, teremos cerca de 529 mil mortes! A questão é em quanto tempo: um ano, dois? Depende de nossa capacidade de impor o isolamento social, do contrário iremos discutir a falência dos cemitérios.

De qualquer forma, começam a aparecer as primeiras estimativas de número de pessoas imunes na sociedade e, por mais atrevidas que sejam, não passam de 5%. Ou seja cerca de 11 milhões de brasileiros estão imunes. O que fazer até a vacina chegar sem passar por um genocídio? Isolamento social até ocorrer queda consistente do número de casos e mortes por duas semanas e daí relaxa aos poucos e, se o número voltar a aumentar, deixar as regras mais duras de novo até chegar a vacina, pois não creio que vamos chegar à imunidade de rebanho.

Paralelamente a isso, fortalecer a capacidade de gestão dos leitos do SUS estaduais e municipais organizados em um fila única e incorporando leitos privados contratados e ou requisitados. Fortalecer e pôr para funcionar a atenção primária à saúde para atender os casos que estão no início por meio de estratégias inovadoras baseadas em telemedicina e na presença dos agentes comunitários de saúde adequadamente protegidos por EPIs e realizando testagem em larga escala.

Exige-se aprimoramento de nossos sistemas de acompanhamento epidemiológico. Muita difusão de informação sobre medidas de higiene, sobre o comportamento social – uso de máscaras e distanciamento – e principalmente, criar adequadas políticas de proteção social de pobres e marginalizados.” [Folha]

E a gente, Costinha?

__/\/\/\/\/\/\__

5. Toma-lá-dá-cá virtuoso

Que leitura deliciosa:

“Em julho de 2018, Carlos Jordy, em franca campanha para ser eleito deputado federal e querendo pegar carona no discurso antiestablishment do então candidato Jair Bolsonaro, escolheu um adversário para atacar no Congresso. “Olha o centrão buscando manter tudo como sempre foi. Interferência estatal para manter as pragas dos sindicatos que apenas servem para sugar impostos e levantar bandeira político-partidária. Esse é o [Geraldo] Alckmin e a aliança de centro.” A manifestação dizia respeito a negociações de Alckmin, na época presidenciável pelo PSDB, com líderes de partidos do chamado centrão para formalizar uma ampla aliança eleitoral. Menos de dois anos depois, na aproximação do presidente Jair Bolsonaro com o mesmo centrão, Jordy, hoje deputado federal do PSL eleito pelo Rio de Janeiro, teve uma mudança de paradigma. “Não vejo problemas na aproximação com o centrão”, afirmou. “Precisamos trabalhar com as peças do tabuleiro.” [Folha]

Entendeu? Esse virtuoso governo está se aliando por necessidade, vai ver Collor, Itamar, FHC, Lula, Dilma e Temer negociavam com essas figuras pelo prazer de ser extorquido.

“Jordy, por exemplo, defende que Bolsonaro rompeu com o presidencialismo de coalizão de outros governos. “Isso era feito no início do mandato pelo chefe do Executivo, que pegava partidos com maioria na Câmara e loteava estatais para que os partidos votassem com ele.” Para o parlamentar, o governo Bolsonaro adota critérios técnicos nas nomeações.”

Tão técnico que dois ministros da saúde foram demitidos em plena pandemia e no lugar entrou um general especialista em… logística.

“Jordy não é o único bolsonarista a sair em defesa da aproximação. O também deputado federal Filipe Barros (PSL-PR) diz que é preciso fazer algumas ressalvas ao tema. “Tem muito exagero e muita fake news envolvendo essa história”, afirma, em referência à notícia de que o Porto de Santos estaria envolvido nas negociações. À Folha o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva (SP), confirmou que houve oferta de cargos por apoio. “Me ofereceram o porto de Santos e eu não vou aceitar, não vou para o governo uma hora dessas”, afirmou. Barros também recorre à analogia de peças do tabuleiro para justificar a aproximação com o centrão. “As peças do tabuleiro quem coloca é a população. E o presidente tem que conversar com todas as peças desse tabuleiro”, diz. “‘Ah, o presidente está conversando com Arthur Lira’. Tá, mas ele foi eleito. Então da próxima vez as pessoas não o elejam. Se existe um carguinho aqui ou outro acolá na base do parlamentar, esse carguinho primeiro que não tem ingerência nenhuma sobre a vida política do ministério.Qual é o impedimento que um parlamentar tem em fazer uma indicação técnica? Nenhum.”

E o Bob Jeff, hein?!

“Na verdade, o presidente não está se aproximando exclusivamente do Roberto Jefferson, está abrindo diálogo com várias figuras de centro para tentar governar”, avalia o deputado Cabo Junior Amaral (PSL-MG), ilustrando a crise existencial do bolsonarismo-raiz. “Infelizmente, algumas dessas pessoas que eu desprezo, e aí não estou me referindo exclusivamente ao Roberto Jefferson, mas a algum deles que prefiro não nominar, o presidente precisa trazer para perto. Já o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ) conjectura que a aproximação com Jefferson é “totalmente investigativa” e busca descobrir o que o centrão está articulando contra Bolsonaro. “Você se aproximar para poder sugar todas as informações, sugar tudo o que as pessoas estão precisando saber, acho que é normal. A aproximação não é institucional nem profissional. O fato de estar levantando as questões, não sei se são ilações ou se são verdade, mas ele tem um know-how [conhecimento] muito extenso para poder falar. Acho que está se aproximando para poder entender o que está acontecendo”, afirma. Ainda assim, há dentro do grupo de bolsonaristas aqueles que não queiram minimamente se associar ao delator do mensalão. “Para mim não faz sentido algum [a aproximação de Bolsonaro com Jefferson]. Não aceito apoio nenhum do Roberto Jefferson. Para mim, apoio dele não me serve”, afirma o deputado federal Bibo Nunes (PSL-RS).​”

Enqaunto isso, no palácio:

“Ministros das áreas econômica, de infraestrutura, de energia e ciência pediram ao presidente Jair Bolsonaro nesta terça-feira (19) apoio do chamado centrão à agenda de privatizações e concessões de suas pastas. Ao longo do dia, Bolsonaro recebeu no Palácio do Planalto Paulo Guedes (Economia), Bento Albuquerque (Minas e Energia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Assessores do governo afirmam que Guedes articula amarrar a troca de cargos por apoio a Bolsonaro no Congresso ao engajamento dos novos aliados à agenda de desestatização. O esforço ainda seria uma forma de reduzir o impacto dos gastos futuros das negociações com o centrão. O ministro quer atrair votos de congressistas integrantes de partidos como PL, PP e Republicanos.” [Folha]

Eu AMO essa ingenuidade comovente do Guedes…

“Verbas que estavam bloqueadas no Orçamento foram liberadas para o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional). Essas obras já funcionariam como contrapartida pelo apoio neste momento. A venda de estatais enfrenta resistência tanto na ala militar do governo quanto no Congresso. A Eletrobras foi incluída no Plano Nacional de Desestatização há cerca de quatro anos e o processo está congelado até hoje. A estatal sempre foi um reduto de distribuição de cargos em todo o país. Nas conversas ocorridas no Planalto nesta terça, foram discutidos assuntos diversos relacionados às privatizações.”

Os caras tinham que estar se matando pra oxigenar a porra da economia pelos próximos dois anos e tão falando em… pivatizações! Vender na baixa é uma ótima idéia, seus gênios do caralho!

E se prepare pra um grande show de demência:

“Além de outros entraves de natureza técnica para a licitação do 5G, Pontes também discutiu com Guedes e Bolsonaro quais rumos tomar na privatização dos Correios que, a exemplo da Eletrobras, sempre ajudou politicamente na construção de base de apoio no Congresso por meio de cargos. O que se discute, ainda nos bastidores, seria a viabilidade de uma privatização parcial da estatal. Enquanto isso, cargos de comando poderiam ser destinados ao centrão.”

O Correios tem uma porrada de defeitos, mas querer privatizar a empresa é duma demência sem paralelo. Quem vai fazer entregas nos milhares de municípios deficitários? A iniciativa privada?! Papai Noel mandou lembranças. O que mais me deixa puto é que a resposta desses dementes liberais é privatizar a parte que dá lucro! A parte que dá lucro ajuda a financiar a atuação em municípios deficitários e os caras querem entregar o filé mignon no colo da iniciativa privada!

__/\/\/\/\/\/\__

6. Enem

Caralho, como é burro…

Isso, democracia direta só com quem tem internet e conta no twitter. E vai ver Abraham pediu ao Jack Dorsey que só pudesse votar quem fosse estudante que vai fazer o Enem desse ano.

PORQUE NEM TODO ESTUDANTE TEM INTERNET, SEU ARROMBADO DO CARALHO!

Esse demente também retuítou a enquete do… Terça Livre, viado!

O irmão do Abraham também retuítou o Terça Livre, que família lamentável:

Enquanto isso, na vida real…

“Para pressionar o governo Jair Bolsonaro e o MEC (Ministério da Educação), os senadores aprovaram um projeto de lei que determina o adiamento das provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em razão da pandemia do coronavírus. O texto, de autoria da senadora Daniella Ribeiro (PP-PB), recebeu nesta terça-feira (19) o aval de 75 senadores. O único voto contrário foi o de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).” [Folha]

Um só, viado! Um único voto contrário!

“Agora, a proposta será encaminhada à Câmara. Se houver alterações, o projeto volta ao Senado antes de ir à sanção do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O Senado aprovou o texto poucas horas depois de o ministro Abraham Weintraub (Educação) anunciar, em redes sociais, a realização de uma consulta pública para ouvir estudantes sobre um possível adiamento.”

E Alcolumbre mandou recado ao presidente:

“Durante a votação, o presidente do Senado foi instigado pela senadora Simone Tebet (MDB-MS) a reunir um consenso de todos os Poderes em torno de ações para o combate à pandemia do novo coronavírus. Alcolumbre afirmou que é preciso que Bolsonaro levante “a bandeira branca”. “É chegada a hora de uma reflexão profunda do governo federal. O governo federal precisa, na figura do presidente da República, fazer uma reflexão diante do momento que estamos vivendo. A gente precisa, concretamente, levantar uma bandeira branca”, disse Alcolumbre. Segundo ele, este não é o momento de se colocar interesses individuais acima dos coletivos. “Esses são gestos que podem, no futuro, ser reconhecidos como de grandeza, porque homens e mulheres públicos que têm autoridade e que exercem cargos importantes neste momento precisam ter a consciência de que, de fato, os nossos interesses individuais, os nossos interesses partidários, as nossas questões ideológicas, temos de deixar bem de lado, bem distante e pensar no interesse comum, que é o interesse do Brasil e dos brasileiros, que estão sofrendo, em especial hoje, com os mais de 1.170 homens, mulheres, brasileiros, de todas as regiões do Brasil, que perderam a sua vida.”

bozo

__/\/\/\/\/\/\__

7. Vai, STF!

“O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu mudar a estratégia na análise de decisões consideradas potencialmente sensíveis para o presidente Jair Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus. De última hora, menos de 24 horas antes da sessão desta quarta-feira, 20, foi incluído na pauta o julgamento da medida provisória do governo que criou um “salvo-conduto” a gestores públicos – o que inclui o próprio chefe do Executivo – por eventuais irregularidades em atos administrativos relacionados à covid-19, como contratações fraudulentas ou liberação de dinheiro público sem previsão legal. Em vez de decidir sozinho sobre o tema, o relator do caso, ministro Luís Roberto Barroso, optou por encaminhar diretamente ao plenário o pedido para suspender a vigência da medida. Dessa forma, a decisão na análise de seis ações – da Associação Brasileira de Imprensa e dos partidos Rede, Cidadania, PDT, PSOL e PC do B – não será apenas de Barroso, mas compartilhada pela maioria dos integrantes da Corte, privilegiando, assim, o espírito da colegialidade.” [Estadão]

“Ao optar por uma decisão colegiada no caso de hoje, o Supremo age para se blindar das críticas recebidas pelo excesso de decisões monocráticas (individuais) proferidas por cada gabinete. E também fica mais difícil para Bolsonaro não “engolir” um entendimento formado não por um, mas pela maioria dos ministros do STF. Segundo o Estadão apurou, o movimento foi acertado entre Barroso e o presidente do STF, ministro Dias Toffoli, que vem procurando sustentar um discurso conciliatório e de harmonia entre os Poderes com o chefe do Executivo. Dentro da Corte, a medida provisória editada pelo governo caiu mal – integrantes do Supremo defendem limitar os efeitos do texto, criando regras para esclarecer o seu alcance, ou até mesmo derrubá-lo por considerá-lo inconstitucional. No próprio governo, a equipe jurídica do presidente avalia que essa “pauta súbita não é um bom indicativo” para o resultado do julgamento.”

__/\/\/\/\/\/\__

8. Hora de concordar com o Guedes, viado!

Não sei se estou pronto para isso…

“O ministro Paulo Guedes (Economia) prevê que o Estado vai se tornar acionista de companhias aéreas por causa da crise provocada pelo coronavírus. Em sua visão, essa será a consequência do modelo de socorro público a ser dado ao setor. “É dinheiro público. Vamos botar um dinheiro lá, vamos comprar um pedaço da empresa. E lá na frente, quando a empresa estiver recuperada, vamos ver que ganhamos dinheiro para preservar as companhias aéreas”, disse em reunião com empresários nesta terça-feira (19).” [Folha]

E o que trava o apoio federal às companhias aéreas é que elas não aceitam diluição com a entrada do governo, não fode, porra!

“Nos bastidores, o governo prepara um consórcio de bancos a ser composto pelo BNDES e instituições privadas que daria recursos às empresas usando instrumentos conversíveis em ações. “Vamos resolver nesta semana o problema das aéreas, elas vão receber os recursos. Elas serão diluídas [por meio de] debêntures conversíveis”, completou.”

Nunca te critiquei seu lunático arrogante bronzeado do caralho!

“Os planos de Guedes para mitigar a crise também incluem o lançamento de um programa de desoneração total da mão de obra para incentivar a geração de empregos após o pico da pandemia do coronavírus. O lançamento do programa seria feito em 30 a 40 dias. “Na retomada vamos falar de encargos trabalhistas e possibilidade de contratar pessoas sem incidência de impostos sobre mão de obra. Sem recolher impostos. Isso é um negócio que estamos estudando, vamos fazer. Vamos ter que lançar isso agora”, disse.”

Vem aí mais uma reforma trabalhista, eu já perdi as contas.

“Embora não tenha deixado claro como a conta vai ser paga, o ministro nesse momento mencionou um imposto sobre transações (o que lembra sua ideia de emplacar a nova CPMF). “Varias associações comerciais diziam preferir imposto sobre transações do que imposto sobre mão de obra”, disse. Apesar disso, Guedes nega que queira a volta da CPMF e brinca que o último que falou nisso caiu (referência ao antigo secretário da Receita, Marcos Cintra). Pessoas presentes na reunião entenderam que o ministro defende a criação de um imposto sobre operações digitais, algo já mencionado pelo ministro. Ele rejeitou mais uma vez uma retomada por investimentos públicos, como membros do governo defendem. “O caminho é investimento privado. E é geração de emprego pelo setor privado”, afirmou. “Se eu tiver R$ 100 bilhões, em vez de gasto público, eu prefiro reduzir impostos”, disse.”

Como é limitado…

Mas vamos concordar de novo com o Guedes?! Ele simplesmente comparou o momento atual com o fim do governo Dilma – e não, não dá pra comparar o governo Bolsonaro com nenhum outro governo da história, mas é hilário ver Guedes fazendo essa comparação.

“O titular da equipe econômica criticou movimentos por aumento de salários no serviço público em meio à crise. Em sua visão, isso seria mal visto pela opinião pública e ampliaria a máquina pública. “Aí todo mundo começa a acreditar que estamos indo para aquele caminho do fim do governo Dilma, com muita briga política, inflação subindo, confusão”, disse.”

