Dia 24: o mais indefensável e desprezível dos presidentes | 25/01/19

1. O mais indefensável e desprezível dos presidentes

E aqui eu vou além de discordâncias políticas e econômicas. direita e esquerda, antes o problema fosse esse.Verso sobre caráter, hombridade, tudo aquilo que Bolsonaro passou longe, tão longe que a distância é astronômica.

Bolsonaro é um ser desprezível, ruim até não poder mais. Ele é o cara que em plena votação do impeachment da Gilma – e foda-se o que você acha dela e do PT – louvou “Ulstra, o pavor de Dilma Roussef“. Bolsonaro tem uma ficha corrida de obscenidades ditas, mas se juntar tudo não dá o elogio a um torturador.

A última desse demente foi ironizar o auto-exílio do Jean:

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O que só corroborou a decisão do Jean, mas isso é complexo demais pra essa família de imbecis entender. Minutos depois os Bolsonaros deram uma de Sérgio Malandro e disseram que não tinha nada a ver, estavam falando sobre Davos. Sim, o presidente que falou ““Petralhada, vai tudo vocês para a ponta da praia. Vocês não terão mais vez em nossa pátria””jamais ironizaria o Jean, né? Enfim, uns frouxos do caralho.

Os evangélicos, tão ciosos dos ensinamentos de Jesus, também tripudiaram:

“Pouco depois de o deputado Jean Wyllys anunciar que não voltaria ao Brasil por temer as ameaças de morte, o deputado evangélico Sóstenes Cavalcante fez, acredite, uma piada no Twitter: “Se a vida da maioria dos brasileiros ainda está ruim, imagina pra quem cuspiu na cara do presidente!?”. Sóstenes, que parece cultivar o ódio, esqueceu o capítulo 5 do evangelho de Mateus. Diz assim no versículo 44: “Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem”.” [O Globo]

De quebra, o presidente resolveu ecoar uma mentira disseminada ontem que Jean estaria fugindo do país porque seria o mandante da facada em Bolsonaro:

O vice desfilou seu cinismo:

““Temos que aguardar quais são essas ameaças, porque ele falou de forma genérica. Quando a gente diz que está ameaçado, tem que dizer por quem, como. Vamos aguardar. Não estou na chuteira do Jean Wyllys. Ele que sabe qual é o grau de confusão que ele está metido.” [Antagonista]

E Bolsonaro tá recuando mais uma vez, dessa vez da promessa de não se candidatar à reeleição:

Em entrevista publicada pelo portal do jornal americano The Washington Postnesta quinta-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro deixou em aberto a possibilidade de concorrer à reeleição nas eleições de 2022. Questionado pela repórter se ele já havia decidido que não iria concorrer ao pleito, o presidente responde que a decisão ainda não foi tomada, traduzida na entrevista original pela expressão “the jury is still out”. A repórter do jornal americano ainda rebate o presidente, afirmando que ele acabou de tomar posse. Bolsonaro responde que acredita que deve liderar o País como um exemplo a ser seguido. A discussão refere-se a possível aprovação da reforma da Previdência e de demais propostas, classificadas como “impopulares” por Bolsonaro, o que, segundo ele, seria uma prerrogativa para que não houvesse sua reeleição” [Estadão]

Palavra é tudo, né?

Entretanto, ainda antes do fim das eleições, no dia 20 de outubro, Bolsonaro defendeu o fim da reeleição em entrevista à imprensa no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro. “Da minha parte, vou conversar com o Parlamento com vistas a uma reforma. Acabar com o instituto da reeleição e reduzir de 15% a 20% a quantidade de parlamentares”, disse o militar. Também antes do segundo turno das eleições, em vídeo publicado nas redes sociais do próprio presidente mostrando os bastidores de uma entrevista à TV Bandeirantes, Bolsonaro novamente comenta sobre a aprovação de uma possível reforma política no Congresso defendendo o fim da reeleição. “Eu botaria na balança o fim do instituto da reeleição. É a reforma política que você pode propor ao parlamento”, afirmou. No título da publicação no seu canal no Youtube, com nove minutos de duração, segue o destaque para os tópicos “Fim da reeleição, novo atentado e muito mais”.

Na transição Bolsonaro continuou com o mesmo papinho:

Em dezembro, durante o período de transição, o presidente eleito Jair Bolsonaro voltou a defender em reunião com a bancada do DEM o fim da reeleição para cargos no poder executivo. Segundo os relatos de parlamentares presentes à reunião, Bolsonaro citou o tema ao defender a necessidade de uma reforma política e disse apoiar o fim da reeleição justamente para demonstrar que não tem um projeto de poder pessoal.

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2. “Meu garoto”

“Interlocutores próximos ao presidente demonstraram preocupação com os “sinais trocados” dados por Bolsonaro ainda em Davos, onde participou do Fórum Econômico Mundial. Primeiro, o presidente disse que, se o seu filho mais velho estiver errado, deve pagar. Depois, mudou o tom e afirmou que estavam atacando “o garoto” para atingi-lo. Jair Bolsonaro tem dito a assessores que considera um “massacre” o episódio envolvendo Flávio.” [Estadão]

Pra ver como o Bolsonaro tá zonzo e os militares putos. E quem diria, menos de um mês de governo e a cirurgia já é vista como um ALÍVIO!

Com a cirurgia para a retirada da bolsa de colostomia, marcada para a próxima segunda-feira, 28, há uma ala que acredita que a pressão sobre Bolsonaro e seu governo deve diminuir, auxiliando na tentativa de separar o caso Flávio Bolsonaro do Palácio do Planalto. Outros auxiliares, no entanto, têm uma avaliação diferente. Consideram que não haverá trégua para o presidente e que Bolsonaro não pode dar declarações dúbias que suscitem dúvidas de que ele não vai tolerar desvios, mesmo que sejam cometidos por seus filhos, para não desgastar seu capital político.

O pessoal do Washington Post deve estar MUITO impressionando com o presidente que elegemos:

Lally Weymouth, filha da lendária publisher Katharine Graham, foi falar com Bolsonaro em Davos para o Washington Post. Perguntou sobre “o escândalo envolvendo seu filho”, que teria “empregado pessoas com laços estreitos com membros de gangues”.

Resposta: “Este não é um assunto de governo —ou da sua conta— mas eu vou dar minha opinião. Seu nome de família, Bolsonaro, é a razão. É resultado de acusações políticas ao meu governo”. [Folha]

Se o pai tá num vai e vem, Flávio continua firme na estratégia de defesa Paulo Maluf, é uma resposta mais cretina que a outra.

É mentira. Não sei nem de onde surgiu essa história (sobre possível renúncia). Eu nem tomei posse ainda. Vou tomar posse e vou trabalhar muito” [Folha]

Flavinho Desmaio diz que nunca defendeu as milícias – imagine, vai ver ele sempre se colocou ao lado do Freixo no combate aos milicianos:

Estava se generalizando de uma forma muito preocupante. Eu sempre fiz a defesa do servidor da segurança pública. Qualquer local onde moravam dois ou três policiais militares já estava sendo considerado milícia.”

Olha que coisa, justamente um dos milicianos mais perigosos do Rio, sócio do Escritório do Crime e envolvido na morte da Marielle, tinha mãe e esposa empregados no gabinete do Flávio – e boa parte dos depósitos na conta do Queiroz veio de uma agência em frente à pizzaria de propriedade da mãe do miliciano!

E os militares devem estar revoltados com a postura do presidente. O Reinaldo Azevedo é muito bem quisto pelos militares, e por isso tem ótimas fontes no meio:

Até esta quarta (23), havia um fio de esperança na cúpula militar do governo de que o pai tentaria se manter a uma distância prudente do tsunami de evidências que colhe o filho. Não mais. Em entrevista à TV Record, o presidente da República levou o problema para dentro do Palácio do Planalto. Afirmou: “Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei. Agora, que se cumpra a lei: não façam de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir (…) Flávio vai fazer 38 anos no dia 30 de abril. O pai o chama de “garoto”. Jair empregou a mesma palavra quando o já deputado federal Eduardo Bolsonaro, com 34, afirmou que bastavam um soldado e um cabo para fechar o Supremo. E o “garotinho” ainda fez questão de acrescentar: “Não é querer desmerecer o soldado e o cabo, não”.” [Folha]

Sobrou até para o Moro:

Bolsonaro tem como seu ministro da Justiça um homem versado nessas coisas de investigação. Se há pessoa que conhece o que é seguir e o que é transgredir a lei, eis Sergio Moro. Mas parece que sua biruta se desorientou. Os Bolsonaros devem fazer figa para que os métodos de investigação do “Flaviogate” não sigam aqueles consagrados justamente por Moro, sob os aplausos do bolsonarismo, e que quebraram as pernas do PT, do PSDB e do MDB: prisão preventiva que se estende para as calendas e oferta generosa de delação premiada.

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3. Milicos fugindo da reforma como diabo da cruz

Os militares pateticamente tentam argumentar que eles não podem entrar na reforma por uma questão legal, bla bla bla. Então alguém precisa avisar isso á equipe econômica:

A equipe econômica e as Forças Armadas entraram numa queda de braço em torno de quando a reforma da Previdência dos militares deve ser apresentada ao Congresso. De um lado, a turma do Ministério da Economia defende que o governo encaminhe ao Legislativo um pacote completo, que inclua tanto as mudanças nas regras para a aposentadoria dos civis quanto dos militares. Do outro lado, as Forças Armadas querem entrar num segundo momento, depois que a proposta dos civis avançar ao menos na Câmara dos Deputados.

Nesta quinta-feira, o presidente em exercício, Hamilton Mourão, explicitou tanto as divergências quanto a estratégia dos militares. Ao ser questionado sobre quando a reforma das Forças Armadas deveria ser apresentada, ele afirmou que somente após a votação da proposta dos civis em primeiro turno no plenário da Câmara. – Após o primeiro turno. Não são duas votações? Passou a primeira vez, e aí entra a dos militares. Aquela história do primeiro e do segundo momento é que a nossa (reforma) é mais fácil de ser aprovada. De repente, é aprovada dos militares, mas não é aprovada dos outros – pontuou Mourão.” [O Globo]

Os milicos tão se borrando com a possibilidade da reforma da previdência para os civis não passar e só eles tomarem a enquadrada – eu ia achar é graça. Eles já se julgam injustiçados por uma reforma do FHC de 2001, e tão com medo de se foderem aina mais. Analisando aqui de forma serena, chego à conclusão que TODO CASTIGO É POUCO!

E o Paulo Guedes tá esfregando o patriotismo na cara dos milicos, eu acho é graça:

Os militares são patriotas, eles gostam dessa ideia de liderar, por exemplo. A declaração foi dada depois que Guedes foi questionado sobre comentários do ministro do gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno. Em entrevista ao jornal “Estado de S. Paulo”, Heleno disse que já estava acertado há muito tempo que os militares só entrariam numa segunda etapa da reforma.

E imagina a alegria da equipe econômica ao ver o presidente anunciando detalhes que não foram combinados com a equipe econômica:

Na quarta-feira, em entrevista à agência de notícias Bloomberg, Bolsonaro já havia afirmado que os militares estariam numa “segunda parte” da reforma. Integrantes da área econômica, no entanto, afirmam que o martelo ainda não foi batido.”

O que querem os militares:

A proposta apresentada pelas Forças Armadas à equipe econômica é que o período de tempo dos militares na ativa aumente de 30 para 35 anos. Eles também estariam dispostos a aceitar a cobrança de contribuição previdenciária sobre pensões. Por outro lado, segundo integrantes do Ministério da Economia, o grupo argumenta que os salários da categoria estão defasados e precisam ser corrigidos.”

Militares estão DISPOSTOS a aceitar tributação em cima das pensões, que graça. A reação do Guedes deve ser hilária. E o otimismo da equipe econômica me comove:

A equipe econômica trabalha entregar o projeto final da reforma Previdência nas mãos de Jair Bolsonaro no dia 6 de fevereiro, quando o presidente deve receber alta da cirurgia a que se submeterá. A ideia é que Bolsonaro dê o o.k. e IMEDIATAMENTE o texto seja enviado ao Congresso.” [O Globo]

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4. Um governo de patetas

Esse governo de patetas toma decisões sem consultar órgão e ministros afetados pelas decisões

O Banco Central não colheu sugestões do novo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), sob administração de Sergio Moro, nem do Ministério Público antes de editar a minuta de circular com as novas normas de prevenção à lavagem de dinheiro.”  [Folha]

Nem o Moro eles ouviram!

Sergio Moro não foi consultado pelo Palácio do Planalto sobre o decreto assinado por Hamilton Mourão alterando a Lei de Acesso à Informação, diz a Crusoé. Segundo interlocutores do ministro, ele só soube da mudança quando estava no avião voltando de Davos para o Brasil nesta quinta-feira, mesmo dia em que o decreto foi publicado no Diário Oficial da União.”

E o governo tentando sair em defesa da medida é constrangedor:

Especialistas afirmam que as mudanças podem dificultar a obtenção de dados via LAI, pois mais agentes poderão limitar as regras de acesso. Rosário afirma que o decreto “não corta a transparência em nada, só descentraliza as decisões”. “Qualquer problema, isso pode ser revisado, por meio de recursos. Os recursos vão continuar iguais”, disse.” [Estadão]

Ah, ainda bem que eles ainda nos permitem o luxo de entrar com recurso, né?

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5. Velez e o Inepto do Inep

Governo Bolsonaro foi para cima dos caminhoneiros e se colocou contra a tabela de frete feita no governo Temer:

A Secretaria de Promoção da Produtividade e Advocacia da Concorrência do Ministério da Economia se manifestou em documento enviado nesta quinta-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o tabelamento do frete rodoviário e classificou os caminhoneiros grevistas de “conspiradores”. De acordo com o documento – a primeira manifestação do governo Bolsonaro no STF sobre o tema –, o governo Michel Temer foi coagido a instituir preços mínimos.

A área técnica do Ministério da Economia defendeu ao Supremo a imposição de sanção administrativa aos caminhoneiros e também de punições criminais. “Encaminha os presentes subsídios para contribuir com o esforço de apuração das condutas citadas, tanto para a imposição da sanção administrativa, quanto para a imposição da penalidade criminal”, diz a peça.” [G1]

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6. Velez e o Inepto do Inep

Esse governo verde-oliva conseguiu a proeza de entregar o Inep nas mão de um sujeito que se saiu com um “CIDADÕES” em seu discurso de posse

 

 

Imagine se fosse o Lula falando cidadões, só imagine. Agora vamos ao chefe desse imbecil.

O ciclo 64-85 foi querido pela sociedade brasileira. Os militares não caíram de Marte. Eles foram chamados para corrigir, como uma espécie de poder moderador, os rumos enviesados que tinha enveredado a República

Tem general no governo que não tem coragem de falar uma porra dessa, mas o Ministro de Educação diz isso sem nem corar. E o problema é o Paulo Feire!

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7. Damares, A louca

Depois de muita deliberação cheguei à conclusão que o ministro mais maluco do governo é a pastora, ela bateu até o chanceler que toma sorvete pela testa.

Pra ministra, escola só serve pra despejar conteúdo no aluno: socialização, alimentação e outras coisas são meros detalhes:

O pai que senta com o aluno duas, três horas por dia, pode estar aplicando mais conteúdo que a escola durante quatro, cinco horas por dia”, diz.” [G1]

Imagine um professor lendo uma porra dessa.

Para a ministra, a falta de socialização é a maior crítica de quem se opõe ao ensino domiciliar, mas ela rejeita o argumento: “Não é só na escola que a criança se socializa. Este pai pode, por exemplo, matricular esta criança em um curso de inglês. Ele vai ter amigos do curso de inglês. Esta criança vai fazer esporte, esta criança vai a um clube, esta criança vai à igreja, esta criança tem vizinhos.“”

Pagar um curso de inglês, Damares?! Porra, Damares, em que país vive, minha senhora?! Tem família que conta com alimentação do filho na escola e ela falando em pagar curso de inglês!

Veja só: Na educação domiciliar, o pai vai poder gerenciar, inclusive, conteúdos. O pai vai poder estar junto com o aluno, com o filho, acompanhando o conteúdo, acompanhando o material didático. Outra coisa que todo mundo fica perguntando: e este material didático? O pai vai ter acesso a este material didático, que vai ajudá-lo a dar a aula em casa. Não é uma coisa solta, perdida. Vai ter logo no mercado material que vai orientar o pai como aplicar a educação para o menino de 4 anos, de 5, de 6…

Pra completar a editoria dessa senhora, os holandeses descobriram um vídeo antigo da Damares denunciando holandeses que masturbavam bebês de 7 meses!

Desde ontem, noticiários holandeses – como o De Telegraaf e o RTL Nieuws – têm criticado a ministra brasileira da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, por declarações feitas ainda em 2013. À época, Damares afirmou que especialistas da Holanda defendiam que meninos deviam ser masturbados desde os 7 meses de vida, para que eles pudessem ser adultos sexualmente saudáveis. O De Telegraaf, maior publicação diária dos Países Baixos, manchetou: “Ministra brasileira conta fábulas sexuais sobre a Holanda”. [Correio Braziliense]

 

 

Na Holanda, eles distribuem uma cartilha para os pais, na qual são ensinados como massagear sexualmente suas crianças

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8. O Rio da Whitney

O governador Wilson Witzel voltou atrás e resolveu manter uma estrutura no Detran para vistoriar os veículos em circulação no estado. A diferença, agora, é que esse trabalho passará a ser feito nas ruas, durante blitzes do órgão, e não mais nos postos. A medida foi anunciada nesta quinta-feira, em meio a questionamentos sobre a legalidade da decisão de Witzel de manter a taxa de vistoria — no valor de R$ 202,55 — para a realização do licenciamento anual. Na última quarta-feira, um dia antes de o governador mudar de ideia, a juíza Maria Teresa Pontes Gazineu, da 16ª Vara de Fazenda Pública do Rio, concedeu uma liminar, a pedido do Ministério Público estadual, que suspende a cobrança.

Durante a campanha eleitoral, Witzel prometeu acabar com as vistorias do Detran. Em 30 de outubro do ano passado, dois dias após ser eleito, ele reafirmou o compromisso, alegando que o serviço era alvo de muitas denúncias de corrupção. Ainda segundo o governador, as vistorias passariam a ser feitas nas abordagens da Operação Lei Seca, que são feitas pela PM.” [O Globo]

Imagine, vistoria em blitzes da PM!

Essa porra era tão absurda que eu jurei que era invenção, ninguém poderia ter sugerido isso em sã consciência.

Fontes do Palácio Guanabara afirmam que a mudança de planos de Witzel faz parte de uma tentativa de reverter a decisão judicial. Pelo princípio legal, o estado só pode cobrar taxas por um serviço efetivamente prestado, o que não ficaria comprovado com a extinção a vistoria.”

Whitney queria acabar com as vistorias mas continuar cobrando pelas vistorias! Como não deu certo inventou essas operações do Detran na rua.

E tem mais absurdo desse cartão postal esquisito. Só pra presidência da Alerj há 231 cargos!

