Dia 927 | Hospital virou Palácio | 16/07/21

Logo menos sai o podcast, com texto de Pedro Daltro e edição de Cristiano Botafogo. Os episódios você ouve lá na Central3.

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E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )

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1. Hospital virou Palácio

Mais um dia mais curto que habitual, mas pelo menos essa semana teve post de sexta, ao contrário das últimas duas. Comecemos pelo boletim médico:

O Senhor Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, segue internado no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, mantendo evolução clínica satisfatória. Desta forma, foi retirada a sonda nasogástrica e planeja-se o início da alimentação para amanhã. O Presidente segue sem previsão de alta hospitalar” [G1]

Ainda sem alta, quando que ele vai passar o poder?! Eu diria que nunca, é mais fácil ele cair duro que operar e ter que passar o poder. Mas isso fica mais pra frente.

“O ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno, visitou o presidente nesta quinta. Segundo publicou em uma rede social, a recuperação de Bolsonaro tem sido “acima do esperado”. “No dia de hoje, visitei o presidente Bolsonaro, no Hospital Vila Nova Star, em SP. Ele passa bem, mas continuará a fazer alguns exames e avaliações. Sua recuperação tem sido acima do esperado, graças a Deus e às orações dos amigos e amigas.”

Aham, os médicos desarmaram uma bomba fecal dentro do presidente mas ainda bem que oraram, né?!

E vaso ruimnão quebra mesmo, é impressionante como todo o entorno presidencial ignora o uso de máscaras, até dentro dum HOSPITAL!

“A pandemia da Covid-19 continua a matar, em média, mais de 1.000 brasileiros por dia, mas Jair Bolsonaro e seu assessores seguem desafiando o coronavírus, até mesmo dentro do hospital em que o presidente está internado, em São Paulo. A Secom divulgou na manhã desta sexta-feira uma foto em que o chefe do Gabinete Pessoal, Célio Faria Júnior, aparece sem máscara ao lado de Bolsonaro, que usava uma sonda nasogástrica e examinava um documento levado por seu auxiliar. Enviada no canal da secretaria no Telegram, a mensagem que acompanha a imagem informa que Célio e equipe estão em São Paulo assessorando o presidente, “para que as ações do Governo Federal possam continuar avançando em ritmo normal neste momento”. Bolsonaro foi transferido na tarde de quarta-feira para o Hospital Vila Nova Star, da Rede D’Or. A unidade anuncia que tem “hotelaria seis estrelas e é voltado ao público da classe A”. Em tempo: o uso de máscara dentro das instalações luxuosas do hospital é obrigatório, “por questões de segurança”.” [Veja]

Como levar a sério um governo que age dessa maneira?! E o cara não usa porque Bolsonaro teria um ataque de fúria!

Passo ao Ruy Castro:

“É obsceno como Jair Bolsonaro consegue corromper até a misericórdia que poderia despertar por seu estado. Sua foto no hospital, exposto, de ventre estufado e todo plugado a ventosas, desfila entre seus seguidores como pôster de campanha, ilustrando um discurso ostensivamente político. Nele, com Deus e a democracia reduzidos a cabos eleitorais, Bolsonaro proclama que salvará o Brasil da volta de Lula e do PT. O futuro ministro do STF André Mendonça, em sua recente encarnação como ministro da Justiça, tentou enquadrar na Lei de Segurança Nacional jornalistas que, há alguns meses, desejaram a Bolsonaro morte rápida e indolor ou, no meu caso, sugeriram ao presidente que cometesse o tresloucado gesto. Se ainda no cargo, seria encantador ver André Mendonça fazer isso com os milhares de internautas que estão trocando escatologias sobre a saúde de Bolsonaro, envolvendo fezes, hemorróidas, intestino preso, nó nas tripas e até clister de pimenta, e usando aquele verbo que ele, Bolsonaro, transformou em seu programa de governo.” [Folha]

E se a notícia abaixo de fato aconteceu é porque Bolsonaro tá desesperado e incapaz de ver dois lances adiantes

“Jair Bolsonaro ligou ontem para Arthur Lira e disse que queria se licenciar até domingo, dando ao presidente da Câmara a oportunidade de ocupar interinamente a Presidência da República até domingo.” [O Globo]

E o Marcelo Ramos, de direita mas que vive criticando Bolsonaro, assumindo a Câmara e podendo abrir impeachment numa canetada?! Duvido.