Que coisa…

“Apesar das medidas tomadas durante a crise, Guedes reafirmou o compromisso com a agenda liberal. “Estamos com bússola na mão e não vamos mudar a direção”, disse.”

Hoje tá puxado, é hora de concordar com a porra do Toffoli:

“O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, fez críticas ao ministro da Economia, Paulo Guedes, em reunião com líderes sindicais nesta terça-feira (19). Em tom duro, segundo participantes do encontro, ele disse que Guedes se ausenta na condução da crise provocada pela pandemia da Covid-19. Toffoli afirmou que o país está há dois meses sem respostas e cobrou responsabilidade do ministro, lembrando que a pasta assumida por ele é a fusão de três antigos ministérios (Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio Exterior, além de setores do Trabalho), conforme relatos colhidos pela Folha. O presidente do STF disse a certa altura na videoconferência, segundo interlocutores, que se pergunta “cadê o Paulo Guedes?” e ironizou que o Posto Ipiranga, alcunha dada ao auxiliar pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não está resolvendo os problemas.

A conversa com representantes de centrais sindicais foi restrita aos participantes e não pôde ser gravada. De acordo com um relato da reunião publicado pelo site do STF, Toffoli afirmou que o ministério “pode contribuir mais” e deve ser acionado pelas entidades dos trabalhadores para dialogar sobre as demandas. “Estamos há dois meses sem perspectiva, essa é a verdade”, disse ele, segundo o texto. “Falta coordenação, falta orientação, faltam medidas que nos deem tranquilidade. Estou convicto de que a sociedade, tendo os sindicatos como representantes dos trabalhadores, deve apresentar uma proposta.” A notícia na página do STF informou ainda que, para o magistrado, “a falta de coordenação no combate à Covid prejudica a retomada da economia”.” [Folha]

Ainda bem que o Meddo e Delírio NUNCA criticou o pulha do Toffoli, tá ok? Que homem!

“Segundo participantes, Toffoli emendou as críticas a Guedes após escutar reclamações da comitiva sobre o que foi chamado de desgoverno de Bolsonaro no encaminhamento da crise. Ele disse, então, que não se pode culpar exclusivamente o presidente da República. E, em tom enfático, cobrou atitudes de Guedes.”

Caralho, ele cirticou o Guedes só pra sair em defesa do Bolsonaro, esse aí não decpeciona nem quando tem razão.

__/\/\/\/\/\/\__

9. Flavinho Desmaio em looping

Se a sua quarentena tá ruim imagine a de Flavinho Desmaio:

“A pedido do senador Flávio Bolsonaro (RJ), hoje no Republicanos, o PSL nacional contratou em fevereiro de 2019 o escritório de advocacia de um ex-assessor que hoje tem o nome envolvido no suposto vazamento de informações da Polícia Federal em benefício da família do presidente da República. Foram 13 meses e meio de contrato, com custo aos cofres públicos de ao menos R$ 500 mil.” [Folha]

Que coincidência danada.

“As notas fiscais da prestação de contas do PSL nacional relativas a 2019 mostram que o escritório do advogado Victor Granado Alves (Granado Advogados Associados, do qual Victor é sócio) foi contratado com dinheiro do fundo partidário —a verba pública que abastece as legendas no país— para prestar serviços jurídicos ao diretório do Rio, comandado por Flávio, a partir de fevereiro do ano passado. O valor mensal pago foi de R$ 40 mil. Uma das sócias do escritório, Mariana Teixeira Frassetto Granado, figura como assessora parlamentar do gabinete de Flávio no Senado, com salário bruto de R$ 22.943,73. De acordo com o site da Transparência do Senado, ela foi contratada em março de 2019, o mês seguinte à contratação, pelo PSL, do Granado Advogados Associados. Victor, assessor de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, foi citado pelo empresário Paulo Marinho, em entrevista a Mônica Bergamo, colunista da Folha, como um dos assessores do senador que teriam recebido de um delegado da Polícia Federal a informação de uma operação envolvendo pessoas do gabinete de Flávio.”

E tem chocolate no meio, é claro:

“Victor também já foi advogado da franquia de chocolate de Flávio suspeita de ser usada para lavar dinheiro desviado no esquema de “rachadinha” operado por Queiroz. Como mostrou nesta segunda-feira (18) o Jornal Nacional, da TV Globo, o próprio advogado é proprietário de duas franquias da mesma rede de chocolate. As lojas são investigadas. A Folha analisou 30 processos envolvendo o senador desde 2007 e encontrou dois casos defendidos por Victor Granado Alves. Num dos processos, iniciado em 2016, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) acusou Flávio, então seu adversário à Prefeitura do Rio, de ter promovido debate eleitoral no Facebook “com claro intuito difamatório”. No processo, consta uma postagem na qual o senador divulgou uma pesquisa na qual 57% dos entrevistados concordaram com a frase “bandido bom é bandido morto”. Em seguida, Flávio Bolsonaro perguntou aos internautas: “Que tal começar por Marcelo Freixo?”

Que verme.

“O senador Flávio Bolsonaro contestou na noite desta terça título de reportagem da Folha, afirmando não ter repassado recursos públicos ao escritório de Victor. Ele disse que o dinheiro foi pago pelo diretório nacional do PSL, seu ex-partido. A contratação da banca pelo PSL nacional, no entanto, foi feita a pedido de Flávio, afirma o partido, informação não contestada pelo senador.”

“Em nota divulgada na madrugada desta quarta-feira (20), o vice-presidente do PSL, deputado federal Júnior Bozzella (SP), afirmou que o partido irá cobrar do senador Flávio Bolsonaro (ex-PSL, hoje no Republicanos-RJ) a devolução de cerca de R$ 500 mil de recursos públicos direcionados ao escritório de advocacia de um ex-assessor. De acordo com o PSL —partido pelo qual a família Bolsonaro foi eleita em 2018, mas com o qual rompeu no final de 2019—, houve desvio de finalidade na aplicação do dinheiro do fundo partidário, além de Flávio ter mentido nas explicações que deu, em redes sociais, na noite desta terça-feira (19). “O maior indício de desvio de finalidade é o Flávio ter falado que o advogado foi contratado para regularizar os diretórios municipais do RJ, e os diretórios municipais não terem sido regularizados no período de vigência do contrato. E também o fato do serviço não ter sido prestado para o PSL conforme contratado, porém o advogado atuou para o senador em outras ações, não para atender o PSL, como na loja de chocolate”, disse.” [Folha]

Como é pilantra o filho menos maluco do presidente.

__/\/\/\/\/\/\__

10. Era uma vez a fascistinha do Brasil

A Fascistinha caiu mas comecemos pelo noticiário anterior à saída dela:

“Em meio a processo de fritura, a atriz Regina Duarte recorreu a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) para tentar construir uma saída honrosa da Secretaria Especial da Cultura. Regina está trabalhando desde a semana passada num projeto para a produção de vídeos que têm como objetivo apresentar as atividades já executadas na pasta. Ela tomou posse em março. Além de Zambelli, de quem Regina é amiga, ela conta com o apoio do secretário de Assuntos Especiais da Presidência da República, contra-almirante Flávio Rocha.” [Folha]

Pra onde você olha tem milico, é inacreditável. E ser tutelado pela Zambelli é o mais triste dos finais de carreira.

“A deputada federal deverá indicar nomes para a Cultura, uma vez que as escolhas feitas por Regina foram derrubadas por ela mesma ou pelo presidente Jair Bolsonaro…. De acordo com um ex-aliado da atriz, Regina tem agido de maneira intempestiva e se isolado dos seus principais apoiadores. No fim de semana passado, deixaram a Secretaria Especial da Cultura o secretário-adjunto Pedro Horta e a assessora de imprensa Renata Giraldi, que foram demitidos. Segundo relatos feitos à reportagem os dois aliados se desentenderam após a entrevista de Regina à emissora CNN Brasil. Nela, a conversa foi interrompida, após o que a secretária chamou de chilique. Pessoas próximas à secretária dizem que Regina está construindo uma saída elegante do governo do presidente. Bolsonaro tem deixado claro que a secretária está em processo de fritura pública. A atriz foi aconselhada a passar por um processo de “media training”. Contudo, este treinamento será feito por um advogado criminalista, e não um profissional de comunicação.”

“Fique leve, vamos ser leves”, mas na vida real tá tendo media trainning com advogado criminalista!

“Essa saída foi desenhada com o auxílio de Zambellli e Rocha para que Regina esteja preparada a responder a questionamentos. Isso leva em conta argumentos jurídicos. De acordo com pessoas próximas à pasta, a Secretaria Especial da Cultura está vivenciando uma espécie de intervenção da deputada bolsonarista. Na visão da ala ideológica do governo, Regina não atendeu às expectativas de retirar nomes ligados à esquerda do setor cultural. Esse é um tema caro a Bolsonaro e aos olavistas. Com a tutela de Zambelli, a ideia é criar um ambiente de transição para que Regina saia do governo de forma pacífica. ​Para isso, a deputada aceitou o suporte de duas alas importantes do governo –a ideológica, representada pela secretária, e a militar, com Rocha. Regina chegou a fazer uma apresentação para Bolsonaro sobre seus planos para a cultura. Ela, no entanto, não convenceu o presidente sobre sua gestão. Na visão dele, a atriz, por não intensificar a guerra cultural e ideológica, não o satisfez.”

Bem, vamos à queda:

O traficante da Regina tá de parabéns, só droga de qualidade! Olha as caras e bocas desse mulher:

“Regina, toda semana tem um ou dois ministros que, segundo a mídia, estão sendo fritados. O objetivo é sempre desestabilizar a gente e tentar jogar o governo no chão. Não vão conseguir. Jamais eu ia fritar você.”

O presidente que fritou Bebianno, Santos Cruz e Moro?! Jamais fritaria a facistinha do Braisl, imagina. E ele fala que a Cinemateca fica ao lado do apartamento da Regina Duarte em São Paulo, eu juro, viado! Ela ganhou a CInemateca como prêmio de consolação porque é DO LADO DA CASA DELA, porra!

“Acabo de ganhar um presente, que é o sonho de qualquer pessoa de comunicação, de audiovisual, de cinema, de teatro: o convite para fazer Cinemateca, que é um braço da Cultura que funciona lá em São Paulo e é um museu de toda a filmografia brasileira. Ficar ali, secretariando o governo, dentro da Cultura, na Cinemateca. Pode ter um presente melhor que este? Obrigado, presidente.”

Quando acabar essa quarentena eu quero ficar tão louco quanto a Regina:

O final é inacreditável:

E Regina continua sem ter a menor idéia do mundo a sua volta:

“A Cinemateca Brasileira, sediada em São Paulo, que Regina Duarte passa a dirigir, foi considerada por ela “um presente” dado por Jair Bolsonaro. De fato, a Cinermateca é um colosso. Conta com um acervo de 250 mil rolos de filmes e cerca de 1 milhão de documentos sobre o audiovisual do país — mereceria de qualquer governo um tratamento à altura. Mas o “presente” é também um abacaxi: sem recursos, a instituição vive a maior crise de sua história, sem verbas para a manutenção do seu rico acervo. Sua gestão estava a cargo da Acerp, cujo contrato com o governo federal venceu há seis meses. Na Cinemateca, Regina terá que mostrar o que não conseguiu na Secretaria de Cultura de Bolsonaro: foco, capacidade de gestão, de conseguir verbas e de montar equipes.” [O Globo]

E ninguém da Cinemateca foi avisado:

“A direção e o corpo técnico da Cinemateca Brasileira, em São Paulo, foram surpreendidos pelo anúncio da futura nomeação da atriz Regina Duarte para dirigir a principal instituição de memória do cinema brasileiro. A reportagem apurou que funcionários da instituição e até mesmo o atual superintendente, Roberto Barbeiro, não sabiam da negociação. Até esta terça-feira (19), Barbeiro ainda mantinha o diálogo com a secretaria e com a equipe da atriz para encontrar uma saída para a falta de repasse de verbas para a Cinemateca neste ano, cujo orçamento anual beira os R$ 12 milhões. Os funcionários da instituição não foram informados sobre qual cargo será assumido por Regina. Nos bastidores, cogitam até a possibilidade da criação de um cargo novo para a atriz na Cinemateca.” [Folha]

Inacreditável, é tudo na base do improviso, feito nas coxas.

E mais uma vez o Congresso tem que ocupar o vazio deixado pelo mais inepto dos governos:

“Agora, artistas e gestores se apoiam em iniciativas do Congresso para buscar uma solução para o meio, fortemente afetado pela pandemia do novo coronavírus. Nesse contexto, a Folha publicou na terça (18) que artistas passaram a conversar com congressistas para levar adiante a aprovação do que vem sendo chamado de Lei Emergencial da Cultura. A proposta relatada pela deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) é a junção de quatro projetos que estavam no Congresso. A iniciativa vem sendo articulada por Jandira e um grupo de congressistas com a participação de artistas e de secretários estaduais e municipais de Cultura de todo o país. Entre as propostas estão auxílios para artistas, repasses de R$ 10 mil para centros culturais e modificações nos prazos de prestação de contas, pagamento de tributos, além da concessão de crédito a juro zero e com prazo de até três anos para pagamento. Há ainda um plano para a descentralização dos recursos, ou seja, repasse direto para as secretarias de Cultura de estados e municípios”

Não era esse governo que vivia falando em “Menos Brasília, Mais Brasil”?! Chupa que é de uva.

“O presidente Jair Bolsonaro levou o ator Mário Frias para um almoço com presidentes de Flamengo e Vasco na tarde desta terça-feira (19). Apoiador do presidente, Frias tem sido cotado como o substituto de Regina Duarte à frente da Secretaria Especial da Cultura do governo federal. O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente, também participou do encontro Duarte tem passado por um processo de fritura no governo. Desde o fim de abril, aliados do presidente têm feito ataques à condução da pasta por parte de atriz, com aval de Bolsonaro. Na manhã desta terça (19), Bolsonaro compartilhou em seu perfil numa rede social o vídeo de uma entrevista de Mário Frias, no qual ele se coloca à disposição de Bolsonaro “para o que ele precisar”. “Pro Jair, cara, o que ele precisar eu tô aqui. Eu torço demais pra Regina, eu sou fã dela, mas pelo Brasil eu tô aqui, o que for preciso. Respeito o Jair demais, vejo o Brasil com chance de finalmente ser respeitado”, disse o ator à CNN no começo de maio, sobre a possibilidade de assumir a Secretaria Especial da Cultura no lugar de Regina Duarte. Procurado, o ator confirmou sua presença no almoço, mas disse que não gostaria de fazer comentários.” [Folha]

Eu sou flamenguista e tenho um orgulho fodido de ter cancelado meu sócio torcedor no momento em que o clube, lá no começo de 2019, presenteou o escroto do deputado que rasgou a placa da Marielle.

__/\/\/\/\/\/\__

11. Virou Caracas

De tanto temerem uma Venezuela transformaram Brasília em Caracas:

Que baita e inapelável paralelo.

“O ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, nomeou mais quatro militares para ocupar cargos de confiança em sua pasta. Mesmo sem ser efetivado no cargo, Pazuello já levou outros 13 oficiais para postos no Ministério da Saúde.” [O Globo]

A chance de dar certo é nenhuma, imagine a alegria do pessoal especializado do ministério vendo os fardados tomarem a pasta de assalto.

E Bolsonaro já avisou que o general lá ficará por um bom tempo, pra desespero dos militares que entendem a loucura que é um militar da ativa no comando da Saúde em plena pandemia.

“Políticos do centrão próximos ao governo também vêm aconselhando Bolsonaro a manter Pazuello na pasta pelo período da pandemia. O argumento é que, por ser um militar, Pazuello seguiria as ordens impostas por Bolsonaro sem questionamentos, ao contrário de um médico, como foram os dois ministros anteriores.”