Sob a suspeita de ter assessores que repassam parte de seus salários para deputados, a Assembleia Legislativa do Rio ( Alerj ) registra uma quantidade acima da média nacional quando o assunto é cargo. Apenas para auxiliar o presidente da Casa, estão à disposição 231 postos de trabalho, divididos sob a rubrica “Presidência” e “Assessoria presidência”, o que totaliza um gasto de R$ 865 mil por mês. Os salários vão de R$ 1 mil a até R$ 30,4 mil. Responsável por cuidar de procedimentos administrativos, o deputado responsável pela “primeira secretaria” pode ter à sua disposição, por exemplo, 68 servidores a um custo de R$ 296 mil.” [O Globo]

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9. Putin só esfregando as mãozinhas

Ótimo vídeo da Vox sbre o que significa a saída de cena da markel em 2021, depois de quatros mandatos como primeira-ministra alemã:

 

 

 

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10. O dia seguinte na Venezuela

A capital venezuelana viveu um dia de “silêncio e tensão” nesta quinta-feira (24) nas palavras de Matías Garrido, 42, que fechava a porta metálica mais cedo de sua lanchonete, na área comercial de Sabana Grande. O “day after” da grande mobilização que culminou com o opositor Juan Guaidó, 35, jurando como presidente encarregado de uma possível transição foi de ruas vazias, nada de hora do rush e muitos bloqueios nas ruas para checar documentos por parte de oficiais da Guarda Nacional Bolivariana“. [Folha]

E o cenário é um convite à tragédia. O estopim pode ser ao fim do prazo para a expulsão dos diplomatas americanos:

O governo dos Estados Unidos ordenou nesta quinta (24) que seus funcionários diplomáticos “não-essenciais” deixem a Venezuela. O Departamento de Estado dos EUA não acatou a expulsão completa dos diplomatas do país, ordenada pelo ditador Nicolás Maduro, mas emitiu um “alerta de segurança”, que pede aos cidadãos norte-americanos que “considerem seriamente” deixar a Venezuela.

E aí, Maduro vai soltar os cachorros ou vai recuar?

A reportagem da Folhademorou mais de 1h30 para fazer o percurso desde o aeroporto de Maiquetía a Caracas. Primeiro, por conta de um operativo militar que, atirando com balas de borracha, tentava diluir uma manifestação em El Paraíso. Outra, porque por um longo trecho do caminho, tanques com homens armados escoltavam dois caminhões de gás que atravessavam áreas populares onde já se haviam reportado saques a veículos desse tipo. “Todos esperam, ou está havendo negociações de bastidores no governo, ou Guaidó está negociando fugir, pode ser qualquer coisa, não há fontes de informação. Não sabemos nada porque o governo diz só o que quer e a oposição está calada”, dizia Pedro Galdés, 47, que vinha caminhando por uma avenida Francisco de Miranda com pouco trânsito. “Nem dá para acreditar que ontem havia tanta gente na rua e hoje está tudo quieto.” Outra incógnita do dia foi: “Onde está Guaidó?”. Depois de fazer o juramento como presidente encarregado, ele não foi mais visto em público.”

A Folha fez um bom apanhado sobre o argumento jurídico da oposição:

A Assembleia Nacional da Venezuela tem citado três artigos da Constituição para legitimar a proclamação de seu líder, Juan Guaidó, como presidente interino do país. Um deles, número 333, autoriza qualquer cidadão a tomar medidas contra violações à Carta. Outro, o 350, permite a desobediência civil em caso de um governo que viole os direitos humanos ou as garantias democráticas. A oposição considera que a Constituição foi violada quando Maduro convocou uma Assembleia Constituinte, em 2017, e na eleição presidencial de 2018, cuja legitimidade foi contestada interna e externamente.” [folha]

E os EUA estão cogitando intervenção militar na Venezuela, olha o tamanho da merda:

O New York Times noticiou que “os militares venezuelanos apoiaram o presidente Nicolás Maduro”, num “revés para oposição”. O jornal ouviu, da secretária-assistente de Estado para América Latina de Obama: “Não creio que o governo pensou com cuidado em todas as consequências” ao reconhecer a oposição como governo.

Já o assessor de Segurança Nacional de Trump, John Bolton, também no NYT, voltou a cogitar intervenção militar, por ser no “nosso hemisfério”.

O correspondente-chefe para América Latina do Wall Street Journal, Juan Forero, anotou que “mudança de regime na Venezuela sempre dependeu dos quarteis”. E que os generais James Mattis, John Kelly e Herbert McMaster, hoje fora do governo Trump, “teriam sido mais deliberativos e considerado as consequências”.”  [Folha]

E pelo visto mediação é vintage, diplomacia mundial tá muito louca:

O governo brasileiro rejeita a possibilidade de uma mediação por parte de México e Uruguai na crise venezuelana. “Já passamos desse capítulo” declarou na manhã desta sexta-feira, 25, o chanceler Ernesto Araújo, que ainda está em Davos para reuniões com governos estrangeiros.” [Estadão]

Ora, se não são eles a mediar, sobra quem?? Pessoal do Grupo de Lima? o Trump?! Não haverá mediação? Resta tiro, porrada e bomba.

Entre a cúpula militar brasileira, porém, há um sentimento nítido de que o cenário hoje venezuelano é “incerto” e que o capítulo final dessa crise “ainda não foi escrito”.

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11. Um Trump Muito Louco

E o Roger Stone foi acordado pelo FBI. Quem não viu veja ‘Get Me Regoer Stone’, tem no Netflix.

Former Trump campaign adviser Roger Stone was arrested in Fort Lauderdale, Florida early Friday morning, following an indictment in D.C. charging he had communicated with the Trump campaign about hacked emails possessed by WikiLeaks, according to Special Counsel Robert Mueller’s office. He is facing seven counts, including obstruction of an official proceeding, making false statements and witness tampering.”

Se você não sabe, Wikileaks, em algum momento, se tornou uma arma geopolítica russa, e parece que o Stone tinha acesso ao Assange – não só tinha aceso como se gabava  disso esrevendo tweets incriminadores e que serão usados como evidências pelo Mueller.

Olha o naipe da figura:

Mr. Stone, a self-described dirty trickster, began his career as a campaign aide for Richard M. Nixon and has a tattoo of Nixon on his back. He has spent decades plying the political dark arts, including scandal-mongering, to help influence American election campaigns, and has long maintained that he had no connection to Russia’s attempts to disrupt the 2016 presidential election. He sometimes seemed to taunt American law enforcement agencies, daring them to find hard evidence to link him to the Russian election interference. Mr. Stone’s brash behavior made him less of a subject of news media scrutiny than other current and former aides to President Trump — like the character in a whodunit whom readers immediately dismiss as too obvious to have committed the crime.”

Esse parágrafo aí de cima resime toda a loucura.

“According to the indictment, between June and July of 2016, Mr. Stone told “senior Trump campaign officials” about the stolen emails in WikiLeaks’ possession that could be damaging to Mrs. Clinton. On July 22, WikiLeaks released its first batch of Democratic emails. After that, according to the indictment, the Trump campaign sought more.”” [NYT]

E tem email!!

Tuesday, October 4, 2016
FROM: Steve Bannon
TO: Roger Stone
EMAIL:
He didn’t cut deal w/ clintons??

Tuesday, October 4, 2016 
FROM: Roger Stone
TO: Steve Bannon
EMAIL: 
Fear. Serious security concern. He thinks they are going to kill him and the London police are standing done.
However —a load every week going forward.
Roger stone

Já dá pra cravar que o Mueller fodeu com o Trump. O mesmo Trump que disse isso aqui enquanto candidato republicano à presidência:

Essa aí é a evidência número 1 do Mueller. Pra quem quiser mais detalhes, um bom resumo [Axios]

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>>> E o Beto Richa se fodeu, de novo. Será que o Suéter Humano visitará o correligionário na prisão? Ou o gracejo só serve para o Lula? [Veja]

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>>> Mais uma barragem se rompeu, dessa vez da Vale, em Minas. Vem aí uma grande show de sensibilidade e bom senso desse governo verde-oliva.

>>> Pra ver o quão querido é o nosso presidente lá fora: “Quem também apareceu em foto ao lado de Bolsonaro foi o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair. Owen Jones, colunista do Guardian, e o site The Canary, próximo da atual liderança trabalhista, defenderam sua expulsão do Partido Trabalhista pela “ação publicitária com o racista homofóbico fascista Bolsonaro”.” [Folha]

>>> Eleitores fazendo esse tipo de piada é uma oisa, ouvir isso de parlamentar é mais complicado: ““Tenho sugerido aos colegas que a gente tire uma licença e vá tomar água de coco na praia. Se voltarmos em uns 100, 150 dias, eles [governo] já terão feito o nosso papel”, disse a O Antagonista. “Não é brincadeira: nesse caminho que eles estão seguindo, a gente pode só ficar embaixo da sombra, esperando a população perceber que essa turma é toda atrapalhada e cheia de contradições”,”

>>> Tá explicado aquele anúncio da GM ameaçando fechar fábricas no Brasil: “O governo de Jair Bolsonaro (PSL) dá sinais de que pretende resistir a eventuais investidas da General Motors de pleitear incentivos tributários ou qualquer outro tipo de apoio federal para manter operações no Brasil. Em um encontro reservado com o alto escalão da montadora, Carlos da Costa, secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do ministério da Economia, foi assertivo: “se precisar fechar [a fábrica], fecha”Segundo apurou a reportagem, técnicos do governo federal veem as reclamações da montadora com estranheza, pois, quando a GM enfrentou uma forte crise nos EUA, entre 2008 e 2012, as operações na América do Sul seguraram os resultados. .” [Folha]

>>> Força, Tim Cook!

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Dia 23: “retrospectiva do Brasil do futuro” | 24/01/19

1. Pega fogo, cabaré!

Desde a posse não se falava em Paulo Marinho:

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) está convencido de que pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro estariam empenhadas em colocar mais lenha na fogueira do caso Coaf. A aliados, Flávio se disse incomodado com as críticas de seu suplente Paulo Marinho (PSL-RJ) e do ministro da Secretaria-Geral, Gustavo Bebianno. Este último, que é advogado, teria considerado “erro jurídico” a estratégia da defesa de Flávio de recorrer ao Supremo para suspender as investigações em andamento contra seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Flávio teria identificado as digitais de seu suplente na divulgação de informações contra ele. Desde a campanha, quando cedeu sua casa para o QG de Bolsonaro, Marinho estaria distante da família. Ele sequer participou da posse do presidente. Segundo interlocutores, Flávio Bolsonaro chegou a conversar com o presidente sobre Marinho e Bebianno. Porém, resolveram colocar panos quentes na situação. Foi Bebianno quem apresentou Paulo Marinho a Bolsonaro. Procurado, Marinho disse ter uma “ótima relação” com Flávio. Bebianno afirmou desconhecer as considerações. “Não me compete fazer esse tipo de análise”.” [Estadão]

Quem quer que esteja tramando contra esse trio de patetas com sobrenome presidencial tem meus parabéns!

E continuando o barraco, Mourão, esse poço de ressentimentos fardado, ainda vai dar o troco no Bolsonaro:

A decisão de Jair Bolsonaro de não passar a presidência para Hamilton Mourão a partir de segunda-feira, quando o presidente será operado em São Paulo, irritou ministros militares com assento no Palácio do Planalto. Ontem, o comentário no Planalto era de que Bolsonaro não foi devidamente orientado sobre a delicadeza da cirurgia a que vai ser submetido, e que havia sido “teimoso” por não passar o bastão para Mourão. Um dos ministros mais incomodados afirmou que não pretende despachar com o presidente em São Paulo, após a cirurgia. O plano de Bolsonaro é continuar trabalhando do hospital, normalmente.” [Época]

Não se trata um vice assim logo depois do Michel Miguel passar a perna na Gilma, Bolsonaro tá arrumando sarna pra se coçar. E pra completar o curto-circuito entre civis e militares:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira, em Davos, que os militares são “patriotas e sabem que têm de liderar pelo exemplo”, ao ser questionado se eles serão incluídos na reforma da Previdência, posição que tem despertado reticência em parte do comando das forças armadas, mas que é apoiada pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.

Hoje, ao ser questionado sobre o assunto, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, reiterou esta posição, observando que “já estava decidido há muito tempo que a reforma dos militares viria em uma segunda fase.”” [Valor]

Questionado sobre a contradição, Guedes respondeu:

Há um problema técnico. A PEC é para quem está previsto pela Constituição. (Para) os militares, tem que ser um ato ordinário. Mas, se for simultâneo, fica estranho.” [Antagonista]

Por que diabos um ato ordinário seria estranho?? É a parte mais facil!

Guedes tá colocando o rabinho entre as pernas e os militares saíram vitoriosos, parece que realmente vão ficar de fora da reforma a ser anunciada após a cirurgia do Bolsonaro. Pior que nem dá pra cravar nada nesse governo, até amanhã pode ter o recuo, o recuo do recuo e o recuo do recuo do recuo. Se os militares ficarem de fora a reforma já nasce natimorta, o principal argumento do governo vai pro saco.

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2. A entrevista da Record

E Bolsonaro recuou pela enésima vez. Depois da entrevista à Bloomberg no qual disse que seu filho teria que pagar se estivesse errado, Bolsonaro foi logo inocentando o filho em entrevista à Record:

“Acredito nele. A pressão enorme em cima dele é para tentar me atingir. Ele tem explicado tudo o que acontece com ele nessas acusações infundadas. Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei. Agora, que se cumpra a lei, não façam de maneira diferente para conosco. Não é justo atingir um garoto, fazer o que estão fazendo com ele, para tentar me atingir. Ao meu filho, aquele abraço e fé em Deus que tudo será esclarecido” [UOL]

Quando parece que o religioso Bolsonaro vai seguir a bíblia e sacrificar o filho em nome de sei lá o que ele vai lá e faz tudo ao contrário! O problema é que só o Bolsonaro acredita no papinho do filho:

A Folha apurou junto a oficiais generais da ativa, das três Forças, que existe um consenso de que Flávio não foi convincente até aqui nas explicações sobre o cipoal que mistura operações financeiras envolvendo imóveis no Rio com a movimentação atípica de valores seus e de seu ex-assessor. Para um general ouvido pela reportagem, isso tornou rifar o primogênito dos Bolsonaros uma prioridade. Como fazê-lo sem envolver o presidente, essa é outra questão. Alguns setores da cúpula das Forças Armadas fizeram chegar ao núcleo militar do Planalto a sugestão de que Flávio não assumisse a cadeira no Senado, em fevereiro. Isso poderia, para eles, evitar a contaminação do debate legislativo pelo caso. A Folha ouviu de um defensor dessa tese que o preço a pagar, no caso de a situação de Flávio se agravar, será um maior distanciamento das Forças Armadas do governo.” [Folha]

Primeira resposta à Record e o Bolsonaro já mandou um “fizemos uma retrospectiva do Brasil do futuro“, beijos, Gilma! Depois ainda teve um “Nós não estamos acima da lei. Pelo contrário, estamos abaixo da lei“. Sim, pra esse imbecil o oposto de estar acima da lei é estar abaixo da lei, Somos governados por um jumento.

Tão burro, mas tão burro, que se contradiz em questão de segundos ao justificar o cancelamento da coletiva:

Recomendação médica de que eu tenho que chegar descansado domingo em São Paulo para que eu possa me submeter a uma cirurgia bastante complexa, todo meu abdômen será aberto novamente. Da última vez, tomei 35 pontos. Então, não pode chegar cansado lá. Obviamente, o que nós podemos cancelar aqui, nós cancelamos. Essa coletiva, no meu entender, tendo em vista o que foi tratado, de forma pública, eu não tinha novidade para apresentar para a imprensa naquele momento.” [O Globo]

Bolsonaro cancelou por não ter nada novo pra falar ou pela necessidade de descanso? E os três ministros que participariam da coletiva também vão entrar na faca? Ou precisaram colocar o presidente pra dormir?

Pra fechar, todo o pânico presidencial:

“A cada aparição do presidente Jair Bolsonaro a impressão é que ele foi convidado para um jantar de muitos talheres e não parece à vontade ao manusear a parafernália. É garfo de peixe ou de carne? Para que tantos copos? Percebe-se o seu desconforto em situações oficiais, apesar dos quase 30 anos de vida pública. No dia da posse, foram raros os momentos em que sorriu, sem que a tensão deixasse seu semblante. Na maior parte do tempo, franze a testa, os maxilares parecem retesados. Receio que Bolsonaro quis ser presidente, realizou seu desejo, mas, ao dar de cara com este Titanic desgovernado que é o Brasil, pensa: o que faço com esta merda? A ficha caiu e ele parece em pânico. Era pavor o que havia em seus olhos no breve discurso em Davos e na entrevista que se seguiu. Jair acreditava que só precisava se cercar de especialistas para governar e talvez tenha percebido apenas agora que são necessários talentos que ele não tem, como gerir uma equipe, administrar crises, comunicar-se com outros líderes, e também com a população, de forma clara e assertiva.” [Folha]

Será que tem alguém aí arrependido? Um dos filhos já se fodeu, a mulher recebeu cheque do Queiroz e pra quem passou 28 anos não fazendo porra nenhuma, ser presidente dá trabalho demais!

Assessores dizem que ele não tem pregado os olhos. Desconfio que sofra de bruxismo. Será que Bolsonaro aguentará o peso da faixa presidencial durante quatro anos? Pelas bandas de cá, general Mourão afaga a imprensa e dá um show de desenvoltura em entrevistas e em suas aparições públicas. Vai vendo.

Em certos momentos Dilma me parecia ter uma espécie de síndrome de burnout, mas demorou alguns anos pra chegar nesse ponto. Pelo visto Bolsonaro chega lá no segundo ou terceiro mês de governo. Como bem colocado pelo Pedro Ivo, “burrice exige modéstia“.

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3. Ligaram o foda-se

Discrição já não é o forte dessa galera, mas parece que resolveram chutar o balde.

O Banco Central quer excluir parentes de políticos da lista de monitoramento obrigatório das instituições financeiras. A autarquia propõe ainda derrubar a exigência de que todas as transações bancárias acima de R$ 10 mil sejam notificadas ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras). Pelas regras em vigor desde 2009, pais, filhos, companheiros e enteados de pessoas consideradas politicamente expostas, entre elas os políticos, são alvo de uma vigilância mais rigorosa dos bancos, com o objetivo de monitorar e coibir eventual lavagem de dinheiro com origem em desvio de recursos do Estado. São pessoas politicamente expostas (PEP no jargão usado em órgãos de controle) políticos eleitos para o Executivo e Legislativo federais, membros da alta corte do Judiciário, governadores, prefeitos e presidentes de tribunais de Justiça e de contas estaduais. A proposta de retirada dos parentes da lista de vigilância dos bancos não caiu bem entre membros do Judiciário e da Polícia Federal consultados pela Folha.” [Folha]

Imagine se isso acontecesse num governo petista, ia ser um escândalo do caralho!

Em outra parte do novo regramento, o BC propõe retirar a linha de corte de R$ 10 mil para comunicações obrigatórias das instituições financeiras ao Coaf. O Coaf é responsável por coletar informações de instituições financeiras para análise de inteligência que auxiliam no combate a práticas criminosas. Dada a relevância que ganhou com a Lava Jato, ajudando no mapeamento de fluxos financeiros de transações ilícitas, foi transferido do antigo Ministério da Fazenda para o Ministério da Justiça pelo ministro Sergio Moro. A expectativa é que o Coaf amplie o trabalho de investigação sob o ex-juiz no comando da pasta. Hoje, transações bancárias acima de R$ 10 mil, mesmo que fracionadas, geram notificações dos bancos para o Coaf. Com a mudança, só operações em dinheiro acima de R$ 50 mil terão que ser obrigatoriamente comunicadas.”