O contato entre os dois aconteceu enquanto Bolsonaro estava em trânsito, sendo transferido do Hospital das Forças Armadas, em Brasília, para o Vila Nova Star, em São Paulo. Se a oferta vingar, valerá a partir de amanhã.”

Bem, a notícia é de ontem e até agora nada.

Foi um gesto duplamente calculado de Bolsonaro. Por um lado, afaga Lira, o homem que tem o poder de abrir um processo de impeachment contra um presidente. E, por outro, oferece a interinidade a Lira justamente no período que o seu vice, Hamilton Mourão está fora do Brasil. Mourão embarcou ontem à noite para Luanda, na África, para participar de um encontro de Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Só desembarca em Brasília na segunda-feira, quando provavelmente Bolsonaro já estará com condições de reassumir, uma vez que a cirurgia a que se submeteria está descartada.” 

Segunda Bolsonaro não reassume e Murão voltará falante.

“No domingo passado, depois das grosserias disparadas por Jair Bolsonaro contra o presidente do TSE, ministro Luis Roberto Barroso, o chefe da Câmara, Arthur Lira, foi ao Palácio da Alvorada em missão de paz. Auxiliares de Bolsonaro, que tiveram acesso ao que foi conversado, dizem que o deputado buscou mostrar ao presidente como as falas dele prejudicavam apenas o próprio governo. “Sempre que o senhor ataca, tendo razão ou não, o principal prejudicado é o senhor”, disse Lira a Bolsonaro. O presidente da Câmara é, no momento, a autoridade mais próxima de Bolsonaro no Planalto. O presidente até se dá bem com Luiz Fux, o chefe do Supremo, mas não há a intimidade política para conversas. O mesmo ocorre com Rodrigo Pacheco, visto no Planalto como concorrente direto de Bolsonaro.” [Veja]

Não consigo imaginar nada mais humilhante que presidir a Suprema Corte num governo Bolsonaro e se dar bem com o Bolsonaro, parabéns, Fux, manda um beijo pra desembargadora-prodígio!

O Correio Braziliense vai numa outra linha, e eu aposto mais nessa.

Bolsonaro, porém, não pretende se licenciar do cargo. Vai administrar o país do hospital.” [Correio braziliense]

Bolsonaro é tão paranóico que ele deve estar jurando que se transmitir o pooder não pega mais de volta. E alguém acha que Tonho da Lua não sabe fazer a assinatura do pai?!

“Com o presidente ainda internado, o esforço de todos por esses dias é dizer que tudo transcorre dentro da maior normalidade no comando do país. No Congresso, porém, os aliados só tiveram mais confiança nessa normalidade quando o boletim médico informou que a sonda nasogástrica havia sido retirada e o presidente deve começar a se alimentar ainda hoje. Enquanto o presidente Jair Bolsonaro se mantiver afastado sob cuidados médicos, os seus articuladores políticos querem aproveitar para tentar amenizar a crise entre os Poderes que vinha numa onda crescente. A ordem é aproveitar o período do recesso parlamentar e do Judiciário para baixar a poeira e promover conversas nos bastidores, que costumam ser muito mais produtivas do que os encontros formais, com discursos protocolares que não surtem efeito prático. Até aqui, avisam alguns, o escalado para essa tarefa foi o ministro de Comunicações, Fábio Faria, um dos mais próximos de Jair Bolsonaro. Bolsonaro segue no comando do país, mesmo no hospital. É que, com o vice-presidente Hamilton Mourão viajando, Arthur Lira (PP-AL), o presidente da Câmara, passaria pelo constrangimento de não poder assumir porque é réu em processo no Supremo Tribunal Federal. Assim, a Presidência da República, até a volta de Mourão, marcada para sábado, ficaria a cargo do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). A decisão sobre licença caberá à equipe que está atendendo o presidente. Se os médicos assim determinarem, Bolsonaro terá que se licenciar para cuidar da saúde e Mourão pode, inclusive, antecipar sua volta ao Brasil para preservar Lira.

