Taí o episódio de ontem, escrito por Pedro Daltro e editado pelo Cristiano Botafogo:
Os episódios você ouve lá na Central3 [Central3]
E já vou avisando, o relato aí de hoje é PESADO. tenham estômago.
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1. “Arbeit macht frei“
Lembra do Godwin liberando as comparações de Bolsonaro com o nazismo?
Lembra do demente do Alvim emulando Goebbels ao som de Wagner?
Lembra do Boslonaro, em 2011, segurando um pôster o comparando a Hitler e dizendo que ‘ficaria bravo se tivesse brinquinho’? E sim, é real, não é montagem, essa nem eu tinha conhecimento.
Lembra do presidente há alguns anos posando com um cosplay de Hitler?
Pois bem:
Não só erraram a conjugação do verbo como conseguiram a macabra proeza de mudar o tempo verbal do slogan nazista – “Arbeit macht frei“, o trabalho liberta – usado nas entradas dos campos de concentração nazista.
Deixa eu corrigir a imagem aí de cima:
E tem quem veja uma porra dessa e jure ser uma infelicidade, uma infeliz coincidência. Para esses, o meu mais sincero “va tomar no cu”. A defesa do governo é espantosa.
Entendeu?! Se o cara é judeu ele pode usar slogan nazista como inspiração.
A verdade é que há anos as pessoas usavam o termo nazista em vão, eu lembro bem quando Aécio – o Aécio, porra! – era classificado como nazista e fascista, e lá atrás eu tentava explicar aos meus amigos o quão absurdo era isso, que banalizar essas palavras iria nos cutar caro lá na frente, só não achei que isso se daria tão rápido. Dito isso, se esse governo tem jeito de nazista, cara de nazista e discurso de nazista é nazista sim, nazista pra caralho, beijo, Godwin!
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2. Honra vs legalidade
O mais senil e diminuto dos generais resolveu ameaçar o decano do STF como se estivéssemos na porra duma ditadura – eu ia colocar o print aqui porque jurei que Heleno tinha pagado mas a ameaça continua lá, viado!
Que diabos seria “uma resposta à altura” a um ministro do STF?!
O Marcelo Godoy escreveu sobre a reação da classe militar à decisão do Celso e que troço assustador, VAI DAR MERDA!
“Uns poucos escreveram sobre o episódio. O general Luiz Eduardo Rocha Paiva, que tem cargo de assessor no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, distribuiu aos amigos um artigo. Após afirmar que a crise entre os Poderes ruma “em direção à ruptura” em meio a uma emergência sanitária, ele adverte: se tudo desaguar “em convulsão social e anomia”, os militares vão intervir. “Essa indesejável presença irá acontecer para salvar o próprio Estado de Direito, a democracia e a paz interna.” Rocha Paiva continua. Enxerga excessos nas ações dos Supremo para conter os ímpetos de Jair Bolsonaro. “Quem tem certeza da própria autoridade moral não precisa decidir com ameaças provocativas e inúteis. Serenidade e bom senso é o que se espera das autoridades da República, ao invés de egolatria nociva e disruptiva em momento tão delicado.” [Estadão]
“Ocorreu ao general lembrar a famosa indagação atribuída ao marechal Floriano Peixoto, quando este soube da hipótese de ministros do Supremo soltarem os envolvidos na Revolta da Armada. “Não sei amanhã quem lhes dará o habeas corpus de que, por sua vez, necessitarão.” A exemplo dos generais – como Ajax Pinheiro, hoje no STF – que enxergavam uma conspiração no Brasil para tornar o País em uma Venezuela – plano que o governo parece executar –, Rocha Paiva e seu texto foram vistos como uma ameaça. “Os generais precisam ler o Código de Processo Penal. Nele está o artigo 218, que autoriza, no caso de a testemunha deixar de comparecer sem motivo justificado, o juiz a requisitar que ela seja conduzida por oficial de Justiça, que poderá solicitar o auxílio da Força Pública”, diz o procurador de Justiça João Benedito de Azevedo Marques. Ele prossegue: “Generais não são imperadores. São cidadãos e, como todos os demais, devem se submeter ao texto da lei.”
Vontade de sair no soco com um general, né, minha filha?!
“Oliveiros Ferreira, em sua obra Elos Partido, aborda o tema que alguns pretendem pôr na mesa da atual crise: o papel da honra, em vez da legalidade, na vida militar.”
Honra dum lado, legalidade do outro?!
Quem disse que milico brasileiro que louva Ulstra tem honra?!
Ou melhor, “legalidade?! Que legalidade?!”, diriam os milicos.
“É ela que fez o general e deputado federal Roberto Peternelli (PSL-SP) considerar que o agravo de Celso de Mello aos três generais-ministros atingia a todos do estamento. Um colega seu, também general de divisão, afirmou que “cabe ao comandante do Exército, como chefe de fato e de direito de todos os militares da ativa e da reserva do Exército Brasileiro, exigir respeito, rejeitar os termos da convocação e, se assim for, fazê-la cumprir pelos meios julgados adequados”. A República, assim, parece se transformar em um grande Conselho de Justificação, o tribunal de honra cuja decisão final deve ser homologada pelo comandante da Força. E as questões do Direito – nas palavras de Azevedo Marques – seriam apenas um problema dos paisanos, dos civis, reduzidos à condição de cidadãos de segunda categoria, aos quais se obriga o cumprimento da lei. É verdade –e assim enxergam criminalistas ouvidos pela coluna – que a citação à condução debaixo de vara não era obrigatória. Chegou-se a um limite? Àquele pretendido por Bolsonaro para mostrar que a vara do Supremo é curta? “Onde o ministro quer chegar? Vai prender o Exército?” questionou Peternelli.”
Ora, não são os generais que juram que o exército não faz parte do governo?! Qual parte que eu perdi?! Os mesmos caras que juravam que o exército gaurdava distância do governo são os mesmos que confundem as duas coisas. O mais hilário é que pela denúncia do Moro os generais no mínimo cometeram um punhado de prevaricações, do Moro, viado!
“O que uns poucos militares – sob a condição de anonimato – se perguntam é por que os generais-ministros não pensaram, antes de aceitarem o convite para participar deste governo, que a vida pública reserva esse tipo de dissabor aos que nela se aventuram. Nada mais longínquo das situações resolvidas pela ordem, pela disciplina e hierarquia do que o ambiente dos embates parlamentares. Não calcularam os três que a relação com um presidente como Bolsonaro – com sua personalidade errática, impulsiva e indisciplinada –poderia lhes render intimações e o envolvimento em ações judiciais? Quem preza pela sua honra, deve zelar pela suas escolhas.
Atribuir ao Supremo e ao Congresso os dissabores proporcionados pelo descontrole de Bolsonaro em meio à pandemia e ao deboche presidencial diante de 11 mil mortes no País, é enxergar os problemas no telhado do vizinho de forma estranhamente nítida, sem perceber que a própria vidraça está quebrada. E quem jogou a pedra não tinha braço forte o suficiente para arremessá-la desde o outro lado da Praça dos Três Poderes. Foi a mão amiga do presidente que fez o estrago. “Como dizer que se defende a democracia e os poderes constituídos quando se comparece à manifestação pedindo um golpe?” pergunta-se o procurador Azevedo Marques. Um dos generais que se revoltara com o despacho do Supremo, lamentou: “Uma pena que falte a Bolsonaro tato político, que ele não tem, e se comporta como um macaco na casa de louças”. Sabem, portanto, os militares as fontes dessa crise.”
No fim, Marcelo lista algumas opiniãoes contrárias e teve milico mudando de nome para postar críticas.
Na moral, confesso que estou assustado pra caralho com o que vai acima. E tudo isso se desenrolar junto com uma pandemia é mind fuck.
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3. Curió, o “herói nacional“
Coimo se o tópico acima não fosse deveras assustador (deve ser o que mais me espantou desde o dia da eleição) ainda tem a porra do Curió – o texto é da coluna do Thjiago Amparo, que cita um trecho do livro “Mata! O Major Curió e as Guerrilhas no Araguaia“, de Leonêncio Nossa:
“Na Casa Azul, o tenente-coronel Léo Frederico Cinelli mandou Curió buscar Maria Dina de helicóptero. (…) Maria Dina ficou dois dias na tortura da Casa Azul. (…) Com gazes nos braços queimados (…) foi levada até a casa do guia Arlindo Piauí. Os militares a amarraram numa palmeira no quintal. (…) Após uma hora de caminhada, o grupo parou. Maria Dina estava sentada no chão quando os militares descarregaram as armas. De volta à casa de Antônia, Curió reclamou que a arma tinha engasgado no momento do disparo.” [Folha]
“Curió é a síntese do país que ocupa o Palácio do Planalto. Frio, cruel e condenado. Prefeito por dois mandatos no curral político que leva seu nome, Curionópolis (PA), teve seu mandato cassado pela justiça eleitoral por compra de votos e abuso do poder econômico. Um “herói do Brasil” de Bolsonaro, como o definiu a Secom na terça-feira (5), após o encontro do facínora com o ator despreparado que faz as vezes de mandatário da nação.”
O título da coluna do Thiago é “Reginas, Curiós e Toffolis“:
“Cena 3: com a caneta da justiça na mão está o ministro presidente da mais alta corte do país. Em homenagem ao movimento de 1964 –como prefere chamar o golpe militar– Toffoli libera nota do Ministério da Defesa de celebração do golpe de 1964, “um marco para a democracia brasileira”. Na cena, o ministro lê as cinco páginas de sua decisão, escrita num dialeto distópico onde as palavras “ditadura” e “golpe” não existem. Reveste de legalidade um argumento que de jurídico só tem o nome. Ao defender a “liberdade de expressão do Poder Público”, Toffoli omite que agentes públicos só têm a liberdade que a lei lhes outorga. A última vez que conferi, a lei tinha ódio e nojo à ditadura, nas palavras de Ulysses. A última vez que conferi, pairavam sobre o Brasil duas condenações internacionais que o obrigam a investigar e punir crimes contra humanidade da época da ditadura, imprescritíveis. Em tempos sombrios, os limites entre decência e perversidade acinzentam-se. Dirão que se trata de um embate entre esquerda e direita. Ocultarão que nem passa pela cabeça da direita argentina ou chilena celebrar as atrocidades de seus passados. Jornais como esta Folha escreverão editoriais afirmando que “anistia irrestrita é um dos pilares da nossa democracia”. Não se enganem: na coxia, estão as Reginas, Curiós e Toffolis à espera (e à espreita) da próxima cena. Anistiar torturadores nos trouxe até aqui. Proteger a democracia requer enfrentar o passado para termos, quem sabe, um futuro. Pra frente, Brasil.”
Nunca se esuqeça que Toffoli é obra do Lula, que achou super normal meter na suprema corte a porra do advogado do governo.
Passo ao Gaspari:
“Bolsonaro recebeu o “Major Curió” no Palácio do Planalto e, mais uma vez, aos 85 anos, Sebastião Rodrigues de Moura foi identificado como um dos principais militares envolvidos no combate à guerrilha do Araguaia. Essa qualificação é falsa. Ele é apenas o mais exibido, com fortes momentos de mitomania. Nos tempos estranhos de hoje, Curió pode ser lembrado pelo ângulo de seu mito e do abstruso envolvimento de militares na política.
Enquanto os outros oficiais que estiveram no Araguaia voltaram à caserna, ele manteve sua influência na região. Primeiro, distribuindo terras. Depois, enroscando-se no garimpo de Serra Pelada, a maior mina de ouro a céu aberto do mundo. Nessa condição, liderou os garimpeiros na maior revolta popular já ocorrida na Amazônia. Curió elegeu-se deputado federal e, pelo PMDB, tornou-se prefeito de uma cidade batizada de Curionópolis.