Do Merval – que fase, Brasil!

“Para corroborar a ideia de que os militares aderiram sem restrições à marcha da insensatez de Bolsonaro, o General de Exército Luiz Eduardo Ramos, que ocupa a chefia da Secretaria de Governo, participou da manifestação de domingo na rampa do Palácio do Planalto, e teve o braço levantado para a aglomeração pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, assumindo a condição de político, embora seja um general da ativa. Nada menos que 2897 militares integravam em março o governo Bolsonaro, dos três ramos das Forças Armadas, número que pode ter crescido exponencialmente, como o de infectados pela Covid-19, pois somente ontem o General Pazuello levou nove militares para trabalharem com ele no ministério da Saúde. A mesma militarização ocorre nos segundo e terceiro escalões dos demais ministérios, especialmente nos oito em que militares estão à frente. A presença de militares no governo encontra ainda um problema administrativo sério no que se refere ao salário. O limite para vencimentos dos servidores públicos é de R$ 39 mil, e o ministério da Defesa reivindica que o teto constitucional seja aplicado separadamente sobre os rendimentos daqueles que recebem, além do salário de carreira, uma gratificação pela função que exercem.” [Folha]

Tudo vagabundo, cadê o Guedes gritando para que os milicos “não assaltem o Brasil“? Ou só vale pra servidor público que hganha pouco?!

“Os militares sempre defenderam a tese de que não existem ministros militares, mas ministros que têm origem militar, assim como outros são engenheiros, advogados, ou mesmo políticos. Mas o fato de que, assim como o PT aparelhou o governo nos seus 15 anos com sindicalistas e políticos fisiológicos do centrão, Bolsonaro esta aparelhando o seu com o mesmo tipo de políticos e militares, e eles não podem mais se escusar de fazer parte de um governo populista de baixa qualidade técnica e moral.”

Sim, ele comparou os aparelhamentos, e eu acho hilário como o raciocínio deixa implícito que o aparelahamnto da máquina estatal começou em 2003, fascinante.

__/\/\/\/\/\/\__

12. Economia em tempos de pandemia

Do Martin Wolf:

“A pandemia foi comparada a uma guerra, embora contra uma doença, e não outros seres humanos. Assim como uma guerra, ela está reformulando economias e exigindo enormes aumentos dos gastos públicos e suporte monetário. Certamente ela demandará uma dívida pública muito maior e balanços dos bancos centrais. Isso quer dizer que a pergunta sobre se esse longo ciclo de dívida deve acabar em inflação tem de ser respondida na afirmativa? Não, mas é possível. Depois da Primeira Guerra Mundial, a Alemanha afastou sua dívida interna da guerra com a hiperinflação de 1923. Depois da Segunda Guerra Mundial, o Reino Unido surgiu com uma dívida fiscal de 250% do PIB. Uma inflação modesta ajudou a desgastar parte dela. E o que poderá acontecer agora? Precisamos começar pelas condições iniciais. Entramos nesta crise com altos níveis de dívida privada, baixas taxas de juros e uma inflação persistentemente baixa. No grupo dos sete países de maior renda, nenhum tem uma dívida próxima daquela do Reino Unido em 1945. Mas a dívida líquida do Japão antes da crise era de 154% do PIB e a da Itália, 121%.

O impacto econômico da Covid-19 é diferente do de uma grande guerra. As guerras reestruturam as economias e destroem o capital físico. O coronavírus encolheu as economias suprimindo ao mesmo tempo a oferta e a demanda que dependem de contato humano próximo. O impacto imediato, como afirma Olivier Blanchard, do Instituto Peterson para Economia Internacional, parece fortemente deflacionário: o desemprego disparou, os preços das commodities despencaram, muitos gastos desapareceram e as poupanças precaucionárias subiram muito. Os padrões de consumo mudaram tanto que os índices de inflação são insignificantes. Durante mais de uma década, os histéricos afirmaram que os balanços expandidos dos bancos centrais são precursores de hiperinflação. Os seguidores de Milton Friedman sabiam que isso estava errado: a expansão do dinheiro do banco central compensava a contração do dinheiro apoiado por crédito. As medidas gerais de oferta de dinheiro cresceram lentamente desde a crise de 2008.

Mas desta vez é realmente diferente. Nos últimos dois meses, a medida US M2, que inclui demanda, poupança e depósitos por períodos de tempo fixos, e a Divisia M4, um índice mais amplo que sopesa componentes por seu papel nas transações, ambas mostram grandes saltos em crescimento. Para um monetarista, como Tim Congdon, a combinação de produção restrita com rápido crescimento monetário anuncia um salto da inflação. Mas é possível que a pandemia tenha reduzido a velocidade da circulação: as pessoas podem segurar esse dinheiro, e não gastá-lo. Mas não se pode ter certeza. Eu não esqueço o aumento da inflação quase universalmente inesperado nos anos 1970. Pode acontecer de novo. E em longo prazo? Blanchard sugere que provavelmente teremos mais do mesmo: demanda estruturalmente fraca, baixa inflação e taxas de juros ultrabaixas –a situação do Japão há uma geração. A mudança da China para o crescimento mais lento e investimentos mais fracos acrescenta tons cinzentos a essa imagem. Blanchard sugere três motivos pelos quais a inflação poderá surpreender pelo lado bom: aumentos na proporção de dívida pública muito maiores que os 20 a 30 pontos percentuais esperados hoje; um grande salto nas taxas de juros necessário para manter as economias operando perto da produção potencial; e “dominação fiscal”, ou a subordinação do banco central às exigências do governo por finanças baratas.

O aumento na proporção das dívidas não pode ser descartado. Mas, na situação atual, os países que parecem mais expostos fiscalmente são o Japão e a Itália. O primeiro não consegue aumentar a inflação há anos. O último está, por enquanto, contido na zona do euro. Sobre as taxas de juros, Charles Goodhart, da London School of Economics, e o economista empresarial Manoj Pradhan afirmam que haverá enormes mudanças estruturais. O ambiente deflacionário criado pelo aumento das exportações chinesas e a globalização acabou. A pressão dos salários aumentará. Quando o surto de gastos alimentado pela bonança fiscal e monetária transbordar em inflação, será considerada temporária, ou apenas bem-vinda, enquanto o peso real da dívida é erodido. Entre os beneficiários dessa erosão do peso real da dívida estarão os governos, segundo os autores. Os políticos ficarão furiosos se os bancos centrais aumentarem as taxas de juros acima do crescimento nominal do PIB, e forçarem a contenção fiscal além do necessário para conter os enormes deficits fiscais criados (apropriadamente) pelos programas anticrise. A resistência popular à repetição dos cortes de gastos públicos que ocorreram depois da crise financeira será intensa. Como também será a resistência aos aumentos de impostos necessários para encolher os deficits fiscais enquanto o pleno emprego é restabelecido.

Então os governos provavelmente pedirão finanças baratas ao banco central, provavelmente reforçadas por outras formas de repressão financeira, incluindo controles de capital. Elas serão justificadas como uma expressão desejável de soberania nacional. Algo disso é inevitável? Certamente não. Os governos sensíveis devem financiar toda a sua dívida pelas taxas ultrabaixas de hoje, com as maturidades mais longas possíveis. Se e quando a economia se recuperar, eles também devem aumentar os impostos para os que podem pagá-los. As mudanças estruturais adversas imaginadas por Goodhart e Pradhan são possíveis. Mas uma maior erosão da posição da força de trabalho, conforme a automação se acelera, e a continuidade do excesso de poupança, enquanto os investimentos atingidos pela crise continuam fracos, parecem ainda mais prováveis. A independência do banco central poderá sobreviver. Muitos ainda o apoiam. Muitos países que não podem contrair empréstimos em suas próprias moedas certamente entrarão em moratória, com membros da zona do euro em um centro de reabilitação. Além disso, o futuro é incerto. Sim, a pandemia criou algumas características de uma economia de guerra. As probabilidades de inflação podem ter aumentado. Mas ainda são modestas. Proteja-se disso. Não aposte suas calças.” [Folha]

__/\/\/\/\/\/\__

13. Um Trump Muito Louco

Eu tô boquiaberto que Trump e os republicanos inventaram um tal de Obamagate em plena campanha eleitoral, e a Fox só fala disso, até agora eu não entendi quais são os crimes, Trump e seus porta-vozes são incapazes de responder perguntas nesse sentido. E ainda tem isso ó:

“President Donald Trump won’t be unveiling former President Barack Obama’s portrait at the White House, breaking a 40-year tradition, NBC News reported on Tuesday. Obama would also not be interested in attending such an event, according to the report, which cited people familiar with the matter. The White House and a representative for Obama did not immediately respond to requests for comment from Insider. For decades, first-term presidents have held ceremonies in the East Room to unveil the portraits of their immediate predecessors. Obama did so for former President George W. Bush in 2012, for example. “George, you went out of your way to make sure that the transition to a new administration was as seamless as possible,” Obama said at the time. Trump and Obama have perhaps the most contentious relationship of any current and former presidents in modern US history. In recent days, Trump has made baseless allegations that Obama committed an unspecified crime. Before his transition from reality TV to politics, Trump spent years perpetuating a racist conspiracy theory regarding Obama’s place of birth. Despite their rocky past, Obama wrote Trump an Inauguration Day letter in 2017 and left it in the desk drawer in the Oval Office; Trump said it was “beautiful.” But that detente did not last long. Trump has frequently blamed Obama for various issues he’s faced as president, including for issues with COVID-19 testing.” [Business Insider]

__/\/\/\/\/\/\__

>>>> Os bolsonaristas fizeram a festa hoje com essa espantosa fala do Lula: “Eu, quando eu vejo os discursos dessas pessoas falando… Quando eu vejo essas pessoas acharem que tem que vender tudo que é público e que tudo que é público não presta nada… Ainda bem que a natureza, contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus. Porque esse monstro está permitindo que os cegos enxerguem, que os cegos comecem a enxergar, que apenas o estado é capaz de dar solução a determinadas crises” [O Globo]

>>>> Sobre a fala do Lula eu, mais uma vez, acompanho a relatoria do Franciel Cruz:  “Não é a primeira nem será a última vez que Lula fala merda. Ele é useiro e vezeiro. E esta sua declaração sobre o coronga e o estado é infame. E não só pode como deve ser criticada, com veemência. Agora, usar isso pra fazer equivalência entre ele e o genocida é apenas má-fé de gente desonesta, pra ficarmos nos bons modos. Segue o baile.” [Facebook]

>>>> Lula se desculpou: “Eu, na verdade, se tivesse falando infelizmente em vez de ainda bem… Tentei usar uma palavra para explicar, que no menosprezado SUS, é no auge da crise que a gente começa a descobrir a importância da instituição. Eu sei uma frase totalmente infeliz que não cabia. Eu sou ser humano movido a coração, eu sei o sofrimento que causa a pandemia, não poder enterrar seus parentes, eu não saio de casa do dia 12 até agora. Nasceu netinha minha eu não fui ver. Acredito piamente que enquanto não tiver remédio a melhor solução para não pegar a doença é ficar em casa. Se algumas pessoas ficaram ofendidas eu peço desculpas porque a frase não cabia naquilo que eu queria falar. Eu queria dizer que o Estado – e somente o Estado – é capaz de resolver questões que o mercado não vai resolver. 63% de todos os leitos do SUS foram construídos no meu governo e da Dilma [Rousseff]. Peço desculpa pela expressão ainda bem, mas também não posso aceitar que a partir daí digam que eu tava comemorando a pandemia”, defendeu-se. “Eu quero aproveitar e ser solidário a todas as pessoas que têm parentes que morreram. Espero que depois dessa desgraça toda e a gente possa ressurgir com um pouco mais de humanismo” [UOL]

>>>> Mas essa fala do Lula é na mosca: “ Imagina quando Roosevelt teve que agir na guerra. Você acha que ele estava preocupado com orçamento? Não! Ele tinha que fazer armas para vencer a guerra. Na guerra contra o coronavírus, eles não cumprem sequer a promessa de dar R$ 600 reais para as pessoas ficarem em casa e se protegerem” [O Globo]

>>>> Mais um sapo para Moro degustar: “A Rede Nos EUA pela Democracia no Brasil, grupo de acadêmicos que trabalham em universidades de renome nos Estados Unidos, publicou carta pedindo que supostos crimes cometidos por Sergio Moro não sejam esquecidos após sua saída do Ministério da Justiça. Eles lembram das orientações do então juiz Moro a procuradores da Lava Jato por aplicativos de mensagem, por exemplo, e dizem que enquanto chefiou a pasta da Justiça “nunca demonstrou nenhum desacordo com a agenda da extrema-direita de Bolsonaro”, ainda que agora busque, segundo eles, “se apresentar como guardião do estado de direito e da democracia no Brasil”. A carta, intitulada “Ninguém está acima da lei, nem mesmo Sergio Moro”, é assinada por figuras como James Green (Brown) e Sidney Chalhoub (Harvard).” [Folha]

moro

>>>> Eleições em dezembro: “Líderes do centrão costuram para que as novas datas da eleição municipal deste ano sejam adiadas para 6 de dezembro (1º turno) e 20 de dezembro (2º turno). “Acho que o momento da definição sobre necessidade ou não de adiamento será meados de junho”, afirmou o ministro Luís Roberto Barroso, futuro presidente do TSE. “Se vier a ser inevitável o adiamento, talvez seja melhor ter uma janela de tempo em que o TSE, em consulta com os presidentes do Senado e da Câmara, marcasse a data. Mas tudo depende de uma deliberação política do Congresso”, disse Barroso.” [Folha]

>>>> Hang, o escroto: “A rede de lojas Havan, conhecida por vender itens de utilidade para o lar, passou a incluir alimentos como arroz, feijão, macarrão e óleo em suas prateleiras e briga na Justiça para ser considerada atividade essencial durante a pandemia do novo coronavírus. A nova linha de produtos é adotada no momento em que o presidente Jair Bolsonaro conclama empresários a “jogar pesado” contra as medidas de restrição decretadas por prefeitos e governadores. A rede Havan pertence ao empresário Luciano Hang, aliado do presidente. Além da inclusão de alimentos da cesta básica em seu portfólio, a estratégia da empresa para se manter operando, enquanto estados e municípios decretam distanciamento, inclui ações judiciais e protestos de funcionários nas portas de prefeituras. A Folha apurou com funcionários da Havan que alimentos como arroz e feijão passaram a figurar nas prateleiras da loja há cerca de duas semanas, já em meio à pandemia e à determinação do fechamento de serviços não essenciais. O estoque disponível nas lojas, contudo, é sempre baixo. Na unidade de Ribeirão Preto, ao lado do setor de produtos de acampamento, havia nas prateleiras, nesta segunda-feira (18), 20 pacotes de feijão, 18 de arroz, 12 garrafas de óleo, 21 de milho verde, 17 de ervilha, 12 de molho de tomate e cinco de salsicha. Na gôndola ao lado, itens como detergente e papel higiênico estavam à disposição dos clientes, mas, no período em que a reportagem esteve na loja, nenhum consumidor sequer parou para olhar os produtos que ali estavam. Estes produtos também não estão disponíveis para venda no site da Havan. Os únicos alimentos vendidos na loja virtual são chocolates e cápsulas de café. A pressão pela reabertura de lojas da Havan tem sido acompanhada de protestos de funcionários. Mobilizações foram registradas, na última semana, em diferentes cidades do país, como Petrolina (PE), Vitória da Conquista (BA), Marília, Botucatu e Franca (SP). Mesmo em cidades que distam milhares de quilômetros uma da outra, o padrão da manifestação é sempre o mesmo: os funcionários vestem as mesmas camisas, com a mesmas mensagens, e entoam até os mesmos gritos de guerra.” [Folha]

>>>> Como discutir com uma argumentação demencial desse naipe?! E é surreal como conservadores falam abertamente em desobediência civil;

>>>> Resposta palestina: “O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, anunciou nesta terça-feira (19), o fim dos acordos do governo palestino com Israel e com os EUA. “[O governo palestino] está liberado, a partir de hoje, de todos os acordos e entendimentos com o governo americano e israelense, e de todas as obrigações baseadas nestes acordos, incluindo os relacionados à segurança”, disse Abbas, em reunião com outros líderes palestinos em Ramallah, capital administrativa da ANP. A declaração de Abbas vem após um novo governo ter tomado posse em Israel no último domingo (17). Uma coalizão entre o primeiro-ministro, Binyamin Netanyahu, e Benny Gantz, membro do partido centrista Azul e Branco, assumiu o parlamento do país, marcando o fim de 500 dias de impasse político. A anexação do vale do Rio Jordão e de assentamentos espalhados pela Cisjordânia é uma das promessas de campanha de Netanyahu. O novo governo planeja começar a debater em julho a extensão de sua soberania sobre essas áreas, medida que é apoiada pelos EUA. Na semana passada, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, visitou Israel e disse que a anexação deveria ser feita de acordo com o plano de paz para a região elaborado por Washington. Mas Mahmoud Abbas afirma que a medida arruinaria qualquer possibilidade de paz entre Israel e Palestina, impossibilitando a criação de dois Estados na região. Abbas já havia ameaçado colocar fim nos acordos entre os três países. Na semana passada, o presidente afirmou que qualquer anexação culminaria no rompimento dos acordos. Mahmoud Abbas não deu detalhes sobre o significado prático da declaração desta terça.” [Folha] E ainda ousam chamar de plano de paz.