E ao que parece Lira pode sim assumir:

“Com a internação do presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira e o vice-presidente Hamilton Mourão fora do país para a cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a linha sucessória diz que a cadeira da presidência da República deve ser ocupada pelo presidente da Câmara dos Deputados. Há, no entanto, um impasse jurídico no Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da possibilidade de o atual presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), assumir a cadeira, que poderá ter que ser debatido diante do atual cenário. Segundo fontes do STF ouvidas pelo GLOBO, a tendência hoje na corte é adotar um posicionamento favorável à possibilidade de Lira assumir a Presidência da República. O impasse diz respeito a um entendimento adotado pelo próprio Supremo, em 2016, sobre o então presidente do Senado Renan Calheiros (MDB-AL). O plenário, por maioria, validou liminar para dizer que réus em ações penais no STF não podem substituir o presidente e o vice caso os dois se ausentem do país, ainda que estejam liberados para comandar as duas Casas Legislativas federais. A situação de Lira gera dúvida por que em outubro de 2019, a Primeira Turma do STF recebeu uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que acusa o deputado e aliado do governo Bolsonaro de aceitar propina de R$ 106 mil do então presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, em troca de mantê-lo no cargo. A defesa de Lira recorreu. Ministros ouvidos pelo GLOBO avaliam que, embora a denúncia tenha sido recebida, como o recurso da defesa ainda está pendente de julgamento, o presidente da Câmara não virou réu efetivamente – Lira, portanto, estaria apto a assumir a presidência. Uma outra ala de ministros entende, porém, que a partir do recebimento da denúncia o acusado torna-se réu, havendo o impedimento para que o deputado assuma a presidência. Na Corte, internamente, há a avaliação de que, caso Lira venha a assumir, o questionamento a respeito da possibilidade de que o deputado assuma será feito. Quando isso ocorrer, o plenário terá que se manifestar sobre o assunto. Caso a ação chegue ao STF durante o recesso, com pedido de liminar, a decisão caberá ou ao presidente da Corte, ministro Luiz Fux, ou à vice-presidente, ministra Rosa Weber, que assume o plantão já na semana que vem.” [O Globo]

E é só desgraça, ou é Lira ou Pacheco!

“Caso Lira seja impedido de assumir, o próximo na linha sucessória é o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que não é réu em ações penais. Com isso, ele ficaria livre para assumir o cargo temporariamente.”

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2. Pacheco, o Pequeno

E teve entrevista do Pacheco na Folha…

“Toda instituição ou pessoa que se julgar ofendida tem o direito de se manifestar no sentido de que não aceita aquilo. ” [Folha]

Alonzo Lerone Youtuber GIF - AlonzoLerone Youtuber Youtube GIFs

NÃO, AS FORÇAS ARMADAS NÃO, CARALHO! Se as forças armadas se sentem ofendidas pela opinião dum parlamentar que enfiem o dedo no cu e rasguem, isso pode, e o Medo e Delírio apóia!

“Isso cabe às Forças Armadas e a qualquer instituição. QUANDO VEM DAS FORÇAS ARMADAS, GERA ESPECULAÇÕES.”

Por que será?!

“Considerando que o próprio senador Omar Aziz disse que não teve a intenção de ofender as Forças, considerando a conversa que tive com o ministro Braga Netto no sentido de que ele também não generalizou sua fala em relação ao Senado, eu considerei o assunto encerrado. Não considerei ameaçadora.”

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Nem a entrevista do coronel da FAB o amedrontado presidente do Senado considerou ameaçadora!

“É fundamental que as pessoas que ocupam determinadas posições sejam o mais claras possível naquilo que desejam dizer. E considero que o comandante da Aeronáutica tem esse papel de ser claro naquilo que diz. Não recebi como ameaça. Considero que aquilo ocorreu num momento de uma semana recheada de desentendimentos.”

Não tem como esse alinhamento de chefes de poderes dessa quadra da história dar certo, não tem!

“Com a eleição do presidente Bolsonaro, cuja convivência é com militares, é natural que a composição de seu governo se dê por militares.”

Não, não é normal general na casa civil, caralho, não é normal Brasília ser tomada de assalto pelos militares – e não, não começou com Bolsonaro, Temer também tem culpa no cartório. E Pacheco consegue contemporizar mais que militar da reserva, é uma proeza.

E Pacheco jura que sua fala atacando quem coloca o sistema eleitoral em xeque não foi direcionada ao presidente:

“Não é meu papel criticar a postura pessoal. Meu papel é criticar posturas institucionais. O que eu digo ali é muito mais amplo do que uma crítica pessoal ou sobre a fala de alguém, inclusive do presidente da República…. É evidente que o presidente, ao falar da perspectiva de frustração de eleições, foi infeliz. Quero crer que ele próprio reconheça que sua intenção não deve ter sido dizer que não terá eleições em 2022 [e sim] mais um exercício de argumentação para defender sua tese do voto impresso.”