Em 1975, quando não havia mais guerrilha no Araguaia, foi preso no Sul do Pará um sujeito que não sabia dizer de onde vinha nem para onde ia. Curió interrogou-o, ele se confessou guerrilheiro e trouxe-o para o Rio de Janeiro. O general Leônidas Pires Gonçalves, chefe do Estado Maior do I Exército, pediu que seu assistente fosse buscar o preso no Galeão. No caminho, o sujeito contou que a família o mandava para o Rio quando precisava de internação hospitalar.
Ao chegar ao DOI, o oficial mandou fotografá-lo e determinou que fizesse uma checagem nos hospícios da cidade. Horas depois, uma patrulha voltou: — Positivo, capitão, ele é freguês do Pinel. (O doido, guerrilheiro confesso, havia ficado seis semanas preso com direito a fuzilamento simulado.)” [Folha]
Assassino, torturador e garimpeiro, é tudo o que o Boslonaro sempre sonhou e não conseguiu ser.
E não sei porque mas achei que a demência abaixo ornava com esse tópico:
ESTÁ TUDO NORMAL, e ai de você se não achar que tá normal, porra!
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4. A tal reunião
Temos mais detalhes sobre a mais deliciosa das reuniões ministeriais:
“Interlocutores de Bolsonaro têm mostrado que um dos temas mais sensíveis foram as falas do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, sobre a China. Araújo culpou o país asiático pela pandemia e apelidou a covid-19 de “comunavírus”. Participantes do encontro de 22 de abril relataram que o chanceler declarou, em alto e bom som, que o novo coronavírus é uma “coisa da China”, com o propósito de dominar outras nações. Ao dar o apelido de “comunavírus” à covid-19, o ministro deu uma gargalhada que, segundo presentes, foi acompanhada por Bolsonaro, dando sinais de que concorda com o ministro.” [O Globo]
O chanceler ter ofendido os chineses já é uma cusparada diplomática bizarra, mas com gargalha do presidente, puta que pariu.
E o gênio do Itamaratry confirmou aos chineses que isso aconteceu, repare:
“Procurado, o ministro disse, por meio da assessoria de imprensa do Itamaraty, que “não tem nada a declarar”.”
Bolsonaro é tão vil e ruim que reclamou nessa reunião de uma nota da PRF sobre um policial que morreu por Covid, onde já se viu tanta empatia?!
“Outro momento tenso do encontro, desta vez protagonizado por Bolsonaro e Sergio Moro, foi quando o presidente reclamou de uma nota de pesar divulgada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), instituição vinculada à pasta da Justiça, na época chefiada por Moro. No comunicado, a PRF lamentou a morte de um funcionário por covid-19. O presidente se queixou e disse, conforme relatos de quem estava no local, que a corporação deveria ter relacionado a causa da morte a “comorbidades” (como problemas cardíacos, imunidade baixa e pressão alta, por exemplo) e não coronavírus.”
Temos um psicopata comandando o país. E cabeças rolarão:
“Antes tratado como um aliado, o diretor-geral da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Adriano Furtado, entrou na mira de Jair Bolsonaro. Como mostrou a Folha, o presidente reclamou de uma nota do órgão lamentando a morte de um integrante da corporação por coronavírus na reunião ministerial do dia 22 de abril, a última de Sergio Moro. Na porta do Palácio da Alvorada, na terça (5), Bolsonaro se referiu ao dirigente com desdém e confundiu seu sobrenome, o chamando de Salgado. Com a mudança do Ministério da Justiça, a expectativa é a de que ele seja trocado nas próximas semanas.” [Folha]
Agora veja as duas opções para a chefia da PRF:
“Há duas possibilidades à mesa: colocar no cargo o policial rodoviário federal Fernando César Pereira Ferreira, atualmente ouvidor do ministério de Damares Alves; ou escolher um nome indicado por empresários israelenses — no governo de Michel Temer, havia uma boa relação entre a PRF e esses empresários..” [Não lincamos Antagonista]
‘Policial rodoviário ouvidor do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos já seria um espanto, mas como assim a PRF tem boas relações com empresários israleneses?! Que porra é essa?! E isso vem desde o governo do Michel Miguel, viado! Lá no twitter dois ouvintes cravaram tráfico de armas, coisa boa é que não é.
E domingo Bolsonaro recebeu informações sobre o depoimento sigiloso de Moro, que coisa…
“As informações que chegaram na manhã de domingo a Jair Bolsonaro sobre o longo depoimento dado na véspera por Sérgio Moro à PF, o deixaram possesso. Os palavrões que Bolsonaro normalmente já profere multiplicaram-se, segundo relato de aliados. Mais tarde, Bolsonaro foi se confraternizar (e radicalizar) com os manifestantes em frente ao Palácio do Planalto.” [O Globo]
Que informações chegaram ao palácio no domigo se o depoimento só começou a vazar na imprensa, um ou outro detalhe, na segunda?
E não é que aquele papo do governo não ter o vídeo era blefe? Celso falou em prisões preventivas e o vídeo ressurgiu das cinzas, viado!
“A AGU (Advocacia-Geral da União) entregou nesta sexta-feira (8) ao STF (Supremo Tribunal Federal) vídeo da reunião em que o presidente Jair Bolsonaro teria ameaçado de demissão o então ministro da Justiça, Sergio Moro, caso ele não trocasse o diretor-geral da Polícia Federal. O receio de Bolsonaro de entregar o conteúdo na íntegra não é só pelo risco de reforçar as acusações feitas por Moro. O presidente também quer evitar que a gravação crie um novo constrangimento do Executivo com o Judiciário e o Legislativo.” [Folha]
Imagine aí Celsão vendo Abraham falar em “onze filhos da putas” no Supremo…
“O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal) permitiu que o procurador-geral da República, Augusto Aras, e o ex-ministro Sergio Moro tenham acesso à íntegra do vídeo que registra a reunião ministerial em que Jair Bolsonaro ameaçou demitir o então ministro da Justiça. O magistrado autorizou que o vídeo seja visto também pela delegada Christiane Corrêa Machado, que comanda as investigações contra Moro e Bolsonaro. O advogado-geral da União, José Levi, também poderá acessar o registro da reunião. A mídia está em um envelope lacrado guardado no gabinete do ministro. O material será levado à delegada pelo chefe de gabinete de Celso de Mello. ” [Folha]
Celso deixou claro que o sigilo é “pontual e temporário“, vai Celsão!
“Augusto Aras costuma dizer, intramuros, que um dos maiores erros de Sergio Moro foi acreditar que conservaria o peso da caneta e a autonomia dos tempos de juiz ao trocar a magistratura pelo ministério. A propósito, nove entre dez integrantes da equipe da Aras apostam que o PGR não vai encontrar elementos suficientes para denunciar Jair Bolsonaro no inquérito aberto para apurar as acusações de Moro. Nesse cenário, Celso de Mello não terá outra alternativa, senão arquivar o processo. Na ribalta política, a percepção é a mesma. Não por acaso Rodrigo Maia afirmou para Luiz Eduardo Ramos e Braga Netto que a chance de um impeachment prosperar na Câmara hoje tende a zero. Antes mesmo de Moro prestar depoimento, Maia considerava quase impossível a querela judicial entre Jair Bolsonaro e seu ex-ministro se transformar numa acusação formal contra o presidente, o que obrigaria os deputados a votarem seu afastamento.” [O Globo]
Por falar em Maia, ele falou sobre impeachment:
“Acho que esse assunto não deve estar na ordem do dia hoje, não deve estar na pauta de hoje e, se Deus quiser, não deve estar na pauta dos próximos anos. O que nos move é a nossa responsabilidade, jogar mais lenha na fogueira, criar uma crise institucional entre Poderes, de fato não acho que a gente deve tratar um processo de impeachment como coisa simples, não é uma coisa simples.Precisamos que o governo esteja melhor daqui a 3 meses, não pior. Vamos aproveitar esse momento do vírus que tira várias vidas para a gente construir um caminho, ter um momento de mais harmonia, para reduzir o número de mortes e desempregados” [UOL]
Mas…
“Maia mencionou que, embora o ideal seja superar os conflitos, concorda com a avaliação que as últimas semanas não foram boas e que os domingos também não, numa alusão à participação ou declarações de Bolsonaro em manifestações antidemocráticas.”
Porra, semana que não foi boa foi aquela em que o Lula ameaçou expulsar o jornalista do NYT, as úlitmas foram tenebrosas, caralho!
E por falar em impeachment:
“Bolsonaro não quis falar com a imprensa neste domingo (10), mas conversou com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente. Em meio ao público, um dos visitantes afirmou: a “democracia pede sua renúncia ou impeachment” [Yahoo]
Í -DO – LO, urge uma estátua desse brasileiro! Eis o balbuceio – e se essa palavra não existe um beijo para o Guimarães Rosa, meu escrito preferido – presidencial:
“Vou sair em 1º de janeiro de 2027”
Bolsonaro disse isso antes do evento de revelação de sexo do filho do 03 e puta que pariu:
“Bolsonaro esteve em evento para revelação do sexo do filho de Eduardo Bolsonaro, deputado federal do PSL por São Paulo, e Heloísa Wolf. Nas redes sociais, Eduardo publicou um vídeo, no qual ele usa uma arma para estourar um balão, que revelou a cor rosa, indicativo de sexo feminino. Após o evento, Bolsonaro retornou ao Palácio da Alvorada. Questionado por alguns apoiadores sobre qual o sexo da futura neta, o presidente disse que não responderia para não gerar polêmica.”
Sim, é uma menina e o presidente é incapaz de se orulhar de ter uma neta mulher, que coisa medonha.
Encerro com essa nota delciiosa do Lauro Jardim:
“Sergio Moro se encontrou com Bia Kicis, aliadíssima de Jair Bolsonaro, duas semanas antes de deixar o governo. Durante a conversa, Moro deixou claro que não sonhava com presidência da República, mas com uma cadeira no Supremo. Bia resolveu provocar. Brincando, perguntou se 8 anos de Jair Bolsonaro somados a outros 8 de Moro na presidência não seriam suficientes para dar jeito no país. Moro, bem-humorado, respondeu: – E (o Brasil) tem jeito?” [O Globo]
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5. PF
É impressionante como o governo adora produzir provas contra si mesmo, olha o naipe da cagada que eles fizeram na PF
“A insistência de Jair Bolsonaro na indicação de Alexandre Ramagem levou de volta o clima de instabilidade à Polícia Federal. A situação aparentava melhoras, mas a ação do presidente expôs o novo diretor-geral, Rolando de Souza, dando sinais de que sua gestão é temporária. Um ofício elaborado dentro da PF, fora do padrão, com elogios a Ramagem, levou a crise que antes estava do lado de fora para dentro do órgão, com forte desconfiança entre colegas.” [Folha]
Detalhe: com recuo da noemação o ato do STF perdeu sua validade, não adiantaa recorrer. Ainda assim, numa ação coordenada, a AGU produziu o documento e o epatrameno de RH da PF fez louvando o Ramagen passando por cima da nova direção, viado!
“Como revelou o Painel, o documento, do dia 30 de abril, foi elaborado por delegados próximos a Ramagem, que trabalham no setor de Recursos Humanos, após consulta feita pela AGU. A resposta, chamada de institucional, foi muito além do que foi perguntado, contestou a decisão do Supremo, e reconheceu a relação entre o policial e a família Bolsonaro, tratando como normal. O ofício foi feito por Daniel França, coordenador da segurança de Bolsonaro por um período na campanha, e por Rodrigo Carvalho, que foi subordinado a Ramagem dois anos atrás no RH da Polícia Federal. França e Carvalho são responsáveis pela elaboração de pareceres para a AGU. Delegados em cargos de chefia da PF interpretaram que o movimento foi feito de forma combinada, com a participação de Ramagem nos bastidores, desde o pedido da Advocacia Geral da União, até o documento de dentro do órgão. A PF tinha se recusado durante o período de crise a se manifestar. Tanto o ofício quanto a tentativa de Bolsonaro de reverter a suspensão da nomeação levaram a integrantes do órgão o mesmo recado, de que a paz está longe e o sangramento ainda vai continuar.”