Dia 504 | O silêncio que precede a gravação | 19/05/20

https://spoti.fi/2XkzMxF

O texto é de Pedro Daltro e a edição é de Cristiano Botafogo. Os episódios você ouve lá na Central3: [Central3]

__/\/\/\/\/\/\__

1. Vai dar merda

Imagine uma família escrota, das mais vis que esse país já viu:

“O jurista Ives Gandra Martins, 85, acredita que as ações de ministros do STF fora da zona de competência do tribunal, segundo sua interpretação, têm gerado instabilidade que pode desembocar em uma intervenção pontual das Forças Armadas para resolver a disputa entre os Poderes.” [Folha]

Exército brasileiro que louva Ulstrta e Curió como mediador, se Deus existisse tinha fulminado esse arrombado.

“Segundo ele, esse mecanismo está previsto no artigo 142 da Constituição. “Pela Constituição, se houver conflito entre os Poderes e um deles recorrer às Forças Armadas, quem repõe a lei e a ordem são elas”, diz Gandra ao Painel. Ele define essa capacidade de ação das Forças Armadas como um “poder moderador” colocado pela Constituinte.Ele também diz que funciona como uma “force de frappe”, tal como definido no francês: uma força de dissuasão, para que os Poderes se resolvam para que as Forças Armadas não precisem fazê-lo.”

calaboca

Que interpretação free-style do caralho!

“Essa interferência, ressalta, é pontual e destinada a resolver um impasse entre Poderes, e não se trata de uma ruptura institucional, mas de uma “reposição da ordem”. “

Tal qual 64, né?

“Ele diz que o caráter dessa ação localizada não está detalhado na Constituição e, portanto, não se sabe exatamente como funcionaria na prática.”

Não tá na lei, é?!

Que porra é essa?! Como é que ele pode falar uma porra dessa?! O que se passa nessa cabeça?! E o miserável é um.. jurista!

“Nas redes sociais, apoiadores de Jair Bolsonaro têm compartilhado trecho de vídeo em que Gandra apresenta o argumento e têm pedido um golpe militar com base nele. Gandra diz que não consegue controlar as extrapolações que fazem de seu argumento, mas que as suas falas são justamente para alertar os envolvidos e evitar que o choque entre Poderes chegue a esse ponto extremo.”

Aham, a família Gandra JAMAIS faria isso, todos sabemos.

“Gandra critica as decisões do ministro Alexandre de Moraes de barrar a nomeação de Alexandre Ramagem para a direção-geral da Polícia Federal e do ministro Luís Roberto Barroso de proibir a extradição de diplomatas venezuelanos durante a pandemia. Ele vê como invasões às competências do Executivo. “O Supremo tem que ser um guardião da Constituição. Não pode ser legislativo positivo, não pode entrar nas competências de outros Poderes”. “Cada vez que vez que um Poder faz isso ele coloca em risco a democracia”, completa.”

Você acha que o Ives reclamou quando Lula foi impedido de se tornar ministro?! Pois é,

É a mesma intepretação elástica do artigo 142 enunciada pelo Villas-Bôas, que meteu a palavra “caos” no meio, vai ver tirou a palavra da bunda e enfiou na constituição.

Encerro com essa música profética:

Senta daí que eu espero daqui o ministro da Defesa esculachar essa interpretação exótica do artigo 142.

__/\/\/\/\/\/\__

2. “Mamadeira com Nescau

Da Thaís Oyama:

“Uma semana depois de os Bolsonaro receberem o recado de um delegado da Polícia Federal de que o nome de Fabrício Queiroz iria surgir no escândalo da “rachadinha”, o assessor de Flávio Bolsonaro e amigo de mais de trinta anos de Jair Bolsonaro foi exonerado de suas funções no gabinete de Flávio, então deputado estadual no Rio.” [UOL]

Mas vai ver não tinha nada a ver com o vazamento, tá ok?! Foi, digamos assim,uma feliz coincidência.

“Mas não foi deixado ao léu. O aviso do delegado amigo chegou aos Bolsonaro uma semana depois do primeiro turno, em 7 de outubro de 2018. Dois meses depois, quando o jornal O Estado de S. Paulo trouxe o caso à luz, Jair Bolsonaro pediu a Gustavo Bebianno, então seu homem de confiança e futuro ministro, que cuidasse do problema. O empresário Paulo Marinho, melhor amigo de Bebianno e suplente de Flávio no Senado, marcou então uma reunião entre o filho mais velho do presidente eleito e os advogados Antonio Pitombo e Christiano Fragoso, dos escritórios Moraes Pitombo e Fragoso Advogados. A reunião aconteceu no dia 13 de dezembro. A ideia era montar uma estratégia para circunscrever o escândalo ao nome de Queiroz. Por via das dúvidas, Fragoso reservou um defensor para cuidar de Flávio e Pitombo nomeou outro para, caso fosse preciso, tratar de Jair Bolsonaro. Já Queiroz, o pivô do problema, não poderia aparecer em público acompanhado de representantes de dois dos escritórios mais renomados e caros do Brasil.”

Mas pagou em dinheiro vivo operação em hospital de bacana em São Paulo.

“Assim, ficou combinado que Christiano Fragoso iria orientar a defesa de Queiroz, mas indicaria um profissional menos conhecido para aparecer ao lado do assessor de Flávio Bolsonaro. Ralph Hage Vianna foi o escolhido. Queiroz, inicialmente, estava assustado. Para acalmá-lo, o entorno de Bolsonaro passou a dar-lhe “colo, carinho e tratamento à base de mamadeira com Nescau”, nas palavras de um dos advogados envolvidos na operação. Este advogado disse não saber se o trato com Queiroz envolveu dinheiro. Até onde foi informado, a “mamadeira” incluía unicamente promessas de “não abandono” e de assistência jurídica. Assim, logo depois da reunião entre Flávio e os advogados Pitombo e Fragoso, o advogado Victor Alves, amigo de Flávio e até hoje funcionário de seu gabinete, levou Queiroz para conhecer Ralph Hage Vianna no suntuoso escritório Fragoso, no centro do Rio. A ideia era impressionar o assessor e mostrar que ele estaria “bem cuidado”. Deu certo. Queiroz saiu de lá dizendo que o escritório era um “espetáculo”, lembra Paulo Marinho. “Rapaz, é mármore por todo canto!”, comentou. Combinou-se que Queiroz compareceria ao interrogatório marcado pelo Ministério Público para o dia 19 de dezembro. Lá, a única coisa que ele diria seria que tudo o que ocorreu era de inteira responsabilidade sua e que nenhum Bolsonaro tinha qualquer coisa a ver com o que estavam chamando de “rachadinha”. No dia 17 de dezembro, no entanto, dois dias antes da data do depoimento, Jair Bolsonaro, convencido pelo advogado Frederick Wasseff, mandou abortar a operação. Queiroz não deveria mais comparecer ao interrogatório. “Vamos resolver de outra maneira”, disse o presidente eleito.”

Bolsonaro recuou e envolveu o Marinho de bobeira, toma, trouxa!

“Desde então, o caso saiu da Justiça do Rio e subiu para o STF. Advogados de Flávio continuam até hoje tentando suspender a investigação e Queiroz desapareceu da face da terra. Se continua à base de mamadeira com Nescau, não se sabe.”

Pagou operação em dinheiro vivo em hospital de bacana, se mudou com a famiglia pra São Paulo, tem muito dinheiro aí no meio e não é pouco não.

E o Ramagen tá puto com a notícia do vazamento, folgo em saber:

“Em conversas com delegados nesta segunda (18), Alexandre Ramagem, diretor da Abin, se mostrou irritado em ver seu nome ligado ao caso do vazamento da operação Furna da Onça à família Bolsonaro e afirmou não ter relação com o evento. Internamente, policiais federais do Rio descartam a participação dele no episódio, por questão cronológica. Ramagem trabalhava em Brasília em 2018. Ele só começou a atuar na segurança do presidente no dia seguinte ao segundo turno das eleições.” [Folha]

Ora, ele foi o responsável pelas investigações que levaram à operação, e o aviso não precisaria necessariamente ser dado por alguém que conhecia a família, bastava ser fã do mito. E convenhamos que sua escalada de guarda-costas presidencial para chefia da ABIN é um tantinho suspeita, né?

“Demonstrando irritação nas ligações a colegas, Ramagem reafirmou que não conhecia o presidente e família até virar chefe de sua segurança, no dia 29 de outubro de 2018.”

“Segundo o relato que tem feito, ele estava no Rio para votar e teve de ir a um shopping comprar um terno para se apresentar na casa do já presidente eleito, após um desentendimento de Bolsonaro com a equipe da PF.”

O que o cu tem a ver com as calças?!

“Um levantamento informal feito por integrantes da PF chegou a três suspeitos pelo vazamento. A informação publicada no UOL pela jornalista Thaís Oyama, de que o policial era conhecido por um apelido, embasou os cruzamentos de dados. A partir disso, o filtro levou a três nomes. A avaliação é a de que será difícil chegar à autoria do suposto vazamento.”

Ué, quebra sigilo telefônico dos envolvidos, pega as câmeras do entorno da PF no Rio e vê quem estava no encontro. Pede pra Abin investigar… não, melhor deixar pra lá. O Merval escreveu o óbvio:

“O suplente de Flávio no Senado e candidato a Prefeito do Rio Paulo Marinho, que foi um dos principais apoiadores de Bolsonaro na campanha presidencial, deu detalhes e nomes do enredo, e diz ter como provar toda a sequência da trama, como passagens de avião, reserva de uma sala no hotel Emiliano em São Paulo, e talvez até conversas de WhatsApp. A investigação do Ministério Público não é difícil com essas indicações. O hotel deve ter em vídeo a entrada dos participantes da reunião em que a estratégia para salvar Flavio foi traçada, e é simples confirmar se no dia indicado o chefe de gabinete de Flavio, e ele próprio, estavam em São Paulo, onde teriam se encontrado com advogados.” [O Globo]

E haja desmaio, Brasil!

“Os partidos PT, PSOL e Rede Sustentabilidade ingressaram na noite desta segunda-feira (18) com uma representação por quebra de decoro parlamentar contra o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Conselho de Ética do Senado. As legendas pedem a cassação do mandato do senador.” [Folha]

E Aras quer ouvir Bolsonaro – não que isso queira dizer muita coisa, seria por demais absurdo arquivar sem nem ouvir o presidente:

“O procurador-geral da República, Augusto Aras, vai questionar o presidente da República, Jair Bolsonaro, a respeito da troca na segurança pessoal feita 28 dias antes da reunião ministerial do dia 22 de abril. Segundo o blogapurou, ao final do inquérito, a PGR quer ouvir o presidente Bolsonaro- entre as perguntas, questionará a respeito das trocas. Nas palavras de um procurador, “tudo que for do escopo do inquérito Moro x Bolsonaro será analisado”. Nos bastidores, Aras tem demonstrado preocupação com a ampliação da investigação que está no STF. Na avaliação do PGR, o inquérito- que deveria durar 60 dias- “não acaba antes de 2022”. Aras prepara novas diligências para as próximas semanas- Bolsonaro será o último a ser ouvido. Antes disso, o PGR avalia se pede novo depoimento de Sergio Moro. Nos bastidores, o PGR diz a assessores que, após o depoimento de Mauricio Valeixo, o ex-ministro da Justiça “partiu para o ataque contra o presidente”, citando postagens do ex-ministro no Twitter como exemplo. Por isso, segundo o blog apurou, Moro pode ser chamado novamente a depor. Aras também vai avaliar outros depoimentos do caso Marinho, como o do advogado Vitor Alves, que trabalhou com Flavio Bolsonaro, foi alvo da operação em 2018 e foi um dos suspeitos de ouvir a respeito do vazamento da operação da PF em 2018.” [G1]

Por falar em PF…

“A Polícia Federal se mobiliza nos bastidores para que seja aprovada a medida provisória que reestruturou carreiras e que, na prática, aumenta salários dos que ocupam cargos de chefia. Há temor de que parlamentares do centrão, alguns alvos de inquéritos, aproveitem o momento de fragilidade para retaliar a corporação. A MP expira em 1º de junho”

Como é que o Guedes falou mesmo? “Por favor, não assaltem o Brasil“. Essa frase é absurda pois versa sobre professores, pessoal da saúde e por aí vai. Mas pra PF?! Que ganha muitíssimo bem, obrigado em plena pandemia?! Não fode, porra!

‘A avaliação de parte do governo e de aliados é que a MP teria que ser votada antes do eventual veto presidencial ao reajuste de servidores.”

É por isso que Bolsonaro não veta, ele quer antes dar aumento aos policiais, sabe como é, quer manter sua base excitada, digamos assim.

__/\/\/\/\/\/\__

3. R$ 600

Vem aí mais um recuo…

“Os caminhoneiros se aborreceram com Jair Bolsonaro por vetar o auxílio emergencial para a categoria, aliada do presidente. Em nota, a Abrava (associação de caminhoneiros) diz que vê a decisão com preocupação e solicita realocação da verba de R$ 18 milhões do programa Roda Bem Caminhoneiro. “Entendemos que o momento econômico é delicado, e, que infelizmente existe a possibilidade de que nem todos que necessitam recebam o auxílio emergencial. Desta maneira, a Abrava entende que a categoria dos caminhoneiros merece atenção especial e um plano que garanta a continuidade do abastecimento das famílias brasileiras e dos hospitais de todo o país”, diz a nota. A Abrava enviou ofícios aos ministros Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Tarcísio Gomes (Infraestrutura) com o pleito de que destinassem os R$ 18 milhões, que deveriam ser aplicados em ações para incentivar a formação de cooperativas de caminhoneiros, para a compra de kits de testes de coronavírus para caminhoneiros e o pagamento de auxílio emergencial para caminhoneiros contaminados e pertencentes ao grupo de risco.” [Folha]

A demência é ampla, geral e irrestrita

“O Ministério da Economia do governo Jair Bolsonaro comemorou a assinatura de contrato com a Amazon para que o dispositivo de voz baseado em nuvem Alexa forneça informações sobre a pandemia do novo coronavírus e sobre o auxílio emergencial de R$ 600.” [Folha]

“Mas o aparelho mais barato no site da Amazon a contar com Alexa, o Echo Dot, um “smart speaker” que toca músicas e interage com casas inteligentes, custa R$ 250 (preço promocional). Outros, como o Echo Show 8, chegam a R$ 900.”