Infeliz! A jornalista, incrédula, lê as aspas presidenciais “ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições” e…

“Eu considero uma declaração infeliz, sujeita a um esclarecimento e a uma retificação. E gostaria muito de acreditar que, quando se diz algo assim, é no sentido conotativo de que, sem eleições limpas, isso afetaria a legitimidade das eleições de um modo geral.”

Porra, não dá pra ser mais didático que Bolsonaro é, e ele foi claríssimo em várias oportunidades, não há porque ter dúvida!

E Pacheco quer é um general de vice. No fim da entrevista ele nega estar pensando em 2022, a jornalista pergunta se “sr. está fechado às possibilidades envolvendo seu nome?” e ele vai logo se saindo com um “Não estou fechado a absolutamente nada. Tenho de estar aberto a tudo. Tenho meu pensamento em relação ao país.”

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3. Malditos

Essa matéria é uma ótima forma de entender como Doria ENLOUQUECEU esse governo:

“O então ministro Eduardo Pazuello (Saúde) prometeu a um grupo de intermediadores comprar 30 milhões de doses da vacina chinesa Coronavac que foram formalmente oferecidas ao governo por quase o triplo do preço negociado pelo Instituto Butantan. A negociação, em uma reunião fora da agenda oficial dentro do ministério em 11 de março, teve o seu desfecho registrado em um vídeo em que o general da ativa do Exército aparece ao lado de quatro pessoas que representariam a World Brands, uma empresa de Santa Catarina que lida com comércio exterior.” [Folha]

Reunião fora da agenda mas gravada…

A gravação, obtida pela Folha e já de posse da CPI Covid no Senado, foi realizada no gabinete do então secretário-executivo da pasta, o coronel da reserva Elcio Franco. Nela, Pazuello relata o que seria o resumo do encontro. “Já saímos daqui hoje com o memorando de entendimento já assinado e com o compromisso do ministério de celebrar, no mais curto prazo, o contrato para podermos receber essas 30 milhões de doses no mais curto prazo possível para atender a nossa população”, diz o então ministro, segundo quem a compra seria feita diretamente com o governo chinês.” 

Ora, por que diabos o ministério não fechou diretamente com os chineses?!

Dave Chappelle Reaction GIF

“A proposta da World Brands, também obtida pela Folha, oferece os 30 milhões de doses da vacina do laboratório chinês Sinovac pelo preço unitário de US$ 28 a dose, com depósito de metade do valor total da compra (R$ 4,65 bilhões, considerando a cotação do dólar à época) até dois dias após a assinatura do contrato. Naquele dia, 11 de março, o governo brasileiro já havia anunciado, dois meses antes, a aquisição de 100 milhões de doses da Coronavac do Instituto Butatan, pelo preço de US$ 10 a dose. A demissão de Pazuello seria tornada pública por Bolsonaro quatro dias depois, em 15 de março. Além da discrepância no preço, o encontro fora da agenda contradiz o que Pazuello afirmou em depoimento à CPI da Covid, em 19 de maio. Aos senadores o general disse que não liderou as negociações com a Pfizer sob o argumento de que um ministro jamais deve receber ou negociar com uma empresa. “Pela simples razão de que eu sou o dirigente máximo, eu sou o ‘decisor’, eu não posso negociar com a empresa. Quem negocia com a empresa é o nível administrativo, não o ministro. Se o ministro… Jamais deve receber uma empresa, o senhor deveria saber disso”, disse Pazuello à CPI.”

“No vídeo, um empresário que Pazuello identifica como “John” agradece a oportunidade do ministro recebê-lo e diz que podem ser feitas outras parcerias “com tanta porta aberta que o ministro nos propôs”. A reunião dos empresários foi marcada com o gabinete de Elcio Franco, que recebeu o grupo. Segundo ex-assessores da pasta, Pazuello foi chamado à sala, ouviu o relato da reunião e fez o vídeo. Três pessoas que acompanharam a reunião disseram que o vídeo foi gravado mesmo antes de Pazuello conhecer o preço da vacina.”

Entendeu? Essa é a defesa do GENERAL DA ATIVA!