E não pára – morte á reforma ortográfica! – por aí não, esse governo vive falando em transparência mas é só retórica mesmo:

Um decreto publicado nesta quinta-feira (24), no “Diário Oficial da União”, permite que servidores comissionados e dirigentes de fundações, autarquias e empresas públicas imponham sigilo ultrassecreto a dados públicos. O texto, assinado pelo presidente da República em exercício, Hamilton Mourão, altera as regras de aplicação da Lei de Acesso à Informação (LAI). Antes, essa classificação dos documentos só podia ser feita pelo presidente e vice-presidente da República, ministros de Estado e autoridades equivalentes, além dos comandantes das Forças Armadas e chefes de missões diplomáticas no exterior.” [G1]

Adoro essa indiscrição toda. Palavras do vice boquirroto:

Esse já vinha do governo anterior. O presidente [Michel] Temer é que não assinou. O presidente [Jair] Bolsonaro deu luz verde e vai melhorar o acesso e ter menos burocracia para acessar documentos” [Folha]

O juiz Moro já teria dado dezenas de entrevistas, assinado abaixo-assinados, sua esposa estaria indignada em alguma rede social. Mas os tempos mudaram, é a nova era. Moro disse que é preciso ver quais as intenções do BC, que rapaz prudente. Moro também falou sobre o caso Flávio:

O ministro da Justiça e Segurança Pública Sérgio Moro afirmou que o governo federal não intervirá na investigação das transações financeiras suspeitas envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e seus assessores. Em entrevista para a Agência Reuters em Davos, na Suíça, Moro disse que a investigação é preliminar e está nas mãos dos promotores estaduais. “Eles estão fazendo seu trabalho de maneira normal. O governo nunca vai interferir no trabalho dos investigadores ou no trabalho com promotores”, disse o ministro.” [Estadão]

Calcule aí: o filho do presidente mandando SUSPENDER a investigação s valendo do foro privilegiado tão criticado pelos Bolsonaros e Moro + filho do presidente acusando o MP e o Coaf de crime e perseguição + próprio presidente corroborando as críticas do filho e apontando ilegalidade. Logo o Moro, que passou décadas no MP, o juiz mais famoso do Brail e agora Ministro da Justiça, e adivinha onde está o Coaf? Sim, no ministério do Moro. Mas Moro sai com essa resposta cretina e genérica e vida que segue. Eu achei que essa imagem de suer-herói do Moro duraria mais tempo.

Ah, e a última do Queiroz é maravilhosa. Sabe o policial que comanda a milícia, que tinha mulher e esposa empregada no gabinete do Flávio?

A mãe do matador de aluguel, Raimunda Magalhães, que foi lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro, “é sócia da pizzaria Tatyara, na Rua Aristides Lobo, no Rio Comprido, Zona Oeste do Rio. O restaurante fica em frente à agência 5663 do Banco Itaú, na qual foi registrada a maior parte dos depósitos em dinheiro vivo feitos na conta de Queiroz. Foi ali que foram feitos 17 depósitos, sem identificação do depositante, em dinheiro vivo, num total de R$ 91.796 — quase a metade de todo o dinheiro depositado em espécie durante o período compreendido no relatório do Coaf”.

Ops.

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4. Guedes in english

Guedes deu uma entrevista à Bloomberg e é uma boa forma de entender seus planos – e perdão por esse título ridículo do vídeo do antagonista:

A conclusão que eu chego é que o Guedes está alucinado, ele voltou a falar em zerar o déficit NESTE ANO, pra incredulidade do jornalista gringo. Guedes então recua e diz trabalhar com metas ambiciosas – ninguém em sã consciência acha possível ZERAR o déficit em 2019, só o maluco do Guedes. E Guedes também dá all-in nas privatizações, mas esquece que há toda uma questão jurídica por trás. E o esforço do jornalista pra tentar entender o discurso genérico foi comovente.

Continuando a falar do Posto Ipiranga::

Paulo Guedes deu alguns números sobre a economia gerada pela reforma que será apresentada – entre R$ 700 milhões e R$ 1,3 trilhão – e a partir daí dá pra saber qual das propostas que venceu o debate interno: “Os valores citados por Guedes são iguais aos indicados na proposta de capitaneada pelo economista Armínio Fraga. A nova regra coordenada por Tafner unifica todo o sistema atual (INSS, servidores públicos, professores e rural), estabelecendo uma idade mínima comum para a aposentadoria: 65 anos tanto para homens quanto para mulheres ao fim de um período entre 10 e 15 anos. Cria uma renda mínima para idosos —benefício universal sem limite de contribuição ou comprovação de renda – equivalente a 70% do salário mínimo, e estabelece um regime de contas individuais de aposentadoria —a chamada capitalização— para todos os nascidos a partir de 2014.” [Folha]

Bem, dos especialistas que fizeram propostas, o Armínio me parece ser o menos maluco. Até porque os irmãos Weintraub me parecem ter o hábito de tomar sorvete pela testa, é uma opinião política mais idiota que a outra.

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5. Ironias que desgraçam a minha cabeça

O que há por trás da demora no inquérito da Marielle:

A operação de há dois dias em Rio das Pedras, aliás, foi um feito sem precedente que a intervenção militar no Rio construiu, mas não pôde concluir.

Sua continuidade, pedida pelo novo governador, foi negada pelo governo Bolsonaro. Se por desejo do Exército ou por motivos que fatos atuais e futuros sugiram são hipóteses disponíveis para os exercícios interpretativos. Apesar de hipóteses, valem mais do que as explicações dadas.

Os generais Braga e Richard, no pouco que saíram do silêncio, deram pistas da prioridade à apreensão de armas (sem êxito) e às milícias. O que combinava com as principais suspeitas sobre a morte de Marielle e do motorista Anderson.

Mas uma operação contra a milícia da Rio das Pedras precisava de mais do que as informações necessárias: exigiu uma composição humana especial, pelos riscos implícitos e até para evitar o vazamento ameaçador.

O problema para a operação era conhecido e vinha de muito longe. O comando da milícia por um major da ativa na PM, agora preso, e de um major expulso da PM, agora foragido, ambos tidos como muito perigosos e competentes, bloqueava as polícias.

Era mais do que suficiente ao corporativismo de uns e ao medo de outros, quando não ao comprometimento, para evitar ações policiais contra os milicianos e suas atividades a partir de Rio das Pedras.” [Folha]

É muito louco, rola uma intervenção federal militar e os caras vão pra cima das milícias, que até então eram combatidas só pelo F\reixo e PSOL, como é que dá conta duma porra dessa?! Os milicos concordavam com o Freixo e discordavam do Bolsonaro, ue sempre defendeu milícia.

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6. Minha mão na tua cara

O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, atacou nesta quarta-feira (23) o que chamou de “excesso de demarcações” de terras indígenas e unidades de conservação ambiental e foi rebatido em seguida pelo indígena fulni-ô Wilke Torres de Melo. Salles e Melo integravam uma mesa de debate no encontro “perspectivas dos direitos constitucionais indígenas”, realizado na PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília. Embora tenha dito duas vezes que “não era sua especialidade” o tema indígena, Salles criticou a política de demarcações em vigor há anos no Brasil ao sugerir que o tamanho das terras indígenas prejudica a própria fiscalização.” [Folha]

Uma das pessoas lúcidas na discussão era Zequinha Sarney, essa é a miséria em que nos encontramos, o filho do velho Sarna é um dos mais lúcidos – inclusive ele assumiu o Meio Ambiente no governo Michel Miguel e conseguiu desagradar mais os ruralistas que a ministra da Gilma, verdade verdadeira, ambientalmente Michel Miguel estava à esquerda da Gilma.

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7. O Inepto do Inep

O sujeito indicado para chefiar o Inep, órgão responsável pelo Enem, é tão bom e profissional que está estudando um jeito do Presidente ver a prova com antecedência:

““O presidente foi legitimamente eleito com 62 milhões de votos. Isso vai ser conversado, dentro dos aspectos legais”, afirmou Rodrigues ao tomar posse do cargo. Ele afirmou que ele próprio, como presidente do Inep, tem autoridade para ver a prova, mesmo que isso não seja a praxe.”

E olha o naipe da figura:

Engenheiro, Rodrigues, ainda nos primeiros minutos do discurso de posse, agradeceu a Deus por sua indicação ao cargo, citou família, pátria e criticou “ideologias e crenças” que diz considerar inadequadas nas escolas. Segundo ele, teriam “origem em interpretações superficiais de pseudo intelectuais ou de um oportunismo pseudo partidário”. Rodrigues afirmou ainda que o País precisa “de uma nova escola, com novos paradigmas, que resgatem novos valores e tenham como diretrizes o respeito à família e à pátria”. De acordo com ele, esses são os principais objetivos do Inep.”

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8. MBL aprende rápido

Um dia antes de desistir da sua candidatura, Kim Kataguiri (DEM) se reuniu duas vezes com Rodrigo Maia. Acertaram que Kim apoiaria Marcel van Hattem (Novo) no primeiro turno. Maia aproveitou e pediu o voto dos dois para o segundo.” [Estadão]

A incrível história do movimento apartidário contra a corrupção cuos principais integrantes se elegeram pelo… PFL! Sim, a antiga Arena, hoje DEM.

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9. A nova era

Eu tenho algumas críticas ao Jean, mas a decisão dele é correta:

Eleito pela terceira vez consecutiva deputado federal pelo PSOL do Rio de Janeiro, Jean Wyllys vai abrir mão do novo mandato. Desde o assassinato da sua correligionária Marielle Franco, em março do ano passado, Wyllys vive sob escolta policial. Com a intensificação das ameaças de morte, comuns mesmo antes da execução da vereadora carioca, o deputado tomou a decisão de abandonar a vida pública.” [Folha]

E quem ironizar um colega de partido da Marielle com medo de ser morto que vá à merda.

Além dessas ameaças de morte que vêm desses grupos de sicários, de assassinos de aluguel ligados a milícias, havia uma outra possibilidade: o atentado praticado por pessoas fanáticas religiosas que acreditavam na difamação sistemática que foi feita contra mim. Além dos xingamentos, tinha gente que me empurrava, mesmo com a presença dos seguranças ao meu lado. E a coisa foi se agravando por causa da campanha baseada em fake news. Eu não era candidato à Presidência da República, mas a principal fake news me envolvia —o kit gay. Foi uma fake news produzida em 2011 e atribuída a mim. A violência contra mim foi banalizada de tal maneira que Marilia Castro Neves, desembargadora do Rio de Janeiro, sugeriu a minha execução num grupo de magistrados no Facebook. Ela disse que era a favor de uma execução profilática, mas que eu não valeria a bala que me mataria e o pano que limparia a lambança.. Na sequência, um dos magistrados falou que eu gostaria de ser executado de costas. E ela respondeu: “Não, porque a bala é fina“.

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9. Macron e o Brexit

Macron falando sobre os problemas políticos alheios é ótimo:

Macron aposta que os britânicos pedirão mais tempo, o que sem dúvida é a saída menos maluca. E Macron claramente aponta o dedo para o Putin, ainda que não pelo nome.

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10. O que há de ser da Venezuela?

Caracas viveu mais uma noite violenta na madrugada deste 24 de janeiro. Pneus queimados e bloqueios de manifestantes encapuzados foram vistos em vários pontos da capital. Segundo dados da ONG Observatório Venezuelano de Conflitividade Social houve 14 mortos desde o início dos protestos, na noite de 22 de janeiro, um dia antes da marcha massiva em apoio a Juan Guaidó, que se proclamou presidente interino. Ainda segundo a ONG, 13 das vítimas eram homens e uma, mulher, com idades de 19 a 47 anos. Já a ONG Foro Penal afirmou que 200 pessoas foram presas nas últimas 48 horas. A intensidade da repressão aumentou no fim da tarde e início da noite de quarta-feira (23), após os discursos de Diosdado Cabello e Nicolás Maduro.’ [Folha]

Eu admiro demais os presidentes latino-americanos anunciarem apoio à medida do Trump em Davos, onde a elite global se reúne. Maduro agradece tamanha genialidade.

O Globo fez um bom apanhado do que pode acontecer na Venezuela, são cinco cenários: (1) transição para a democracia, (2) militares assumem o poder, (3) Maduro sobrevive, (4) governos paralelos e (5) Guerra civil. Eu aposto nas duas primeiras, mais na primeira que na segunda. [O Globo]

E essa aqui me lembrou o Collor:

Emissoras colombianas e meios alternativos da Venezuela foram checar se a população havia atendido o apelo de Cabello para “cercar e proteger o Palácio de Miraflores”. As imagens não mostravam viva alma em torno do edifício, fora as tropas de vigias que usualmente ficam por ali.

Tem que ver quais meios alternativos e emissoras colombianas são essas, mas pela situação crítica que vive Maduro, me parecce bem verossímil.

Há, no entanto, uma grande preocupação com a possibilidade de confronto entre os próprios militares venezuelanos, em razão da tensão provocada pela promessa de anistia a militares que desertarem, feita pela oposição. Hoje, a cúpula das Forças Armadas venezuelanas está comprometida com o governo Maduro. Na avaliação dos oficiais brasileiros, eles foram corrompidos a ponto de existirem mais de 2 mil generais, número considerado “absurdo”. No Brasil existem cerca de 150 generais.”

E eu lembro de falarem que 150 generais já era um absurdo, imagine DOIS MIL!

Mourão se encarregou da contenção de danos, tentando se opor ao chanceler que toma sorvete pela testa:

Presidente em exercício do Brasil, o general Hamilton Mourão (PRTB) disse no início da noite desta quarta-feira (23) que não há chances de o país participar de uma eventual intervenção na Venezuela. “O Brasil não participa de intervenção. Não é da nossa política externa intervir nos assuntos internos de outros países”, respondeu o vice-presidente ao ser questionado pela reportagem do UOL se o Brasil participaria de uma investida aventada indiretamente pelos Estados Unidos. Questionado sobre o que o Brasil poderia fazer em caso de prisão do presidente da Venezuela reconhecido pelo Itamaraty, Juan Guaidó, ele disse que o país “só pode protestar”. “Não vai fazer mais nada além disso”, comentou.. [UOL]

E vai aqui minha opinião sobre a Venezuela: o governo Maduro é indefensável, a elite venezuelana é indefensável, a imprensa venezuelana é indefensável. E pra acabar de foder com tudo a Venezuela vai entrar na linha de tiro entre EUA e Rússia. E não é só a Rússia não:

Na última década, a China destinou à Venezuela US$ 65 bilhões em empréstimos, recursos e investimentos. A Venezuela deve mais de US$ 20 bilhões. O Irã, por sua vez, denunciou os eventos na Venezuela, chamando de golpe a ação da oposição no país e tentativa de tomar o poder de forma ilegal. A Rússia e a Turquia declararam apoio a Nicolás Maduro. O Kremlin mostrou preocupação com a sugestão de possível intervenção militar na Venezuela e disse que Maduro é o líder legítimo. No início desta quinta-feira, o ministério do Exterior russo disse em nota que a crise venezuelana atingiu “um nível perigoso” e pediu que a comunidade internacional sirva de mediadora entre o governo e a oposição.” [Valor]

E algo me diz que o governo Temer não seguiria os passos do Trump, eles conseguiram ser dutos com a Venezuela sem entrar nesse papo esquisito de intervenção yankee. E certamente seria capaz de mediar essa zona, Bolsonaro vai mediar, no máximo, debate de extrema-direita, e ainda assim há de ser um fracasso.

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11. Um Trump Muito Louco

Esa matéria sobre o doidão do Giuliani tem um título delicioso: ““Even If He Did Do It, It Wouldn’t Be a Crime”: Rudy Giuliani on President Trump“”. Lá pelas tatas Giuliani dispara: “I’m a criminal lawyer. I am not an ethicist.”. Esse trecho é tçao bom que eu printei

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A única explicação para o Giuliani não ter sido demitido há MUITO tempo é que ele sabe algo muito bizarro sobre o Trump, só isso explica esse suicídio jurídico do Trump.

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Pra fechar, Cohen se disse ameaçado por Trump e Giuliani e por isso faltou a um depoimento ao Congresso:

Mr. Cohen volunteered to testify before the House Oversight Committee on February 7th. Due to ongoing threats against his family from President Trump and Mr. Giuliani, as recently as this weekend, as well as Mr. Cohen’s continued cooperation with ongoing investigations, by advice of counsel, Mr. Cohen’s appearance will be postponed to a later date. Mr. Cohen wishes to thank Chairman Cummings for allowing him to appear before the House Oversight Committee and looks forward to testifying at the appropriate time. This is a time where Mr. Cohen had to put his family and their safety first.” [Axios]

Como eu não me lembro de ameaças públicas, imagino que um bêbado Giuliani tenha ligado pro Cohen e dito uns desaforos, devidamente gravados pelo ex-fixer do Trump.

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>>> O Rio é uma caveira de burro desde que a capital foi pra Brasília, e isso fodeu o Brasil também: “Na conclusão do texto, citei uma frase publicada em 2000 pelo economista Carlos Lessa na introdução de seu livro “O Rio de Todos os Brasis”, que trata da centralidade do Rio de Janeiro no processo de formação do Estado brasileiro e da identidade nacional, com ênfase na longa história da economia do ilícito na cidade: “O Rio é o Brasil, e o futuro do Brasil está comprometido” [Folha]

>>> O mais puro suco da Alerj: “Alvo de investigações nos últimos meses por movimentações milionárias de servidores e deputados, a Assembleia Legislativa do Rio ( Alerj ) é suspeita de ter funcionários fantasmas justamente no departamento que cuida das questões do Parlamento com a Justiça. Mais precisamente, 42 servidores comissionados que trabalham — ou ao menos deveriam trabalhar — na Procuradoria da Alerj.” [O Globo]

>>> Dia desse spostei uma frase da coluna do Celso Rocha de Barros mas esqueci dessa pérola aqui: “É triste, mas a Lava Jato, até agora, não levou ao poder os honestos. Levou ao poder os malandros que eram insignificantes demais para serem pegos primeiro.” [Folha]

>>> O Globo foi o ÚNICO jornal com crescimento em 2018 [Poder 360]

Dia 22: se filho da puta voasse a gente não veria a luz do sol | 23/01/19

1. Davos e a reforma

Algo que eu martelo aqui é o quão perdido tá o governo sobre a reforma da previdência.

Em seu patético discurso, que mais parecia ejaculação precoce, Bolsonaro conseguiu a proeza de não mencionar a prioridade de seu governo – nem genericamente. Ele só foi falar sobre a reforma da previdência quando perguntado posteriormente. A única explicação possível é que ele ainda não tem NADA pra falar – e tempo ele tinha de sobra.

Ao deixar de fora o tema que a plateia mais queria ouvir, Bolsonaro passou aos investidores – que pareceu querer atrair enaltecendo nossas belezas naturais – o recado de que vacila quanto a firmar um compromisso com a reforma.” [Estadão]

Isso explica também porque o Guedes desmarcou com a Cristhine Lagarde, diretora do FMI. De que adianta encontrar com a Lagarde se Guedes não tem poder decisório  e  quem de fato manda não bateu o martelo? Entre prometer uma coisa para ser desmentido pelo presidente dias depois e desmarcar encontro com o FMI de última hora, a opção B nem é a pior escolha. Essa bateção de cabeça talvez explique a insistência do Paulo Guedes em tornar pública a existência um plano B, o que nunca é um bom sinal:

O ministro foi contundente sobre a reforma da Previdência Social, dizendo a investidores em Davos que ela será aprovada, com periodo transitório de capitalização. E repetiu que, se por um desastre a reforma não for aprovada, ele tem um plano B. “Mas ele confia, está muito assertivo sobre o plano A”, disse o governador de São Paulo, João Doria.