Esse governo é uma feroz competição pra ver quem consegue ser mais imbecil.

E enquanto os imbecis fingem que não é com eles…

“A pandemia de coronavírus derrubou o principal pilar de sustentação da economia brasileira, o consumo das famílias, que registrou queda inédita em março, segundo dados do Monitor do PIB, indicador do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas) divulgado nesta segunda-feira (18). A economia teve retração no patamar inédito de 5,3% no primeiro mês de isolamento social do país, em comparação a fevereiro, com queda de 6,5% no consumo das famílias brasileiras. Responsável por cerca de dois terços do PIB (Produto Interno Bruto), o consumo vinha crescendo 2% ao ano e sustentando a fraca recuperação da economia desde o final de recessão de 2014-2016. Nos três últimos anos, o país cresceu pouco mais de 1%. Os dados do Monitor do PIB também contrariam o discurso do Ministério da Economia de que o PIB brasileiro estava decolando quando o mundo foi atingido por um “meteoro”, em uma referência à pandemia de coronavírus. Segundo a FGV, a economia já vinha com resultados fracos em janeiro (+0,6%) e em fevereiro (+0,2%). Com isso, no primeiro trimestre do ano, o indicador teve queda de 1%, pior resultado desde o terceiro trimestre de 2015, auge da recessão mais recente no país.” [Folha]

Da Míriam leitão:

“O pior que pode acontecer no meio de uma crise é a politização do Ministério da Economia. E é o que está acontecendo na gestão de Paulo Guedes. Quando o ministro dispara sua retórica cheia de ofensas aos supostos adversários do presidente, ele está sendo parte do problema e não da solução. A demora na sanção do projeto de socorro aos estados decorre do fato de que o programa passou a ser parte do arsenal na briga contra o isolamento social. Não faz sentido usar isso na queda de braço com os governadores. As suas frases de imagens fortes e sempre com sujeito indeterminado são feitas sob medida para fortalecer o presidente Jair Bolsonaro na guerra perigosa que ele trava com os estados. “Vamos nos aproveitar de um momento de gravidade, uma crise na saúde, e vamos subir em cadáveres para fazer palanque? Vamos subir em cadáveres para arrancar recursos do governo? ”, disparou ele na sexta-feira, no balanço dos 500 dias de governo.” [O Globo]

Que filho da puta do caralho! O chefe dele previu menos de 800 mortes por Covid, estamos em quase 17 mil e o arrombado grisalho e bronzeado vem meter essa.

“Ele ajudaria se dissesse de quem está falando. Quem está transformando tudo em palanque, desde o início? Se ele olhasse para o presidente Jair Bolsonaro, acertaria a resposta. O dinheiro não é do governo federal, é dos contribuintes. A dívida, se for contraída, será em nome dos brasileiros. Este é o momento em que necessariamente teria que haver uma solidariedade entre a União e os entes federados que estão na frente de combate contra a pandemia. O Ministério da Economia nestes momentos de crise precisa ser um ponto de equilíbrio comprometido principalmente com seus princípios e pontos inegociáveis.”

Enquanto isso, nos EUA – o texto é do Paul Krugman:

”Pois os Estados Unidos são perfeitamente capazes de proteger contra dificuldades econômicas severas os trabalhadores que perderam o emprego. Como disse Jerome Powell, o chairman do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, em uma entrevista televisada domingo, podemos e devemos adotar políticas que “mantenham os trabalhadores em suas casas, permitam que continuem pagando suas contas e mantenham suas famílias solventes”. E o que realmente surpreende é que já estamos fazendo boa parte disso. A Lei CARES, o pacote de US$ 2 trilhões em assistência contra a pandemia aprovado no final de março, expandiu substancialmente a elegibilidade para o auxílio-desemprego e a generosidade desse auxílio. E os benefícios expandidos, a despeito de alguns tropeços iniciais, estão cada vez mais fazendo o que necessita ser feito. É verdade que quando as solicitações de auxílio-desemprego começaram a disparar, em março, os escritórios que distribuem os benefícios –administrados pelos governos estaduais– ficaram sobrecarregados, o que levou muitos americanos que tinham direito a benefícios a não conseguir atendimento. E muitas famílias ainda não estão recebendo a assistência a que teriam direito. Mesmo assim, um estudo da Brookings Institution indica que em abril o auxílio-desemprego cobriu cerca de metade dos salários perdidos por conta do confinamento –uma estimativa que confirma meus cálculos caseiros. E esse “índice de substituição” deve quase certamente ter crescido de forma substancial nas últimas semanas. Os escritórios que administram o auxílio-desemprego estão gradualmente eliminando os atrasos acumulados no atendimento dos pedidos, e com isso o auxílio vem chegando a um número cada vez maior de trabalhadores desempregados. Ao mesmo tempo, as provas disponíveis indicam que os mercados de trabalho mais ou menos se estabilizaram, ao menos por enquanto, há cerca de um mês. Por isso é uma aposta segura que, a esta altura, a maior parte, se bem que não toda, a perda de salários causada pelo distanciamento social esteja sendo compensada pela assistência governamental ampliada.” [Folha]

Num governo republicano, viado! Opa, peraí…

“E o crédito por isso cabe aos democratas, que insistiram em que essa assistência fosse parte do pacote.”

Enquanto isso, no Brasil do Guedes, esses dementes colocaram na mesa um auxílio de… DUZENTOS REAIS, caralho! E se recusam a oxigenar a economia com garantia de empréstimos. O mais espantoso é que eles não fazem isso de forma deliberada, eles realmente tão paralisados, sem ter a menor idéia do que fazer. Eles são tão burros quanto vis.

“Suspeito que o sucesso do auxílio-desemprego ajude a explicar um aspecto chave da situação política com relação à reabertura –ou seja, que o clamor pelo fim das restrições não está vindo dos trabalhadores. As perdas de empregos se concentraram entre os trabalhadores de remuneração mais baixa, mas pesquisas de opinião pública indicam que a demanda por abertura rápida vem principalmente dos republicanos de alta renda. Ou seja, fizemos um trabalho bem melhor do que a maioria das pessoas percebe em proteger os trabalhadores americanos contra dificuldades no período de confinamento. É claro que não foi um completo sucesso, e as primeiras semanas foram bem complicadas. Mas o fato é que o sofrimento foi bem menor do que se poderia esperar diante de um índice de desemprego real de provavelmente cerca de 20%.

Mas o auxílio-desemprego expandido que está apresentando resultados tão bons deve expirar em 31 de julho. Isso deveria causar medo. Suponha que os epidemiologistas estejam certos, afinal, e que uma reabertura prematura leve a uma segunda onda de infecções. O que precisaremos nesse caso será de um segundo período de confinamento. Mas todas as indicações são de que os republicanos se opõem a prorrogar o auxílio. O que eles querem, em lugar disso, são leis que isentem as empresas de responsabilidade legal caso seus empregados adoeçam. Ou seja, querem forçar os americanos a voltar a trabalhar mesmo que isso os mate.”

__/\/\/\/\/\/\__

4. Sobre desigualdade

“O historiador austríaco Walter Scheidel, 53, produziu um marco ao publicar, em 2017, o best-seller “The Great Leveler”, que agora chega ao Brasil como “Violência e a História da Desigualdade – Da Idade da Pedra ao Século 21”. No livro, o professor de história antiga da Universidade Stanford, na Califórnia, argumenta que a concentração de renda no mundo têm sido a regra ao longo dos tempos, não uma exceção provocada por disfuncionalidades econômicas. Apoiado em minuciosa pesquisa, o autor sustenta que a desigualdade jamais diminuiu de forma pacífica.” [Folha]

Já gostei do cabra.

“Essa pandemia é diferente não só por causa da medicina, mas por causa do vírus. Mesmo se não tivéssemos nenhum tipo de tratamento, ele provavelmente não mataria tanta gente quanto as pandemias do passado. A gripe espanhola foi bem mais severa, especialmente entre os jovens. Nesse sentido, não teremos choque demográfico ou diminuição da mão de obra que levem os salários para cima. A desigualdade não será reduzida por esse mecanismo. Ao contrário, no curto prazo não há dúvida de que ela deve crescer, refletindo as diferenças na distribuição do desemprego em setores distintos. Também já vemos o mercado de ações se recuperando em meio a forte aumento do desemprego. Tudo isso favorecerá quem já tem melhores oportunidades. A questão é se ao final desse processo não haveria uma redução da desigualdade como consequência das políticas adotadas contra a pandemia. Mas também não seria otimista, pois a história mostra que só há grande potencial transformador quando a crise é muito profunda.

O momento para o Brasil e para a América Latina é muito infeliz. A primeira década deste século foi muito positiva, e não apenas para o Brasil. Houve um boom econômico, mudanças políticas que levaram a uma maior distribuição de renda e políticas para a educação. Muitas coisas juntas ocorreram no momento de um boom de demanda da China por commodities. Isso ajudou a reduzir as desigualdades, mas os problemas começaram a aparecer cedo na década atual, e a tendência de equalização social parou repentinamente. A partir daí houve uma mudança política radical que não chega a surpreender se levarmos em conta o quão profundamente arraigado está o conservadorismo nessas sociedades. Isso talvez fosse até inevitável. E tudo talvez fique ainda pior com a crise em andamento agora. Eu ficaria bastante pessimista em relação às perspectivas de o Brasil conseguir retomar uma trajetória de diminuição de suas desigualdades como o fez há 10 ou 15 anos. A não ser que, como disse, as coisas fiquem tão ruins que a pressão para mudanças seja muito grande. E apenas se livrar do atual governo talvez não seja o suficiente. Teria de haver um descontentamento muito grande entre os pobres e mesmo na classe média para que algo assim pudesse ocorrer.”

Sobre o aumento na desigualdade nas últimas quatro décadas:

“Quando há um período de estabilidade, e temos tido algo assim desde 1945 na maior parte do mundo, isso tende a favorecer a desigualdade. Basicamente porque as pessoas que têm suas vantagens tendem a preservá-las quando não há rupturas capazes de mudar o estado das coisas. Quanto mais o tempo passa, mais a renda e a riqueza acabarão concentradas no topo. No máximo a desigualdade vai se estabilizar em um nível muito alto, como temos visto em alguns países. Historicamente, vemos um alto grau de desigualdade sempre esperando pelo próximo choque para mudar as coisas. De um modo mais geral, os países têm mantido as mesmas trajetórias em relação à desigualdade por várias gerações. Os níveis divergem, mas a trajetória é a mesma.”

O que me leva a um gráfico da Gzero que me desgraçou a cabeça:

poverty

Antes da minha indignação o texto da GZero que acompanha o gráfico:

“A UN official warned this week that as many as 29 million people across Latin America and the Caribbean could be plunged into poverty because of the economic pain caused by the coronavirus. Latin America’s economy, which is expected to contract 5.2 percent this year, will be hit far harder than any other region, and could take up to a decade to repair. This would undo many of the social and economic gains of the past two decades that have pulled millions out of poverty. Here’s a look at the number of impoverished people in Latin America’s most populous countries over the past two decades – a glimpse of what’s at stake.” [GZero]

Vamos lá, reparou que fora o Brasil TODOS os países apresentam uma queda contínua, cada um com sua ladeira? Pois bem, veja a porra do Brasil, que diabos aconteceu ali entre 2014 e 2015?!

dilmaa

Somos o único país do gráfico em que a pobreza aumentou, e Bolsonaro ainda nem estava eleito, viado, é muita desgraça pra dar conta. E isso explica por que diabos Bolsonaro venceu.

Alguém pode dizer “ah, mas tem a pauta-bomba do Cunha e tal” e sim, teve, parte do aumento da pobreza versa sobre isso mas outra parte, ainda mais considerável, versa sobre a incompetência da Dilma. A mesma Dilma que deixou o Bolsa-família perder da inflação desde o pirmiero ano de seu governo, nunca que eu vou esquecer disso!

bfdilma

Com Lula a inflação sempre era reposta no fim do ano, mas sabe-se lá porque diabos isso não era prioridade para a Dilma. E a crise ainda nem havia chegado, porra! Eu amo a história da Dilma lá na ditadura, mas não é isso que vai me fazer fechar os olhos para seus muitos erros.

__/\/\/\/\/\/\__

5. Covid-17

17 mil mortes e Bolsonaro faz com os generais o que quer e bem entende, que troço constrangedor.

“Eduardo Pazuello, ministro da Saúde interino, levará hoje a Jair Bolsonaro a proposta de um novo protocolo para uso da cloroquina em pacientes de Covid-19. Como queria Bolsonaro, pelas novas regras, os médicos serão liberados para prescrever o medicamento numa fase mais inicial da doença, e não apenas para casos graves, como acontece atualmente. O esboço de protocolo, que será submetido à aprovação do presidente, estabelece dosagens máximas a serem aplicadas em determinado estágio da Covid-19, para tentar evitar complicações nos pacientes.” [O Globo]

Dois médicos se recusaram a bancar essa loucura e o general vai lá e autografa a insanidade. E foda-se todos os estudos em contrário, o capitão expulso do Exército por indisciplina manda e os generais obedecem.

“Interino no cargo de ministro da Saúde, o general Eduardo Pazuello é defensor do uso da cloroquina para o tratamento de coronavírus e usa exemplo dentro da família para dizer que o remédio funciona. Uma irmã e um sobrinho, com menos de 20 anos, tiveram Covid-19 e foram tratados com o medicamento.” [Folha]

Ora, se deu certo para a irmã e o sobrinho do general tá liberado, tá tranquilo, tá suave. Chupa, American Journal of Medical Association!

E aqui me valho do Andreazza:

“A lacuna Teich comunica que somente Bolsonaro pode ser ministro da Saúde de Bolsonaro. A ver apenas quem — explorando nova fronteira para flexibilização de vértebras morais — lhe será o cavalo.” [O Globo]

É com você, general. Enquanto isso, na vida real:

“Médicos da rede pública em algumas regiões do país se dizem pressionados pela crescente recomendação para que prescrevam a cloroquina a pacientes infectados pela Covid-19. Na rede privada, a indicação pelo uso da droga também aumenta e já faz parte de protocolos de alguns planos de saúde.” [Folha]

Se prepare que vem demência:

“Centenas de médicos em todo o país, no entanto, vêm se unindo a favor do uso precoce da cloroquina em manifestos como o “Médicos pela Vida na Covid-19”, uma plataforma que permite e estimula o apoio à prescrição do medicamento via grupos de WhatsApp. No Recife, outro grupo de médicos autodenominado “Doutores de Verdade” passou a ser investigado em sigilo pelo Conselho Regional de Medicina de Pernambuco por distribuir cloroquina em comunidades pobres. Segundo a médica de família Rafaela Pacheco, o grupo chegou a promover “caravanas de doações” da droga em atendimentos sem prontuários médicos. “Isso se espalhou também para Caruaru e Petrolina [no interior] sob a alegação do sucesso da experiência no Recife”, diz Pacheco.”

CARAVANAS DE DOAÇÂO DE CLOROQUINA, não é possível uma porra dessa, eu devo estar lendo errado.

“O grupo “Médicos pela Vida na Covid-19” afirma que, “no Brasil, ainda estamos incrivelmente apegados à ideia equivocada, preconizada no início da pandemia: agir com isolamento social e restringir o tratamento medicamentoso apenas para casos mais graves (…) enquanto que boa parte do mundo já reconheceu o equívoco terapêutico inicial e passou a estabelecer o uso medicamentoso bem precoce”.”