Segundo um ex-auxiliar do ministro, a ideia era propagandear nas redes sociais o avanço em uma negociação, no momento em que o governo era pressionado a ampliar o portfólio de vacinas. Após a gravação, de acordo com os relatos colhidos pela Folha, parte da equipe do ministro pediu que os empresários não compartilhassem o vídeo, que foi feito por meio do aparelho celular do empresário identificado como “John”.

Olha o vídeo aí:

Um dos assessores de Pazuello teria alertado o general após a reunião de que a proposta era incomum, acima do preço, e a empresa poderia não ser representante oficial da fabricante da vacina.”

Sim, depois dele anunciar o acordo!

Caso o negócio fosse adiante, as doses seriam as mais caras contratadas pelo ministério, posto hoje ocupado pela indiana Covaxin (US$ 15), que tem o contrato suspenso por suspeitas de irregularidades. A proposta da empresa tem data do dia 10 de março, véspera da reunião com Pazuello. Segundo dois auxiliares do ex-ministro e um dos empresários que acompanharam a conversa, a oferta só chegou à pasta no dia do encontro. Apesar de Pazuello ter dito no vídeo que havia assinado um memorando de entendimento para a compra, a negociação não prosperou.”

Como eles s]ap burros…

“O governo Bolsonaro resistiu em negociar a Coronavac. Em outubro de 2020, o presidente forçou Pazuello a recuar de uma promessa de compra da vacina. “Um manda e outro obedece”, justificou o general em vídeo ao lado do mandatário. O presidente chegou a dizer que não compraria a vacina mesmo quando a Anvisa desse aval para o uso. “Da China nós não comparemos, é decisão minha. Eu não acredito que ela [vacina] transmita segurança suficiente para a população pela sua origem”, declarou o presidente em 22 de outubro. Para a CPI da Covid, o governo desdenhou de negociações diretas com fabricantes como a Pfizer, enquanto abriu as portas para representantes de intermediárias que atuavam sem o aval dos laboratórios.”

Passo ao Luis Carlos Azedo:

“Uma esquadra é a menor fração existente numa unidade militar, geralmente formada por três soldados e um cabo, que comanda a mesma. O deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), quando disse que bastava um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), foi até minimalista. Duas esquadras formam um grupo de combate, geralmente comandado por um sargento. Ontem, o representante comercial da Davati Medical Supply Cristiano Carvalho, em depoimento à CPI da Covid, revelou a participação de oito autoridades do Ministério da Saúde que teriam atuado para agilizar a negociação de vacinas com a Davati, sendo seis militares. Os senadores investigam a compra de vacinas da AstraZeneca e da Janssen. Com sede nos Estados Unidos, a Davati ofereceu ao ministério lotes com milhões de vacinas da AstraZeneca e da Janssen. As negociações avançaram rapidamente, apesar de a Davati não ter apresentado comprovação da existência dos lotes. Tanto a Astra- Zeneca quanto a Janssen negaram saber do negócio. Cristiano Carvalho confirmou a acusação do policial militar de Minas Luiz Paulo Dominghetti, que também dizia representar a Davati, de que teria recebido do sargento reformado da Aeronáutica Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde, um pedido de propina no valor de US$ 1 por dose para viabilizar a compra de 400 milhões de vacinas da AstraZeneca. Pressionado por integrantes da CPI, Cristiano Carvalho disse que, em 12 de março, ele e Dominghetti participaram de reunião no Ministério da Saúde intermediada pelo reverendo Amilton Gomes, da Secretaria de Assuntos Humanitários (Senah, uma instituição privada) e pelo coronel Helcio Bruno, do Instituto Força Brasil, ambos muito ativos nas redes sociais. Teriam participado das conversas os coronéis Cleverson Boechat, à época diretor de Planejamento do Ministério da Saúde; Marcelo Pires, que ocupava a diretoria de Programas, e o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, aquele que dava entrevistas com um broche de ope- rações especiais (uma faca ensanguentada) na lapela. Na segunda-feira seguinte, segundo Carvalho, o dono da Davati, Herman Cárdenas, propôs substituir as vacinas da AstraZeneca pelas da Janssen, em dose única e mais barata. Pressionado pela senadora Leila Barros (PSB-DF), Carvalho citou, também, o ex-assessor do Ministério da Saúde Marcelo Blanco, tenente-coronel do Exército reformado. Blanco e Helcio Bruno seriam os principais interessados na conclusão da compra. No depoimento, surgiu um novo personagem: Guilherme Filho Odilon, que seria um dos interessados no “comissionamento” da compra de 3 milhões de doses, no qual receberia 0,25 centavos de dólar por dose..O envolvimento de militares no escândalo das vacinas, que está sendo investigado pela CPI, tem estressado as relações com o ministro da Defesa, general Braga Netto, que está na iminência de ser convocado para depor sobre sua atuação como ministro da Casa Civil, quando coordenou as ações de governo contra a pandemia, tendo um papel decisivo na substituição do ex-ministro Henrique Mandetta na Saúde. Foi por indicação de Braga Netto que o general Eduardo Pazuello assumiu a secretaria-executiva da pasta na brevíssima gestão de Nelson Teich e, depois, virou ministro. Com o general Luiz Ramos, atual secretário-geral da Presidência, os três fazem parte do Estado-Maior do presidente Jair Bolsonaro, que dá ordem unida na Esplanada dos Ministérios. A incompetência dos militares na gestão do Ministério da Saúde não pode mais ser varrida para debaixo do tapete, diante de tantas trapalhadas e do número de mortos por covid-19, cuja causa principal foram o negacionismo do presidente Jair Bolsonaro e a disciplina de “burro operante” do general Pazuello. Isso é jogo jogado. O problema é que o caso das vacinas está desmoralizando os militares que atuavam na Saúde naquilo que é um dos pilares da carreira militar: a probidade. A repercussão disso na sociedade e nas Forças Armadas é muito grande. Ainda mais porque cresce na opinião pública a rejeição à presença de militares em cargos de natureza civil, movimento liderado pelos ex-ministros da Defesa Nelson Jobim, Celso Amorim, Jaques Wagner, Aldo Rebelo e Raul Jungmann, e ganha força no Congresso a PEC que limita a presença de militares da ativa no governo, de autoria da deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC).” [Correio Braziliense]