Palaras do Randolfe:
“É um escárnio, subverte a decisão anterior do Supremo e não se atém aos fatos. Caso insistam, voltaremos a pedir a anulação do ato no STF [Folha]
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6. Churrasco
O supra-sumo da demência:
Comcemos pela quinta-feira:
“Eu convidei o garoto da CGU [Wagner Rosário], tô cometendo um crime, vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa e convidei aí o Wagner, o ministro da CGU, vai trazer o filho dele de 13 anos, falei que ele não olhe pra Laura se não o bicho vai pegar, tá certo? E vamos bater um papo aqui, quem sabe fazer uma peladinha com alguns ministros, alguns servidores mais humildes estão ao meu lado, ok? Deve ser uns 30 aí [convidados]. Inclusive, vai ter vaquinha, 70 reais, não vai ter bebida alcoólica, se não a primeira-dama aí bota tudo pra correr, Ok?” [G1]
Passo à Cássia D’Aquino Filocre:
“Ontem uma sócia aqui do playground escreveu contando a verdadeira razão do churrasco de amanhã. Em respeito aos envolvidos, fiquei com o horror para mim. Mas, como agora a história vazou, conto.
Quando JB mencionou no chiqueirinho que faria uma festinha no sábado, amanhã, citou como razão o aniversario de 13 anos “do filho do Wagner”. Acrescentou, “se o menino olhar para Laura [a fraquejada] o bicho vai pegar”
Agora é que vem: Wagner é o ministro da Controladoria-Geral da União (CGU). A esposa dele suicidou-se no último domingo.
Com o convite público para o churrasco, Bolsonaro constrangeu o viúvo, funcionário na Controladoria desde 2009, a comparecer ao evento. Pior, a que leve consigo uma criança sob traumático luto.
Não coloco em questão que o presidente tenha tido ótima intenção ao fazer o convite. Mas o ponto é justo esse: que espécie de pessoa não percebe a inadequação de forçar pai e filho, em luto tão recente quanto súbito, a participar de uma festa?
O “e daí?” jogado aos mortos do país não foi um lapso, um descuido verbal de ocasião. Foi uma confissão. Bolsonaro não se importa. Há qualquer coisa de perdida, rompida, inexistente nos afetos desse homem. É preciso encarar esse fato que, no limite, expõe o Brasil a todo risco e a cada um de nós, à morte.” [Facebook]
O supra-sumo da vileza e escrotidão.
“O churrasco de Jair Bolsonaro com “pelada” no Alvorada era para ter acontecido no final de semana passado, em comemoração ao aniversário de Flávio Bolsonaro, transcorrido dia 30. Mas acabou adiado e, como a fase é ruim, o “timing” fez gol contra. O anúncio da nova data coincidiu com o momento em que o Brasil se aproximou (e deverá superar) da triste marca de 10 mil mortes oficias pela covid-19. Em privado, aliados do clã viram forte simbolismo negativo no anúncio público da festa e aconselharam o cancelamento da confraternização.” [Estadão]
Palavras do Mourão:
“Na sexta-feira, o vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, fez piada quando questionado se haveria o churrasco neste sábado e reclamou, ainda em tom de brincadeira, do valor da vaquinha para a compra das carnes. “O presidente ainda não falou comigo sobre churrasco, e está caro. R$ 70 tá muito caro”, disse Mourão no fim da tarde de sexta-feira, após deixar uma reunião com Bolsonaro e outros ministros no Ministério da Defesa.” [Folha]
Passemos para o sábado
“Jair Bolsonaro não será anfitrião de um churrasco para centenas de convidados hoje no Palácio do Alvorada, ao contrário do que ele mesmo disse mais de uma vez anteontem e ontem, dias em que as mortes por Covid-19 atingiam seus números recordes. De acordo com um ministro que ocupa assento no Palácio do Planalto, em conversa hoje de manhã com um interlocutor, a fala do presidente “foi apenas uma provocação”.” [O Globo]
Os convites foram enviados, e Bolsonaro jura que era uma piada, sabe como é, presidente tem senso de humor em meio a 10 mil mortos, e pra iso ele postou um vídeo no qual ele ironiza e vai aumentando o número de convidados. O anúncio foi na quinta e, ele, malandro, postou um vídeo de sexta.
“Está todo mundo convidado aqui, 800 pessoas no churrasco. Tem mais um pessoal de Águas Lindas. Tem umas 900 pessoas para o churrasco amanhã”, disse. “Tem 1.300 convidados. Quem estiver amanhã aqui a gente coloca para dentro. Vai dar mais ou menos 3.000 pessoas no churrasco amanhã”
Bolsonaro cancelou o churrasco mas resolveu emular, mais uma vez, o Collor:
“Horas após afirmar em redes sociais que era falso o convite para um churrasco no Palácio da Alvorada que ele mesmo havia anunciado, o presidente Jair Bolsonaro gastou parte da tarde deste sábado (9) em um passeio de moto aquática no Lago Paranoá, um dos cartões postais de Brasília. O passeio de Bolsonaro ocorreu no dia em que o Brasil ultrapassou a marca de 10 mil mortos pela Covid-19, o que motivou decretação de luto pelas cúpulas do Legislativo e do Judiciário. Em meio ao passeio de Bolsonaro, Judiciário e Legislativo decretaram luto. Câmara e Senado hastearam a bandeira a meio-mastro e declararam ficarem “proibidas quaisquer celebrações, comemorações ou festividades, no âmbito do Congresso Nacional, enquanto durar o luto”.
Bolsonaro foi gravado também ao encostar a moto aquática ao lado de uma lancha em que pessoas, que se identificaram como funcionários de uma companhia aérea, faziam um churrasco. “A gente veio fazer o teu churrasco, né, cara. (…) Ai que querido, cara”, exclamou a mulher que fazia o vídeo. Ela avisou a Bolsonaro que estava gravando, e ele consentiu. “Se a gente não cuidar, vai entrar em caos”, disse o presidente ao grupo. “É uma neurose, 70% vai pegar o vírus, não tem como. É uma loucura”.” [Folha]
Sim, a gripezinha virou histeria e histeria virou neurose. E foda-se a pilha de mortos, Boslonaro é completamente indiferente. Psicopata, simples assim.
Collor deu o papo:
“Se continuar assim, vai afundar” [Folha]
E adivinhe quem forneceu o jet ski:
“Os ministros generais que têm assento no Palácio do Planalto passaram o fim de semana criticando Fred Wassef, o advogado de Jair Bolsonaro e de Flávio Bolsonaro. Foi Wassef quem levou o jet ski para Bolsonaro andar alegremente no sábado pelo lago Paranoá, no mesmo dia em que o Brasil registrava 10 mil mortos por Covid-19. Os militares avaliaram que Wassef incentivou o que qualificam de “mais uma provocação” de Bolsonaro. Na semana passada, Bolsonaro havia dado um puxão de orelhas em Wassef. Disse que sua defesa no processo contra Moro ficará a cargo da AGU e, assim, não quer ver declarações públicas dele sobre o caso. O passeio do fim de semana reforça, porém, que Wassef segue com prestígio intocado na família presidencial.” [O Globo]
Reza a lenda que esse advogado hoje, ao vivo na Bandeirantes, disse que quem pagou o Adélio foi… o PT! Mas esse dia de hoje tá tão bizarra que eu nem vou me dar ao trabalho de ir atrás disso agora, retomo no post de amanhã.
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7. Covid-17
E o governo resolveu esquecer do número de mortes, apenas issosabe como é, algo desimportante, “pegou no contrapé eu lamento, paciência“:
Isso me lembra do Sílvio Pedrosa:
“Um recado amistoso: se você está comemorando que o Brasil é um dos países que mais tem pessoas curadas por coronavírus, você é burro feito uma mula, um jumento e deveria estar puxando carroça no meio da rua. E isso não é uma opinião. É só matemática.’ [Facebook]
E Bolsonaro deve ter ficado MUITO puto com o ministrou ousando demonstrar empatia e homenageando os 10 mil mortos e seus familiares:
Caralho, é muito estranho ver tanta empatia vindo de alguém desse governo. Não à toa…
“Foi só Nelson Teich postar ontem em seu Twitter uma mensagem de solidariedade às mães que perderam seus filhos durante a pandemia (“quero falar principalmente pra aquelas mães que hoje choram a perda de seus filhos e para os filhos que hoje não podem comemorar o dia com suas mães. Para esses, deixo aqui meus sentimentos e meu compromisso de fazer o meu melhor para que vençamos rápido essa terrível guerra” ) para começar a ser bombardeado pelas milícias digitais bolsonaristas. E ser cobrado para liberar logo a cloroquina.” [O Globo]
No Brasil as pessoas entre 20 e 59 anos são muito mais afetados que em outros lugares do mundo:
“A epidemia de covid-19 no Brasil vem adotando um perfil bem distinto daquele verificado na Europa. Pelo menos 45% das pessoas internadas no País por causa do novo coronavírus têm entre 20 e 59 anos. Ou seja, não se trata de uma enfermidade predominantemente de idosos, como em outros lugares do mundo. O levantamento foi feito pelo Portal Covid-19 Brasil, que reúne cientistas das mais diversas instituições nacionais, e tem como base o boletim divulgado dia 3 pelo Ministério da Saúde. De acordo com especialistas, isso ocorre em razão da pirâmide demográfica brasileira, da pouca adesão da população às medidas de isolamento social e da desigualdade social no País. “No Brasil, essa não é uma doença de gente idosa, de velhinho; é uma doença de gente mais nova”, constatou a pneumologista Margareth Dalcolmo, pesquisadora da Fiocruz e uma das integrantes do portal. “Para se ter uma ideia, 43% das pessoas internadas por covid no Rio têm menos de 50 anos.” Em relação à faixa etária, as mortes no Brasil seguem a tendência mundial: 85% são de pessoas acima de 60 anos, a grande maioria delas apresentando pelo menos uma comorbidade. Mesmo assim, na Itália e na Espanha, por exemplo, essa concentração é ainda mais alta, alcançando 95%. Por outro lado, no Brasil, pouco mais de 10% dos mortos têm entre 20 e 50 anos. Esse percentual é inferior a 1% tanto na Itália quanto na Espanha.” [Estadão]
Mais previsões:
“Uma projeção da consultoria americana Kearney, que trabalha com cenários há mais de 80 anos e está presente em mais de 40 países, prevê, na melhor das expectativas, que o Brasil chegue a 28 mil vítimas do novo coronavírus até 20 de dezembro. Na última sexta-feira, o País bateu seu terceiro recorde na semana e registrou 751 mortes decorrentes da covid-19 em 24 horas, totalizando 9.897 óbitos causados pela doença. Para a Kearney, a flexibilização de medidas de isolamento social e a falta de ações que ampliem urgentemente a estrutura de saúde poderão fazer com que o Brasil se torne o recordista mundial de vítimas da doença.” [O Globo]
Bem, não vamos levar a sério nenhum cenário otimista, né?
“As projeções mostram que, em um cenário intermediário, o Brasil chegará a cerca de 78 mil mortes por covid-19 até dezembro. No mais pessimista, o estudo aponta 295 mil mortos até 20 de dezembro. Seria como se a população inteira de uma cidade do porte de Taubaté (SP), Petrópolis (RJ) ou Governador Valadares (MG) fosse dizimada. São números, portanto, de referência, que podem variar muito conforme as medidas que forem tomadas. Conforme as projeções, o Brasil ainda não atingiu o pico de casos, o que deve acontecer entre 2 e 11 semanas (10 de maio a 5 de julho), conforme a região do País. Medidas locais de combate à doença, no entanto, podem abreviar ou reduzir esse prazo. “O cenário é extremamente preocupante. A mensagem clara que tiramos disso, em síntese, é que a coisa ainda vai piorar muito, antes de melhorar”, diz Joaquim Cardoso, líder sênior da prática de saúde da Kearney Brasil. Em um cenário otimista, o relatório estima que haverá falta de ao menos 2,5 mil leitos de UTI no pico das contaminações, mas esse número pode chegar à falta de aproximadamente 24 mil leitos em situação mais crítica”
Enquanto isso, navegamos às cegas:
“Nelson Teich não exagera quando diz que o Brasil navega às cegas na pandemia de Covid-19. Dois meses e meio depois do primeiro caso registrado, o Ministério da Saúde ainda não dispõe do mapa da ocupação dos hospitais do país, que já superou as dez mil mortes por coronavírus. Uma portaria que obriga as unidades de saúde a informarem quantos leitos têm disponíveis, em vigor há um mês, vem sendo solenemente ignorada.” [O Globo]
E essa do Bolsonaro é muito Paulo Cintura, o problema é que não tem Raimundo Nonato no meio:
“Saúde não é vida? Por que as academias estão fechadas? Eu vejo as academias de musculação como um lugar onde previne doenças, melhor do que você pagar um plano de saúde é fazer atividade física” [Diário de Pernambuco]
Em sua coluna Gaspari falou sobre o sucateamento da sáude no RJ, onde há milhares de leitos vazios, e essa parte me deu uma raiva fodida:
“Os motivos irracionais aparecem quando se vê o caso dos hospitais universitários federais. Durante o governo de Dilma Rousseff foi criada a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, a Ebserh, e ela contrata celetistas, nada a ver com biscates. A UFRJ recusou-se a aderir às suas normas. Eram muitos os argumentos, mas o que robusteceu as militâncias foi a obrigação de bater ponto. Num debate dessa questão houve tapas e cusparadas. Na rede privada, o médico é contratado por um salário em troca de uma carga horária. Na pública, vigoram um regime de dedicação exclusiva (com direito a manter a própria clínica em nome de um parente) e uma feira livre onde há os celetistas, as pessoas jurídicas, os terceirizados e os terceirizados dos terceirizados. Nessa barafunda de cargas horárias e vencimentos, há instituições que funcionam, mas avacalhou-se a estrutura. Essa desorganização foi impulsionada no governo do “gestor” Sérgio Cabral e de seu secretário de Saúde, Sérgio Côrtes. Ambos foram para a cadeia e Cabral continua lá.” [Folha]
Sigo com Gaspari:
“Existem dois tipos de papagaios: o de pirata, que aparece atrás de quem quer que seja, e o de crise. Este é especial, vive no andar de cima e canta o que os ministros da Economia querem ouvir. Guilherme Benchimol, da XP Investimentos, brilha nessa espécie, mas exagerou. Quando a curva dos mortos apontava para a marca dos dez mil e num só dia ia-se para o recorde de 600 óbitos, o doutor disse o seguinte: “Eu diria que o Brasil está bem. Nossas curvas não estão tão exponenciais ainda, a gente vem conseguindo achatar. (…) O pico da doença já passou quando a gente analisa a classe média, classe média alta. O desafio é que o Brasil é um país com muita comunidade, muita favela, o que acaba dificultando o processo todo”. De fato, um funcionário da XP foi contaminado pelo vírus em fevereiro, durante uma viagem à Itália, mas favela “dificultando o processo” é coisa que nunca se ouviu. Benchimol fala bem de si ensinando que “todo fundo do poço tem uma mola”. Descobriu, mas não entendeu, que no fundo do poço há também favelas.”
E a esperada segunda onda veio em diferentes países:
“A região na qual se originou a pandemia do novo coronavírus, Wuhan (na China), registrou nesta segunda-feira (11) a primeira série de infecções por Covid-19 após o confinamento estrito imposto à população local. São 5 novos casos confirmados, sendo todos moradores do mesmo conjunto residencial. No domingo (10), foi anunciado o primeiro caso em mais de um mês na cidade, que não tinha registros de infectados pela doença desde 3 de abril. Trata-se de um homem de 89 anos. A mulher dele está entre os novos infectados.”
Aconteceu isso em Hong Kong, na Alemanha. Que venha a vacina, o resto é perfurmaria.
“No Chosun Ilbo, de Seul, “Começou de novo…”. Quatro dias após iniciar a fase de abertura cautelosa, a Coreia do Sul registrou o maior pico em novos casos em um mês. Bares e clubes foram fechados outra vez, nas manchetes dos principais jornais, do Chosun ao Dong-A Ilbo. Foi o que mais ecoou no exterior, inclusive New York Times e Wall Street Journal, este sublinhando que o país “mostra como pode ser difícil o retorno à normalidade”. Mas não foi só a Coreia do Sul. Na Alemanha, o Süddeutsche Zeitung destacou no domingo que, “pelo segundo dia consecutivo”, a taxa de reprodução do coronavírus no país foi superior a 1 (uma pessoa contamina uma pessoa) e segue aumentando. O governo alemão avalia ser preciso estar abaixo de 1, para a epidemia retroceder. Na quarta, estava em 0,65. E Wuhan, também em fase de abertura, como noticiaram Global Times/Huanqiu e outros chineses, registrou a “primeira infecção em 36 dias”.” [Folha]
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8. Vaga no STF
Otávio de Noronha e Aras entraram na corrida. O João Otávio de Noronha eu escrevi aqui na sexta, de forma espantosa ele antecipou sua decisão judicial em entrevisdta à imprensa, antes de publicar a decisão. E reza a lenda que ele nem poderia ter recorrido da decisão obrigando a apresentação dos exames presidenciais, sabe como é, vale tudo por uma vaguinha no STF. Mas não é só ele que dá seus pulos:
“Com a saída de Sergio Moro do Ministério da Justiça, o presidente Jair Bolsonaro avalia indicar o procurador-geral da República, Augusto Aras, para o STF (Supremo Tribunal Federal). No último mês, dois aliados do presidente sugeriram, em encontros no Palácio da Alvorada, que Bolsonaro leve em consideração o nome do atual chefe do Ministério Público Federal para a vaga. Segundo relatos feitos à Folha, o presidente avaliou que Aras é um bom nome, mas disse que uma indicação dependerá de sua postura em relação ao governo até o ano que vem —quando será abertura uma segunda vaga sob Bolsonaro. A atuação do procurador-geral tem, no geral, agradado o presidente, que costuma se referir a Aras, de acordo com assessores presidenciais, como um aliado estratégico de sua gestão.” [Folha]
Sabe o que isso me parece? Pessoal da PGR que tá puto com o Aras vazando isso para pressioná-lo, se esse papo vaza fica mais difícil pra ele atender asos carpichos presidenciais. Se for isso mesmo…
“Recentemente, no entanto, Bolsonaro reclamou de pedido feito pela PGR ao Supremo para ter acesso a cópia de gravação de uma reunião promovida no dia 22 de abril no Palácio do Planalto. Segundo deputados bolsonaristas, o presidente avaliou as solicitações como desnecessárias, mas foi convencido pelos aliados de que, neste momento, o procurador-geral precisa dar resposta às cobranças de que adote uma postura de independência. Essas cobranças são feitas tanto por integrantes do Supremo como da PGR. Como a condução de Aras na PGR tem até o momento agradado Bolsonaro, ele passou a cogitar uma indicação do chefe da PGR apenas para a segunda vaga, o que garantiria ao presidente o aliado no posto até a metade do ano que vem. A sinalização do presidente animou Aras, segundo aliados do procurador-geral, que é visto no Ministério Público Federal e no Supremo como alguém que busca viabilizar seu nome para a corte. O procurador-geral tem o perfil que o presidente busca para o STF. Bolsonaro tem afirmado que pretende utilizar sua prerrogativa de indicação para diminuir o perfil progressista da Corte. Aras já se posicionou contra a criminalização da homofobia e disse ser inaceitável a “ideologia de gênero”, expressão não reconhecida pela academia. Apesar de ter montado uma equipe conservadora na PGR, ele defendeu, no passado, teses da esquerda e afirmou que a direita radical explorada a “doutrina do medo”, o que foi criticado por eleitores do presidente.”
E eu folgo em saber que o Aras deve ter ficado putíssimo com esse vídeo da PGR:
“O MPF está se mobilizando contra a possibilidade de aprovação de MP 910, a MP da grilagem — ou da regularização fundiária em terras da União, como quer o governo. Há chance real de Rodrigo Maia marcar a votação para esta semana. O MPF está lançando hoje um vídeo de quase 8 minutos em que explica o porquê de a medida ser benéfica para “organizações criminosas responsáveis por grilagem de terras, desmatamento ilegal, pistolagem e lavagem de dinheiro”. Nove procuradores participam do vídeo. A procuradora Ana Carolina de Bragança, coordenadora da força-tarefa Amazônia do MPF, por exemplo, afirma que “seria a terceira norma nos últimos dez anos que anistia crimes de grilagem, de invasão de terras públicas e de desmatamento. O recado que você passa é: continuem incidindo nos ilícitos, continuem praticando crimes, continuem invadindo e desmatando.” Daniel Avelino, responsável pela área ambiental do MPF, aponta outro risco da MP: Ela permite que criminosos, aquelas pessoas que desmataram a Amazônia e cometeram os mais variados crimes, fiquem com as suas áreas. E o pior, eles podem fazer isso pagando um preço bem menor do que aquele que é praticado pelo mercado”.” [O Globo]
E se você está na dúvida, saiba que a MP é obra do Nabhan Garcia, isso basta para se opor à esta demência de forma veemente.
Ah, e Otávio não dá ponto sem nó:
“O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), deve incluir na pauta da próxima quarta-feira, 13, a votação de um projeto que cria o Tribunal Regional Federal da 6ª Região, em Minas Gerais. O texto é de autoria do presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, e, embora tramite desde 2019, o Centrão decidiu que ele deve entrar na lista de propostas que a Casa precisa analisar prioritariamente em meio à pandemia do novo coronavírus. Desde que a crise se instalou, toda a pauta da Câmara está voltada para projetos que visem contornar os efeitos da covid-19. A proposta de Noronha pode ser a primeira sem ter qualquer relação com o tema a ser discutida pelos deputados. O Estadão apurou que a pressão parte de deputados do Centrão de Minas Gerais, mas o lobby ganhou o apoio do Palácio do Planalto. O vice-presidente da Câmara, deputado Marcos Pereira (Republicanos-ES), disse ao Estadão que “há compromisso com Rodrigo Maia de pautar” o projeto de Noronha. Questionado sobre o motivo de se votar o projeto que cria mais um tribunal no País neste momento, respondeu: “Porque não haverá aumento de despesa.” O acordo para votação foi revelado pelo jornal Valor Econômico desta segunda-feira. A tese é que, pelo projeto, o cargo de juiz será transformado em cargo de desembargador. “Ademais tem o teto dos gastos que não poderá ser ultrapassado”, afirmou. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), porém, contesta. Segundo análise feito pelo órgão em 2013, a criação de um novo tribunal em Minas Gerais custaria R$ 272 milhões (em valores da época).” [Estadão]
E olha o que Bosloanro disse dias antes do Ortávio decidir a seu favor:
“O presidente Jair Bolsonaro já disse publicamente que “ama” o presidente do STJ. “Confesso que a primeira vez que o vi foi um amor à primeiro vista. Me simpatizei com Vossa Excelência. Nós temos conversado com não muita persistência, mas, as poucas conversas que temos, o senhor ajuda a me moldar um pouco mais para as questões do Judiciário”, afirmou o presidente em discurso na posse do novo ministro da Justiça, André Mendonça, no último dia 29 de abril.”
Imagine, um presidente dizendo que AMA o presidente do STJ e o presidente do STJ é incapaz de se declarar desimpedido depois dessa confisão hetéro, tá ok?
“Na semana passada, Noronha derrubou decisões da primeira e segunda instâncias e desobrigou o presidente de apresentar, por enquanto, seu exame de coronavírus para a Justiça numa ação movida pelo Estadão. Bolsonaro já disse que não teve a doença, mas se recusa a apresentar o resultado dos seus testes. O jornal vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal.”
Vai EstAdão, vence essa porra que eu até finjo que vocês nunca escreveram um certo editorial sobre uma escolha muito difícil – mentira, não esqueço disso nem fodendo!
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9. Um Guedes Muito Louco
É óbvio que Guedes não deixaria a bola quicando…
“Diante da expectativa de perda de empregos formais causada pela crise do coronavírus, integrantes da equipe econômica voltaram a debater a ideia de reduzir a tributação que incide sobre salários e compensar a queda de arrecadação com a criação de um imposto sobre transações financeiras. O plano de instituir o tributo, semelhante à extinta CPMF, já foi alvo de divergências dentro do governo. O presidente Jair Bolsonaro já se posicionou contra a ideia várias vezes. A avaliação de interlocutores do ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, é que será necessário baratear o custo do trabalho para estimular contratações depois da pandemia. A retomada das negociações, porém, só deve avançar depois que as medidas emergenciais de combate à doença forem tratadas.
O plano de trocar a contribuição sobre folha por um imposto sobre transações financeiras é defendido por Guedes desde antes do início do mandato de Bolsonaro. A ideia de tributar transações voltou à tona principalmente após a queda da MP que instituía o contrato Verde e Amarelo, de acordo com quatro fontes próximas a Guedes. O texto reduzia os encargos trabalhistas na contratação de jovens de 18 a 29 anos que nunca tivessem trabalhado com carteira. Um dos benefícios para o empregador era a isenção da contribuição patronal ao INSS, que pelas regras normais é de 20% sobre o salário do funcionário. A MP, no entanto, foi revogada por Bolsonaro no dia em que perderia validade, porque não havia acordo para ser votada no Congresso. O plano inicial era reeditar o texto, mas, segundo técnicos da equipe econômica, essa opção foi descartada porque o STF alertou que a manobra seria inconstitucional. Outros temas que eram tratados pelo texto, como ampliação ao microcrédito, serão incluídos em um projeto à parte.” [O Globo]
Agora vem o absurdo:
“O contrato Verde e Amarelo era uma das principais apostas da equipe econômica para incentivar contratações formais depois da crise. Dias antes de o texto ser revogado, o secretário especial de Previdência e Trabalho, Bruno Bianco, disse que a medida era uma “feliz coincidência”, por ter sido elaborada antes da pandemia e ser o instrumento ideal para lidar com os problemas do pós-crise.”
Se o “Brasil estava decolando“, por que diabos pensar em uma medida que se mostra bem-vinda no meio da porra duma pandemia?! Vai ver o Brasil estava voando em um absimo…
“Sem esse instrumento, a equipe econômica voltou a conversar sobre a desoneração da folha para todos os trabalhadores. A renúncia fiscal prevista pela MP seria absorvida pelo Orçamento, mas a medida mais ampla que agora está em discussão precisaria de uma compensação, principalmente porque o espaço nas contas públicas será ainda mais restrito depois dos gastos emergenciais para combater o coronavírus. Técnicos ainda estão fazendo contas. Mas, em linhas gerais, empregadores deixariam gradualmente de pagar os 20% sobre os salários que bancam o INSS. O dinheiro para financiar a Previdência passaria a vir do novo imposto, que seria pago por toda a população brasileira. Quanto maior for a desoneração da folha, mais alta precisará ser a alíquota do novo tributo. A substituição seria feita de forma que a carga tributária — ou seja, o total de impostos sobre o tamanho da economia — não subisse.”
E Guedes jura, ao mesmo tempo, que o teto de gastsos não será rompido e não haverá aumento de impsotos, é inacreditável:
“O ministro Paulo Guedes voltou a dizer neste sábado que o governo não pretende aumentar impostos e que, na proposta de reforma tributária, poderá até prever a redução de encargos. “Não consigo vislumbrar aumento de impostos. Podemos configurar a redução de impostos” A investidores, o ministro fez questão de ressaltar que o forte rombo das contas públicas em 2020, por causa da pandemia, deve ser algo excepcional. “Nós vamos continuar sinalizando a contenção de despesas”, frisou, em relação ao ajuste fiscal pretendido para os próximos anos.” [Folha]
É como se a pandemia NUNCA rtivesse aocntecido, é como se o cresicmento de 2019 não tivesse sido pígio…
“Guedes declarou querer o controle do déficit fiscal e que, “se tivermos que arriscar um lado, vamos arriscar para o lado do [Ronald] Reagan”, ex-presidente dos Estados Unidos que promoveu corte de tributos e de gastos públicos.”
“Segundo ele, a recuperação da economia brasileira será baseada no controle de despesas públicas e nas privatizações. O ministro ainda acredita ser possível vender três ou quatro grandes estatais no segundo semestre do ano, mas isso depende do período de vigência das medidas de isolamento para conter a expansão da Covid-19.”
Sonhar não custa nada, né?
Equanto isso…
“O presidente Jair Bolsonaro tem pressionado a Receita Federal para perdoar dívidas tributárias das igrejas evangélicas, chegando inclusive a reunir em seu gabinete o secretário José Tostes, da Receita, com o deputado David Soares (DEM-SP), filho de R.R.Soares, um dos pastores que sustentam o bolsonarismo, e cobrar uma solução, segundo informou o “Estado de S. Paulo”. A igreja dos Soares deve R$ 144 milhões ao fisco. Na equipe econômica o que se diz é que o perdão de dívidas só pode ser concedido através de lei. Não pode ser um acerto entre amigos, como quer o presidente. Os débitos das igrejas são antigos, aliás, nada a ver com a pandemia. Guedes pode achar que isso não é intromissão, mas qualquer ministro da Economia preocupado com os cofres públicos acharia..” [O Globo]
“Há muitos outros fios desencapados na economia. Esta semana, o ministro conseguiu encapar um: os aumentos futuros do funcionalismo. Ele queria uma redução de jornada e de salário como aconteceu com o setor privado, ainda que em percentual bem menor. Mas não conseguiu. Não teve força nem para propor o congelamento de salários do funcionalismo federal, então negociou com o senador Davi Alcolumbre para que no projeto de socorro aos estados constasse a suspensão dos reajustes para os servidores estaduais, municipais e, na onda, fosse incluído o funcionalismo federal. Quando a ideia surgiu no projeto da Câmara, o primeiro telefonema que o relator recebeu foi de um ministro militar, o segundo, de um militar ministro. Pedindo para se excluir as Forças Armadas. Aliás, no dia 5 de maio, o Diário Oficial da União trouxe uma portaria normativa do Ministério da Defesa instituindo a Comissão Permanente de Remuneração dos Militares. Ela terá a prerrogativa de se reunir com o Ministério da Economia para discutir aumentos, vai se reunir sempre antes de se mandar a LDO e o projeto do orçamento. E se propõe, entre outras coisas, a “tornar as carreiras das Forças Armadas competitivas frente a outras alternativas, sejam elas públicas ou privadas” e “prover segurança econômica aos membros da carreira militar, quando do ingresso na inatividade”. A frase “eu sigo a cartilha de Paulo Guedes” dita pelo presidente terá vida curta. Na noite anterior, o presidente estava instruindo o líder do governo a defender a retirada de categorias da proibição de aumento. Depois, prometeu ao ministro que vai vetar o que defendera”
E eu devo confessar aqui o meu espanto, eu jurava que Guedes teria metido o pé ainda em 2019.
E essa lucidez irritante do Meirelles, hein?!
“Existe um equívoco de que o isolamento social, a quarentena, está causando a crise econômica. É ao contrário. A crise é causada pela pandemia. Parece óbvio, mas no discurso de muitos, inclusive em esferas de poder, estão agindo em direção contrária. O setor mais afetado pela crise foi serviços domésticos, que não foi objeto de nenhuma restrição. No entanto, foi o mais afetado pela preocupação das pessoas. O que afeta a economia é a pandemia, não as medidas para combater. O resultado para as experiências que aconteceram em outros países que passaram pelo pico, a atividade econômica começa a retornar após a pandemia estar controlada. A quarentena tem por finalidade combater de forma eficaz a contaminação” [UOL]
É muito estranho querer dar um beijo na boca do Meirelles?!
Ah, a última do demente bronzeado e grisalho é inacreditável:
“Em videoconferência promovida pelo Itaú BBA, o ministro Paulo Guedes (Economia) criticou a concentração do sistema bancário do Brasil. Para ele, com reformas e ampliação de investimentos, a economia ficará mais competitiva. “Em vez de termos 200 milhões de trouxas sendo explorados por seis bancos, seis empreiteiras, seis empresas de cabotagem, seis distribuidoras de combustíveis; em vez de sermos isso, vai ser o contrário. Teremos centenas, milhares de empresas”, disse neste sábado (9).” [[Folha]
Eles fez isso na frente de executivos de banco! Aí você pensa “porra, Guedes atacanado os bancos, PCO ficaria orgulhoso“, mas tenha sua calma, não se afobe:
“Após o deslize, o ministro fez um esforço para explicar a afirmação. Guedes declarou que não foi uma recriminação a algum banco específico ou a uma determinada empreiteira. “Eu, quando falo sempre que somos 200 milhões de trouxas com seis bancos, seis empreiteiras, seis isso, seis aquilo, eu quero muito mais enfatizar a importância da competição. […] Mercados pouco competitivos são menos convenientes para os consumidores”, afirmou. Ele frisou que, apesar da concentração bancária, isso não significa que algum banco tenha feito algo errado, e sim mostra que a economia brasileira é hostil, com alta carga tributária, por exemplo. Então, o ministro buscou ressaltar que as seis maiores instituições financeiras do país foram as que conseguiram sobreviver a esse ambiente.”
Ora, se não é uma crítica aos bancos, por conta da hostilidade da economia brasileira, o que sobra então da crítica? Sim, “200 milhões de trouxas“! Vai ser burro assim lá na casa do caralho, ele ofende os bancos, recua se
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10. Anúncio$
“O governo de Jair Bolsonaro veiculou publicidade sobre a reforma da Previdência em sites de fake news, de jogo do bicho, infantis, em russo e em canal do YouTube que promove o presidente da República. As informações constam de planilhas enviadas pela Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência) por determinação da CGU (Controladoria-Geral da União), a partir de um pedido por meio do Serviço de Informação ao Cidadão.” [Folha]
A Secom tinha 60 dias pra entregar as planilhas e demorou CINCO meses, e ainda assim mandou a planilha incompleta. Sabe como é, conhcereis a verdade e bla bla bla.
“Segundo as planilhas da Secom, disponíveis no site de Acesso à Informação do governo federal, dos 20 canais de YouTube que mais veicularam impressões (anúncios) da campanha da Nova Previdência no período reportado, 14 são primordialmente destinados ao público infantojuvenil, como o canal Turma da Mônica e Planeta Gêmeas. Um dos canais de YouTube que mais receberam anúncios, segundo a Secom, é o Get Movies, que não só é destinado ao público infantil mas tem 100% do seu conteúdo em russo. “O destino no YouTube para russos que querem assistir a desenhos animados e outros tipos de programa para a família”, diz a descrição do canal que recebeu 101.532 anúncios, segundo a tabela. Os anunciantes também recebem uma lista detalhada de todos os sites, aplicativos e canais de YouTube que veicularam campanha publicitária. O canal infantil Kids Fun, por exemplo, foi um dos campeões em anúncios (469.777).”
Um ou outro absurdo até vai, mas não filtrar nem por idioma ou idade, porra?!
“Outra publicação que recebeu uma quantidade considerável de anúncios com dinheiro público foi um site com resultados do jogo do bicho. O resultadosdobichotemporeal.com.br recebeu 319.082 anúncios, segundo a planilha enviada pela Secom. O jogo do bicho é ilegal no Brasil.”
Pra quem não sabe, os milcios são intimamente ligados à expansão do jogo do bicho no Rio de Janeiro.
“Sites de fake news também receberam muitos cliques —e verba— de anúncios do governo. Um dos campeões, com 66.431 anúncios, foi o Sempre Questione. Na página inicial deste site, nesta sexta (8), havia notícias como “Ovni é flagrado sobrevoando Croata, interior do Ceará, e aterroriza moradores” e “Kiko do Chaves diz que coronavírus é farsa de Bill Gates e da Maçonaria”. A campanha também foi veiculada em sites que disseminam desinformação, como o Diário do Brasil (36.551 anúncios). A Secom relata nas planilhas gastos com anúncios veiculados em sites e canais que promovem o presidente Jair Bolsonaro. No Bolsonaro TV –que se descreve como “canal dedicado em apoiar o presidente da República, Jair Messias Bolsonaro”– houve 5.067 impressões, segundo a planilha. Aplicativos para celular como “Brazilian Trump”, “Top Bolsonaro Wallpapers” e “Presidente Jair Bolsonaro” também veicularam a campanha. Ainda segundo a planilha, foram veiculados anúncios em sites de políticos eleitos, como o do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ). O canal de YouTube Terça Livre TV, que pertence ao blogueiro Allan dos Santos, consta na planilha da Secom de veículos que receberam anúncios do governo. Segundo o documento, houve 1.447 anúncios no canal. Em depoimento à CPMI das Fake News, em novembro de 2019, Santos afirmou: “Sou dono do maior portal conservador da América Latina e não recebo nenhum centavo do governo”.”
Lembrando que Allan dos Santos mora em uma mansão em Brasília e há um tempo o Alxandre Frota questiona quem paga as despesas do Allan.
E sim, às vezes cagadas acontecem na compra de anúncios online, as coisas não são tão simples, mas focar público infantil e conteúdo em russo é coisa básica.
E que cois alinda vai ser a derrocada do allan do Terça Livre, esse aí vai ter círuclo exclusivo no inferno.
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11. 2021 será daquele jeito
Todo e qualquer otimismo é em vão:
“As perspectivas sombrias do impacto da Covid-19 e a deterioração do quadro político estão levando a previsões cada vez mais pessimistas para a economia brasileira em 2020 e 2021. Elas já incluem cenários de crescimento nulo ou negativo também no ano que vem. A pandemia provocará um fato histórico e até então inimaginável: a queda anual superior a 10% nas horas trabalhadas no setor de serviços, de longe o maior conjunto de atividades na economia. Como comparação, a maior retração anual já registrada nesse item foi inferior a 1%, ao fim da recessão que tirou 7,2% do PIB no biênio 2015-2016, segundo dados da FGV Ibre. Pelas projeções do órgão, o setor de serviços encolherá à taxa recorde de -4,4% neste ano —e o PIB, de -5,4%. A retração nos serviços também contribuirá para derrubar a massa salarial em mais de 10% e a elevar o desemprego acima de 20%, tornando muito difícil a recuperação. Em outras recessões, os trabalhadores dos serviços sempre encontraram meios de obter renda, dando alguma sustentação à economia. Isso é limitado agora pelo isolamento —e pela expectativa de um “abre e fecha” em razão de ondas da epidemia.” [Folha]
E não se esqueça, a demência do governo retaradará ainda mais a recuperação econômica. De tão preopcupados com as mortes de CNPJ eles vão foder ainda mais as empresas.
“A grande novidade desta crise é o impacto nos serviços e a destruição de seus empregos. E não está claro se vamos implodir também o médio prazo. Além dos problemas que já temos, estamos construindo outros novos”, diz Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre, da FGV. Matos não acredita em uma recuperação em “V”. Segundo ela, se por um lado o governo quer sustentar a atividade com estímulos fiscais, por outro a crise política e a perspectiva negativa no campo das reformas inibirão o consumo, o emprego e os investimentos. A FGV Ibre prevê crescimento, em 2021, entre 2% e 3,8%, mas com enormes incertezas que podem alterar o quadro.”
Até os pessimistas são ridiculamente otimistas.
“‘O economista-chefe do banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, prevê um PIB negativo de -3% em 2021 —após queda de -7% em 2020. “Há um fluxo de medo invadindo o cenário. Além dos graves efeitos da epidemia, está difícil enxergar uma estabilização política que favoreça ajustes”, diz Gonçalves. Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o Brasil pode não crescer nada em 2021 pelos impactos da atual crise política e por já estar gastando, neste ano, boa parte da munição fiscal que teria para estimular a economia. “O governo vem direcionando uma metralhadora nos próprios pés na política, e a perspectiva é que não aprove mais nada de relevante”, diz. A Instituição Fiscal Independente (IFI), do Senado, também não crê em recuperação em “V” e começa a alterar para pior a sua percepção futura. “Nosso cenário mais pessimista vai se tornando cada vez mais provável, com o risco do pós-crise crescendo em um quadro de expansão do gasto público sem coordenação”, afirma Felipe Salto, diretor-executivo da IFI.”
Passo ao Samuel Pêssoa:
“Há algumas semanas o FMI divulgou o cenário para a economia mundial, referente ao biênio 2020 e 2021. O cenário básico prevê recuo de 3,0% em 2020 e crescimento de 5,8% em 2021. O cenário anterior à eclosão da epidemia da Covid-19 previa crescimento mundial de 3,3% em 2020 e de 3,4% em 2021. Assim, se o cenário básico do FMI se materializar, haverá perda de 6,3 pontos percentuais (pp) em 2020 e ganho de 2,4 pp em 2021. Pouco mais de 60% da perda de 2020 não será recuperada. É compatível, com o cenário básico do FMI, um retorno da economia mundial em 2022 a crescimento na casa de 3% ao ano. Assim, duas são as características da dinâmica da economia mundial, segundo o cenário básico do FMI: haverá perda permanente em 2020 de aproximadamente quatro pontos percentuais; e a economia deve retomar crescimento à mesma taxa vigente no período anterior à crise.” [Folha]
Menos o Brasil, claro.
“O cenário básico do FMI parece ser relativamente otimista. O Fundo também apresentou outros três cenários mais pessimistas. Mas o cenário “básico” é aquele considerado mais provável. Para o Brasil, o FMI projeta recuo da economia de 5,3% em 2020 e recuperação medíocre de 1,3% em 2021. O crescimento de 2021 parece muito baixo, mas o número de 2020 é bem próximo do cenário do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), de recuo de 5,4%. E tudo indica que a atividade no segundo trimestre deste ano recuará 10% ante o mesmo período de 2019.”
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12. A Fascistinha do Brasil
Bolsonaro, é claro, amou a entrevista da Regina.
“A aliados, o presidente afirmou ter ficado satisfeito com os posicionamentos de Regina, que minimizou a tortura durante a ditadura, relativizou o impacto do coronavírus e minimizou seu papel ao mencionar mortes de artistas durante a pandemia. A avaliação de interlocutores de Bolsonaro no Palácio do Planalto é de que — apesar do clima de tensão ao final da entrevista à CNN Brasil — a secretária conseguiu sair “de cima do muro” e se posicionar como uma defensora das ideias do presidente. Eles observam que Regina evitou criticar a ala ideológica, apesar de alfinetar o escritor Olavo de Carvalho — que exerce forte influência sobre este grupo — alegando que um de seus livros traz “muitos palavrões”. Pessoas próximas ao presidente acreditam que as declarações de Regina garantiram a sobrevida dela à frente da Cultura.” [O Globo]
Seu único porém:
“Na desastrosa entrevista concedida à CNN, Regina Duarte propalou: “o setor (artístico) me ama”. Jair Bolsonaro discorda. Quando lista as razões pelas quais já pensou em demiti-la, o presidente cita as lamúrias que ouviu de gente do ramo — obviamente, ultraconservadora — insatisfeita com o trabalho de Regina.” [O Globo]
Na sexta eu postei só um trecho do Villas-Bôas saindo em defesa da Regina, o texto na íntegra é ainda mais espantoso:
E lá vou eu recorrer de novo ao Merval:
“À medida que os fatos políticos vão ocorrendo sem que as barreiras institucionais sejam eficazes para conter o ímpeto corrosivo do presidente Bolsonaro, preocupa que militares antes considerados capazes de incutir bom-senso ao governo estejam avalizando uma visão paranóica da situação política. O General Vilas Boas, ex-comandante do Exército e figura icônica entre seus pares, encontrou palavras para elogiar a entrevista à CNN da ainda secretária de cultura Regina Duarte onde ela, em vez da “sensibilidade” que o general vislumbrou, demonstrou uma absurda indiferença diante das mortes pela Covid-19, das torturas e mortes na ditadura militar. A mesma insensibilidade que o presidente Bolsonaro explicitou ao ir de supetão ao Supremo Tribunal Federal (STF) pressionar pelo fim da quarentena, num momento em que o país claramente entra na fase aguda da pandemia e tem o número de mortes diário aumentando dramaticamente. A presença de seus ministros de origem militar na comitiva mórbida indica que eles pensam igual a Bolsonaro, ou se submeteram a seu desprezo pelo sofrimento alheio, numa visão utilitarista da vida em sociedade. O estilo provocador do presidente já é conhecido de todos. Ele pretende constranger aqueles que lhe impõem limites, mesmo instituições como o Supremo, que tem o papel de indicar ao presidente quando ele saiu do que a Constituição determina. Foi assim que assessores como o General Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ou o chefe do Gabinete Civil General Braga Neto, ou o Chefe da Secretaria de Governo, General Luiz Eduardo Ramos, transformaram-se em meros cumpridores de ordens, perdendo a qualidade de formadores de políticas governamentais.” [O Globo]
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13. Comissionados
Esse governo éincompetente em todas as esferas, e nesse caso é um ponto positivo:
“Após 14 anos de poder, o PT saiu da Presidência da República, que foi ocupada por Jair Bolsonaro (sem partido), alinhado à ala mais extrema da direita brasileira. Entretanto, o partido da esquerda não deixou completamente o Executivo. Levantamento do Metrópoles mostra que, entre os comissionados do Estado e os servidores, a sigla petista predomina entre os filiados políticos em serviço do governo federal.” [Metrópoles]
Tenho mil críticas ao PT, mas folgo em saber que eles são a maioria por lá e que esses dementes são incompetentes até pra foder com os petistas.
“Isso porque o (M)Dados, núcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, mapeou todos os membros de partidos políticos do país e o quadro de servidores. Foram excluídos, contudo, casos de homônimos. Por isso, o cruzamento indica o número mínimo de filiados no Executivo. Os números de filiados estão bem divididos entre 32 partidos políticos. Entre as primeiras 10 siglas, três são de esquerda, duas de centro-direita, uma da extrema direita e quatro do Centrão. A segunda sigla com mais integrantes no governo é o MDB, que concentra 500 comissionados filiados – 11,71%. Atrás da sigla do ex-presidente Michel Temer está o PSDB, com 391 membros. A legenda do bloco com o maior número de comissionados filiados é o PP, na quarta posição. O líder do partido na Câmara, deputado Arthur Lira (PP), tornou-se o mais novo aliado do chefe do Planalto. A legenda tem 250 filiados no governo. Na quinta posição está outro partido de esquerda. O PDT contabiliza 230 integrantes no Executivo, seguido do DEM, partido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), com 204. Na sequência, foi registrado outro partido do Centrão. O PTB, cujo presidente é o ex-deputado Roberto Jefferson, condenado no escândalo do mensalão, tem 192 filiados. É seguido por PSB, com 187; PSL, ex-partido de Bolsonaro, e PL, outro partido do Centrão que indicará filiados ao governo, ambos com 169 membros no governo.”
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14. Diplomacia e a soja
Bom texto do mathias Alencastro:
“O Centro-Oeste vive numa realidade paralela. Dos lobistas que acompanharam Bolsonaro na procissão ao STF, nenhum representava os interesses da região. Os seus estados constam entre os mais eficientes na luta contra a pandemia, que tem no sul-mato-grossense Luiz Henrique Mandetta (DEM) umas de suas raras lideranças nacionais. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), personifica a ideia de que a defesa da quarentena não é uma questão de ideologia, mas de matéria cinzenta.
É possível relacionar o dinamismo político com a pujança da economia local, dominada pelo agronegócio. Os primeiros meses da pandemia aceleraram a ultrapassagem da indústria petrolífera pelo agronegócio como motor das exportações, um marco na história econômica do país. O recente desabamento do preço do barril do petróleo acabou com a fantasia de um Petro-Estado brasileiro, transformada em delírio coletivo no auge do pré-sal. Provavelmente a última esperança do Rio de Janeiro de romper com o seu destino machadiano de balneário decadente.” [Folha]
Na mosca.
“Enquanto isso, o Centro-Oeste segue ocupando o espaço deixado pelo Sudeste. Com o PIB atrelado ao da China, a região deve rebentar devido a uma nova tendência: as inevitáveis medidas de restrição das exportações nos países industrializados vão criar uma explosão na procura por alimentos no mundo em desenvolvimento. Depois de ouvir Emmanuel Macron falar na importância da “soberania alimentar”, a ONU alertou para o risco de aumento dramático da fome. Um chanceler digno desse nome posicionaria o Brasil na linha da frente da luta pela segurança alimentar. Entre muitas outras iniciativas, o Itamaraty abriria um novo capítulo nas relações com África, futuro celeiro da terra, com uma agenda de industrialização da agricultura. Se a China dominou o primeiro tempo da pandemia com a “diplomacia das máscaras”, o Brasil teria uma palavra a dizer no segundo tempo com a “diplomacia da soja”, um gol fácil de “soft power”.”
Sim, mil vezes sim, porra!
“Mas o Brasil não tem um chanceler, apenas um sujeito que passa o dia conspirando contra inimigos nas redes sociais e contra a saúde dos brasileiros na ONU. Numa ironia para o setor que mais entusiasticamente apoiou o candidato Bolsonaro, o agronegócio vai continuar crescendo a despeito do governo, responsável por uma dupla traição a seus interesses: a demonização do Brasil na arena ambiental e a destruição das relações com a China. Os dois principais obstáculos ao crescimento do setor nos últimos anos, bem à frente da guerra comercial sino-americana. Com o passe livre em 2022, o agronegócio terá um estatuto completamente diferente nas próximas eleições. O setor deverá ser incorporado na nova agenda diplomática, que terá como objetivo emergencial a reabilitação da imagem do Brasil. Para isso, os seus gestores terão de se adequar a novas exigências internacionais de alimentação saudável e de respeito ao meio ambiente. Os presidenciáveis não poderão se contentar com a cooptação incondicional do setor. Afinal, o agronegócio transitou da ala dos passageiros para a cabine do avião brasileiro.”
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15. Tentativa de golpe na Venezuela
Esses dias têm sido tão loucos que alguma notícia sobre prisão de mercenários passou por mim e eu nem levei a sério. Errei feio, errei rude:
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reiterou nesta sexta-feira que seu governo não participou da Operação Gedeón — incursão marítima desbaratada no último domingo e que tinha o objetivo de derrubar o presidente Nicolás Maduro — , depois que 19 pessoas foram presas pelas forças de segurança da Venezuela, duas delas ex-militares americanos. Trump disse que a ação “não foi um bom ataque” e que foi realizada por um “grupo de párias” que incluía venezuelanos e “pessoas de outros países”.
— Vi as fotos em uma praia. Obviamente, eles não foram liderados pelo general George Washington — disse Trump em entrevista à Fox News, referindo-se ao primeiro presidente dos EUA, considerado um grande estrategista militar.— Se alguma vez tivéssemos que fazer alguma coisa na Venezuela, não faria isso em segredo. Eu não enviaria um pequeno grupo. Não, não, não. Seria um exército (…) e isso seria chamado de invasão.” [O Globo]
Impressão minha ou ele se comparou a George Washington? Daqui a pouco ele diz que teve mais gente na posse dele que na do George Washington…
“No último domingo, o governo venezuelano anunciou ter matado oito integrantes de um comando “mercenário terrorista” que tentou desembarcar em uma praia perto de Caracas, vindo da Colômbia. No dia seguinte, informou a prisão de dois americanos acusados de envolvimento na operação e de mais 11 suspeitos. O total de detidos já chega a 19. Entrevistas em vídeo dos dois americanos, os ex-militares Luke Denman e Airan Berry, foram exibidas pelo regime venezuelano na quarta e na quinta-feiras. Nesta sexta, o procurador geral venezuelano, Tarek William Saab, afirmou que a dupla foi formalmente denunciada por “terrorismo” e “invasão”. Os americanos afirmaram ter sidos contratados por uma empresa de segurança privada de Miami, a Silvercorp USA, para treinar 50 venezuelanos na Colômbia para a operação. O dono da empresa, o militar aposentado Jordan Goudreau, forneceu os equipamentos para a empreitada, disseram.
Na noite de quarta-feira, o político opositor venezuelano Juan José Rendón admitiu estar envolvido na Operação Gedeón e afirmou, em entrevista à rede de TV CNN, que o líder opositor Juan Guaidó estava ciente do plano preliminar, mas não deu sinal verde para sua execução. Rendón integra um Comitê Estratégico criado por Guaidó em agosto do ano passado. Washington vem negando participação na operação. À noite, o Conselho de Segurança da Casa Branca voltou a negar participação, postando no Twitter que, se tivesse se encarregado da operação, ela seria “aberta, direta e efetiva”. Em pronunciamento na televisão na noite de quinta-feira, Maduro acusou James Story, encarregado de Negócios dos EUA na Venezuela, de ser “responsável pelo ataque mercenário armado”. Maduro afirmou que atualmente não há diálogo entre seu regime e os Estados Unidos, o que, segundo ele, constituiria uma novidade. — Sempre houve canais de comunicação. Depois de 3 de maio, eles foram cortados. Eles não atendem os telefones. Silêncio total — disse.”
A inteligência venezuelana deu a volta nos caras:
“Em entrevista ao jornal Financial Times, Ephraim Mattos, ex-fuzileiro naval da Marinha dos EUA, disse nesta sexta-feira que a trama foi “meio improvisada” e que os militares envolvidos na ação eram “ineptos”. Mattos afirmou que soube do plano em setembro, quando instruía desertores venezuelanos em primeiros socorros em um campo de treinamento na Colômbia. Segundo ele, o fracasso da ação de deu “por arrogância, dinheiro e 100% de infiltração”. — Tudo foi muito ruim; houve infiltração de agentes duplos — afirmou, ao jornal britânico. O fracasso da operação provavelmente complicará ainda mais o objetivo dos EUA de derrubar Maduro, além de manchar pessoalmente Guaidó e aprofundar as divisões dentro da oposição venezuelana. A ação também acontece num momento de especial tensão entre EUA e Venezuela.”
E os russos estão ajudando a caçar os paramiliatres:
“O jornal venezuelano El Nacional informou que soldados russos estão operando drones sobre a Venezuela como parte de uma operação de busca por membros da força paramilitar. Segundo o jornal, Pelo menos oito membros das forças especiais russas estarão “operando drones para executar operações de busca e patrulha” perto de La Guaira, o estado costeiro ao norte de Caracas, capital da Venezuela.”
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16. Um Trump Muito Louco
Se você já viu The West Wing – se não viu, veja – ou algum documentário filmado na casa Branca sabe quel lá é bem caótico e apertado, certo?
“O governo do presidente americano Donald Trump está correndo para tentar conter um surto de Covid-19 dentro da Casa Branca, e alguns funcionários mais graduados acreditam que a doença está se espalhando rapidamente pelos escritórios apertados que ocupam os três andares da Ala Oeste. Três altos integrantes do governo que lideram a operação do governo contra o coronavírus iniciaram um auto-isolamento de duas semanas depois que dois integrantes do quadro de funcionários da Casa Branca — Katie Miller, porta-voz do vice-presidente Mike Pence, e um dos assistentes pessoais do presidente Donald Trump — receberam a notícia de que seus testes para a doença deram positivo. Mas outros que tiveram contato com Miller e o assistente seguem trabalhando normalmente na Casa Branca. — É assustador ir ao trabalho — afirmou Kevin Hassett, um dos principais assessores econômicos do presidente, em entrevista ao programa “Face The Nation”, da CBS, neste domingo. Hassett disse que usou máscara algumas vezes, mas reconheceu que “estaria mais seguro sentado em casa do que indo à Ala Oeste. É um lugar pequeno e lotado. É, como se sabe, um pouco arriscado. Mas você precisa fazer isso porque tem que servir seu país.”.” [O Globo]
Até então pessoal não estava usando máscara e o pessoal do grupo de risco não era testado frequentemente, viado!
“A descoberta de dois funcionários infectados levou a Casa Branca a apertar seus procedimentos para combater o coronavírus, incluindo testes diários para pessoas mais velhas, uso de máscaras e maior monitoramento de quem entra no complexo.”
Apertou tanto os procedimentos que o Pence apareceu por lá sem máscara, esse aí acredita em Deus fervorsamente e jura estar protegido. Essa aí é daqueles religiosos pancado das idéias mesmo, né exagero meu não. O Pence deve ser mais pancado das idéias religiosas que o Inri Cristo.
E o uíte abaixo é por demais maravilhoso:
E olha a última da Casa branca:
“Na chamada do chinês privado Caixin, “EUA cortam duração de vistos de jornalistas chineses, em escalada de confronto em torno da imprensa”. O NYT antevê “mais retaliação do governo chinês” e sublinha que “as novas regras americanas também se aplicam a cidadãos chineses que trabalham em veículos não-chineses”. Raju Narisetti, professor de Columbia e ex-editor no WSJ e no WP, lamentou a “péssima” decisão: “Nós somos muitos melhores do que isso, América. Um resultado triste para quem se preocupa com jornalismo e imprensa livre”.”
A China agradece, como de hábito.
E que paulada esse anúncio do Biden:
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>>>> Voto de Schrodinger: “O presidente troca de pele. Para que o possamos ver, sob o sol, sem filtros. Jamais, contudo, ainda que dissimulando em campanha, foi o que não é. Jamais será o que nunca foi. Ou seja: numa crise, multiplicará crises. Numa crise, promoverá choques e expurgos com maior frequência. Promoverá instabilidades. O estado de emergência em decorrência da Covid-19 é oportunidade. Para acelerar. Nunca crise desta monta, abre-se a porta para radicalizar mais. Tudo se intensifica. É a dança a que Bolsonaro convida. O desprezo pelo estudo, pelo conhecimento, pela ciência. Tudo se acirra. Frente a uma crise deste tamanho, o ímpeto para o confronto – para a forja de inimigos, para a fabrica de oposições dentro mesmo do próprio governo – afia-se. O Supremo é o inimigo da vez. “Quer que eu faça o quê?” Nada. Ou melhor: nada – porque não há querer. Nada. Porque sabemos o que fará. O presidente não está lavando as mãos. Está apenas informando que será ele mesmo – cada vez mais, intensamente.” [O Globo]
>>>> Transparência de Schrodinger: “Em conversa com apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, Bolsonaro disse: “Até gasto com cartão… estão batendo em mim. Gasto com cartão corporativo. Só que teve quatro aviões para a China para buscar gente lá. Aí gastou mesmo. E botam na minha conta”. No entanto, as despesas estão sob sigilo e não é possível saber, na fatura, o peso dessa operação de resgate de brasileiros em Wuhan, na China, onde foram registrados os primeiros casos do coronavírus. A reportagem da Folha considera a média das despesas com esses cartões desde o início do governo. Na gestão atual, gastou-se, em média, R$ 709,6 mil por mês, o que representa uma alta de 60% em relação ao governo do emedebista e de 3% em comparação com a administração da petista. Por mês, Dilma tinha uma média de gastos de R$ 686,5 mil, enquanto Temer despendia R$ 441,3 mil. Os dados são do Portal da Transparência do governo federal, que reúne informações de 2013 a março de 2020 (fatura mais recente). Os valores foram corrigidos pela inflação do período. Antes de assumir o governo, a equipe de Bolsonaro chegou a avaliar o fim desses cartões, que desencadearam um escândalo político com auxiliares do ex-presidente Lula. Os cartões corporativos, porém, ainda continuam funcionando.” [Folha] Os gênios se deram conta que não dá pra depender da burocracia para os gastos que uma comitiva presidencial necessita, né?
>>>> Celso Rocha de Barros escreveu um parágrafo primoroso sobre a eminência parda do Palácio do Planalto: “O centrão, a propósito, sempre teve uma facção armada, a bancada da bala. O sujeito ouve “bancada da bala” e pensa, “nossa, deve ser tudo capitão Nascimento, tudo sujeito violento, mas honesto”. Não, filho. O chefe da bancada da bala, deputado Alberto Fraga, foi gravado em 2009 reclamando que um de seus assessores, Júlio Urnau, estaria, supostamente, recebendo mais suborno do que ele. Ao fim da conversa, concluía: “E eu com cara de babaca aqui, entendeu?”. Jair Bolsonaro sonha em dar um ministério para Fraga. Pensou em entregar-lhe o Ministério da Segurança Pública como forma de enfraquecer Sergio Moro. E nós com cara de babaca, aqui, entendeu? Mas se engana quem pensa que tudo isso faz do bolsonarismo “mais do mesmo”. Bolsonaro é muito pior do que “o mesmo”. Os outros governos compravam o centrão burlando as regras da democracia, mas preservavam a democracia.” [Folha]
>>>> Dólar no natal: “Apostar no câmbio é sempre arriscado, mas um fundo americano com mais de U$30 bilhões em países emergentes e boa experiência em Brasil cravou que o dólar bate R$ 8 no Natal.olsonaro gostou entrevista regina” [O Globo]
>>>> É por essas e outras que voto no legislativo tem que ser PSOL: “O PSOL entrou no Supremo Tribunal Federal (STF), na sexta-feira, 8, contra a derrubada da portaria que, na prática, restringia o acesso do crime organizado a munições e armamentos extraviados das forças policiais do País. Em 17 de março, Jair Bolsonaro determinou que o Ministério da Defesa revogasse as medidas do Exército que tratavam do assunto. Foram três portarias feitas pelo Comando Logístico do Exército – COLOG, e depois uma para revogá-las. O partido de oposição protocolou uma ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) na Corte para suspender a última portaria. Uma reportagem do Estado revelou que o motivo do recuo foi pressão das redes sociais e do governo. O MPF investiga possível interferência do presidente em atos exclusivos dos militares. As medidas desagradam o eleitorado do presidente, mas, segundo especialistas, ajudariam a solucionar crimes como o de Marielle Franco, vereadora do PSOL assassinada em março de 2018.” [Estadão]
>>>> Puro suco de Brasil: “O Ministério Público Federal encaminhou notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo pedindo investigação por suposto crime de estelionato cometido pelo pastor Valdemiro Santiago de Oliveira, da Igreja Mundial do Poder de Deus. Pelas redes sociais, o líder religioso anunciou sementes de feijão com ‘poderes para curar a covid-19’. Sem citar explicitamente pagamentos, o pastou utilizou o termo ‘propósito’, no qual o usuário faria um ‘propósito’ pelo feijão. A Procuradoria afirmou que, apesar do ‘disfarce linguístico’, o intuito de Valdomiro era levar fiéis a pagarem valores para obter as sementes ‘mágicas’, visto que elas só seriam entregues àqueles que exibirem comprovante de pagamento. Os ‘propósitos’ anunciados pelo Pastor Valdemiro eram de R$ 100, R$ 500 e R$ 1 mil. Aliado de Bolsonaro, o pastor já participou de uma live do presidente no dia 12 de julho do ano passado – no mesmo dia, o líder religioso havia entregue ofício ao Itamaraty pedindo um passaporte diplomático. Quase um mês depois, o governo autorizou o pastor e sua mulher, Franciléia de Castro Gomes de Oliveira, a ter posse do documento.” [Estadão]
>>>> Alckmin fez bem e deixou a raiva de lado: “A convite de João Doria, o ex-governador Geraldo Alckmin almoçou no Palácio dos Bandeirantes. Bruno Covas também tomou lugar à mesa. Doria pediu a Alckmin que, com sua experiência como médico e principalmente, ex-governador, avaliasse a condução da crise pelo governo paulista: no caminho certo, sem chance de flexibilizar a quarentena neste momento e com atenção redobrada às periferias.” [Estadão]
>>>> Mais Gaspari: “Depois da passeata de Bolsonaro em direção ao Supremo Tribunal Federal e da realização de uma reunião nas dependências da Corte para discutir uma de suas decisões, o presidente Dias Toffoli pode revolucionar a história da Casa, alugando dependências do prédio para outros eventos. O salão nobre, com sua salada de móveis, serviria para coquetéis. O salão Branco serviria para velórios e o dos Bustos acomodaria festinhas de aniversários de crianças.” [Folha]
>>>> Festa estranha com gente esquisita: “O Movimento Brasil Conservador está organizando para o dia 29 de maio o que ambiciona ser “o maio evento conservador online da América Latina”. Beleza. Entre os palestrantes, segundo o site do MBC, figurinhas carimbadas do bolsonarismo de raiz, como Eduardo Bolsonaro, Allan dos Santos, os irmãos Weintraub e outros menos votados. Chama a atenção, no entanto, um dos prestigiados no site com o carimbo de”presença confirmada”. É um certo Kim Paim, “um youtuber baiano residente na Austrália”, apresentado assim: “especialista em organização de dossiês”. Como cantou décadas atrás Renato Russo, será uma “festa estranha com gente esquisita’.” [O Globo]
>>>> Do Oiapoque ao Chuí três vezes: “Éder Mauro, um dos mais fiéis ao discurso bolsonarista e organizador de manifestações pró-governo em Belém, já foi reembolsado em R$ 49,2 mil pela Câmara, apenas com gasto de combustível, desde que começou sua nova legislatura, em janeiro de 2019. Os abastecimentos aconteceram sempre no mesmo posto, em Marituba, na região metropolitana da capital paraense. Levando em consideração apenas o gasto com gasolina nesses dois meses, e que um carro consume 1 litro a cada 10 quilômetros rodados, o combustível seria suficiente para ir do Oiapoque ao Chuí três vezes e fazer o trajeto Brasília a Belém quase sete vezes. O deputado foi procurado através de sua assessoria para comentar os gastos, mas não se pronunciou. Todas as notas estão publicadas no site da Câmara.” [O Globo] Imagine aí um carro que anda tanto abastecendo em um único posto…
>>>> Folgo em saber que Heleno não consegue nem ir ao mercado em paz: “O chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno, foi flagrado enquanto circulava sem máscara por um supermercado do Plano Piloto de Brasília e, ao ser abordado por um homem, justificou-se: “Me distraí… Tocou o telefone”. Posteriormente, o ministro do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) colocou o item de proteção. A cena foi filmada pelo rapaz que abordou o general e enviada à reportagem do UOL. Na versão da testemunha, as imagens foram gravadas ontem (8) à noite. O GSI foi procurado na manhã de hoje e ainda não respondeu se irá ou não se manifestar em caráter oficial.Indagado pelo autor das imagens sobre o fato de estar sem máscara, Heleno respondeu que se distraiu ao sair do carro. “Eu saltei do carro, tocou meu telefone, a máscara estava no bolso… Só isso”. O ministro questionou se o interlocutor era um jornalista no exercício da função, mas o homem se recusou a responder e alegou que se tratava de um direito. Na sequência, houve um breve momento de irritação entre as partes e a conversa foi interrompida. Ainda de acordo com o autor do vídeo, o flagra ocorreu em um “horário de pico do supermercado”. Ele afirmou que “todos usavam máscaras” e “mantinham a distância recomendada”.” [UOL]
>>>> Matéria da Folha sobre os políticos e as reuniões online: “O microfone, aliás, tem sido fonte de confusão e constrangimentos. Na Assembleia Legislativa do Paraná, o sistema captou o momento em que Nelson Justus (DEM-PR) mandou um recadinho nada gentil a Luiz Claudio Romanelli (PSB-PR), seu adversário político. “Saiu?”, perguntou Justus na conferência, querendo checar se todos tinham ouvido acidentalmente o momento em que, achando que já estava desconectado, ele dissera: “Eu pus no c… do Romanelli”. Os outros deputados caíram no riso, confirmaram a indiscrição ao autor e continuaram a sessão. Justus tinha acabado de, para usarmos um termo mais sóbrio, alfinetar o outro parlamentar ao pedir em sua fala que a entrada nas reuniões online da Comissão de Constituição e Justiça ficasse restrita a membros do colegiado (o que não é o caso de Romanelli).” [Folha]
>>>> Da Tábata Amaral: “Não requer nenhum doutorado para você olhar para o Brasil, ver o quão desigual ele é e entender que os alunos de escolas públicas vão ser muito prejudicados se o Enem for mantido na mesma data. A propaganda que o MEC divulgou é uma grande piada de mau gosto. Tem um desconhecimento absurdo da realidade brasileira. Aqueles estudantes, com quartos nobres, internet, celular moderno, essa não é a realidade do estudante brasileiro. Tem um projeto no Congresso para sustar o calendário do Enem e estamos conseguindo mais apoio. Se eu não conseguir, vou para Justiça. Não tem condições do Enem se manter nessa data.” [Estadão] O que me leva a esse tweet:
>>>> É num erro desses que dá merda e começa uma guerra: “Um navio de guerra iraniano disparou contra outra embarcação do país durante um exercício militar no golfo de Omã no domingo (10), deixando 19 tripulantes mortos e outros 15 feridos. Em comunicado emitido nesta segunda-feira (11), o Exército do Irã disse se tratar de um “acidente”. Segundo a emissora estatal IRIB, a fragata Jamaran disparou um míssil contra um alvo de treinamento, mas acabou atingindo a embarcação de apoio Konarak. Não está claro se o navio atingido chegou a afundar. O golfo de Omã é uma região altamente militarizada devido à sua importância geopolítica. Trata-se de um ponto de passagem para o estreito de Ormuz, por onde é transportado cerca de um quinto da produção mundial de petróleo. Nos últimos anos, o local registrou diversas escaramuças entre embarcações dos Estados Unidos e do Irã, elevando a tensão no Oriente Médio. O acidente deste final de semana ocorre aproximadamente quatro meses depois de as Forças Armadas do Irã derrubarem um avião ucraniano em Teerã, matando 176 pessoas, durante uma série de bombardeios contra bases americanas no Iraque em retaliação ao assassinato do general Qassem Soleimani.” [Folha]