É você, Olavão?!

E o general defende isolamento social, vejamos se ele vai ter culhão de contraria publicamente o chefe:

“Nestes 30 dias em que está na pasta, segundo relatos, Pazuello, no entanto, defendeu também o isolamento social, citando ser esta a medida mais eficiente para evitar o colapso no sistema de saúde. Segundo secretários estaduais, o general já se comportava como ministro e falava diretamente com alguns, atropelando Nelson Teich.”

E dá-lhe milicos no ministério da Saúde, vai ver eles vão capinar o entorno do ministério, nisso aí eles são imbatíveis.

“O ministro-substituto da Saúde, general Eduardo Pazuello, nomeou mais nove militares do Exército para atuar no ministério. As nomeações foram publicadas na edição desta terça-feira (19) do “Diário Oficial da União”.” [G1]

Vai dar muito certo sim, você que tá torcendo contra.

“Os militares da ativa estão preocupados com a militarização do Ministério da Saúde e temem um desgaste para as Forças Armadas, principalmente se forem adotadas medidas que depois se mostrem equivocadas e gerem prejuízos para a população. Segundo interlocutores dos militares, eles não podem, por uma questão de hierarquia, recusar a convocação que está sendo feita pelo Palácio do Planalto para reforçar a equipe do Ministério da Saúde. Apenas nesta terça-feira (19), foram nomeados nove militares para postos na pasta.” [G1]

Ora, os milicos tuítam loucamente suas opiniões políticas, algo vedado pelo código militar, e aí metem essa de não poder recusar o convite. Não são muitos, mas eu fico imginando o desespero dos militares capazes de unir lé com cré – nessa caso eu nem os chamo de milicos.

“O problema, alertam, é o presidente Jair Bolsonaro. Depois de tentativas frustradas para fazer valer sua posição no combate ao coronavírus nas gestões de Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, o presidente pode aproveitar o momento atual para adotar as medidas de sua preferência. O uso da cloroquina é citado como exemplo nas conversas de militares com seus interlocutores. Segundo eles, a aplicação do medicamento em massa é polêmica e não tem a aprovação dos especialistas da área da saúde, mas o presidente parece decidido a mudar o protocolo atual e autorizar seu uso desde os primeiros sintomas de covid-19. A depender da forma que o novo protocolo for publicado, há o risco de, no curto prazo, o uso da cloroquina começar a provocar mais mortes em pessoas contaminadas. Aí, a responsabilidade será atribuída não só ao presidente, mas também aos militares que por ventura tenham cedido às pressões do Palácio do Planalto. Por isso, a recomendação nos bastidores que tem sido feita ao general Eduardo Pazuello, interinamente à frente do Ministério da Saúde, é que ele não aceite uma liberação da cloroquina sem os devidos cuidados médicos na prescrição do medicamento.”

O Àtila Iamarino escreveu na Folha e citou um paradoxo interessante:

“O sucesso do isolamento social é claro a cada país derrubando casos de coronavírus. Na Alemanha, testes permitem acompanhar como cada medida de isolamento importou. Cancelar aglomerações como jogos encolheu o crescimento diário de casos de 30% para 12%. Fechar escolas e creches reduziu para 2%. Só com distanciamento obrigatório e comércio fechado conseguiram transformar crescimento em queda de 3% de casos. Mesmo assim, céticos pró- Covid-19 distorceram uma narrativa contra o isolamento: o governador de Nova York teria se assustado pois dois terços dos seus hospitalizados haviam ficado em casa. Tiraram da conversa quantos conviviam com alguém que contraiu o coronavírus fora de casa.

Mas a explicação banal pode ser dada pelo paradoxo da prevenção, descrito em 1981 pelo epidemiologista Geoffrey Rose. Descrevendo medicina preventiva, ele demonstrou que portadores de colesterol muito alto são pouco numerosos entre os mortos por problemas cardíacos. Isso porque muito mais pessoas têm índices comuns e predominam em estatísticas. Segundo ele, “um número grande de pessoas exposto a um baixo risco tem mais chances de gerar mais casos do que um número pequeno de pessoas exposto a alto risco”. Milhões de pessoas em casa têm bem menos risco de se infectar, mas ainda podem gerar mais hospitalizações do que alguns milhares de trabalhadores se arriscando.

O sucesso do isolamento cultiva seu próprio fracasso. Previsões chocantes demandaram quarentena, as medidas foram adotadas e os casos deixaram de crescer. Um sucesso que dá margem para perguntarem: “Cadê os casos todos que estamos prevenindo?”. Cassandra dava previsões nas quais ninguém acreditava. Epidemiologistas dão previsões invalidadas por quem as leva a sério. São profecias autossabotadoras, como o bug do milênio. O mundo gastou bilhões resolvendo o problema e a virada foi tão tranquila que deu a impressão de que não era nada de mais.

O que fazer com quem sai de casa? A conclusão de Rose é social. Como pessoas de baixo risco são tão mais numerosas, estratégias massivas fazem bem mais efeito, mas são difíceis de implementar. É o caso do isolamento. São dezenas de brasileiros restritos para cada um que evita o contágio. Sem benefício aparente, fica difícil. Para uma medida dessas funcionar, Rose propõe soluções como multas, leis e pressão social, já que a motivação própria será pequena. Como fazemos obrigado o uso cinto de segurança ou proibindo o cigarro, medidas aplicadas a muitos que beneficiam relativamente poucos.” [Folha]

E o Tecih ficou puto com o Mandetta:

“O ex-ministro Nelson Teich (Saúde) chamou de deselegante seu antecessor, Luiz Henrique Mandetta, por críticas feitas à sua gestão. Em entrevista à Folha, publicada nesta segunda-feira (18), Mandetta disse que a pasta é “uma nau sem rumo”. ​”Em 28 dias à frente do MS [Ministério da Saúde], por mais difícil que fosse a situação, nunca expus gestões anteriores”, escreveu Teich em rede social.” [Folha]

Expôs sim, falou que faltavam dados para embasar decisões e na mesma coletiva conseguiu a proeza de dizer que o Brasil performava bem. Ora, se faltavam dados como concluir que o Brasil perfomava bem?!

“”Acho muito deselegante um ex-ministro criticar seu sucessor e acredito que esse tipo de condução só aumenta a polarização e o desgaste, prejudicando desta forma o país inteiro”, afirmou.”

Vamos ao nome preferido dos bolsonaristas para o lugar do Nelson, e reza a lenda que esse sujeito será entrevistado pelo Bolsonaro, vai ser amor à primeira vista:

“Num governo em que não faltam ministros inacreditáveis, Abraham Weintraub, da Educação, se destaca. Incompetente, boquirroto e canastrão, talvez ele agora ganhe um concorrente à altura na Esplanada, caso o psiquiatra Ítalo Marsili seja escolhido para a pasta da Saúde. O nome de Marsili para assumir o combate ao coronavírus é parte de uma campanha da tropa de choque digital bolsonarista desde o fim de semana. Deputados e ativistas o defendem com base no argumento de que é um conservador confiável, ao contrário do “infiltrado” Luiz Henrique Mandetta e do insípido Nelson Teich, os dois ocupantes anteriores da pasta. Mais do que isso, Marsili é de uma cepa específica de conservadorismo, aquela ligada ao filósofo e guru Olavo de Carvalho, de quem é discípulo e com quem apregoa já ter morado nos EUA. Um de seus defensores é o professor Rafael Nogueira, também olavista, que hoje preside a Biblioteca Nacional. Pelo Twitter, compartilhou a hashtag #ItaloMarsiliMinistrodaSaude e apresentou vários argumentos pelos quais diz que a indicação é uma boa ideia. Alguns são um tanto inusitados, como o fato de Marsili ser pai de seis filhos e ter práticas de tiro, acampamentos militares e missões terrestres no currículo. Seria pelo fato de o combate à Covid-19 ter ganho contornos de guerra ao redor do mundo?” [Folha]

“Um dos seus livros, “Terapia de Guerrilha” (editora Auster), segue essa metáfora bélica. Tem uma pegada de manual de autoajuda desbocado, a começar pelo subtítulo na capa: “Trabalhe. Sirva. Seja Forte. Não Encha o Saco”. “A geração de hoje é uma geração soft, desacostumada a qualquer tipo de intempérie, contrariedade ou incômodo. Somos a geração da roupa 100% algodão, que precisa de anestesia para arrancar o siso e de lente de correção para não frisar o olhinho. Somos a geração do microondas, dos múltiplos confortos”, afirma o psiquiatra na descrição de sua obra. Mas o ponto essencial, continua Marsili, é que a “a vida é guerra”. “Engula o choro. Quer ser um bebezão para sempre?”, pergunta. Esse estilo joelhada nas partes baixas tem maravilhado a base bolsonarista, mas também já provocou uma reação nas redes sociais na mesma proporção.”

E vou deixar a parte sobre pedofilia de fora, me recuso.

“Algumas coisas que Marsili falou no passado em entrevistas e lives são barra pesada. Numa conversa com a produtora de vídeos de direita Brasil Paralelo, falou asneiras sobre o voto feminino que fariam Weintraub corar. “É muito fácil você convencer uma mulher a votar. É só seduzi-la”, afirmou. Em outra conversa, colocou-se contra a hipótese de um papa africano, dizendo que um sumo pontífice “negão não vai funcionar”. Por isso, talvez sua nomeação para o ministério naufrague. Não porque Bolsonaro se escandalize com esse tipo de coisa (afinal, ele não é um bebezão). Mas simplesmente porque os instintos suicidas do presidente talvez tenham limite. Um clono de Weintraub na Saúde nesse momento talvez seja provocação demais.”

Olavista, racista e misógeno, a vaga é dele!

__/\/\/\/\/\/\__

6. Hora de colher a insanidade

Se você não lê em inglês, joga lá no google translate que sai bonito : ) A matéria começa apontando a paciência dos chineses, mesmo com as patadas presidenciais eles foram polidos, diplomáticos. Não mais:

“What, then, explains the radical shift toward a more abrasive diplomatic style? Above all, Beijing has realized that keeping China off the public radar in Brazil is no longer an option. China has become a constant and divisive topic in public debate. Today, the number of Brazilians who are aware of their country’s economic dependence on China has grown dramatically—even though many do not yet express strong opinions about the country. Eduardo Bolsonaro has been attacked from many sides—governors, mayors, business associations, and policy analysts—for endangering the partnership precisely at a moment when Brazil is beginning to rely on Chinese ventilators and masks to address the pandemic. Over the past few weeks alone, several governors ordered ventilators from China, and São Paulo Gov. João Doria placed an order worth almost $100 million. In the same way, Brazil’s economic elites are keenly aware that the country will strongly depend on China for its economic recovery after the pandemic subsides—memories are still fresh of how crucial Chinese investors, lenders, and buyers of commodities were to helping Latin America weather the storm of the 2008 economic crisis.

“Yet predictably, China’s global rise has also turned it into a convenient scapegoat for populist politicians seeking to place the blame for all sorts of problems—including the pandemic, unemployment, or a supposed moral decay—on foreign enemies. While Bolsonaro embraced a more prudent stance toward Beijing in public, his supporters have never stopped stoking Sinophobia on social media since he became president. That is beginning to have an impact: pro-Bolsonaro groups on WhatsApp are now teeming with xenophobic, anti-China, and anti-communist rhetoric, and the most fervent Bolsonaro supporters commonly describe the coronavirus as a Chinese plot against Bolsonaro, capitalism, and the West. The president is likely to increasingly depend on this radical base in light of recent corruption allegations against him. Brazil’s government is deeply divided between nationalist pro-Trump ideologues who despise China and military officials and free-market advocates who are aware of its importance for Brazil’s economy. Both Vice President Mourão and Minister of Agriculture Tereza Cristina, seen as a guarantor of solid Brazil-China ties, are regularly vilified by Bolsonaro supporters as closet communists. Despite their best efforts, both have failed to control anti-China rhetoric by high-level officials close to Brazil’s president. As a result, it seems that anti-China sentiment in Bolsonaro’s inner circle has reached a point of no return. As a consequence, Beijing decided it was time to go on the offensive—and that it may actually extract some concessions by doing so. By taking a more aggressive approach, Beijing has been able to play these factions within the Bolsonaro administration against each other.” [Foreign Policy]

Vai, China! SE o Kin Jong-un quiser foder o Bolsonaro tamos juntos também.

“China’s more active approach may generate other short-term gains for Beijing, and the Chinese government’s capacity to readily provide medical equipment in the midst of the crisis is likely to improve its image in a country where the president so far refuses to recognize the threat the coronavirus poses to public health. Even so, its newly combative approach may already be backfiring. Merely a day after the publication of the consul general’s controversial op-ed, Brazil’s Minister of Education Abraham Weintraub taunted Beijing by imitating a Chinese accent on Twitter, accusing China of unduly profiting from the pandemic. It revealed a dynamic that should worry China: By attacking Beijing, Weintraub—whose position had seemed at risk due to his poor job performance—consolidated his position in the Bolsonaro government. After all, the president’s radical base now regards attacking China as proof of loyalty to Bolsonaro and often celebrates how traditional media and business elites worry over whether each attack may affect bilateral ties. The Supreme Court’s decision to initiate an investigation about whether Weintraub’s tweet constitutes racism only consolidates their support—pro-regime protests routinely call on the president to shut down both the Supreme Court and Congress.

Even in the case of Bolsonaro’s premature political demise—he is facing unprecedented criticism over his coronavirus denialism, talk of impeachment is growing, and Brazil’s Supreme Court has authorized an investigation into allegations of interference with the country’s federal police force—Sinophobia as a political strategy in Brazil is unlikely to go away. If the president is impeached, other right-wing leaders will eagerly embrace Sinophobia to attract Bolsonaro’s base. If anything, growing pressure on Bolsonaro could cause a rise in scapegoating. It seems likely that Trump will only ramp up anti-China rhetoric ahead of the November U.S. election—possibly even asking China for reparations for economic damage caused by the virus. Brazil’s government may feel tempted to employ similar strategies to divert public attention from the looming economic crisis. This leaves Beijing with few good options. It is reluctant to leave accusations by Brazilian government officials unanswered, to ensure that policymakers know that attacking China risks straining the bilateral relationship. Yet by reacting to every single provocation, it risks falling into a trap, as any populist politician in Brazil in need of gaining visibility—and unconcerned about the negative consequences—will consider badmouthing China. At the same time, policymakers and analysts calling for greater cooperation with China may increasingly worry about inciting hatred from far-right nationalists and being labeled “communists” acting on Beijing’s behalf.

Going forward, the nature of the Brazil-China relationship will be far more volatile and vulnerable to internal political dynamics in Brazil, which may come to pose risks for large-scale projects that would have previously caused little public attention. For example, after the recent acrimonious collapse of the Boeing-Embraer tie-up—which involved accusations from the Brazilian jetmaker that Boeing had been looking for excuses to back out given the macroeconomic impact of the pandemic—Embraer is now likely to consider alternatives in China, which may cause resistance among Bolsonaro’s radical supporters. China will likely also be at the center of a growing number of conspiracy theories, fueled by the opacity of Chinese politics, a profound lack of knowledge in Brazilian society about China, and the very limited number of China specialists able to provide a more nuanced picture of Asia’s largest economy to the public or the government. What was once a tranquil and easy-to-manage bilateral relationship has now become the biggest test for Chinese diplomacy in Latin America.”

Fodeu grandão, os dementes conseguiram a ira dos, até aqui pacientes, chineses. Vai dar muito certo comprar briga com nosso maior parceiro comercial em meio a uma crise econômica sem precedentes.