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4. CPI

Tá pra nascer alguém mais burro que Bolsonaro:

“Jair Bolsonaro lançou uma desculpa esfarrapada para tentar fugir da polícia. Com medo de ter sido gravado, o capitão desistiu de negar a conversa com o deputado Luis Miranda. Mas informou que não pode ser investigado por prevaricação no escândalo das vacinas. “O que eu entendo é que prevaricação se aplica a servidor público, não se aplicaria a mim”, disse, na segunda-feira. Espera-se que o autor da tese não seja André Mendonça, o ministro “terrivelmente evangélico” que ele acaba de indicar ao Supremo. O Código Penal considera funcionário público “quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública”. Isso inclui o presidente, que deveria se considerar o servidor número um do país. No início do mandato, Bolsonaro chegou a encenar esse papel. Desfilou de crachá funcional e almoçou no bandejão do Planalto. A marquetagem deixou de interessar quando a PF bateu à porta. A frase de que presidente não é servidor expõe mais que uma estratégia de defesa mambembe. Também ajuda a entender a mentalidade de Bolsonaro. O capitão considera que o Estado existe para servi-lo, não o contrário. Sempre pensou assim, desde os tempos de baixo clero. Antes da descoberta da rachadinha, o então deputado declarou que usava o auxílio-moradia para “comer gente”. Ele tinha apartamento próprio em Brasília, mas não se envergonhava de embolsar um adicional de R$ 6 mil. Na Presidência, Bolsonaro continuou a confundir o público com o privado. Já interferiu na PF, na Receita e no Coaf para blindar o filho mais velho. Depois tentou emplacar o caçula como embaixador em Washington. No sétimo mês de governo, ele forneceu uma nova definição para o velho vício do patrimonialismo: “Pretendo beneficiar um filho meu, sim. Se puder dar filé-mignon pro meu filho, eu dou”.” [O Globo]

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5. Marinho Vs Guedes

Quero ver onde isso vai dar…

“Recentemente, Jair Bolsonaro chamou Paulo Guedes e mandou o ministro da Economia abrir espaço no orçamento para repassar 1 bilhão de reais a obras de Infraestrutura tocadas por Tarcísio de Freitas. Guedes teve então que buscar os chamados “recursos empoçados”, o dinheiro já liberado nos ministérios, mas que ainda não foi utilizado. Onde Guedes acabou batendo? Na pasta de Rogério Marinho. Ao perceber o corte, Marinho, indignado foi ao Planalto e, frente a frente com Luiz Eduardo Ramos, disse que entregaria o cargo se o dinheiro fosse transferido. Depois do atrito, Marinho saiu de férias. Bolsonaro, ao saber que o dinheiro não havia sido liberado pelo ministro, mandou chamar o secretário-executivo do Desenvolvimento Regional, que despachava como interino, e ordenou que o dinheiro foi liberado. Como Bolsonaro ignorou a ameaça do auxiliar e Marinho continua de férias, ninguém sabe se o ministro vai mesmo se demitir na volta do descanso.” [Veja]