Faz tempo que eu digo que reforma só depois da operação, apesar das diferentes promessas do governo. Primeiro seria na eterna ‘próxima semana“, depois passou pra “antes de Davos“, a última era “depois de Davos“.

Nesta terça-feira, em Davos, Bolsonaro disse que vai divulgar detalhes da reforma da Previdência assim que se recuperar da cirurgia marcada para a próxima segunda-feira (28).”

Olha a malandragem presidencial, Brasil! O frouxo com faixa presidencial no peito queria cair fora do anúncio da reforma:

Para o mandatário, segundo interlocutores na comitiva presidencial, Paulo Guedes (Economia) poderia dar as informações, mas o próprio ministro prefere um anúncio com a presença do presidente.”

Vai jogar essa pra cima do Guedes? Ah, porra, não fode!

A repercussão na imprensa gringa – e globalista! – não foi boa. Também, vai falar o que dum presidente que precisa ler os cartões preparados pela equipe na hora de responder as perguntas?

“Para o Le Monde, Bolsonaro “se satisfez em fazer o mínimo” e seu discurso “não deve ir para os anais” de Davos. Ficou “se agarrando aos cartões, levados ao palco por auxiliar”, e “escapou das perguntas”. O Financial Times afirmou que foi uma “aparição breve e controlada”. Que Bolsonaro, “consciente de sua reputação, fez um discurso curto e, quando respondeu perguntas, se agarrou aos cartões”. O New York Times descreveu o presidente brasileiro como “a face do populismo” em Davos, alguém que copia o americano Donald Trump até na insistência em “vestir casaco de inverno, apesar de falar numa sala aquecida”. O Wall Street Journal anotou, no meio de texto sobre o ambiente “quieto” no fórum esvaziado, a observação de um ex-vice-secretário do Tesouro dos EUA, sobre Bolsonaro: “Não foi de levantar plateia”. No Twitter, a avaliação foi menos contida. Sylvie Kauffmann, que escreve no Le Monde e no NYT, falou em “fiasco [flop] de Bolsonaro em Davos”, com “curto discurso de campanha” e “evitando dar respostas concretas”. Heather Long, do Washington Post, resumiu: “Big fail”, grande fracasso. O venerando colunista Martin Wolf, no FT, publicou alerta a Davos: “Elites precisam refletir sobre sua responsabilidade pelo ressurgimento de homens-fortes ao redor do mundo”.” [Folha]

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Que vergonha. Esse parágrafo do Estadão me irritou pela concisão:

Jair Bolsonaro perdeu a chance de fazer história em Davos. O ineditismo de um presidente sul-americano abrir o Fórum Econômico Mundial foi desperdiçado com uma fala mais curta que o mínimo necessário para enunciar alguma plataforma, mais genérica que o necessário para convencer um público tão qualificado e, principalmente, completamente desprovido de senso de liderança e convicção de estadista.”

Tudo pegou tao mal que Bolsonaro resolveu dar detalhes sobre a reforma e os militares:

Em entrevista a John Micklethwait, editor-chefe da Bloomberg News, Bolsonaro disse que o governo espera pequenos ajustes entre a proposta que apresentará e a que o Congresso aprovará, mas afirmou que “será uma reforma bastante substancial” Militares entrarão “na segunda parte da reforma”, disse o mandatário sem dar mais detalhes. Ele está em Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial.” [Folha]

Isso é, vão votar a reforma sem explicar aos civis como será a previdência dos militares. Pelo visto os militares venceram o Guedes.

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2. ‘Conta tudo pra sua mãe, Kiko!’, versão Davos

Isso deveria estar no tópico de cima, mas é tudo tão absurdo que ganhou até tópico próprio:

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Em uma atitude que gerou constrangimento e perplexidade na organização do Fórum Econômico Mundial, o presidente Jair Bolsonaro e três ministros faltaram, sem aviso prévio, a uma entrevista coletiva à imprensa internacional organizada pelo evento em Davos.

A repórteres que estão no Hotel Seehof, onde Bolsonaro e parte dos auxiliares próximos se hospedam, um assessor disse que o cancelamento ocorreu pelo “comportamento antiprofissional da imprensa” ao longo do fórum. Pela manhã, ao sair do hotel, o presidente foi perguntado por jornalistas brasileiros sobre suas declarações em entrevista à agência de notícias Bloomberg, na qual afirmou que, se o senador eleito Flávio Bolsonaro, seu filho mais velho, errou e isso e se isso foi provado, ele terá de pagar pelos atos dele. Bolsonaro desconversou e disse apenas “Bom dia, Brasil“.” [O Globo]

Conta tudo pra sua mãe, Jair!! E esse aí é o pessoal militar, linha dura, contra o mimimi e o vitimismo, eu acho é graça. Como pegou incrivelmente mal, aqui e lá fora, sobrou pro general Heleno, cheio de cabelos brancos na cabeça, inventar uma outra versão:

Segundo o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, o cancelamento se deveu à agenda, que estava muito pesada. Ele afirmou que Bolsonaro não foi à entrevista porque precisava descansar, nada além disso.”

Sim, Bolsonaro precisava descansar e vai ver os três ministros tiveram que colocar o presidente pra dormir e não puderam comparecer á coletiva.

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3. Davos, Moro & os Bolsonaros

Ao Estado, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, deixou claro que Davos não era lugar para tratar desses assuntos. Diante de uma pergunta sobre o caso envolvendo Flávio, ele comentou que esse é um tema que “mais adequadamente deveria ser tratado no Brasil”.” [Estadão]

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Moro embarcou domingo de noite! E só foi se atentar à questão geográfica quando aterrissou em Davos. Vai ver é o frio.

Eduardo Bolsonaro, deputado e irmão de Flávio, se recusou a falar do assunto. Questionado pelo Estado, ele apenas respondeu: “Não vou perder meu tempo com isso”. “Flávio já deu entrevista”. Eduardo ainda chamou de “lixo” a informação de que o irmão tenha empregado em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) a mãe e a mulher do ex-capitão da Polícia Militar Adriano Magalhães da Nóbrega, alvo de um mandado de prisão acusado de comandar uma milícia no Estado. Nóbrega está foragido.”

Nem o irmão negou a informação, pelo contrário, confirmou mas disse que a responsabilidade era… do Queiroz!

E Bolsonaro começou o dia se recusando a falar sobre seu filho:

Ao terminar o café da manhã, a reportagem se aproximou do presidente, ainda que a segurança tentasse evitar. Ao ouvir que o repórter era do Estado, Bolsonaro disse que já trabalhou no jornal. “Eu entregava jornal.” Questionado se comentaria a situação de seu filho, Flávio Bolsonaro, o presidente virou as costas e, entrando em um elevador, apenas repetia: “Não, não”.” [Estadão]

Mas em entrevista à Bloomberg Bolsonaro enfim falou. E falou em Davos, Moro, olha que coisa…

Se por acaso ele [Flávio] errou e isso for provado, eu me arrependo como pai, mas ele terá que pagar o preço por essas ações, que não podemos aceitar” [UOL]

SE! Se filho da puta voasse a gente não veria a luz do sol, porra!

Moro vai apresentar um pacote pra agilizar o confisco de bens mesmo sem condenação. Lá pelas tantas me deparo com o seguinte:

Um terceiro ponto que Moro defende, mas não deve incluir no pacote, é a criminalização do enriquecimento ilícito, hoje passível de punição apenas na esfera administrativa. A proposta já está em discussão no Congresso e Moro planeja encampá-la.” [Estadão]

E que homem é Flavinho Desmaio (apelido infelizmente não é de minha autoria):

Em novembro de 2012, Flávio adquiriu dois imóveis em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Localizados em ruas pouco valorizadas do bairro, pagou um total de R$ 310 mil pelas duas unidades e as revendeu, um ano e três meses depois, por mais que o triplo do preço.” [Folha]

Olha a doideira. O sujeito que vendeu os apês para o Flávio os havia comprado por R$ 440 mil reais em 2011. Em pleno boom imboiliário, o sujeito vendeu os apês para o Flávio por R$ 310 mil.  Em menos de dois anos Flávio vendeu os apartamentos e lucrou R$ 833 mil! Demite o Paulo Guedes e nomeia esse rapaz Ministro da Economia, porra!

Flavinho desmaio também já foi funcionário fantasma em brasília, que homem!

Entre 2000 e 2002, Flávio Bolsonaro, então com 19 anos, acumulou três ocupações em duas cidades diferentes: faculdade presencial diária de Direito e estágio voluntário duas vezes por semana no Rio de Janeiro, e um cargo de 40 horas semanais na Câmara dos Deputados, em Brasília. Ocupadas ao mesmo tempo por quase um ano, todas essas atividades exigiam a presença física do primogênito do presidente Jair Bolsonaro (PSL) e hoje senador eleito pelo PSL-RJ, segundo as instituições ouvidas pela BBC News Brasil.” [UOL]

Imagine uma família 171, é a família presidencial! Ah, e tem a última do Queiroz:

A família de Fabrício Queiroz, o ex-assessor do enrolado Flávio Bolsonaro, é dona de uma van que faz transporte irregular em Rio das Pedras. A comunidade é dominada pela milícia, que, ontem, foi alvo de operação da polícia e do MP estadual que prendeu um major da PM e mais quatro pessoas.” [O Globo]

É muito dura a vida de Flavinho Desmaio

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4. Muito medo e muito delírio

O governador de São Paulo, João Doria, foi apontado pelo presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Fazenda, Paulo Guedes, como o possível presidente da República no futuro. A indicação foi feita durante uma reunião com cerca de 50 investidores – a maioria deles estrangeiros – durante evento fechado à imprensa organizado pela comitiva brasileira durante o Fórum Econômico Mundial, de Davos, como descreveu um participante do encontro.” [Estadão]

Esse sujeito perdeu a eleição para Governador no município em que era prefeito, porra! Queimou ponte com deus e o mundo.

“Doria foi citado quatro vezes durante o evento e se sentiu muito prestigiado, conforme apurou o Estadão/Broadcast. Ele já declarou várias vezes que apoiará o atual governo no processo de aprovação da reforma da Previdência no Congresso. O governador também é um aliado no “combate à ideologia” que, segundo ele e Bolsonaro, existia nos governos petistas.

Dória deve ter ficado todo molhado, agora é que ele vai lamber as bolas do Bolsonaro de maneira ainda mais desmedida.

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5. Não há sinapse que resista

É inacreditável que eu tenha vivido 13 anos de um governo dito de esquerda e tenha que testemunhar taxação de dividendos sendo implementada por um governo verde-oliva:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse num almoço fechado, organizado pelo Itaú Unibanco, que o governo quer simplificar a tributação, mas vai taxar os dividendos e juros sobre capital próprio, segundo relatou um participante.” [Valor]

Sim, precisou uns dementes ultra-liberais chegarem ao poder para os ricos serem mais taxados, como que dá conta duma porra dessa?!

E isso deixa claro que taxar os ricos não é uma agenda de esquerda, o que torna ainda mais absurdo o medo que o governo de esquerda tinha de propor algo parecido.

Para o presidente-executivo do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, o movimento faz sentido. “O que vão fazer é reduzir a carga fiscal sobre a produção e aumentar sobre os ganhos de capital”, disse ele ao Valor. “É uma substituição de impostos coerente. O setor produtivo poderá produz mais barato e criar mais emprego. E o tributo fica maior sobre o que de fato não gera riqueza.”

Guedes quer baixar a carga tributária de 34% para 15%:

“”Hoje, o imposto das empresas é de 34%. Se baixar para 15%, aí é preciso aumentar o imposto sobre dividendos para ficar igual”, disse ele. O ministro argumentou que a redução é necessária porque “todo mundo está baixando” os impostos. “Hoje, o imposto das empresas é de 34%. Se baixar para 15%, aí é preciso aumentar o imposto sobre dividendos para ficar igual”, disse ele. O ministro argumentou que a redução é necessária porque “todo mundo está baixando” os impostos.”

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6. Lute como a Marielle

Que mulher é a Marielle. mesmo morta continua colocando o terror nesses escrotos -e aqui incluo milicianos e Bolsonaros:

Às 6h, quando entrou na casa do oficial, a promotora Letícia Emili Alqueres Petriz, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), lhe fez logo a pergunta: “O que você tem a dizer sobre o assassinato de Marielle?”. Quem assistiu à cena conta que Ronald – apontado como o segundo na hierarquia da quadrilha – “parecia uma pedra”.”  [O Globo]

As provas são bem substanciais:

Segundo investigações, sinais de um celular “bucha” de Ronald — comprado em nome de terceiros, para o verdadeiro dono não ser identificado — foi captado por antenas transmissoras perto do local do crime, no Estácio, dias antes da morte da vereadora e do motorista.

Outro indício contra o grupo é que câmeras da prefeitura flagraram o carro dos assassinos passando pela Estrada do Itanhangá, perto de Rio das Pedras, área da milícia investigada, antes de chegar à Lapa, onde os criminosos ficaram à espera da vereadora, que participava de um evento.

A polícia acredita que Marielle, cujos assessores participaram de reuniões sobre regularização fundiária na região de Rio das Pedras, poderia estar contrariando interesses da milícia, que, além de cobrar taxas de segurança e serviços como gatonet, obtém lucros milionários explorando o mercado imobiliário clandestino.”

E repare nesse conceito maravilhoso: “eu te protejo de mim mesmo“, é o melhor resumo de milícia que eu já vi:

A milícia de Rio das Pedras, que também atua em outras comunidades da Zona Oeste, como a Muzema, é acusada de explorar um mercado imobiliário clandestino, de cobrar taxa de segurança — chamada por seus integrantes de “eu te protejo de mim mesmo” — e de praticar homicídios, sequestros e torturas. Ronald, segundo investigadores, é integrante da quadrilha e também faz parte do chamado Escritório do Crime. Trata-se de um grupo de matadores profissionais suspeito de envolvimento em várias execuções, conforme revelou O GLOBO em agosto do ano passado. O “número um” da organização, Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão do Batalhão de Operações Especiais (Bope), conseguiu escapar da operação.

Uma das organizações criminosas mais temidas do Rio, o Escritório do Crime pode estar por trás do caso Marielle. O crime, com sinais de que foi cuidadosamente planejado e executado de forma profissional, teria sido encomendado ao grupo de matadores de aluguel, integrado por policiais da ativa e da reserva. Eles prestariam serviços para o crime organizado, inclusive para a contravenção. A ligação desses policiais com o meio político, que, desde os anos 1990, é alcançado pelos braços da milícia, também está no escopo das investigações do Ministério Público estadual e da Polícia Civil.

Sim, desde a década de 90, estamos em 2019!!

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7. Por ora, aquela recuadinha básica

“O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta 3ª feira (22.jan.2019), em Davos, que o Brasil ficará “por ora” no Acordo do Clima de Paris. A informação foi divulgada pelo jornal Valor Econômico.” [Poder 360]

Imagine, se ele diz que sai do Acordo periga os convivas arremessarem canapés no presidente…

“De acordo com reportagem da Folha de São Paulo, 1 executivo presente na reunião com Bolsonaro e com o ministro da Economia, Paulo Guedes, o presidente foi questionado pelos representantes das multinacionais sobre quais eram seus planos em relação ao ambiente e à questão indígena. Em resposta, Bolsonaro disse continuará no Acordo de Paris, mas que irá esperar uma contrapartida de outros países pelo fato de o Brasil ser 1 dos que menos poluem o planeta. A exemplo, esperará que países desenvolvidos cumpram o compromisso de fornecer mais de US$ 100 bilhões para países que estiverem em transição para uma economia menos carbonizada”

Imagens exclusivas do Bolsonaro esperando a boa vontade dos europeus com um presidente em guerra contra os índios e o meio ambiente:

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8. Mas nem fodendo

Algo que é frequentemente martelado é que pela primeira vez na história temos uma equipe de ministros qualificados, sem toma-lá-dá-cá. Aos fatos:

a ministra da Agricultura, do DEM, é a ex-presidente da Frente Parlamentar Agropecuária, ou da bancada do boi; também filiado ao DEM do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da ministra da Agricultura, o ministro da Saúde é investigado por fraude e licitação de caixa dois; Osmar Terra, ministro da Cidadania, é do MDB, ex-ministro de Temer, e será responsável pelo Esporte e a Cultura, além do Desenvolvimento Social; para o Meio Ambiente, temos Ricardo Salles do Novo, anteriormente do PP – partido que é antigo parceiro de corrupção do PT e do MDB –, além de réu por improbidade administrativa; a ex-assessora de Magno Malta do PR – outra sigla com passado nada reluzente – é a ministra de Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves.

“Nossas relações internacionais serão dinamizadas pelo ministro Ernesto Araújo, implementando uma política na qual o viés ideológico deixará de existir”, disse o presidente. Para quem se lembra do assessor especial para assuntos internacionais de Lula e de Dilma, Ernesto Araújo é uma espécie de Marco Aurélio Garcia invertido. Ou seja, há ideologia de sobra, apenas não exatamente a que preponderou durante boa parte dos governos petistas. Quando perguntado por Schwab como seriam as relações com a América Latina, Bolsonaro exaltou a ascensão recente de regimes de direita e de centro-direita: “Não queremos bolivarianos no continente, não queremos a esquerda no continente”. Será curioso ver como esse “novo Brasil” supostamente não ideológico lidará com o México de Andrés Manuel López Obrador.” [Estadão]

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9. O Mercadante do Bolsonaro

O Onyx continua tomando enquadrada de Deus e o mundo:

Tebet disse a jornalistas e também a Olímpio que Onyx seu partido, o DEM, estavam trabalhando pela candidatura do senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), apesar de o MDB ter a maior bancada da Casa e de Bolsonaro ter afirmado que não se envolveria nas disputas do Legislativo. De acordo com o site da revista Crusoé, o deputado Leonardo Quintão (MDB-MG) foi orientado por Onyx a procurar Tebet na segunda-feira (21). A senadora confirmou ter sido procurada por um interlocutor do DEM, mas não deu nomes.” [Folha]

E não foi só a Simone Tebet não, Major Olimpío também foi pra cima do Onyx:

Cada um esperneia como quer. Acho que o governo tem que ser governo. Se alguém estiver com condutas partidárias, muitas vezes pode atrapalhar o governo. Eu faço coro no sentimento da Simone. O mais importante é a governabilidade. Condutas partidárias, neste momento, elas mais atrapalham do que ajudam em relação a isso

Onyx preferiu não comentar as enquadradas. Vai tudo muito bem na articulação política do governo, é esse sujeito que vai tocar a reforma da previdência, fiquem tranquilos!

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10. O Novo e o velho

A influência do PSDB no primeiro escalão do governo de Minas Gerais tem desagradado à militância do Partido Novo. A avaliação é a de que o governador Romeu Zema (Novo) traiu quem confiou nele ao não cumprir o que pregou durante a campanha eleitoral, de que não teria nos quadros do Estado nomes da “velha política” e de um partido que criticou ferrenhamente. No segundo turno das eleições pelo comando do Executivo, inclusive, Zema enfrentou o senador Antonio Anastasia (PSDB).” [O Tempo]

Porra, Zema, pessoal do Novo achou que ia arrumar uns carguinhos, uai.

A militância se sentiu traída. Tudo que foi falado durante a eleição, de que não se aliaria à velha política, seria extremamente técnico, foi por água abaixo. A impressão que se tem é que o PSDB perdeu a eleição, mas é quem vai mandar em diversas áreas do governo”, reclamou um candidato derrotado do Novo.”

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11. O pesadelo do Paulo Guedes

Em dezembro do ano passado Xiang Songzuo, professor da Renmin University School of Finance, deu uma apresentação bem sombria sobre a economia chinesa. A palestra foi muito bem recebida pelo pessoal da universidade mas não agradou o governo, que tratou de censurar esse conteúdo na internet de lá.

How bad are things? The number that China’s National Bureau of Statistics (NBS) gives is 6.5 percent, but just yesterday, a research group of an important institution released an internal report. Can you take a guess on the GDP growth rate that they came up with using the NBS data? They used two measurements. Going by the first estimate, China’s GDP growth this year was about 1.67 percent. And according to the other calculation, the growth rate was negative.”

Que o número oficial não é real é duma obviedade gritante, mas GDP – o bom e velho PIB – negativo é DOIDEIRA! E o parágrafo abaixo é o que eu considero o mais importante, pois coloca de forma clara uma dicotomia brutal.

We used to speak of “China’s period of strategic opportunity for economic growth.” Does this period of strategic opportunity still exist? Personally, looking at the international situation, I think this period of strategic opportunity is fading quick. Let’s think about what “international period of strategic opportunity” means. It means that in the past, international regulations have been favorable to us; we had open access to technology, capital, talent, and markets. Because of the imminent changes we face on the domestic and international fronts, I have titled today’s speech “the great shift unseen over the last forty years.” [China Change]

Eu li esse parágrafo e fiquei um tempo de bobeira pensando na implicação dessa porra pra economia brasileira, é terra arrasada. É outro mundo para os chineses, vide os executivos da Huawei presos mundo afora – lembrando que a Huawei é das maiores empresas chinesas e umbilicalmente ligada ao governo de lá. O tempo em que eles podiam ser uma esponja do mundo absorver tudo de bom e replicar já era, agora vai ser trocação de soco desenfreada.

Local debt is a big problem in China’s financial market. As for the actual number, the National Audit Office claims it to be about 17.8 trillion RMB, while He Keng (贺铿), vice director of National People’s Congress Financial and Economic Affairs Committee, thinks it’s over 40 trillion RMB. Worse yet, not one local government intends to pay back its debt (…) What are our current financial risks? They are hidden, complex, acute, contagious, and malevolent. Structural imbalance are massive, and violations of law and regulations are rampant. There are black swans to prevent, and gray rhinos to stop. A reporter once asked Zhou, “Where are the black swans? Which ones?” Zhou smiled and did not answer.”

A discrepância dos números me espanta, é uma parte mais mindfuck que a outra:

Apart from this financial arbitrage, what do most businesses do with their money? Forty percent of it goes to the stock market, speculation, and buying stocks of financial companies, but not investment into primary business. Then can this be considered a good situation for listed businesses? I’m acquainted with many bosses of listed companies. Frankly speaking, a large part of their equity pledge funds did not go into their primary business, but used on speculation. They have many tricks. They buy financial products; they buy housing. The government said listed companies have spent 1-2 trillions on speculative real estate. Basically China’s economy is all built on speculation, and everything is over leveraged. Starting in 2009, China embarked on this path of no return. The leverage ratio has soared sharply. Our current leverage ratio is three times that of the United States and twice that of Japan. The debt ratio of non-financial companies is the highest in the world, not to mention real estate.”

Segundo o cara, o problema da economia chinesa não versa sobre velocidade ou quantidade, mas qualidade.

I hear that the day after tomorrow, there’s going to be a grand conference to mark the 40th anniversary of the “reform and opening up.” I sincerely hope that we’ll hear something about further deepening of reforms at that conference. Let’s wait and see if any real progress can be made on these reforms. If this doesn’t happen, let me conclude on these words: the Chinese economy is going to be in for long-term and very difficult times.”

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12. Um Trump Muito Louco

Você aí que é junkie de política, dá um abraço aqui, porra, somos contemporâneos de Rudy Giuliani, do advogado de defesa Rudy Giuliani, porra!! Né pouca merda não!

Até pra quem acompanha a figura de perto foi difícil dar conta dos últimos dias. Eis um belo resumo:

Rudy Giuliani’s media blitz over the last week has prompted former White House officials and Justice Department veterans to ask one overarching question: What is he thinking?

Last Wednesday, Giuliani refused to say no one on President Donald Trump’s campaign colluded with Moscow. Then he said that “if the collusion happened, it happened a long time ago.”

A few days later, Giuliani scuttled over a year of messaging from Trump and his associates when he quoted Trump as saying that talks to build a Trump Tower Moscow were “going on from the day I announced to the day I won.”

On Sunday, Giuliani suggested during a CNN interview that Trump spoke with Michael Cohen about his false testimony to Congress. The statement represented another departure from the Trump team’s claim that Trump never discussed Cohen’s testimony with him or instructed him to lie.

The next day, Giuliani threw another curveball when he told The New Yorker he had listened to “tapes” that proved Trump never told Cohen to lie. When pressed on the comment, Giuliani hastily walked it back and said there were “no tapes.”

“How on Earth is he still representing the president?” one former White House official familiar with the legal team’s thought process told INSIDER. “This is a s—show.” [Business Insider]

O Giuliani tá mais louco que o chanceler que toma sorvete pela testa trincado de pó! Em seu progrma Colbert fez um bom resumo da parte mais deliciosa [Youtube]:

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E os absurdos não páram por aí, tem mais um livro na praça sobre a Casa Branca do Trump

It’s impossible to deny how absolutely out of control the White House staff — again, myself included — was at times,” Mr. Sims writes“[NYT]

Eu gostei desse cara porque ele assinou o B.O., não ficou só acusando os outros de maluco:

But Mr. Sims also describes painfully awkward interactions with Paul D. Ryan, the former speaker of the House, during efforts to repeal the health care law and after the Charlottesville white nationalist riots. During the legislative discussions, according to Mr. Sims, Mr. Trump abruptly left the Oval Office during a meeting with Mr. Ryan to watch television in the adjacent dining room, before returning some moments later.

When Mr. Ryan expressed displeasure with the president’s statements after the Charlottesville riots, Mr. Trump called Mr. Ryan, Mr. Sims writes.

“I remember being in Wisconsin and your own people were booing you,” Mr. Trump yelled, recalling Mr. Ryan distancing himself from Mr. Trump after the infamous “Access Hollywood” tape emerged in October 2016. “You were out there dying like a dog, Paul. Like a dog!”

Isso aí tem a assinatura do Trump, aquela assinatura naquele pilot riduclamente grosso, é a cara dele.

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Tá explicado porque Paul Ryan desistiu da política

For instance, Mr. Sims describes his part in propelling Anthony Scaramucci to the role of communications director, suggesting in internal conversations that it was a wise idea.

Mr. Scaramucci ended up getting fired after 11 days, but not before he served the purpose that Mr. Trump’s family had hoped he would, Mr. Sims writes. Mr. Scaramucci helped accelerate the end of the tenure of Reince Priebus as White House chief of staff. In another scene, Mr. Sims describes the White House press secretary, Sarah Huckabee Sanders, explaining to Mr. Trump that little could be done about a journalist he did not care for when he asked why the person could not be “suspended.”

Tem que ser corajoso pra assumir que achou uma boa idéia dar um emprego na Casa Branca ao “THE MOOCH!”

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>>> A Lava-jato em São Paulo não se cria, que coisa: “A força-tarefa da Lava Jato em São Paulo vai trocar de comando pela segunda vez em um ano e meio de existência e diminuirá de tamanho. Três procuradores da República pediram para sair do grupo que, no Ministério Público Federal, é responsável pelos desdobramentos das investigações iniciadas em Curitiba. De lá para cá sofreu críticas por apresentar resultados mais modestos na comparação com as equipes de Curitiba e do Rio de Janeiro. Até agora, os procuradores paulistas ofereceram quatro denúncias e ajuizaram uma ação de improbidade administrativa na Justiça Federal de São Paulo.” [Folha]

>>> Tá bom, senta lá, Cláudia: “Durante a viagem para Davos, Jair Bolsonaro, “apesar do desconforto por usar uma bolsa intestinal, recusou-se a se deitar na única cama do avião. Se todos dormiriam em uma poltrona, ele não poderia viajar com mais conforto, alegou. Um comandante não abandona a sua tropa, tem de dar o exemplo, repetiu ele”.” [Antagonista]

>>> Xico Graziano tava doido pra arrumar um cargo no governo verde-oliva. Como não colou com Bolsonaro, ele tá tentando co o Mourão, que tem toda cara que assume mais cedo ou mais tarde. Malandro é o Xico! “Ao invés de conspirarem nos quartéis, tramando golpes, os generais participam ativa e abertamente do jogo democrático. Disputam cargos no Ministério. Isso é sensacional.” [Poder 360]

>>> Oléééé!! “No primeiro ato do Movimento Passe Livre após o decreto do governador João Doria (PSDB) endurecendo regras para protestos, manifestantes driblaram a Polícia Militar pelas ruas do centro. Mesmo proibidas por Doria, parte dos manifestantes não abandonou o uso de máscaras. Ao chegar à Paulista os manifestantes conseguiram fugir do cerco. Com a PM no encalço, eles seguiram pela avenida e desceram a Augusta. Na Consolação, para fugir dos policiais, entraram no meio dos carros na contramão da pista.” [Folha]

>>> Do Pedro Ivo: “Não consegui ver quase nada do tal discurso, fiquei com pena. É como quando mandam falar aquela criança mais burra e travada da classe. Maldade do professor, no caso. Mas nesse outro, azar do vigaristinha miliciano que se aventura pra além de sua competência, que é comer capim. Burrice exige modéstia.” [Facebook]

>>> GM trucou e o Dória, um imbecil, se entregou todo: “O governador, por sua vez, sinalizou que o apoio que for dado à General Motors será ampliado para a indústria automobilística como um todo em São Paulo. A montadora informou no fim de semana que teve perdas nos últimos três anos no país e que passa por momento crítico. De acordo com o governador, um plano de apoio tem que ser um entendimento entre todos – sindicatos, fornecedores, revendedores com o governo e a própria General Motors.” [Valor] Quem vai se foder? os trabalhadores, é claro.

 

Dia 21: Milícia-cia-cia! | 22/01/19

1. Well that escalated quickly

Nada disso me surpreende, mas ainda assim estou boquiaberto:

Os dois principais alvos da Operação Intocáveis , o ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega e o major da PM Ronald Paulo Alves Pereira, foram homenageados, em 2003 e 2004, na Assembleia Legislativa do Rio por indicação do deputado estadual Flávio Bolsonaro. O parlamentar sempre teve ligação estreita com policiais militares.

Adriano, que ainda não foi encontrado pela polícia, chegou a receber a Medalha Tiradentes, a mais alta honraria do Legislativo fluminense. Ronald, um dos presos na manhã de hoje, ganhou a moção honrosa quando já era investigado como um dos autores de uma chacina de cinco jovens na antiga boate Via Show, em 2003, na Baixada Fluminense. Os dois são suspeitos de integrar o Escritório do Crime, um grupo de extermínio que estaria envolvido no assassinato de Marielle Franco.” [O Globo]

Esse pessoal aí mandava em Rio das Pedras, mesmo lugar que o Queiroz escolheu para se esconder quando as primeiras notícias surgiram. De Rio das Pedras Queiroz foi para o Einstein, em São Paulo. Hilário.

Os investigadores estão convencidos de que Rio das Pedras, um dos principais enclaves milicianos da Região Metropolitana, em Jacarepaguá, era usado como quartel-general do Escritório do Crime. É de conhecimento geral de policiais e do submundo do crime que o grupo tinha como atribuição principal matar sob encomenda. Com o aprofundamento das investigações, o MP do Rio descobriu que a organização tinha outras frente de atuação.” [O Globo]

Sim, pra quem é do Rio não há novidade alguma aí, já se fala sobre o Escritório do Crime há um tempo. Mas Flávio deve ter homenageado centenas de policiais, seria injusto ligar uma coisa a outra, certo? Não, porra, Flávio também empregou a mãe e a esposa de um desses policiais!

A mãe de um dos denunciados na operação contra milicianos deflagrada nesta terça-feira (22) foi lotada no gabinete de Flávio Bolsonaro quando ele era deputado estadual. Raimunda Veras Magalhães aparece em relatório do Coaf como uma das remetentes de depósitos para Fabrício Queiroz, ex-motorista de Flávio. Mulher de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega também trabalhou no gabinete de Flávio na Alerj, com o mesmo salário da sogra. Ela é listada na Alerj desde novembro de 2010 e foi exonerada junto com a sogra.” [G1]

Sim, Brasil, Flávio cobrava dinheiro até de mãe de miliciano, rapaz corajoso.

Em nota, Flávio afirmou ser “vítima de uma campanha difamatória com o objetivo de atingir o Governo de Jair Bolsonaro”. Segundo ele, “a funcionária que aparece no relatório do Coaf foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz”. De acordo com o senador, ele não pode “ser responsabilizado pro atos que desconheço” [El País]

Numa dessas homenagens, lá em 2008, Flávio rebateu o Marcelo Freixo com as seguintes palavras:

Fica uma sugestão para esta CPI, Deputado Marcelo Freixo, já que V.Exa. será o presidente desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Sempre que ouço relatos de pessoas que residem nessas comunidades, supostamente dominadas por milicianos, não raro é constatada a felicidade dessas pessoas que antes tinham que se submeter à escravidão, a uma imposição hedionda por parte dos traficantes e que agora pelo menos dispõem dessa garantia, desse direito constitucional, que é a segurança pública.

Façam consultas populares na Favela de Rio das Pedras, na própria Favela do Batan, para que haja esse contrapeso também, porque sabemos que vários são os interesses por trás da discussão das milícias, como falei. Há interesses comerciais, há interesses políticos, mas vamos também olhar com um pouco de atenção os interesses das pessoas que estão nessas comunidades.” [transcrição]

E o que mais tem no Rio dez anos depois? Milicianos colocando o terror nas comunidades e se aliando a traficantes. E pra quem acha que não tem nada a ver, eis as palavras do Flávio Bolsonaro sobre a juíza Patrícia Acioly, executada por policiais em 2011:

O deputado estadual pelo Rio de Janeiro Flávio Bolsonaro (PP), filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), afirmou na manhã desta sexta-feira, em sua página no Twitter, que a juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo (RJ), assassinada na madrugada de hoje, tinha o costume de “humilhar gratuitamente réus”. Para o deputado, a magistrada colecionava muitos inimigos, “não pelo exercício da profissão”, mas por suas supostas atitudes de humilhação.” [Terra]

Já sabemos o que o filho pensa, mas e o Presidente?

Em agosto de 2003, Jair Bolsonaro usou a tribuna para elogiar um grupo de extermínio que aterrorizava a Bahia. Acrescentou que o esquadrão da morte teria seu apoio se resolvesse migrar para o Rio. “Enquanto o Estado não tiver coragem de adotar a pena de morte, o crime de extermínio, no meu entender, será muito bem-vindo. Se não houver espaço para ele na Bahia, pode ir para o Rio de Janeiro. Se depender de mim, terão todo o meu apoio”, afirmou.” [O Globo]

Cinco anos depois:

Em dezembro de 2008, Bolsonaro elogiou a atuação das milícias no Rio. Ele criticou o relatório da CPI da Assembleia Legislativa que apurou a atuação dos grupos paramilitares. A comissão pediu o indiciamento de policiais, bombeiros e políticos que dominavam favelas. A investigação mostrou que eles lucravam com a cobrança de taxas, a oferta de serviços clandestinos e a venda de apoio político. “Querem atacar o miliciano, que passou a ser o símbolo da maldade e pior do que os traficantes. Existe miliciano que não tem nada a ver com gatonet, com venda de gás. Como ele ganha R$ 850 por mês, que é quanto ganha um soldado da PM ou do bombeiro, e tem a sua própria arma, ele organiza a segurança na sua comunidade. Nada a ver com milícia ou exploração de gatonet, venda de gás ou transporte alternativo”, disse o deputado.”

E tem declaração quando já se dizia candidato:

Em fevereiro deste ano, já como candidato ao Planalto, ele elogiou os grupos paramilitares em entrevista à rádio Jovem Pan. “Tem gente que é favorável à milícia, que é a maneira que eles têm de se ver livres da violência. Naquela região onde a milícia é paga, não tem violência”, afirmou.

E Bolsonaro conseguiu a proeza de não se manifestar sobre a morte da Marielle. Quando perguntado, se saiu com essa:

Não vou dar a minha opinião sobre o assassinato da Marielle porque ela seria polêmica demais

Entendeu? Uma parlamentar foi friamente executada e o presidente ficou com medo de ser polêmico.  Fecho com as palavras do Caio Almendra:

Final de Tropa de Elite 2: narração do Capitão Nascimento sugere que como a polícia e a política é corrupta, só os militares podem limpar o país.

Realidade: militares chegam ao governo com apoio da milícia, de policiais corruptos, de grupo de extermínio, de “Escritório do Crime” e do baixo clero da política, dos Eduardos Cunhas e cia.” [Facebook]

Eu fico imaginando a reação do Freixo ao se deparar com essa porra.

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2. A mais ridícula das estratégias de defesa

E quase tudo do que o Flávio diz não bate com a realidade, que surpresa. Flávio entrou na política jovem, assim como todos os filhos do Bolsonaro, e só tinha um Gol em seu nome, nenhum imóvel, só o carro.

O senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) construiu seu patrimônio antes de se declarar empresário, de acordo com informações cartoriais, da Justiça Eleitoral e da Junta Comercial do Rio de Janeiro.” [Folha]

Flávio tentou explicar os 48 depósitos de 2 mil reais que seriam pagamento rcebido pela venda de um apartamento:

A explicação para a forma de depositar, de 2 em 2 mil reais, está no próprio sigilo bancário quebrado, sem autorização judicial, e vazado criminosamente para a imprensa: ao invés de enfrentar fila e esperar a caixa conferir o dinheiro na frente de várias pessoas, os depósitos eram feitos em envelopes no caixa eletrônico, no limite estabelecido pelo banco, em poucos minutos e sem exposição” [Extra]

Bem, pelo visto deu muito certo, né.

E sabe esse papo que o empresário Flávio recebe mais dinheiro que o político Flávio, “o que ganho na minha empresa é muito mais do que como deputado“, algo repetido nas entrevistas para Record e Rede TV?

O ainda deputado estadual é sócio da Bolsotini Chocolates e Café Ltda, uma franquia da Kopenhagen no Via Parque Shopping, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.”

Sim, ele é sócio de UMA franquia da Kopenhagen, e ainda assim tem só 50% da sociedade. Vai ver a Kopenhagen vende ouro e eu estou mal informado… E a linha temporal é importante, Flávio abriu a loja em 2015:

Como mostrou a Folha no ano passado, Flávio fez pelo menos 20 transações imobiliárias em 14 anos, entre compras, vendas e permutas. A maior parte das aquisições ocorreu antes de 2015, segundo dados de cartório. Em alguns casos, o parlamentar fez dívidas e só as quitou depois, quando já tinha a loja. Segundo a assessoria da Kopenhagen, “o retorno do investimento aplicado ocorre de dois a três anos após o início das atividades”. Ou seja, no caso de Flávio, só começaria a ocorrer em 2017 ou 2018. A Folha apurou com pessoas familiarizadas com esse tipo de franquia que o faturamento bruto (não descontados os impostos e outras despesas) é de cerca de R$ 60 mil ao mês. A Kopenhagen não divulga faturamento de seus franqueados.”

Então o dinheiro da Kopenhagen só entrou depois que boa parte dos imóveis foram comprados e vendidos? Que coisa, será que é dinheiro de milícia?

A Folha perguntou a Flávio se ele exerce mais algum trabalho além da sociedade na filial de chocolates e o mandato. A assessoria informou que ele não se manifestaria.”

Eis a razão do silêncio:

O senador eleito Flávio Bolsonaro tem sido aconselhado a não dar mais detalhes sobre a sua movimentação bancária. Em conversas reservadas, o filho de Jair Bolsonaro foi advertido de que já está diplomado como senador e, portanto, qualquer contradição poderá levá-lo ao Conselho de Ética. Mentir é um dos motivos de cassações de mandatos. Ele foi lembrado de que Renan Calheiros se complicou ao mostrar recibos para justificar pagamentos no caso Mônica Veloso. Renan renunciou à presidência do Senado e levou 11 anos até ser absolvido.” [Estadão]

Os aliados tão implorando para Bolsonaro e Flávio não darem ouvidos para Eduardo e Carlos:

Um amigo da família Bolsonaro conta que Flávio é considerado o mais ponderado dos filhos. O problema, diz, é o entorno dele. A estratégia da comunicação será mostrar que seguir os mais radicais pode ser um tiro no pé.

Tem uma música da torcida do Flamengo para humilhar os rivais que cai como uma luva para o Flávio: “deixa de bobeira, deixa de bobagem, já virou sacanagem“.

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3. Nunca que eu vou entender

Duas coisas me desgraçam a cabeça:

A primeira é que hoje completam 100 dias que o Bolsonaro não fala um ai sobre as urnas fraudadas. Depois de eleito é como se ele nunca houvesse questionado as urnas e o sistema eleitoral brasileiro.

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A segunda é o silêncio ensurdecedor do chefe de gabinete do Bolsonaro. Quando perguntado ainda na transição sobre o que fazia a Nathalia em seu gabinete, Bolsonaro, lá em 14 de dezembro, disse que não tinha como saber e que isso deveria ser perguntado ao seu chefe de gabinete. E até agora NADA do chefe de gabinete do Jair explicar que diabios fazia a Nathalia.

Já são 40 dias de silêncio do chefe de gabinete, as férias devem estar movimentadíssimas.

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4. Enquanto isso, lá em Davos

O gato comeu a língua do Moro nessa história do Queiroz, que coisa:

Mais tarde, ao ser indagado sobre o risco de o governo Bolsonaro ser afetado por investigações em torno de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flavio Bolsonaro, o ministro foi incisivo.

— O governo tem discurso forte contra a corrupção e vem adotando práticas sobre algo que não foi feito em 30 anos no Brasil, que é não vender posições ministeriais na barganha pelo poder. E nomeou pessoas técnicas. O compromisso do governo é forte contra a corrupção— disse Moro.

Sobre o caso Queiroz, Moro retrucou:

— Não me cabe comentar sobre isso, mas as instituições estão funcionando.” [O Globo]

Mas sobre o caso do Onyx o Moro ja se manifestou em mais de uma ocasião. Queria entender porque diabos ele pode falar do Onyx mas não pode falar do filho do seu novo patrão. Será que é porque esse patrão quem vai lhe indicar ao STF em 2020?

E pra azar do Moro o Flávio está CLAMANDO por uma resposta sua, já que em sua atabalhoada defesa Flávio atacou o Coaf – órgão que passou pra pasta da Justiça nessa reorganização ministerial – e o MP, que até ontem era a casa do Moro.

Esse silêncio do Moro é ensurdecedor. Sobre a frase “as instituições estão funcionando” me restou apenas um gif diante de tamanha indignação:

E pra ver como a equipe em volta do Bolsonaro é burra, esqueceram de tirar esse parágrafo do discurso depois das muitas evidências que o Flávio lava dinheiro:

“Aqui entre nós, meu ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, o homem certo para o combate à corrupção e o combate à lavagem de dinheiro.” [Folha]

De brinde, ainda teve esse show de humildade:

Os setores que nos criticam têm, na verdade, muito o que aprender conosco.”

E Bolsonaro falou em “verdadeiros direitos humanos“, imagine a confusão do tradutor na hora, que até então desconhecia o que seriam falsos direitos humanos. A repercussão não foi nem um pouco boa:

As críticas ao discurso foram pesadas. Não pelo conteúdo, mas pela falta dele. Brian Winter, diretor do Council of the Americas e editor-chefe do Americas Quartely, afirmou que o “discurso do presidente foi bem menor do que o esperado e não mencionou a reforma da previdência”. Segundo ele, um amigo classificou como “bizarra” a fala do presidente de Bolsonaro. “Nunca vivenciei algo similar com um presidente aqui”, acrescentou.

O jornalista Jamil Chade, do Estado de S.Paulo, que cobre Davos há mais de uma década, disse nunca ter visto um discurso de menos de dez minutos no fórum. Heather Long, do Washington Post, classificou como um “enorme fiasco” o discurso de Bolsonaro. “Ele tinha todo o mundo assistindo e sua principal linha foi a de que as pessoas deveriam passar férias no Brasil. Bolsonaro pode ser chamado de Trump da América do Sul, mas ele pareceu tépido (sem entusiasmo).” Sylvie Kaufmann, do New York Times, disse que Bolsonaro não se encaixa ao público de Davos. “Discurso de campanha curto, muito generalista e ainda evitou dar respostas concretas a Klaus Schwab (presidente do Fórum Econômico Mundial). Não recebeu muitos aplausos.”” [O Globo]

E qual a melhor forma do milionário presidente parecer inocente das acusações de corrupção que envolvem a sua família? Pagando de honesto almoçando no bandejão em Davos:

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Viajou de jatinho, hospedado em hotel chique, não passa de photo op.

E não foi só o Bolsonaro que passou vergonha por lá:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu não participar de uma sessão pública com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, no Fórum Econômico Mundial, segundo fontes. Isso chegou a provocar certa ironia entre alguns participantes que souberam da recusa, comentando que ”Guedes esnobou Lagarde”. A sessão deveria ser transmitida pela televisão.

Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro anulou quase todos os encontros bilaterais com executivos, antes mesmo de chegar a Davos. Na prática, Bolsonaro deixou para as bilaterais ocorrerem mais com seus ministros, enquanto deve participar na noite deste terça-feira de reunião do Conselho Internacional de Negócios, uma iniciativa do Fórum que tem 120 CEOs e chairman de grandes companhias.” [O Globo]

Bolsonaro preferiu encontros com países com uma retórica de direita mais “enérgica”, digamos assim:

Prometendo apresentar um Brasil “sem amarras ideológicas”, o presidente Jair Bolsonaro concentrará sua agenda bilateral em Davos, durante o Fórum Econômico Mundial, em encontros exclusivamente com governos conservadores, nacionalistas e que fazem parte de um movimento que contesta o que chamam de “globalismo. A agenda do brasileiro inclui encontros com Polônia, República Tcheca, Japão, Itália e Suíça, todos comandados por governos com forte características de questionamento do atual sistema e pautado em assuntos que tocam em temas como soberania e rejeição às instituições internacional..” [Estadão]

Além dos italianos, Bolsonaro também se encontrará com os poloneses:

Bolsonaro ainda se reunirá com o presidente da Polônia, Andrzej Duda, alvo de polêmicas por ser acusado de violar a constituição de seu país para escolher seus próprios juízes da Suprema Corte. Ele também manobrou para assinar uma lei em que passaria a ser ilegal acusar a “nação polonesa” por cumplicidade no Holocausto.”

Deu muito match! E já que estamos falando de Davos e política externa, parece que temos a primeira retaliação ao papo de embaixada brasileira em Jersualém:

A Arábia Saudita, maior importadora de carne de frango do Brasil, desabilitou cinco frigoríficos da lista dos exportadores brasileiros para o país árabe. Atualmente, 67 frigoríficos estão habilitados a exportar para a Arábia Saudita, mas apenas 30 efetivamente exportavam. Agora, restam 25. De acordo com pessoas do setor de avicultura ouvidas pela coluna, suspeita-se que a retirada de empresas brasileiras do mercado da Arábia Saudita possa ser o começo das barreiras econômicas colocadas devido intenção detransferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel. A Arábia Saudita ficou com 14% das exportações de carne de frango do Brasil no ano passado. A China, segunda maior importadora, ficou com 11%.” [Folha]

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5. “Reforma? Que reforma?”

Eu ainda não consigo entender como os militares podem ser tão burros:

A equipe econômica do governo federal tem “pisado em ovos” para defender o óbvio: que os militares devem dar sua contribuição na reforma da Previdência, ainda que preservadas suas especificidades. Economistas debruçados sobre o esboço da proposta — já apresentado a Jair Bolsonaro, mas que só deverá vir a público na primeira quinzena de fevereiro — sabem que lideranças dos mais de 400 mil militares das Forças Armadas, oficiais e praças, da ativa e da reserva, continuam pressionando para serem, no mínimo, menos afetados.” [Antagonista]

Vamos ficar com dó dos milicos?

Em conversas reservadas, militares que estão no governo ainda se queixam das mudanças na lei feitas em 2001, no governo de Fernando Henrique Cardoso, quando eles perderam “benefícios”, como pensão vitalícia às filhas, provento com salário de um posto acima na passagem para a reserva, licença especial e auxílio-moradia.

Onde já se viu acabar com pensão vitalícia pras filhas, coitados! Salário com cargo acima do que se aposentou! É inacreditável que os milicos tenham conseguido isso tudo depois da ditadura:

Integrantes da equipe econômica têm constatado a dificuldade de parte dos militares em conviver com a perda de privilégios, sofrendo do que se apelidou em Brasília de “síndrome de 2001” — acrescida agora do temor de que novas “perdas” se concretizem, justamente com um capitão na presidência da República.

E Mourão defende que os militares participem da reforma mas ninguém ouve ele na real:

O vice-presidente, general Hamilton Mourão, está em sintonia com a equipe econômica, mas tem deixado claro que não fala em nome das Forças Armadas — e ele não terá influência sobre o texto final da proposta.”

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6. Dia 1 do Mourão

Sobre o primeiro dia do Mourão como presidente em exercício:

O primeiro compromisso do dia foi uma entrevista ao vivo para uma rádio.”

Alguem falou “amiga, aja naturalmente” e Mourão já foi logo marcando entrevista ao vivo. Mourao saiu em defesa do Flávio e fez uma péssima escolha de sobrenome:

O único problema do senador Flávio qual é? É o sobrenome. Se o sobrenome dele fosse Silva…” [Antagonista]

Que eu me lembre dois dos filhos do Lula devem estar respondendo a processo até hoje – e o pai tá preso! Mourão também teve um encontro com o embaixador alemão, e na saída o alemão sacudiu o Bolsonaro:

“”Há uma preocupação em partes da nossa sociedade. O que nós queremos é cooperar e medir o novo governo segundo os atos e fatos, não por tuítes e palavras ditas durante a campanha eleitoral. Geralmente, há um certo nervosismo que a situação pode deteriorar, e que a luta pela mudança do clima pode ser encerrada. Não acho que isso reflete a verdade, mas há uma opinião critica” [O Globo]

Se ele falou isso pras câmeras, imagine o que o Mourão não ouviu. E eu sempre gargalho ao lembrar do que o Mourão dizia na transição e a situação atual dele. Eis a expectativa:

Às vésperas de ser eleito vice-presidente, Hamilton Mourão tinha outros planos. Descartava a ideia de despachar no Anexo 2, o gabinete de todos os vices anteriores, ou ser um “vice-decorativo”, e dizia que estaria dentro do Palácio do Planalto, em sala ao lado do presidente da República, com participação efetiva no governo de Jair Bolsonaro. A realidade, contudo, foi diferente: Mourão ficou, no fim das contas, no Anexo 2, edifício ao lado do Planalto. — Eu me vejo como um assessor qualificado do presidente, um homem próximo ali, junto dele, dentro do Planalto, ali ao lado dele. Nossas salas serão juntas. Não seremos duas figuras distantes, como já aconteceu, um para o lado e o outro para o outro lado. Aquelas reuniões que ocorrem ali, eu estarei presente — disse Mourão ao GLOBO no dia 25 de outubro, três dias antes do segundo turno.

A dura realidade é que enquanto os ministros se reúnem com o presidente o Mourão PEDALA. Como dito ontem aqui, pelo segundo domingo Bolsonaro recebeu ministros no Palácio e Mourão só pedalando. O lugar que sobrou para o Mourão é hilário:

O anexo em que fica a “VPR” abriga assessorias técnicas, além de terminais bancários e um restaurante estilo bandejão. Além disso, o local era constantemente criticado pelos assessores de Temer por problemas de segurança. Em 2013, por exemplo, no estacionamento da vice, ladrões furtaram duas rodas de um carro que estava a metros da sala de Temer. O carro era justamente de um auxiliar do então vice.”

E Bolsonaro não cansa de cortar as asinhas do Mourão:

O governo montará um gabinete no Albert Einstein, para que Jair Bolsonaro possa despachar normalmente durante o período de recuperação, registra a Folha.” [Antagonista]

Mourão toma uma enquadrada atrás da outra, tá colecionando rancor, uma hora isso tudo há de se voltar contra o Bolsonaro. E me espanta que o presidente faça isso logo depois do Michel Miguel, escanteado pela Dilma, passar a perna nela e lhe roubar a faixa

E quando eu já tava postando esse relato me deparo com esse vídeo, ALÔ, JAIR, FICA LIGADO NA MESA DE CIRURGIA, HEIN!

o general Mourão parece o coronel  do Rambo, essa é uma razão especial pra caralho, pra quem foi criança quando o filme do Rambo estourou eu ia pro colégio com uma faixa vermelha na cabeça… e aí o fato do general mourão parecer o coronel , que era o único homem que o Rambo confiava, o único homem que o Rambo gostava, era muito bom

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7. Um mais burro que o outro

O Pablo Ortellado escreveu sobre essa mudança do Whatsapp, e como ela é bem-vinda, ainda que insuficiente:

O WhatsApp anunciou nesta segunda (21) que reduzirá de 20 para 5 o número de vezes que uma mensagem pode ser reencaminhada no aplicativo. A medida era a mais importante entre aquelas recomendadas por especialistas e organizações da sociedade civil para reduzir o impacto de campanhas de desinformação, como as que vimos nas eleições de 2018.” [Folha]

O Eduardo Bolsonaro se indignou com as mudanças que o Whatsapp fez para combater a difusão de fake news.

A desgraça é que isso já havia sido feito na Índia, há alguns anos, por conta de linchamentos feitos a partir de mensagens falsas de whatsapp. Eduardo, espontanemanete, se coloca como vítima de algo tão óbvio e necessário. E alguém avise ao Eduardo que tem um troço chamado “efeito de rede”, coitado, não tem a menor idéia do que tá falando. Migra pra esses aplicativos que vai ser sucesso, Eduardo!

Tamanha burrice me lembrou o pessoal do MBL desafiando a zona antifascista

Só gênio nessa porra.

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8 Raposa opinando sobre a segurança do galinheiro

Taí uma reforma da previdência pra manter uma distância astronômica já que é a proposta das empresas de previdência privada:

A proposta da Fipe, coordenada por Zylberstajn, é apoiada por entidades do mercado de planos de previdência —Fenaprevi, Abrapp, CNseg e ICSS. “É um avanço enorme, um setor empresarial que não tem receio de dizer que gostaria que essa reforma fosse feita. É boa para eles? É. Mas é boa para o país.”. No modelo sugerido, o setor privado administraria as contas individuais. Para impedir que má gestão pulverize a poupança do trabalhador, planos que não entreguem bom rendimento seriam dissolvidos, e as contas seriam transferidas para os mais rentáveis. “É a melhor forma de garantir que os recursos vão ser alocados da melhor maneira. Se deixar com o Estado, aí, sim, pode haver problemas de governança”, afirma ele.” [Folha]

E tem quem caia nesse papinho cretino que a iniciativa privada tá preopcupada com os pensionistas. Repare no que o sujieto fala mais a frente, quando a jornalista critica o sistema de capitalização chileno:

Nesses países, eles transformaram totalmente o sistema de repartição em capitalização. Nossa proposta dilui os riscos, porque tem três pilares. Renda básica, de risco zero, e sistema de repartição —pequeno e sustentável— repõem a renda de 75% dos trabalhadores. A capitalização tem o risco de mercado, mas também a possibilidade de ganhar valor.

O que ele fala sobre ganhar valor é usar o dinheiro das aposentadorias no cassino das ações.

Uma questão importante é o financiamento da transição. Nosso projeto não afeta as contas públicas. A arrecadação do INSS é preservada. A parte de capitalização recebe dinheiro que hoje vai para o Fundo de Garantia [FGTS]. Outras propostas sugerem capitalização só escritural. Uma parte da arrecadação do INSS é remunerada, mas continua no Estado. Nós propomos investir no mercado, e gerar investimento e crescimento. O mercado terá que criar regras. Por exemplo, um rendimento menor que uma faixa em torno da média levaria à dissolução do plano e as contas seriam transferidas para outro plano mais rentável. É a melhor forma de garantir que os recursos vão ser alocados da melhor maneira. Se deixar com o Estado, aí, sim, pode haver problemas de governança.

O mercado terá que criar regras?! Só pode estar de sacanagem, nem nisso ele quer a participação do governo. Essa parte aqui me espantou:

“Mas não falamos em salário mínimo, e sim em reais. O salário mínimo desaparece como moeda na Previdência.”

Alguém lá atrás deve ter dito isso lá no Chile. Algumas décadas se passaram e os aposentados se foderam:

“Agora, quando o novo modelo começa a produzir os seus primeiros aposentados, o baixo valor das aposentadorias chocou: 90,9% recebem menos de 149.435 pesos (cerca de R$ 694,08). Os dados foram divulgados em 2015 pela Fundação Sol, organização independente chilena que analisa economia e trabalho, e fez os cálculos com base em informações da Superintendência de Pensões do governo. O salário mínimo do Chile é de 264 mil pesos (cerca de R$ 1,226.20).” [BBC]

É por isso que esses filhos da puta não querem usar salário mínimo como referência, porque salário mínimo perto do que virá será um paraíso.

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9. A última da Whitney

Como a Whitney é idiota, como que esse imbecil passou na prova para juiz?!

Ao fazer exames de rotina, nesta segunda-feira, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, da Uerj , o governador Wilson Witzel pretendia alardear o cumprimento de uma promessa de campanha: usar a rede pública de saúde. Mas, quando divulgou o fato na internet, também virou alvo de críticas. Primeiro, por não aguardar na fila do sistema de regulação (Sisreg) para fazer os procedimentos. Em segundo lugar, porque o governo, ao ser questionado, afirmou em nota, que, para não afetar o atendimento à população, Witzel foi examinado por médicos que estavam de folga. Os exames do governador duraram duas horas. Ele fez eletrocardiograma, ecocardiograma, teste ergométrico, ultrassom abdominal e passou por avaliação clínica. O vice, Cláudio Castro (PSC), também foi atendido. Na internet, a iniciativa de Witzel dividiu opiniões.” [O Globo]

Imagine, duas horas num hospital público e saiu com eletrocardiograma, ecocradiograma, teste ergométrico, ultrassom e avaliação clínica. Em DUAS horas! E será que passa pela cabeça desse imbecil que mesmo que os médicos estivessem de folga ele se valeu de equipamentos usados pela população?! Vai ver os equipamentos estavam de folga também.

Segundo Carlos, uma consulta de cardiologia tem cerca de 8 mil pacientes à espera, e eles podem levar até quatro meses para serem atendidos. Um ecocardiograma demora ainda mais. Em uma rápida consulta ao Sisreg, a central de regulação da prefeitura, Vasconcellos achou pacientes na fila para o procedimento desde maio de 2017.

Palavras de um especialista em Direito Administrativo e Direito constitucional:

Ao não aguardar na fila nem esperar para fazer exames, ele se valeu da função pública para ter privilégios. Para configurar improbidade não é preciso ter dano ao erário. O que chama atenção é que, na condição de ex-juiz, ele deveria saber disso.”

E como uma desculpa não foi suficiente, inventaram outra:

Na Assembleia Legislativa, a oposição já reagiu. O deputado Flávio Serafini (PSOL) afirmou que cobrará explicações do governo. À noite, o secretário de Saúde, Edmar Santos, que acompanhava Witzel, disse que, na última semana, foi detectada uma elevação de pressão no governador, exigindo uma análise mais detalhada, solicitada ao chefe do Serviço de Cardiologia do Pedro Ernesto. Foi pedida uma data “sem prejuízo à agenda regular de exames do setor, com base no decreto 46.431/2018”.

Imagine, o maluco atravessa a rua pra escorregar na casca de banana e acha que vai dar conta de governar o Hell de Janeiro. Volta, Dornelles, volta, seu filho da puta!!

E pra fechar a editoria do governador psicopata:

O governador Wilson Witzel sancionou nesta terça-feira a Lei 8294, que estabelece 24 de abril como o Dia Estadual do Samurai.” [Extra]

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10. Suéter Humano 

Como o Dória é um filho da puta, eu não canso de me espantar com a escrotidão desse personagem desprezível:

O governador João Doria quer transformar o PSDB em um partido “de centro, com posições claras, que terá relações respeitosas com a esquerda e com a direita”. É esse o partido para chamar de “seu”, como já fez ao tomar posse no governo de São Paulo.” [Folha]

No fim do ano passado ele falou centro-direita, e a palavra sumiu. Logo ele que adotou uma retórica belicista e lambeu as bolas do Bolsonaro durante a campanha. Dória descobriu que a direita tá na mão do Bolsonaro e, pra se viabilizar pra 2022, ele precisa ocupar o centro. A jornalista questionou e perguntou se não seria de centro-direita, como ele havia falado anteriormente.

Não. De centro. E terá relações respeitosas com a esquerda e com a direita, seja centro-direita, extrema direita, centro-esquerda, extrema esquerda. Um partido de diálogo mas com posições claras e bem definidas.”

O suéter-humano prometeu uma relação respeitosa com a extrema-direita, só faltou mandar um “very fine people“. Palavras do Dória:

Vai mudar. E vai mudar sem desprezar o passado, sem estigmatizar ninguém, respeitando aqueles que foram próceres do PSDB, dentre os quais eu destaco desde o [André Franco] Montoro, passando pelo Mario Covas, e destacando Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Geraldo Alckmin, entre outros. Cada um cumpriu seu papel bem. Mas a partir de agora o PSDB vai estar sintonizado com a população, e não mais com seu passado. Vai estar sintonizado com o presente do país para garantir o seu futuro como partido político. Para isso ele não precisa renegar o seu passado, mas ele vai mudar. E será um partido de posições centrais, de centro.”

E eu fico imaginando o velho Covas se revirando no túmulo com esse neto que bajula (ou bajulava, nunca se sabe, tucanos adoram esfaquear os colegas) uma figura como o Dória:

A Prefeitura de São Paulo praticamente abandonou a notificação de imóveis ociosos na capital paulista, que estariam sujeitos a um IPTU mais caro e até a uma eventual desapropriação para a construção de moradias. As notificações desses imóveis vazios ou subutilizados caíram expressivamente em 2017, ano em que assumiu como prefeito João Doria (PSDB) –agora eleito governador– e foram quase que extintas em 2018, quando assumiu o vice Bruno Covas (PSDB).” [Folha]

Tá lá na porra da constituição, imóveis têm função social, é só cumprir a porra da lei.

Toda propriedade deve atender a uma função social, determina a Constituição brasileira. De acordo com definição da própria prefeitura, “a propriedade urbana cumpre sua função social quando seu uso é compatível com a infraestrutura, equipamentos e serviços públicos disponíveis, e simultaneamente colabora para a segurança, bem estar e desenvolvimento dos usuários, vizinhos e, por fim, da população como um todo.”. O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar o caso. O novo secretário de Urbanismo e Licenciamento, Fernando Chucre, disse à Folha que as notificações serão retomadas.”

Eu já vi gente jurando que isso não é lei, é coisa de MTST e por aí vai, se a pessoa quiser deixar o imóvel fechado por décadas é direito dela e por aí vai a sandice. E só vão retomar as notificações porque tomaram uma enquadrada do MP, inacreditável.

Segundo dados da própria Smul (Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento), em 2015, 564 imóveis foram notificados. No ano seguinte, foram 509 avisos. Em 2017, primeiro ano da gestão Doria, o número caiu para 59, 11% do que havia sido notificado no ano anterior. Em 2018, foram apenas oito.”

OITO!! Na maior cidade da América Latina!

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11. É questão de tempo

Rolou uma rebelião em quartel da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) em um bairro pobre de Caracas. O Governo cercou o quartel e conseguiu conter a rebelião, mas o que me impressionou é que a população saiu em defesa dos militares rebeldes [O Globo]:

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Esse tipo de coisa em bairros mais pobres me parece novidade.

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12. “Um Trump Muito Louco”

A editoria hoje é dedicada ao advogado de defesa mais louco que o Trump poderia contratar. Não basta o Trump ser o Trump, ele tem que demitir todos os seus advogados e contratar o maluco do Giuliani:

Whenever Rudy Giuliani gives a round of interviews to defend President Trump in the Russia scandal, there’s a good chance he’ll blurt out something that implicates his client in new wrongdoing or admit that Trump has been repeatedly lying about some element of the case. On Sunday he was at it again” [Washington Post]

Sim, mais uma vez Giuliani foi para a televisão e atirou com uma .50 nos pés do Trump, falta pé pra tanto tiro. Giuliani confessou que Trump tentou fechar um acordo para a construção da Trump Tower quando era candidato à presidência. Sim, Trump queria fechar negócio com os russos e ao mesmo tempo atacava a OTAN, pedia o fim das sanções à Rússia, mudava a política para a Ucrânia e pedia ajuda pública aos russos para encontrar os emails da Hillary

Mas isso contradiz TODA a narrativa até aqui.

With this statement by Giuliani (which, who knows, he might contradict by day’s end), we now have four different versions that the president and his representatives have told about his pursuit of a Moscow deal during the campaign.”

Primeira versão, ainda durante a campanha, era “I don’t know Putin, have no business whatsoever with Russia, have nothing to do with Russia. I have no dealings with Russia. I have no deals that could happen in Russia because we’ve stayed away

A segunda versão é contada pelo Cohen, que jurou ao congresso que as tratativas foram abandonadas em Janeiro de 2016.

A terceira versão é do próprio Cohen. Após acordo com o Mueller, confessou que mentiu aos congressistas e que as negociações se deram até junho de 2016.

A quarta versão é a do Giuliani, segundo suas aspas presidenciais, as negociações foram até novembro de 2016, mês da eleição.

Trump is blessed with a preternatural shamelessness; while ordinary people would ask themselves, “What will happen if I get caught in this lie?” Trump never seems to. He simply updates the old lie with a new one, and when that one is exposed, he offers up yet another. Now that he can no longer deny that he was pursuing a deal with the Russian government while running for president, he argues that of course it happened, and it was completely appropriate. After issuing denial after denial, in November 2018 he finally fessed up, sort of. “We were thinking about building a building” in Moscow, he told reporters. “I decided ultimately not to do it. There would have been nothing wrong if I did do it.

E pode somar aí mais uma versão, Giuliani voltou atrás em suas declarações estúpidas, fico imaginando o Trump dando esporro nele, deve ser uma graça:

My recent statements about discussions during the 2016 campaign between Michael Cohen and then-candidate Donald Trump about a potential Trump Moscow ‘project’ were hypothetical and not based on conversations with the President. My comments did not represent the actual timing or circumstances of any such discussions. The point is that the proposal was in the earliest stage and did not advance beyond a free non-binding letter of intent.” [Axios]

Se as negociações foram até novembro de 2016 imagina o tanto de informação comprometedora que o Putin tinha pra cima do Trump, precisava nem de kompromat ou outros subterfúgios, o próprio Trump entregou de bandeja o ouro para os russos:

Russian officials would have had negative information to hold over Trump, during the election and after. They would have known Trump was misleading the American people about his Moscow deal. Why this matters: Imagine there was no drip, drip, drip — and we learned in one fell swoop that an American presidential candidate was secretly negotiating a multibillion-dollar business deal with an enemy of the United States (and falsely denied it) while that nation was seeking to tip our election in his favor.” [Axios]

É tudo por demais absurdo.

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>>> “Researchers from Beyond Parallel, a project sponsored by the Center for Strategic and International Studies, have discovered a secret ballistic missile base in North Korea ahead of a likely new U.S.-North Korea summit, NBC Newsreports.” [Axios]

>>> A última do bombado que quebrou a placa da Marielle, diretamente da China: ““Em primeiro lugar, vai pra puta que te pariu. Para quem servir a carapuça, foda-se. Sabe por quê? Eufemismo não funciona com brasileiro. O brasileiro parece que só funciona na porrada e bandido na bala, parece mais ou menos isso. A gente tem de ser desse jeito, tem de ser puto, falar com raiva, tem de odiar o brasileiro. Todos nós parlamentares aqui na China botamos nossa cara a tapa para enfrentar o sistema comunista que estava sendo implantado no Brasil.” [Antagonista]

>>> Dá até pra imaginar esse sujeito esquisito esfregando as estranhas mãos e contanto todo empolgado: “O ex-presidente Michel Temer relatou efusivo a amigos ter sido aplaudido ao sair de um de seus restaurantes favoritos em SP, o Parigi. O emedebista contou que, não só foi elogiado, como também foi alvo de pedidos de selfie.” [Folha]

>>> “Um dos motoristas de Antonio Palocci disse, em depoimento à Polícia Federal, que ajudou o ex-ministro a colocar em sua casa de Ribeirão Preto “notas de dinheiro em espécie” no sol por “aparentavam estarem mofadas”. Segundo ele, seriam cerca de R$ 10 mil.” [Folha]

>>> “O Ministério da Saúde iniciou um levantamento dos preços de medicamentos importados para avaliar se cobrará ressarcimento de farmacêuticas e distribuidoras. O Ministério já iniciou o levantamento das compras realizadas anteriormente e, caso haja diferença nos valores dos medicamentos adquiridos, realizará os devidos pedidos para ressarcimento”, diz a pasta em nota. Parte do setor farmacêutico esperava que a decisão fosse abandonada com as mudanças na equipe do novo governo, mas, por ora, a posição se mantém.” [Folha] Sabe por que a posição se mantém? Porque o novo governo ainda não começou, os postos chaves dos ministérios não foram nomeados, tá um mais perdido que o outro. Quando as coisas se assentarem, não tenha a menor dúvida que isso não irá adiante, imagine se um minstro do DEM vai permitir isso…

>>> Bom resumo da The Economist sobre o Brexit:

>>> Dois dias atrasdados, é verdade, mas em 20 de janeiro de 2009 Obama romou posse. É bizarro saber que depois dele veio o Trump, muito bizarro.

Dia 20: governados por um fucking general | 21/01/19

1. Um general no comando

Muito difícil dar conta dessa foto do Bolsonaro transmitindo o cargo ao Mourão antes de embarcar para Davos, muito difícil.

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Eu fico imaginando o tanto de vodú que o Mourão deve tá fazendo para o Bolsonaro morrer na mesa de cirurgia, imagine, um mandato inteirinho só pra ele. Motivo não falta:

Pela 2ª semana seguida, o presidente Jair Bolsonaro reuniu a cúpula de seu governo no Palácio da Alvorada. O vice-presidente Hamilton Mourão não participou do encontro. Neste domingo (20.jan.2019) fez o mesmo passeio da última semana: pedalou.” [Poder 360]

Eu não sei o que desgraça mais a minha cabeça: o chanceler que toma sorvete pela testes estar no avião presidencial, ao lado do Presidente, com o mesmo prestígio do Guedes e do Moro, ou o SORRISINHO do Moro depois desse massacre que foi o fim de semana para a família Bolsonaro

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Repare nessas aspas:

Outro equívoco, na visão de integrantes do governo, foi a crítica de Flávio Bolsonaro à atuação do Ministério Público e do Coaf, em entrevista à TV Record, na última sexta-feira. Aliados de Bolsonaro que atuam para evitar que a crise se alastre pelo Planalto viram uma “afronta” à investigação e temem que técnicos do Coaf passem a vazar informações à revelia do ministro da Justiça, Sergio Moro, a quem o órgão atualmente é subordinado.

Alguém aí viu o Moro sair em defesa do Coaf e dos seus servidores, que foram atacados pelo filho do presidente?! Ou alguma defesa ao MP, que até ontem era a casa do Moro?! O juiz tão corajoso e destemido virou um dócil Ministro da Justiça.

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2. E o Flávio tá como?!

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Esse frame é dum vídeo que rodou hoje mas é de setembro de 2018 [vídeo], mas resume bem demais a situação atual do filho do presidente.

Flávio deu entrevista para a Record e a Rede Tv. Como a entrevista da Record é constrangedora, vai a do Boris, que vez ou outra tratou de apertar o Flávio:

O Josias fez o melhor resumo:

O primogênito do presidente da República brandiu documentos. Mas se negou a entregá-los. Recusou-se até mesmo a folhear a papelada diante das câmeras. De resto, sonegou à plateia um esclarecimento singelo: por que despreza a transferência bancária eletrônica?” [UOL]

Ele segurava o papel mas se recusava a passar ao jornalista, que grande momento! Flávio jura que os 96 mil eram pagamento de um imóvel que ele vendeu. Não entendeu? O Gustavo Gindre explica:

Segundo Flávio Bolsonaro, ele recebeu R$ 96 mil em dinheiro como parte da venda de um imóvel. Jamais ocorreu ao comprador do imóvel fazer DOCs, um TED ou, de for do mesmo banco, uma simples transferência bancária. Ou pagar em cheque. Nada disso. O sujeito saiu por aí com R$ 96 mil em dinheiro para entregar ao vendedor do imóvel. Super normal. Todo mundo faz isso no Rio de Janeiro. E o vendedor do imóvel, o Flávio Bolsonaro, por sua vez, achou tão normal receber em dinheiro que acabou levando a grana toda para seu trabalho, na ALERJ, onde foi depositando-a na sua conta ao longo de alguns dias. A partir daí só tem duas opções. Ou a pessoa é mau caráter para fingir acreditar nessa história ou é muito imbecil para realmente acreditar nela. Não tem uma terceira opção.” [Facebook]

Volto ao putrefato Flávio:

Olha , o que meu ex-assessor faz ou deixa de fazer é responsabilidade dele, eu não tenho como saber o que ele fez

É você, Lula?! Flávio, coitado, também não sabia de nada, como controlar um gabinete com… VINTE funcionários!

Por que essa pressa? tudo no seu tempo. Por que essa perseguição comigo?? “Como é que começa a vazar um monte de coisa??”

Alguém imagina o Flávio questionando os vazamentos durante o governo petista? E uma boa pessoa pra explicar a lógia de vazamentos pelo MP é o Moro.

Bolsonaro entrou pobre na política, empregou a família e todo mundo enriqueceu, tem que ver isso aí.

Com base em pesquisas cartoriais, a reportagem mostrou que até aquele mês os Bolsonaros eram donos de 13 imóveis com preço de mercado de pelo menos R$ 15 milhões, a maioria em pontos altamente valorizados do Rio, como Copacabana, Barra da Tijuca e Urca. A Folhatambém mostrou em janeiro do ano passado que Flávio havia negociado ao menos 19 imóveis nos últimos 13 anos. A maior parte são 12 salas do Barra Prime, um prédio comercial. Todas foram vendidas para a MCA Participações, empresa que tem entre os sócios uma firma do Panamá. Ela adquiriu as salas de Flávio em novembro de 2010 —45 dias depois de o deputado ter comprado 7 das 12 salas.

Porra, isso que é sorte. A pessoa compra DOZE salas comerciais e as vende 45 dias depois, que homem! Os Bolsonaros lembram muito os Picciansi, que também enriqueceram na iniciativa privada, mas ao invés de apartamentos eles vendem e compram gado.

Lá pelas tantas Flávio explica a tal “explicação plausível” que ouviu do Queiroz lá atrás, quando as primeiras notícias saíram:

Ele me falouolha, eu depositava na minha conta o dinheiro da minha família porque os familiares deles estavam empregados comigo, então é um pai gerindo o dinheiro da família“.”

Entendeu? A Alerj depositava os salários na conta dos familiares do Queiroz, que tiravam o dinheiro de suas contas e depositavam na conta do pai. O que o imbecil do Flávio fez foi confessar que o Queiroz embolsava os salários de funcionários do seu gabinete de sobrenome Queiroz! É a famosa rachadinha:

No meu gabinete não existe rachadinha e, se eu soubesse de algo sobre isso, seria o primeiro a denunciar

O que será que o vice boquirroto acha disso?

Até onde é corrupção, até onde é rachadinha? Agora, existem outros investigados na mesma operação e ninguém dá bola. Cade o cara dos 24 milhões? “Isso vai ficar incomodando por causa do sobrenome. É bom para o governo? Fica essa pressão toda, não é um problema do governo. Se o sobrenome fosse qualquer outro, não tinha problema”” [G1]

Para o Mourão, ou é corrupção ou é rachadinha. Nem o número 2 do governo acredita no filho do presidente, eu acho é graça. E parece que o presidente também foi surpreendido pela estratégia de defesa do Flávio:

A estratégia da defesa de Flávio não teria tido o aval de Bolsonaro. Segundo um dos mais próximos auxiliares do presidente, ele teria ficado contrariado com o pedido da suspensão da investigação ao STF sem o seu conhecimento.” [O Globo]

Em qualquer outro governo isso seria blefe, mas eles são tão burros, mas tão burros, que é até verossímil.

E, por fim, o PT quer abrir uma CPI para investigar o Flávio. Se o PT tiver algum juízo, fica bem quietinho e deixa outro partido da oposição tomar a frente, CPI pedida por petista, a essa altura do campeonato, é tudo que os Bolsonaros querem.” [Folha]

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3. Vice boquirroto virou Ouvidor

Bolsonaro, sem o menor saco para essas chatices presidenciais, tá fazendo do Mourão uma espécie de Ouvidor da república:

No passado, marcar uma audiência com o presidente ou manter contato direto com ele era a melhor forma de resolver um problema ou ganhar apoio para medidas reivindicadas por entidades. Desde a posse de Bolsonaro, contudo, empresários e políticos têm reclamado a assessores presidenciais da postura refratária a reuniões privadas do novo mandatário. Segundo eles, o presidente tem atendido a poucos pedidos. E, quando responde às solicitações, ou chama auxiliares presidenciais para acompanhar o encontro ou pede para que o solicitante fale diretamente com o ministro responsável pelo assunto tratado. Diante das dificuldades encontradas, incluindo espaço na agenda dos ministros da Economia e da Infraestrutura, eles buscam no vice-presidente um interlocutor preferencial, cuja postura considerada mais moderada do que a do presidente tem agradado ao mercado financeiro.” [Folha]

E esse rancor elegante?

As conversas são feitas de forma geral. É um começo de governo e eu estou me acomodando ao espaço que me foi dado”, disse Mourão. No período de transição de governo, a ideia era que ficasse sob o encargo do vice-presidente subchefias responsáveis pelo monitoramento de políticas públicas, além do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos). Bolsonaro, contudo, decidiu mantê-las em outras pastas ministeriais. “Não é uma tarefa prevista na legislação para o vice-presidente. Então, seria uma decisão presidencial. Não me senti, de jeito nenhum, desprestigiado”, afirmou.

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4. Ministério do Vai dar merda informa:

Ontem eu disse que a reforma da previdência não é pacídifca nem dentro do governo – some à lista o próprio partido presidencial:

Dirigentes do PSL preveem constrangimento quando chegar a hora de votar a reforma da Previdência. Entre os 52 deputados eleitos pelo partido de Bolsonaro, há 16 policiais e 5 militares, avessos a mudanças nas aposentadorias de suas corporações. Levantamentos feitos informalmente por parlamentares indicam que os deputados da sigla do presidente dificilmente alcançarão consenso sobre o tema. Articuladores políticos da Casa Civil dão como certa a resistência na bancada bolsonarista. Um integrante da equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, dá uma ideia da variedade de opções em estudo para a reforma: assessores de Guedes receberam 29 estudos só sobre as pensões dos militares.”” [Folha]

E eu tenho uma enorme dificuldade de levar o PT a sério:

A cúpula do PT discute nesta segunda a ideia de uma proposta alternativa para a Previdência, a ser encampada pela oposição. A iniciativa foi sugerida em artigo do ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa, colunista da Folha, e ganhou apoio entre petistas.”

O Nelson fez uma merda atrás da outra e agora acha que pode pagar de sensato, não fode.

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5. Já em Davos…

Imagine a tristeza do Bolsonaro ao saber que as autoridades mais importantes não estarão em Davos:

Com o título “Previsão sombria para Davos: Crises em abundância, mas poucos líderes mundiais”, a Reuters destacou, por New York Times e outros, que os mandatários americano, francês, britânico, chinês, russo e indiano não vão. No 18º parágrafo, anota que “o baixo comparecimento dos líderes pode dar mais proeminência a personalidades que de outra maneira seriam ofuscadas”, caso de Jair Bolsonaro.” [Folha]

E espero que Paulo Guedes vá preparado, porque não é qualquer blablabla que vai funcionar:

A mesma Reuters despachou dias antes que “Estrangeiros ficam à margem da festa do mercado do Brasil”. Em suma, “dados da bolsa mostram êxodo persistente de capital no início do governo”, em contraste com “fundos locais, que são os atores por trás da alta”. Ouvindo economistas de Santander, UBS e outros, afirma que os investidores externos “estão buscando mais do que retórica de animação”. O Financial Times foi por aí, destacando que Bolsonaro encontrará “desconfiados” em Davos. Cita, de estrategista do Bank of America Merrill Lynch: “Não estamos vendo influxo de estrangeiros. A história [da alta da bolsa] é baseada na compra por brasileiros”.

Vamos dar aquela risada gostosa?

E a Associated Press, por Washington Post e outros, despachou que “Bolsonaros enfrentam questionamentos por investigação de corrupção”, citando filho, mulher e o próprio. Questiona se a “lua de mel com Bolsonaro” já acabou.”

No Fórum Mundial de Davos, na Suíça, Bolsonaro defenderá a “refundação da economia brasileira por bases liberais” com o apoio popular conquistado graças à sua agenda conservadora, além de participar de discussões sobre a Venezuela.” [O Globo]

É como se o neoliberalismo nunca tivesse passado por essas bandas, inacreditável.

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6. PSL em chamas

Cansados, traumatizados e, principalmente, massacrados por fogo amigo. É assim que dizem se sentir os 17 integrantes da comitiva brasileira que está na China —entre eles 12 parlamentares, em sua maioria eleitos pelo PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. [Folha]

Na China, os membros do grupo parecem desorientados e têm dificuldade de manter uma postura coesa, apesar de garantirem que a experiência uniu os participantes. Uma acalorada discussão entre parlamentares foi presenciada pela reportagem da Folha na churrascaria Morton’s na noite de sábado (19), no segundo andar do luxuoso hotel Regent.

O descompasso foi notório também durante um coquetel oferecido pela embaixada, no qual os participantes foram vistos discutindo entre si e parte deixou a recepção mais cedo. Com o silêncio de Brasília, o grupo esperava ter sido respaldado pela embaixada em Pequim, o que não aconteceu. “Fomos mais bem recebidos pelo Partido Comunista do que pela embaixada”, disseram à Folha.”

Essa galera realmente compara Cuba e Venezuela à Coréia do Norte, é fascinante. Já é a segunda pessoa da comitiva que diz algo assim:

As divergências ideológicas com o comunismo também foram minimizadas. “Alguns dos congressistas mais conservadores e religiosos estão aqui para mostrar que o diálogo e a cooperação são possíveis. Jamais me sentaria para negociar com Maduro, Castro ou Kim Jon-un, mas aqui há livre mercado e, como parlamentar, não cabe a mim criticar a ideologia do governo”, diz Zambelli. “A primeira lição que aprendemos na China foi não ter preconceitos. A imagem de país comunista que temos no Brasil se esvaziou com a nossa chegada aqui. A China é muito mais democrática que o Brasil em alguns aspectos”, diz Silveira.

E por falar em PSL, o bombado que rasgou a placa da Marielle é um dos deputados que está lá na China, e o Celso Rocha de barros dedicou essas lindas palavras ao cretino:

A comitiva incluía o cara que rasgou a placa da Marielle no comício do governador Witzel. Vai lá, filho, vai para a praça da Paz Celestial e rasga a placa com o nome do premiê chinês. Vai lá, mostra contra o Exército Popular de Libertação a mesma macheza que mostrou contra militante pelos direitos dos favelados que já tinha sido assassinada. Cadê a marra, filho? Vai fugir chorando, filho, vai fugir ganindo?” [Folha]

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7. Esquete da Praça É Nossa:

O último grande Refis, concedido pelo governo federal durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, perdoou R$ 47,4 bilhões em dívidas de 131 mil contribuintes, de acordo com o balanço final do programa de parcelamento de débitos tributários, obtido pelo ‘Estadão/Broadcast’. O restante – R$ 59,5 bilhões, ou pouco mais da metade da dívida original – foi parcelado em até 175 prestações.

Parlamentares, muitos deles inclusive com dívidas com o Fisco, fizeram ao longo de 2017 forte pressão sobre o governo Temer para melhorar as condições do Refis, lançado em janeiro e que acabou virando lei só em outubro do mesmo ano. Em meio às investidas, o governo cedeu de olho num futuro apoio à reforma da Previdência – que acabou sendo engavetada. Os descontos chegaram a até 70% em multas e 90% em juros.” [Estadão]

Entendeu? Deram o Refis pra conseguir apoio na reforma e a reforma nem votada foi!

E esse governo jura que não vai fazer Refis, quero ver quando a corda apertar e precisarem de dinheiro e apoio parlamentar:

Os dados oficiais já estão nas mãos do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, que disse contar com aumento da arrecadação com a certeza dos contribuintes de que na gestão do ministro da Economia, Paulo Guedes, não haverá mais programas de parcelamento de débitos tributários. Cintra é contrário aos parcelamentos especiais e está à frente da elaboração de um programa de combate ao devedor contumaz. Para ele, os Refis têm sido usados como artifício protelatório por devedores viciados nesse tipo de programa. “A principal mensagem e missão frente à Receita é fazer todos pagarem, pois assim os atuais contribuintes pagarão menos, e a pressão fiscal poderá diminuir”, diz Cintra ao Estadão/Broadcast. “Em princípio, defendo a proibição de novos programas de parcelamentos incentivados”, acrescenta.”

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8. É pra glorificar de pé

Em 2013, 11.901 novas igrejas foram abertas no Brasil. O número bateu um recorde histórico, representando mais de uma instituição nova por hora. Desde então, porém, o ritmo de expansão das denominações religiosas cristãs foi estancado pela crise econômica. Em 2018, até novembro, foram apenas 6.104 aberturas de templos, número mais baixo dos últimos dez anos. Os dados, da Receita Federal, foram compilados pelo GLOBO. Vivemos de contribuição. Se tem 13 milhões de desempregados no Brasil, tem evangélico desempregado também — diz o pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. — Eu não faço uma igreja por menos do que R$ 1 milhão, porque boto um bom ar-condicionado, cadeira individual, som de qualidade.” [O Globo]

Um bom ar, som de qualidade, relógio bonitão, carro importado, jatinho, terno estiloso, Silas é um servo de Deus dos mais dedicados…

Segundo o pastor Robson Rodovalho, líder da Sara Nossa Terra e presidente da Confederação dos Conselhos de Pastores do Brasil (Concepab), o crescimento das igrejas para o biênio de 2016 a 2018 foi 10% menor que o previsto. Um levantamento da Concepab com 20 mil pastores mostra que a queda de receita durante a crise foi de 30% no Nordeste, 20% no Rio de Janeiro e 15% em São Paulo, Minas Gerais e Região Norte.

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9. Lula Vs Dilma

Que o clima entre Lula e Dilma  a partir da metade do primeiro mandato não era legal já é mais que sabido, mas essa delação do Palocci traz alguns detalhes:

Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 30 de agosto de 2018, o delator relatou uma ‘ruptura’ entre os petistas que teria se iniciado com a nomeação de Graça Foster à Petrobrás. Segundo Palocci, ao nomear Graça, sucessora de José Sérgio Gabrielli, ‘íntimo de Lula’, Dilma contrariou o ex-presidente, em 2012. No entanto, Lula ainda teria demonstrado que ‘manda’ na Petrobrás para a então recém-indicada presidente da estatal.

De acordo com Palocci, ‘para Dilma, a nomeação de Graça significava a afirmação de seu novo governo e a preparação para o processo da reeleição presidencial’.

Segundo o ex-ministro, ‘esse ato também se revestia de um lado ilícito, uma vez que representava meios de Dilma inviabilizar o financiamento dos projetos de Lula retornar à Presidência, ao passo que viabilizaria recursos para sua reeleição, deslocando as doações para o PT, onde contava com a lealdade pessoal de Rui Falcão, então presidente da sigla’.

O ex-ministro chega a citar que ‘durante o crescimento da Operação Lava Jato, Dilma deu corda para o aprofundamento das investigações, uma vez que isso sufocaria e implicaria Lula’ e ‘que, por sua vez, Lula, em movimento reverso, relembrava que Dilma era a presidente do Conselho de Administração da estatal na época de grande parte dos fatos apurados, lembranças estas que fazia em diversas reuniões no Instituto na presença de dezenas de pessoas’.” [Estadão]

E a galera de esquerda votou na mulher que jurou PUBLICAMENTE “fazer o diabo pra ganhar eleição“, nunca que eu vou compreender uma porra dessa.  Essa distinção aqui me parece bem verídica:

Palocci fez uma comparação entre as supostas ilegalidades autorizadas pelos ex-presidentes petistas. Ele afirma ‘que Dilma adotava um governo relativamente rígido e autorizava liberalidades para os momentos de financiamento eleitoral’ e ‘que foi a própria Dilma quem disse: nós podemos fazer o diabo quando é a hora da eleição’.

De acordo com o delator, ’em outras palavras, Dilma permitia que fossem feitas arrecadações ilícitas durante os períodos eleitorais, já Lula tinha outro tipo de moral’. “Para ele, o financiamento ilícito e contribuições empresariais vinculadas ou não a projetos não lhe causavam o menor constrangimento.

Palocci relata que ‘a única preocupação de Lula era preservar sua própria imagem, afastando-se deliberadamente dos momentos de ilicitudes e sistematicamente construindo versões que o isentavam de qualquer malfeito’. Palocci afirma ter chegado a questionar Lula sobre o triplex 164-A, no condomínio Solaris, imóvel pivô de sua condenação a 12 anos e um mês na Operação Lava Jato: ‘por que você não pega o dinheiro de uma palestra e paga o seu triplex?’ “respondeu ele: Um apartamento na praia não cabe em minha biografia”, afirma o delator.

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10. Terrorismo, genocídio e o espanto

O Rubens Rícupero foi diplomata de carreira por mais de 4 décadas e não pode ser acusado de esquerdistas ou coisa que o valha. Eis sua opinião sobre a bizarra nota em que o Brasil acusa a Venezuela de terrorismo e genocídio:

Diplomata de carreira entre 1961 e 2004, Ricupero disse, ao Valor, ter ficado “espantado” e ter ouvido relatos de “estupefação” de colegas de Itamaraty. E afirmou que o linguajar adotado no documento “não tem nenhum propósito útil”, “desmoraliza o Brasil não perante a Venezuela, mas perante o mundo” e faria o Barão do Rio Branco, pai da diplomacia brasileira, “estremecer mil vezes no túmulo”.” [Valor]

Esse ajuntamento de malucos é TUDO o que o Maduro mais sonhava, é impressionante. O que o Maduro mais precisa é de um inimigo externo, e o papel brasileiro só reforça a retórica alucinada do Maduro.

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11. ‘Um Trump Muito Louco’

Pelo visto o Chris Christie resolveu dinamitar sua relação com o Trump, seu novo livro é uma paulada atrás da outra.

Donald so urgently needed the right people around him and a solid structure in place.. Far too often, he’s found himself saddled with the riffraff. Instead of high-quality, vetted appointees for key administration posts, he got the Russian lackey and future federal felon Michael Flynn as national security adviser. He got the greedy and inexperienced Scott Pruitt as administrator of the Environmental Protection Agency. He got the high-flying Tom Price as health and human services secretary. He got the not-ready-for-prime-time Jeff Sessions as attorney general, promptly recusing himself from the Justice Department’s Russian-collusion probe. He got a stranger named Rex Tillerson as secretary of state. … He got the Apprentice show loser Omarosa Manigault in whatever Omarosa’s job purported to be. (I never could figure that one out.) … Too few Kellyanne Conways. A boatload of Sebastian Gorkas. Too few Steven Mnuchins.”

Semelhanças com o governo Trump não são meras coincidências. Trump indicou um secretario mais filho da puta que o outro, mas a verdade é que nenhum é tão maluco quanto o chanceler que toma sorvete pela testa ou a ministra-pastora Dramática Alves. Pensando aqui, o mais maluco me parece ser o Ben Carson, que vem a ser um neurocirurgião, é por isso que o nome desse sítio é medo e delírio.

The day after Trump was elected, he was handed a detailed road map that would have avoided many of these pitfalls and launched him on a far more promising path, a plan that was fully consistent with his values, his campaign promises, and his publicly stated views. But that plan was thrown in the trash. Literally. All thirty binders were tossed in a Trump Tower dumpster, never to be seen again. Steve Bannon, Rick Dearborn, Jared Kushner and others, for their own selfish reasons, got rid of the guidance that would have made their candidate an immensely more effective president and would have saved him an awful lot of heartache, too. In so doing, they stole from the man they’d just helped elect the launch he so richly deserved.” [Axios]

E lá e cá os doidões da direita culpam o deep state, a imprensa, o Soros, os globalistas, os comunistas, a porra toda, menos o imbecil do Trump e suas decisões, uma mais estúpida que a outra.

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>>> Esse governo vive falando em transarência mas transparências que é bom, nada: “O porta-voz do governo, general Otávio Santana do Rêgo Barros, disse hoje a jornalistas que Jair Bolsonaro avalia colocá-lo para fazer comunicações diárias à imprensa. “Está avaliando com carinho.”” [Atagonista]

>>> Imagina que louco se o Bolsonaro defendesse isso na campanha, ia dar bug em seus apoiadores ‘””O ministro da Cidadania, Osmar Terra (MDB-RS), indicou o pagamento do 13º para beneficiários do Bolsa Família como uma das oito ações prioritárias da pasta neste começo de governo.” [Folha]

>>> A cara de pau do Onyx: “Sem precisar desmatar nenhum metro, o Brasil pode sim aumentar sua fronteira agrícola. E nós vamos trabalhar para isso no nosso governo, sem se derrubar nenhuma árvore Apenas, por exemplo, incorporando ao Brasil produtivo os quase 28 milhões de hectares hoje que estão na mão de uma reforma agrária que não faz mais nenhum sentido no século 21.” [Estadão]

>>> “Michelle elaborou o discurso com a ajuda da intérprete dez dias antes da posse e manteve segredo, segundo seu relato. O cerimonial do Planalto só foi avisado um dia antes da posse, ao questioná-la, durante um ensaio, sobre o motivo de duas intérpretes no parlatório. “Foi um momento cômico, porque uma pessoa do alto escalão ficou extremamente em pânico. ‘A sra. vai discursar, o presidente já sabe?’. Falei ‘não’. Ele [falou] ‘como assim o presidente não sabe?’. Eu falei ‘qual o problema?'”, narrou a primeira-dama. “As pessoas falam que o marqueteiro acertou em cheio, não teve nada disso, foi algo muito natural. E foi uma paz vinda realmente de Deus porque eu nunca me imaginei falando para uma população, não consigo falar nem na minha igreja. Foi um momento muito divino.“” [Folha]

>>> “Secretários “forasteiros” estão comandando áreas sensíveis na gestão de novos governadores. Para cuidar das finanças quebradas do estado, Wilson Witzel (PSC) escalou no Rio um ex-secretário da Fazenda de São Paulo. Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, nomeou uma ex-assessora do governo do Rio para a Educação. Para a mesma pasta, João Doria (PSDB), em São Paulo, chamou um ex-secretário do Amazonas e ministro “tampão” no governo do ex-presidente Michel Temer (MDB)“. [O Globo]

>>> Paulo Guedes passou décadas esculhambando os economistas que se aventuravam no governo federal, aí quando chega ao poder a tempestade perfeita se arma no horizonte: “O crescimento da China desacelerou em 2018 para atingir seu nível mais baixo em quase três décadas, conforme informou o órgão de estatísticas da China na madrugada desta segunda-feira (21). O PIB chinês cresceu 6,6% em 2018, acima da meta de 6,5% que tinha sido definida pelo governo chinês e de acordo com a previsão média de 13 analistas consultados pela agência de notícias AFP.” [Folha]

>>> Pode anotar aí: não vai acontecer NADA disso: “A forte empatia entre os presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, revelada ainda na campanha do brasileiro durante as eleições do ano passado, poderá se traduzir em avanços em uma extensa lista de projetos que estão paralisados na agenda bilateral, na avaliação de fontes do governo e representantes do setor privado. Segundo um integrante da equipe de Bolsonaro, existe uma janela de oportunidades com essa aliança que não pode ser desperdiçada. O Brasil espera que os EUA, que sempre apoiaram a Argentina, sustentem a candidatura brasileira a membro da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).” [O Globo]

>>> Um apanhado desse novo jeito de fazer política: ‘Em seus primeiros 20 dias, o governo Jair Bolsonaro (PSL) acumula casos de conflitos de interesse e inadequações em nomeações e na própria organização, o que pode resultar em graves tensões e problemas éticos.”

>>> Olha o naipe do 171 que se elegeu deputado federal pelo DEM: “Mesmo morando em Miami, Miranda foi o sexto deputado federal mais votado do Distrito Federal. Durante a campanha, vendeu a imagem do herói que abandonou uma carreira empresarial de sucesso no exterior para salvar sua terra natal do comunismo. O milionário condenado por não pagar aluguel fez uma promessa de campanha que dificilmente poderá cumprir: abrir mão dos salários e benefícios de deputado.” [The Intercept]

>>> Gráfico pra ficar contemplando por um bom tempo [Facebook]

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>>> E essa última da Whitney? Como flamenguista fico desgraçado da cabeça.

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