E os ruralistas, Costinha?!

costinha

E por falar em plantar o que colheu:

Enquanto o demencial empresariado brasileiro bate os pézinhos…

“A saída de Nelson Teich do Ministério da Saúde reacendeu o alerta entre empresários sobre o grau de confiança no Brasil para o combate à pandemia do novo coronavírus. Executivos dão mostras de desconforto com a falta de coordenação entre a pasta e a Presidência da República. Na última sexta-feira, uma entrevista de Philipp Schiemer, presidente da Mercedes-Benz do Brasil e América Latina, ao jornal Valor Econômico deixou evidente sua frustração: o atraso na retomada da economia por conta da ausência de ações coordenadas no combate à Covid-19 entre os governos federal, estadual e municipal. “É uma tristeza o que estamos vendo”, disse. Ele não está sozinho. Para o presidente da BGC Liquidez, Ermínio Lucci, a declaração de Schiemer “expressa um pouco a visão de todos os empresários de que falta de credibilidade ao Brasil”. “Não é nem só o fato de dois ministros serem mandados embora em menos de um mês, é a falta de foco na gestão da saúde no Brasil, de se ter uma unidade [de estratégia], já que não há uma consonância entre o executivo federal e o executivo de estados e municípios para combater a pandemia”, destacou Lucci.

O empresário destacou que, enquanto alguns países já estão reabrindo a sua economia, no Brasil ainda é discutida a possibilidade de se decretar o chamado lockdown, com regras mais rígidas de isolamento social, apontando o atraso do Brasil no combate à doença. “Isso, realmente, tira o incentivo de qualquer empresário de investir no país. Isso afeta a credibilidade do poder público. O que isso significa na prática é menos investimentos nos próximos trimestres”, disse Lucci. “O fato de a gente ter que lidar com uma crise econômica e de saúde sem precedentes nos últimos 100 anos, somado a uma crise política, ao não entendimento entre os poderes de cada ente da federação, isso vai, por um bom tempo, abalar a confiança dos empresários”, reiterou o presidente da BGC. Paulo Castello Branco, presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos Industriais (Abimei), também vê prejuízos para os investimentos. “Quando nós vemos um fato como esse (saídas de Mandetta e Teich) isso confirma que o que Brasil está vivendo é realmente um pesadelo. Investidores estão muito atentos com o que está acontecendo no Brasil e isso atrapalha a retomada da economia que já vinha em uma situação difícil”, afirma.” [G1]

__/\/\/\/\/\/\__

7. “O dever do impeachment

Do Hélio Schwartsman

“Não sei se um impeachment contra Jair Bolsonaro tem condições de prosperar. Numa avaliação política, eu diria que, hoje, não. Mas acredito que temos a obrigação moral de deflagrar o processo, mesmo que não tenha êxito. Os crimes de responsabilidade cometidos pelo atual mandatário são tantos, tão ostensivos e tão graves que deixar de acusá-lo equivaleria a coonestar suas atitudes. O impeachment tem dupla natureza. Ele é ao mesmo tempo um instituto político e judicial. Se o bom articulador só deve levar sua proposta a votação quando sabe que vai ganhar, o policial é em tese obrigado a entrar em ação sempre que flagra uma ilegalidade” [Folha]

“No mundo real, sabemos que o guarda muitas vezes precisa fechar os olhos para violações menores, ou as delegacias ficariam atulhadas em picuinhas, mas, quando o meliante passa a agir em plena luz do dia, cometendo delitos cada vez mais graves e de forma cada vez mais conspícua, a opção de virar a cara para o outro lado já não se coloca. A maior flexibilidade proporcionada pela faceta política do impeachment não muda isso. Os desatinos de Bolsonaro atingiram um grau tal que ignorá-los seria compactuar com o perpetrante. Estamos aqui numa situação análoga à do Partido Democrata diante das transgressões de Donald Trump. Mesmo sabendo que não havia a menor chance de o presidente ser afastado —os republicanos têm folgada maioria no Senado— e que havia o risco de a absolvição fortalecê-lo eleitoralmente, a liderança democrata entendeu que tinha a obrigação moral de tentar o impeachment. Julgou que as violações eram de tal monta que fingir que elas não ocorreram significaria faltar com o compromisso do partido com a democracia. Em termos práticos, a diferença relevante é que Trump podia contar com a fidelidade dos senadores de um Partido Republicano cada vez mais coeso por causa da polarização; já Bolsonaro está na mão do centrão.”

Assino embaixo de cada vírgula.

__/\/\/\/\/\/\__

8. Vai, Centrão!

Qualquer filho da puta indicado pelo Centrão será melhor que o Abraham:

“Ao entregar para o Centrão uma diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão com orçamento previsto para este ano de R$ 29,4 bilhões, o presidente Jair Bolsonaro deu sinal claro do enfraquecimento do ministro da Educação, Abraham Weintraub, um dos pilares da chamada ala ideológica do seu governo. A avaliação foi feita por aliados do próprio ministro, que o veem no momento mais frágil desde que assumiu o posto, em abril do ano passado, mesmo tendo o apoio dos filhos do presidente. Desta vez, porém, Weintraub bateu de frente com Bolsonaro ao questionar a nomeação de indicados pela “velha política”. Contrariado, o ministro da Educação, segundo interlocutores, foi reclamar com o presidente por retomar a prática do “toma lá, dá cá”, no qual o governo distribui cargos em troca de votos no Congresso. Mas teve que “engolir seco”. O presidente se irritou com o subordinado, inclusive o acusando de ter vazado informações sobre a negociação.” [Estadão]

Peraê

Abraham colocou o rabinho entre as pernas mas se recusou a assinar a nomeação para a diretoria da FNDE:

“Weintraub delegou ao seu secretário executivo, Antonio Vogel, assinar o ato de nomeação no Diário Oficial da União. Procurado, o MEC não esclareceu o motivo.”

“Mas a fragilidade do ministro não está relacionada apenas à recusa em lotear seu ministério. As falas de Weintraub contra integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) na reunião do dia 22 de abril, a última com o ex-ministro Sérgio Moro, e o impasse sobre o adiamento do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) contribuem para o desgaste. A interlocutores, o ministro da Educação confidencia estar na mira dos militares do governo, com quem sempre travou disputas e a quem atribuiu a aproximação de Bolsonaro com o Centrão. O entorno do presidente, porém, não enxerga a possibilidade de uma troca no ministério ocorrer em meio à pandemia do coronavírus.

Para pessoas próximas a Weintraub, o grupo ligado às Forças Armadas e o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, teriam convencido Bolsonaro a entregar os cargos no FNDE ao Centrão. A justificativa seria que eles estavam com o DEM, legenda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), até dezembro passado. Portanto, não faria diferença entregá-los a outras siglas. Monitoramento feito pela AP Exata, empresa que analisa o comportamento de internautas nas redes sociais, indica um desgaste do ministro nas últimas semanas. Inicialmente, a perda de apoio se deu pela pressão para o adiamento do Enem. Na semana passada, uma desastrosa entrevista para a CNN Brasil, na qual destratou a âncora do telejornal, contribuiu para menções negativas. Ontem, as críticas cresceram pelo fato de não ter impedido o governo de entregar cargo no FNDE ao Perfis mais alinhados ao bolsonarismo deixaram de defendê-lo. Na internet, a avaliação é que o ministro não aceitará o acordo com o bloco e deixará o governo.”

E Abraham é deveras pilantra, repare:

“Dois assessores do Ministério da Educação (MEC) atuaram como advogados do ministro, Abraham Weintraub, em ações de interesse privado na Justiça. Nomeados como assessores especiais do ministro entre abril e maio do ano passado, os advogados Auro Hadano Tanaka e Victor Sarfatis Metta trabalharam como advogados de Weintraub. Segundo especialistas ouvidos pelo GLOBO, a prática pode configurar improbidade administrativa, pelo uso de servidores públicos para fins pessoais. Procurado, o ministério nega irregularidades. Auro Tanaka foi nomeado em 15 de abril de 2019. Victor Metta, em 28 de maio de 2019. O salário de ambos é de R$ 13,6 mil. Victor Metta aparece como um dos advogados representando Weintraub em uma ação de danos morais contra o site Brasil 247, no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP). Seu escritório, Rosenthal Sarfatis Metta, entrou com a ação em 3 de outubro de 2019. O Ministério da Educação afirma “que não há impedimento para que os escritórios de Victor Sarfatis Metta e Auro Hadano Tanaka atuem na defesa da pessoa física de Abraham Weintraub. Os honorários advocatícios foram pagos particularmente por Weintraub, ou seja, sem recursos públicos.” [O Globo]

Sim, há impedimento pra caralho!

__/\/\/\/\/\/\__

9.  Repita comigo, MI – LI – CI – A – NO

“O Ministério Público Federal propôs o arquivamento do inquérito em que Sergio Moro, quando comandava o Ministério da Justiça, pediu que Lula fosse investigado com base na Lei de Segurança Nacional por crime contra a honra do presidente Jair Bolsonaro. QUERIDO CHEFE O petista disse, em um discurso, que não era possível que o Brasil tivesse “o desprazer de ter no governo um miliciano”, responsável pela violência “do povo pobre”e “pela morte da [ex-vereadora] Marielle”.” [Folha]

Eu não tava lembrado, mas quem pediu essa investigação foi… o Moro!

“Moro fez o pedido logo depois que Bolsonaro afirmou que usaria a lei, da época da ditadura, contra Lula. Em sua defesa, o ex-presidente disse que não se referia a Bolsonaro ou a qualquer pessoa específica. O MPF considerou que a fala de Lula não ameaçava a integridade nacional, a soberania, a democracia, nem o chefe do Executivo —que são os crimes previstos na Lei de Segurança Nacional. O procurador Mario Alves Medeiros afirmou ainda que as falas de Lula fizeram “mera menção a fatos amplamente noticiados pela imprensa brasileira, a respeito de supostas ligações entre a família do presidente [Bolsonaro] e integrantes de grupos de milícia” do Rio. “Simples pesquisa na internet revela um sem-número de publicações alusivas a esses possíveis vínculos”, diz o procurador. Para investigar Lula, seria necessário fazer o mesmo com todas as outras pessoas autoras das mesmas menções a Bolsonaro.” [Folha]

moro

__/\/\/\/\/\/\__

10. A polícia carioca

Caralho, isso aqui infelizmente é rotina, mas esse episódio é macabro até não poder mais..

“Filho de uma professora de um colégio particular em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, e de um comerciante da Praia da Luz, bairro daquele mesmo município, o adolescente João Pedro Mattos Pinto, de 14 anos, foi atingido por um tiro de fuzil na barriga na tarde desta segunda-feira, durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro. Um helicóptero da Polícia Civil o levou do local, para, segundo fontes da instituição, o Saer (Serviço Aero Policial, na Lagoa). O destino não foi comunicado à família.Foram horas de agonia até que, na manhã desta terça-feira, o corpo de João Pedro foi localizado no Instituto Médico-Legal (IML) de São Gonçalo por parentes. Nesta terça-feira, agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizam uma nova operação no Salgueiro.” [O Globo]

Mataram o moleque, pegaram o copro, voaram por 40 quilômetros e largaram num IML qualquer, porra, e aí depois não entendem porque a polícia é odiada.

“Ainda segundo fontes da Polícia Civil, os agentes alegaram que levaram o jovem de São Gonçalo para a Zona Sul do Rio porque há paramédicos no Saer, que podiam socorrê-lo. O jovem chegou morto ao local. O corpo então foi levado de volta para São Gonçalo,  para o IML. Desde o momento em que João – que estudava no Colégio Pereira Rocha, onde a mãe é professora da educação infantil – foi atingido até o momento em que seu corpo foi localizado, a famlía realizou várias buscas. Parentes percorram hospitais, até chegarem ao IML. A Defensoria Pública acompanha o caso.”

Então tá, né?

“Parentes do menino contam que ele estava dentro de casa, na ilha de Itaoca, jogando sinuca com primos e colegas, perto da piscina, quando policiais invadiram a casa atirando. Ele teria sido deixado no local pelos policiais, de acordo com os parentes. O tio, então, carregou o menino no colo e foi até os policiais para pedir ajuda. – Colocaram o garoto no helicóptero e o levaram. Desde então não tivemos mais notícias dele – contou um parente. – Ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Talvez por ser uma casa boa, com piscina tenham imaginado coisa errada. A família é religiosa, evangélica. Do bem. E muito conhecida na região – relatou outro familiar.”

__/\/\/\/\/\/\__

11. Hotel Coronavírus

Um texto lindo e assustador do Diogo Bercito:

“A pandemia do coronavírus resultou, por acidente, em uma espécie de experimento social em Israel — um país que, ao contrário do Brasil, tomou duras medidas de isolamento. O governo de Binyamin Netanyahu utilizou 23 hotéis e albergues para hospedar pessoas com sintomas leves da doença, investindo o equivalente a R$ 127 milhões em 128 mil diárias. Um deles foi apelidado de Hotel Coronavírus.

Em Jerusalém, o Hotel Coronavírus hospedou pessoas que raramente convivem umas com as outras, dada a polarização da sociedade israelense. Palestinos e israelenses interagiram nos corredores, por exemplo. Outros grupos que circulam em mundos paralelos também conviveram ali, entre eles judeus ultraortodoxos e seculares.

Segundo a rádio americana NPR, essa mistura quase utópica de cidadãos usou a quarentena para sentar-se junta à mesa, contar piadas, dançar zumba e fazer ioga. Como alguns dos hóspedes estavam registrando a experiência nas redes sociais, o restante do país acompanhou o dia a dia do hotel como se fosse um programa de TV.

A comediante israelense Noam Shuster escreveu à 972mag um longo relato sobre a sua experiência no hotel. Nas palavras dela:

“Palestinos e judeus se reuniam no lobby toda noite para papear e jogar, com a playlist alternando entre música Mizrahi e clássicos árabes. Eu estava enlouquecendo? Como isso podia acontecer? Por que precisamos de uma pandemia para tratarmos um ao outro com tamanha compaixão radical? Por que somente com uma ameaça externa em comum nós somos capazes de reconhecer a liberdade e o bem-estar dos outros?”

Shuster também disse, na rede social Instagram, que foi uma das únicas comediantes do mundo a ter uma plateia ao vivo durante esta pandemia. Afinal, todo o mundo já estava infectado pelo vírus. A comediante diz, em seu relato, que a experiência no Hotel Coronavírus não resolveu os intensos conflitos sociais do país. Por outro lado, ela insiste em que é preciso reconhecer também as experiências positivas — e utilizar o aprendizado desta crise. Depois de semanas de confinamento, o governo já começou a fechar os hotéis de quarentena. Segundo a Universidade Johns Hopkins, Israel teve 16 mil casos confirmados de Covid-19 e ao menos 272 mortes.” [Folha]

__/\/\/\/\/\/\__

12. A China agradece

Como o Trump é burro…

“O presidente Donald Trump ameaçou na noite desta segunda-feira (18) interromper permanentemente os pagamentos para a OMS (Organização Mundial da Saúde) e reavaliar a permanência dos Estados Unidos na organização em meio à pandemia de coronavírus. O líder americano, em carta ao diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, publicada numa rede social, deu prazo de 30 dias para que a OMS faça “melhorias significativas” ou então concretizará, segundo ele, as ameaças. Mais cedo na segunda (18), Trump já havia acusado a entidade de ter feito “um trabalho muito triste” em relação à emergência sanitária e indicado que a OMS se move por interesses chineses. “Os EUA pagam a eles US$ 450 milhões [R$ 2,5 bilhões] por ano; a China paga a eles US$ 38 milhões [R$ 218,5 milhões] por ano. E eles são um fantoche da China”, disse o presidente americano na Casa Branca.” [Folha]

Disse o sujeito que confessu beber cloroquina mesmo sem estar infectado! Sobre isso retomo mais a frente.