Bolsonaro, corajoso toda vida, nem ligou para Barros…

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6. Voto impresso

“Enquanto a maior parte dos funcionários do Congresso Nacional limpava as gavetas para aproveitar as férias no recesso parlamentar, um grupo de deputados colocava em prática  uma articulação para matar no nascedouro a proposta do voto impresso na Câmara dos Deputados. Na tarde desta quinta-feira, 20 integrantes da comissão especial do voto impresso se insubordinaram contra o comando bolsonarista e aprovaram uma inusitada auto-convocação do colegiado. A comissão tem 34 membros. O plano é submeter à comissão nesta sexta-feira o projeto do deputado Filipe Barros (PSL-PR), que implementa o voto impresso, e derrotá-lo ainda antes do início do recesso, neste sábado. Em seguida, querem nomear novo relator, desta vez contrário ao voto impresso em 2022, para produzir um novo documento e enterrar de vez o assunto. Isso porque, sem o aval da comissão, o projeto do voto impresso não pode ser levado ao plenário da Câmara. “Não digo que é ruim, sou até a favor, mas não dá tempo para o ano que vem”, afirma deputado Hildo Rocha (MDB-MA). Nas palavras de um dos deputados que participaram da articulação, a ideia é “encerrar a discussão do voto impresso e seguir em frente”. A auto-convocação foi pilotada por Rocha e teve a adesão de membros de 12 partidos. Juntou MDB, PT, PSDB, PDT, Solidariedade, PC do B, PV, Republicanos, PSOL, DEM, PSD e até o Patriota, ao qual Bolsonaro cogita – ou cogitava– se filiar para tentar a reeleição em 2022. Esse mesmo grupo vinha tentando votar o projeto de desde o final de junho, quando líderes de onze partidos que se declararam contrários à impressão do voto no processo de apuração dos resultados das eleições. Em seguida, esses líderes trocaram deputados que compunham a comissão por parlamentares comprometidos em votar contra o projeto defendido por Jair Bolsonaro.” [O Globo]

Olha a loucura:

Ao perceber que estavam em minoria, o presidente da comissão, Paulo Eduardo Martins (PSC-PR), e o relator Barros, passaram a adiar a votação, e os líderes do bloco anti-voto impresso então começaram a cogitar a auto-convocação. Mas como normalmente cabe ao presidente da comissão marcar as sessões e determinar a pauta, primeiro decidiram tentar um acordo. Não queriam que parecesse uma provocação ao presidente Jair Bolsonaro, que tem no voto impresso sua principal bandeira no Congresso. Não funcionou. Ao longo do processo, Barros acenou com a possibilidade de acordo na confecção de seu relatório, mas todas as pontes acabaram cortadas quando ele apresentou um parecer que, segundo os deputados, “acaba com o voto eletrônico”, ao determinar que a apuração leve em conta apenas os registros impressos, cabendo à contagem eletrônica apenas em casos de falhas ou em locais ainda não atendidos pela mudança.

risos

“Na semana passada, o presidente da República chegou a dizer que “sem voto impresso não terá eleição em 2022”. Em seguida deu outra versão à frase, dizendo que só a impressão na apuração garantirá a lisura necessária para considerar o pleito uma verdadeira eleição. Tais declarações, aliadas à informação de que oficiais de alta patente compartilham da posição de Bolsonaro, levaram os líderes a concluir que, se esperassem para decidir a questão depois do recesso, poderiam ser atropelados por alguma ofensiva de ameaças e manifestações bolsonaristas. “Vai ter eleição sim, e com urna eletrônica”, diziam ontem os deputados do grupo anti-voto impresso nos corredores do Congresso. Resultado: quase ao mesmo tempo em que o plenário aprovava a lei orçamentária que permite triplicar a verba do fundo eleitoral em 2022, o grupo protocolou a convocação da sessão para a tarde desta sexta-feira. Segundo eles, com 18 deputados presentes já será possível derrubar o relatório de Filipe Barros. Atropelados, os bolsonaristas ainda tentam conseguir uma saída de última hora para evitar a derrota. Eles vão tentar melar a reunião retirando deputados da sala e impedindo que haja quórum para a votação, o que empurraria a discussão para agosto. De madrugada, o deputado Cacá Leão (PP-BA) apresentou um requerimento ao plenário da Câmara pedindo para que nenhuma comissão funcionasse hoje. O alvo era a comissão que trata da reforma política e quer tentar emplacar o distritão, mas foi encampada também pelos bolsonaristas. Já passava da meia-noite quando o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), encerrou a sessão por falta de quórum. A manobra fracassou. Quando a sessão da comissão especial do voto impresso começar, às 15h desta sexta-feira, quase todo o Congresso estará às moscas. Mas nem por isso vai dar para dizer que está tudo tranquilo no Parlamento.”

E embora essa notícia seja boa o congresso promoveu mais um show de absurdos, como colocar na mão do relator do orçamento um controle bizarro sobre verbas ministeriais, o que me leva a esse tuíte:]

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7. O gerente enlouqueceu

PSDB é tal qual Guedes, continua preso na década de 80…

“Em leilão concorrido, o governo do Rio Grande do Sul privatizou nesta sexta-feira (16) a CEEE-T (Companhia Estadual de Transmissão de Energia Elétrica do Rio Grande do Sul). A disputa foi vencida pela CPFL, por R$ 2,67 bilhões, um ágio de 57,13% sobre o preço inicial. Foi a segunda privatização de estatais do setor elétrico do governo Eduardo Leite (PSDB) em 2021. Em março, a Equatorial Energia arrematou a CEEE-D (Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica) por R$ 100 mil mais incorporação de dívidas e compromissos. No leilão, foi vendida uma fatia de 66,08% do capital social da CEEE-T. A empresa é responsável pela operação e manutenção de mais de 6 mil km de linhas de transmissão de energia e de 69 subestações, que cobrem todo o estado. Ao todo, seis concorrentes apresentaram proposta na primeira fase do leilão. A CPFL saiu na frente, com oferta de R$ 2,6 bilhões, mas a disputa foi para viva-voz, fase em que a vencedora disputou alguns lances com a CTCE (Companhia Técnica de Comercialização de Energia). O pacote de privatizações faz parte do plano de ajuste fiscal defendido pelo governador, que já aprovou também reformas que alteraram o plano de carreira e o modelo previdenciário de servidores, incluindo o sistema de aposentadorias de militares. “Estamos aqui pela terceira vez no nosso mandato e não estamos nem perto de chegar à metade das vezes que pretendemos vir”, disse o governador, em seu discurso, citando melhoria de indicadores de segurança e saúde como argumento de que o Estado deve focar na prestação de serviços básicos. “É importante reconhecer que o setor privado tem maior capacidade de eficiência na administração”, afirmou. “A decisão não vem para injetar recurso no caixa do governo, vem na firme convicção de que os investidores vão injetar bilhões de reais na economia.” No setor elétrico, o governo ainda privatizará a CEEE-G, que tem operações no segmento de geração de energia. No momento, os estudos técnicos para a privatização estão sendo tocados pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).” [Folha]

Caralho, ele tpprivatzou TUDO que tinha de energia!

“Além disso, há parcerias com o BNDES para desenhar a venda também de empresas de saneamento, gás encanado e mobilidade urbana, além da concessão de rodovias, parques e presídios.”

Quando Eduardo Leite venderá a própria mãe?!

“O leilão ganhou tom de campanha antecipada, com discursos enaltecendo o trabalho do governador Eduardo Leite, um dos cotados para disputar a presidência da República pelo PSDB em 2022. Três secretários de estado e o presidente da assembleia legislativa foram convidados a falar. “Tenho orgulho de estar ao lado de um jovem e experiente governador, que vejo trabalhando no sentido de transformar o estado do Rio Grande do Sul”, disse o secretário estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana. O orador seguinte, o secretário extraordinário de Parcerias do estado, Leonardo Busatto, afirmou que o governador é “um líder inspirador”. “Talvez o líder mais inspirador da minha geração, de cerca de 40 anos”, disse. Último a discursar, Leite fez um balanço positivo de sua gestão e se apresentou como um “enfrentador de dificuldades”. Concluiu dizendo que, se o estado conseguiu avançar nos últimos anos, “é possível ao nosso imenso Brasil, com a força que tem, com o fôlego que tem, superar suas adversidades”.”

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