“A China reagiu nesta terça-feira (19), por meio do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, dizendo que a carta de Trump é difamatória. “A carta aberta da liderança dos EUA está cheia de insinuações, de ‘talvez’ e de ‘provavelmente’, e tenta enganar o público por meio desse método ilusório, para alcançar o objetivo de difamar os esforços da China na prevenção de epidemias e tirar a responsabilidade de sua própria incompetência.” Ainda segundo o porta-voz chinês, a decisão de Trump de parar de contribuir com a OMS viola suas obrigações internacionais. Na semana passada, a China cobrou que países, em especial os EUA, paguem suas dívidas com a ONU. Na Rússia, o vice-ministro das Relações Exteriores, Serguei Riabkov, disse que os EUA tentam “quebrar” a OMS. Segundo ele, a manobra “obedeceria a interesses políticos e geopolíticos” dos americanos. A União Europeia também reagiu às ameaças de Trump e manifestou apoio à OMS. “É hora de solidariedade, não de apontar o dedo ou minar a cooperação multilateral. A UE apoia os esforços da OMS”, disse a porta-voz da diplomacia europeia, Virginie Battu, em entrevista coletiva. Para os países europeus, “os esforços multilaterais são a única opção eficaz e viável para vencer esta batalha” contra o novo coronavírus.”

Os chineses estão deitando e rolando:

“China was meant to face a reckoning this week over its early response to the coronavirus outbreak, outnumbered in public by dozens of angry nations at the World Health Assembly. Instead, it ended up outplaying the world. At Monday’s virtual World Health Assembly, countries were meant to vote on a draft motion, proposed by Australia, that would have begun an investigation into the source of the novel coronavirus and China’s role in the outbreak. It likely would have cast an unflattering light on China’s early inaction and its suppression of information, which cost valuable days of preparation. But that motion didn’t even make it to the table.” [Business Insider]

Não é à toa que os chineses vão taxar os principais produtos de exportação da Austrália em 80% e estão se recusando a atender as desesperadas ligações do governo australiano.

“Instead, the assembly was presented with a watered-down draft motion from the European Union that called for a review on “lessons learned,” with few specifics. In other words, the new version does not call for an investigation into the origins of the virus in China. At no point does it mention China or Wuhan, the city where the first cases were found. More than 110 WHO member states had backed the motion on Monday. As it became clear that the motion was going to pass, China reversed its earlier opposition and embraced it instead. It passed on Tuesday with no objections.

President Xi Jinping on Monday also gave a surprisingly conciliatory speech to the assembly in which he:

– Backed an investigation — but only when the pandemic is over. “China supports the idea of a comprehensive review of the global response to COVID-19,” Xi said, “after it is brought under control to sum up experience and address deficiencies” (emphasis added).
– Worded his pledge in such a way that countries will struggle to hold China to account. The WHO investigation “should be based on science and professionalism, led by WHO, and conducted in an objective and impartial manner,” Xi said. The omission of the word “independent” is telling, CNN’s James Griffiths noted. Carrying out independent investigations in China is notoriously difficult, especially if it could embarrass the ruling Communist Party.
– Announced an additional $2 billion in funding to WHO, with a focus on developing countries. The extra $2 billion almost matches WHO’s entire annual program budget for 2019, Reuters reported. It means China is WHO’s largest financial contributor. The top contributor used to be the US. But President Donald Trump earlier this year withdrew $400 million in funding to protest what he said was WHO leadership’s “China-centric” nature.
– Pledged to help African nations better their healthcare systems and promised that any Chinese vaccine development “will be made a global public good.” The US is reportedly planning to disassociate from a WHO resolution to let poor countries bypass patents to access coronavirus vaccines or therapies.”

E repare como o governo Trump é escroto, puta que pariu!

“Os EUA também preparam a desassociação pública de uma resolução da OMS que apóia o direito de países pobres de ignorar patentes para garantir acesso a vacinas e tratamentos para a Covid-19. Muitos governos, especialmente de países africanos, temem ser preteridos por países mais ricos, a menos que consigam forçar as empresas que descobrirem novas formas de combate ao coronavírus a compartilharem a propriedade intelectual com fabricantes capazes de produzí-las em uma escala de baixo custo. De acordo com embaixadores africanos ouvidos pelo jornal britânico Financial Times em Genebra, na Suíça, onde fica a sede da OMS, diplomatas americanos tentam mudar o texto da resolução para retirar os trechos que se referem à propriedade intelectual e garantir que os EUA sejam o primeiro país a ter acesso a vacinas.”

E Trump se retirou da ribalta, pra delírio do Xi:

“As Business Insider’s John Haltiwanger noted, the fact that Trump declined to speak at the assembly — while Xi did — showed that the US was pulling away from its responsibilities on the world stage. As Business Insider’s John Haltiwanger noted, the fact that Trump declined to speak at the assembly — while Xi did — showed that the US was pulling away from its responsibilities on the world stage. The contrast was clear. China was given an opportunity to, however cynically, present itself as a calm, peaceful leader. Meanwhile, the US appeared petty and reluctant to engage. It is not hard to see China angling to fill the power vacuum Trump is leaving at WHO — which could help the country walk away relatively unscathed from the pandemic that began inside its borders.”

Tem país africano que nem respirador tem, porra!

“O presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (18) que está tomando hidroxicloroquina, medicamento usado no tratamento contra malária, como prevenção contra o coronavírus. “Tenho tomado [o medicamento] desde a última semana e meia. Uma pílula por dia”, afirmou Trump a repórteres. O presidente americano diz que não apresentou efeitos colaterais ao uso. O republicano afirmou também que está tomando uma dose única de azitromicina, um antibiótico destinado a prevenir infecções, além de zinco. “Tudo o que posso dizer é que até agora parece que estou bem.”

O MidCast veio com o único comentário possível:

A Pelosi SAMBOU na cara do trump:

Caralho, nem Bolsonaro foi tão longe. E isso porque fazia um bom tempo que Trump não falava em cloroquina.

__/\/\/\/\/\/\__

>>>> De José Luiz Edydio Setúbal, um dos herdeiros do Itáu: “Bolsonaro há de entender em algum momento que existe uma coisa que chama valor, aquilo que nossos pais nos ensinam quando somos crianças e que ensinamos aos nossos filhos. Pelas atitudes dos filhos 01; 02; 03; 04 podemos ter uma ideia dos valores que nosso presidente tem.” [Folha]

>>>> Pra cima deles: “Diante da pressão do governo federal para a retomada das atividades em meio à pandemia do novo coronavírus, servidores se mobilizam contra a sinalização da cúpula de ministérios de obrigar os funcionários a voltar ao trabalho presencial. Para evitar a ida à Esplanada no curto prazo, servidores já buscaram a Justiça. A Secom (Secretaria de Comunicação Social) da Presidência da República e ao menos um ministério, o do Turismo, determinaram o retorno ao trabalho presencial. Estão dispensados apenas os funcionários que integram o grupo de risco –pessoas com 60 anos ou mais ou com doença preexistente. Pelo menos mais um ministério ensaiou retomar a jornada, mas recuou. Na semana passada, minuta de uma portaria do Ministério da Cidadania que circulou entre servidores obrigava aqueles que não estivessem enquadrados em grupos de risco a voltar a trabalhar nesta segunda-feira (18). A Andeps (Associação Nacional da Carreira de Desenvolvimento de Políticas Sociais ), no entanto, entrou com um mandado de segurança no dia 14 de maio e conseguiu postergar o retorno. Segundo a entidade, a pasta foi intimada a se manifestar em 24 horas e recuou, informando que prorrogou por mais 15 dias as medidas de prevenção e que manteria o trabalho remoto por tempo indeterminado. A reclamação de diversas associação de servidores é que seria irresponsável por parte do governo determinar a volta ao trabalho em um momento em que há alta de contaminações e mortes.” [Folha]

>>>> Imagine, já tivemos Gil tirando um som na ONU há poucos anos atrás, como ministro da Cultura…: “Após supostamente encerrar uma instabilidade política com a secretária de Cultura Regina Duarte — após a recondução momentânea, à sua revelia, de Dante Mantovani à Funarte, a própria atriz disse que achava que estava sendo dispensada pelo governo —, o presidente Jair Bolsonaro voltou a provocar especulações sobre o futuro do setor vinculado ao Ministério do Turismo. Na manhã desta terça-feira (19/5), o presidente compartilhou o trecho de uma entrevista concedida por Mário Frias à rede CNN Brasil no dia 6 de maio, quando o nome de Regina Duarte vinha sendo apontado como iminente queda no governo. À época, aliás, os atores Humberto Martins e Mário Frias já haviam sido apresentados a Bolsonaro como possíveis substitutos para a secretária. No vídeo publicado por Jair Bolsonaro em sua página no Facebook e no Twitter, Mário Frias tece elogios ao presidente e demonstra admiração por Regina Duarte — vale lembrar que Frias foi um dos poucos artistas a comparecer na posse de Regina. Quando perguntado se estaria sendo cotado para substituir a Secretaria de Cultura, ele dá uma risada e diz que receberia o convite com entusiasmo.” [O Globo]

>>>> Sempre torcemos contra o Bretas: “as” [O Globo]

>>>> Os Odebrecht precisam ir ao programa Casos de Família, da Cristina Rocha: “A guerra judicial entre a Odebrecht (comandada por Emilio Odebrecht) contra ganhou um novo capítulo — e, para variar, pesado. A Odebrecht entrou na Justiça de São Paulo com uma ação para anular um contrato com Marcelo pelo qual ele receberia R$ 52 milhões a título de “honorários complementares”. O contrato foi assinado em 2017, quando Marcelo deixou a prisão e referia-se a valores a que ele teria direito nos tempos em que presidiu a empresa, entre 2013 e 2015. A Odebrecht diz que só assinou tal contrato por ter sido coagida por Marcelo, que a ameaçava. Acusa ainda Marcelo de ter “comandado um dos maiores escândalos de corrupção já noticiados no país”, colocando o grupo “na maior crise financeira de sua história”. Mais: que as empresas do grupo ” lutam para sair da crise em que foram colocadas, principalmente, pelo Sr. Marcelo Odebrecht, para pagar mais de R$ 2,6 bilhões em penalidades devidas ao MPF, CGU, AGU, bem como os valores devidos a seus integrantes e credores”. A ação utiliza-se de termos duros e tenta jogar nas costas de Marcelo a culpa de todo o mar de corrupção que grassava na empresa — como se os esquemas fraudulentos da Odebrecht tivessem se iniciado em seu período como presidente. É sabido que, com Marcelo no comando, o esquema criminoso ganhou vulto, mas obviamente a corrupção sempre esteve no DNA da Odebrecht, como de resto de todas as empreiteiras brasileiras” [O Globo] A cara de pau do seu Norberto é espantosa…

>>>> Boas novas na França: “Os desertores do partido do presidente francês Emmanuel Macron, República em Marcha (LRM, na sigla em francês), anunciaram, nesta terça-feira, a criação de um novo grupo na Assembleia Nacional. A medida faz com que a sigla de Macron perca a maioria absoluta no parlamento e aumenta a pressão por mais políticas de esquerda. Ao todo, sete parlamentares estão de saída do LRM para ingressar em um novo grupo chamado Ecologia, Democracia, Solidariedade, formado por 17 políticos. Agora, o partido de Macron tem 288 deputados, um a menos que a maioria absoluta, e abaixo dos 314 de quando o presidente tinha após as eleições de 2017. No entanto, o número de integrantes do novo grupo é menor do que a quantidade noticiada anteriormente pela imprensa francesa no início de maio (58). Isso indica que o partido pode ter conseguido controlar os desertores. — A pressão do executivo, do partido e do grupo foi tanta que tivemos que fazer o anúncio — disse um desertor — Muitos acabaram decidindo não embarcar. O partido de Macron, formado pelo ex-banqueiro nas eleições em 2017, já havia sofrido uma série de perdas após alguns parlamentares terem se decepcionado com o forte controle do presidente nas tomadas de decisões da sigla e por suas políticas pró-negócios. Macron ainda pode conseguir uma aliança menor, com o centrista MoDem (Movimento Democrático). No entanto, com o enfraquecimento do LRM, o MoDem pode ter mais influência sobre a formulação de políticas nos dois últimos anos do mandato do presidente. Os desertores não se consideram opositores, mas dizem que irão pressionar o governo a adotar mais políticas trabalhistas, além de reformas favoráveis ao meio ambiente. O objetivo, segundo eles, é impedir a migração de eleitores para a extrema-direita. — Se não mostrarmos resultados rapidamente, o risco é que os franceses escolham os piores em 2022, é isso que queremos evitar a todo custo — disse Aurelien Tache, um dos parlamentares que saiu do LRM.” [O Globo]

>>>> Na Bolívia: “Bloqueios de ruas realizados por sindicatos de camponeses e indígenas simpáticos ao ex-presidente Evo Morales se espalham pela Bolívia, com apelos para flexibilizar a quarentena imposta para conter o novo coronavírus e fixar uma data para as eleições presidenciais. A pandemia suspendeu as eleições para substituir o governo interno da conservadora Jeanine Áñez, que estavam previstas para 3 de maio. O Ministério do Governo (Casa Civil) informou em um comunicado que há interrupções de vias nos povoados de “Yapacaní (região de Santa Cruz, leste), K’ara K’ara (Cochabamba, centro), Eucalipto (Oruro, oeste), Copacabana (no caminho para o binacional Lago Titicaca) e Norte de Potosí (sudoeste)”. Os protestos começaram há uma semana em Cochabamba, no acesso ao depósito de lixo de K’ara K’ara e na cidade de El Alto, vizinha a La Paz. Em todas as regiões, os sindicatos pedem uma redução da intensidade da quarentena sanitária porque querem retomar suas atividades de trabalho e que seja fixada a data das eleições presidenciais, no máximo até 2 de agosto. O principal líder dos trabalhadores mineiros, Orlando Gutiérrez, aliado de Morales, exigiu do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) “que nos diga o dia das eleições, de maneira formal, caso contrário serão responsáveis pelas ações do povo em seu conjunto”. O vice-ministro do Interior, Javier Isa, culpou pelos conflitos o Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, que está refugiado na Argentina desde dezembro. – Não estão buscando nenhuma reivindicação social, este é um pretexto do Movimento ao Socialismo para convulsionar o país. Foi determinado que todos estes movimentos estão sendo financiados pelo MAS, que está por trás de tudo isso – disse Isa. Ao mesmo tempo, comerciantes de varejo e sindicatos de motoristas de transporte público nas cidades de La Paz e El Alto tentaram retomar lentamente suas atividades nesta segunda-feira, como uma maneira de relaxamento das restrições adotadas em meio à emergência de saúde, em vigor desde 17 de março e que vai até o final de maio.” [O Globo]

>>>> Emissões de dióxido de carbono caíram 17%: “The world’s daily carbon dioxide (CO2) emissions fell by 17% in April — the peak of global lockdowns aimed at slowing the spread of the coronavirus — when compared to 2019 levels, according to a study published in the journal Nature Climate Change on Tuesday. Though researchers say CO2 emission levels are again increasing as lockdowns are gradually lifted, they estimate that total emissions this year will be between 4% and 7% lower than 2019’s total, which would be the largest annual decrease since the end of World War II. The decrease in total emissions depends on how quickly lockdowns are lifted and whether economic activity fully resumes. Researchers say that the 4% to 7% decrease in total emissions “is comparable to the rates of decrease needed year-on-year over the next decades to limit climate change to a 1.5 °C warming,” which aligns with the goals set by the Paris Climate Agreement. The analysis lends weight to the idea that major policy shifts — not lockdowns occurring for tragic reasons — are needed to drive sustained future cuts. It also echoes other experts who see massive government economic recovery packages as a way to create or accelerate those changes. “[O]pportunities exist to set structural changes in motion by implementing economic stimuli aligned with low carbon pathways,” the study states.” [Axios]

>>>> Que capa d’O Dia: